Questões de Concurso Público SEGER-ES 2023 para Analista do Executivo - Letras ou Literatura
Foram encontradas 28 questões
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
SEGER-ES
Prova:
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Letras ou Literatura |
Q2085183
Português
Nos dias atuais, com ofícios ou varas superlotadas de processos, uma constante no ambiente forense, a prolixidade no
redigir é um danoso escudo contra o esvaziamento dos cartórios. Não há mais como tolerar petições gigantes, repetitivas,
que tornam o estilo moroso e maçante, vindo de encontro aos
interesses perquiridos pelo próprio subscritor do petitório, embora, às vezes, este não se deixe perceber. Deve o cauteloso peticionário redigir com concisão, substituindo por sinônimos as
palavras repetidas, desmembrando períodos longos, procurando construir frases curtas, com objetividade.
Mais uma vez, vem à baila a argúcia de Nascimento (1992:
238), segundo o qual “a repetição, quer das ideias, quer de formas, gera a monotonia. Esta leva nosso leitor forçado, o juiz, a
desinteressar-se da leitura. O Abade Th. Moreaux demonstrou
cientificamente que as repetições tornam o leitor desinteressado da leitura (Science et Style)”.
É sabido que a frase longa é um labirinto de ideias várias
que, desordenadamente, expõem-se sem sequência definida,
frustrando-se o mister comunicativo. O cipoal de informações
não leva a lugar qualquer, pois o leitor se cansa com facilidade
ao acompanhar longos raciocínios sem pausas. A frase deve
conter uma ideia principal e clara, que a norteie, em uma relação de causa-consequência, adição, comparação etc., não se podendo servir como veículo de períodos extensos e pouco nítidos
ao leitor.
[...]
Acerca do preciosismo, mencionado na alínea c do inciso I
do art. 11, sabe-se que seu uso prejudica o propósito daquele
que pretende se comunicar com clareza, e o legislador deve
sempre evitá-lo. No trabalho jurídico do dia a dia, também, é
crucial evitar a linguagem muito rebuscada, principalmente
quando o discurso inteiro não a sustenta.
(SABBAG, Eduardo. Manual de português jurídico. 9. ed. rev. e ampl.
São Paulo: Saraiva, 2016. p. 28-37. Fragmento.)
Com base no texto e na LC nº 95/1988, assinale a alternativa que respeita a clareza e a concisão necessárias à articulação e à redação de textos legais.
Com base no texto e na LC nº 95/1988, assinale a alternativa que respeita a clareza e a concisão necessárias à articulação e à redação de textos legais.
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
SEGER-ES
Prova:
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Letras ou Literatura |
Q2085184
Português
Existe uma frase que ficou famosa na descrição das propriedades caóticas do clima: o bater das asas de uma borboleta na
África pode causar chuvas no Paraguai. Pelo menos, essa é uma
entre milhares de versões.
O importante não é realmente onde está a borboleta ou
onde vai chover, mas o fato que o minúsculo deslocamento de
ar causado pelo bater de suas asas pode causar efeitos na atmosfera turbulentos o suficiente para serem sentidos a milhares
de quilômetros de distância. Conheço poucos exemplos de “globalização” melhores do que esse. Quando o assunto é clima, o
mundo é mesmo unido. A atmosfera não reconhece fronteiras.
[...]
(GLEISER, Marcelo. Micro/Macro: a borboleta e o caos. Disponível em:
http://www.mma.gov.br/clima/ciencia-da-mudanca-do-clima/efeitoestufa-e-aquecimento-global. Acesso em: 27/12/2022. Fragmento.)
Na construção de seus textos, muitos autores recorrem a expressões metafóricas. Ao empregar o enunciado metafórico “o bater das asas de uma borboleta na África pode causar chuvas no Paraguai” (1º§), pretendeu-se estabelecer, entre os dois parágrafos do texto em questão, uma relação semântica de
Na construção de seus textos, muitos autores recorrem a expressões metafóricas. Ao empregar o enunciado metafórico “o bater das asas de uma borboleta na África pode causar chuvas no Paraguai” (1º§), pretendeu-se estabelecer, entre os dois parágrafos do texto em questão, uma relação semântica de
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
SEGER-ES
Prova:
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Letras ou Literatura |
Q2085186
Português
O direito à literatura
Chamarei de literatura, da maneira mais ampla possível, todas as criações de toque poético, ficcional ou dramático em todos os níveis de uma sociedade, em todos os tipos de cultura, desde o que chamamos de folclore, lenda, chiste, até as formas mais complexas e difíceis da produção escrita das grandes civilizações. Vista deste modo, a literatura aparece claramente como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos. Não há povo e não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de fabulação. Assim como todos sonham todas as noites, ninguém é capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem alguns momentos de entrega ao universo fabulado. O sonho assegura durante o sono a presença indispensável deste universo, independente da nossa vontade. E durante a vigília, a criação ficcional ou poética, que é a mola da literatura em todos os seus níveis e modalidades, está presente em cada um de nós, analfabeto ou erudito – como anedota, causo, história em quadrinhos, noticiário policial, canção popular, moda de viola, samba carnavalesco. Ela se manifesta desde o devaneio amoroso ou econômico no ônibus até a atenção fixada na novela de televisão ou na leitura seguida de um romance. Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e da poesia, a literatura concebida no sentido amplo a que me referi parece corresponder a uma necessidade universal, que precisa ser satisfeita e cuja satisfação constitui um direito. (CÂNDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: ______________. Vários escritos. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Duas Cidades, 1995. p. 169-191. Fragmento.)
Analisando-se o texto como um todo e sua estruturação em parágrafos, é correto afirmar que:
Chamarei de literatura, da maneira mais ampla possível, todas as criações de toque poético, ficcional ou dramático em todos os níveis de uma sociedade, em todos os tipos de cultura, desde o que chamamos de folclore, lenda, chiste, até as formas mais complexas e difíceis da produção escrita das grandes civilizações. Vista deste modo, a literatura aparece claramente como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos. Não há povo e não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de fabulação. Assim como todos sonham todas as noites, ninguém é capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem alguns momentos de entrega ao universo fabulado. O sonho assegura durante o sono a presença indispensável deste universo, independente da nossa vontade. E durante a vigília, a criação ficcional ou poética, que é a mola da literatura em todos os seus níveis e modalidades, está presente em cada um de nós, analfabeto ou erudito – como anedota, causo, história em quadrinhos, noticiário policial, canção popular, moda de viola, samba carnavalesco. Ela se manifesta desde o devaneio amoroso ou econômico no ônibus até a atenção fixada na novela de televisão ou na leitura seguida de um romance. Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e da poesia, a literatura concebida no sentido amplo a que me referi parece corresponder a uma necessidade universal, que precisa ser satisfeita e cuja satisfação constitui um direito. (CÂNDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: ______________. Vários escritos. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Duas Cidades, 1995. p. 169-191. Fragmento.)
Analisando-se o texto como um todo e sua estruturação em parágrafos, é correto afirmar que: