Questões de Concurso Público IF-RS 2016 para Professor - Música
Foram encontradas 11 questões
Os exemplos musicais abaixo serão utilizados nas questões 13, 14, 15 e 16.
Exemplo musical 1:
Fonte: VILLA-LOBOS, Heitor. Guia prático para a educação artística e musical, v. 1. Rio de Janeiro: ABM: Funarte, 2009.
Exemplo musical 2:
Fonte: VILLA-LOBOS, Heitor. Guia prático para a educação artística e musical, v. 1. Rio de Janeiro: ABM: Funarte, 2009.
Os exemplos musicais 1 e 2 foram retirados do 1º Volume do Guia Prático, elaborado pelo compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos na década de 1930, reeditado em algumas versões, entre elas a da Academia Brasileira de Música (2009). De acordo com Travassos (2000), “VillaLobos deu início à campanha pela educação musical, que recebeu apoio do presidente Getúlio Vargas. Sua estratégia foi disseminar o canto coral ______(1), mobilizando alunos e professores, estes últimos preparados num curso especializado destinado a multiplicar a ideia que unia ______(2). Com apoio do ______(3), VillaLobos criou e dirigiu a Superintendência de Educação Musical e Artística, depois Conservatório Nacional ______(4). As apresentações monumentais que promoveu, regendo dezenas de milhares de vozes, inscrevem-se nas grandes manifestações letivas patrióticas que utilizaram a música como ______(5)” (TRAVASSOS, 2000, p. 62-63).
Assinale a alternativa que completa as lacunas, na ordem em que aparecem no texto:
As canções folclóricas encontradas no Guia Prático para o ensino do Canto Orfeônico, organizado por Villa-Lobos, evocam diversos elementos que foram incutidos nas crianças como “identificadores comuns de brasilidade”.
Assinale a alternativa que enumera esses elementos:
A ecologia acústica, a confluência das artes e a relação da arte com o sagrado são três eixos que caracterizam as ideias e as posições presentes em todas as suas ações – “nas obras que compõe e produz, nos cursos e oficinas que ministra, nos programas de rádio e TV que cria”. Visitou o Brasil, principalmente, durante a década de 1990 e dois de seus livros foram traduzidos para o português, nomeadamente: “O ouvido pensante” e “A afinação do mundo”.
Assinale a alternativa que indica o nome do pedagogo musical a que se refere o texto supracitado:
É possível atribuir às práticas musicais lugar de importância no estabelecimento e negociação de relações sociais do Brasil colônia. Relacionando os números romanos com os números arábicos, assinale qual a alternativa que atribui CORRETAMENTE as práticas musicais do período colonial abaixo relacionadas a seus contextos socioculturais ou personagens:
I. Uso de texto cristão em língua nativa, com melodia europeia.
II. Música ritual e de lazer, geralmente à base de percussão, com o nome genérico dado por portugueses de “batuque”.
III. Coplas e romances acompanhados de viola, narrando fatos, anedotas e paródias ou descrições de danças das camadas baixas, incluindo lundus, do século XVII brasileiro.
IV. Cantochão e “canto de órgão”.
1. Música sacra católica.
2. Prática musical de povos africanos escravizados em terreno brasileiro, a partir da leitura europeia.
3. Tática musical recorrente nas missões jesuíticas, na proposta de catequese de povos indígenas.
4. Produções do poeta-músico Gregório de Matos Guerra, o “Boca do inferno”.
No âmbito da música erudita brasileira dos séculos XVIII e XIX, primordialmente religiosa, as referências estilísticas apontavam uma motivação a seguir os “moldes” europeus em espaços de profícua produção, tais como Minas Gerais e Rio de Janeiro, incluindo as práticas musicais de compositores considerados consagrados, da dita “Escola Mineira de Compositores” e mesmo no contexto da vinda da corte portuguesa para o Brasil, em torno da produção musical de José Maurício Nunes Garcia (1767-1830). Identifique a alternativa que apresenta características (gêneros musicais e marcas estilísticas) que remetam aos referentes europeus das composições musicais sacras nesses contextos:
Quanto à temática das identidades nacionais, no caso da música erudita brasileira, o musicólogo José Maria Neves (1977) afirma que, no Brasil, a busca por uma expressão musical própria representou, inicialmente, algum afastamento das influências wagnerianas e uma adesão ao impressionismo, que será depois recusado, principalmente no contexto do Movimento Modernista. Assinale a alternativa cujos personagens e características correspondem ao período descrito como inicial, considerado etapa precursora do nacionalismo em música no Brasil:
Reis e rainhas do Congo, embaixadas e aprendizagem musical via transmissão oral são elementos que fazem parte de manifestações performático-musicais brasileiras como:
A maior parte do repertório do cantochão teve origem na ______(1). Naquele contexto, a centralidade era a música ______(2), em latim, constituindo a música oficial da igreja católica. Tendo como base ______(3), os primórdios da polifonia foram designados por ______(4). Nesta modalidade, a chamada ______(5) ganhou destaque na história da música ocidental, principalmente através dos compositores Léonin e Pérotin.
Assinale a alternativa CORRETA, que completa as lacunas na sequência em que aparecem no texto:
Os assim chamados “períodos” da música ocidental são categorizações configuradas a partir de paradigmas que nem sempre são os mesmos que os de sua produção. Assim, para o seu estudo, torna-se relevante a justaposição das práticas musicais aos seus contextos históricos e socioculturais. Identifique e assinale a alternativa que NÃO justapõe corretamente as práticas musicais em relação a seus contextos históricos e/ou socioculturais.
No livro “Música Popular na América Latina: pontos de escuta”, o etnomusicólogo Samuel Araújo conta sobre a sua experiência de pesquisa no complexo da Maré, conjunto de bairros populares e favelas do Rio de Janeiro. A partir de pesquisa com moradores locais, o autor afirma que “na paisagem sonora da Maré, foram identificados gêneros definidos inicialmente como pagode, forró, rock, reggae, gospel (música popular evangélica) e o funk (incluindo o assim chamado “proibidão”, ligado à apologia do tráfico de drogas), mas também abrangendo a música apreciada por segmentos minoritários, como o pop africano ouvido pelos mais de dez mil angolanos da região. [...] Registre-se ainda [...] que os exemplos de violência abordados nos debates estão frequentemente associados aos sons significativos de suas variadas manifestações, as referências específicas podendo variar do volume de um alto-falante de entidade religiosa tentando “abafar” o ruído amedrontador da luta armada até rajadas de metralhadora em meio a um baile funk (bailes ao som de música eletrônica aproximada ao “Miami Bass”, com ou sem performances de duplas de MCs, e que congregam majoritariamente a juventude pobre e marginalizada do Rio de Janeiro). Isso torna particularmente mais relevante a ênfase na categoria “som” do que em noções, mesmo as mais elásticas e abrangentes, de “música”, ao se tratar de mapeamento do contínuo entre criação e a experiência mediadas pelo som” (ARAÚJO, 2005, p. 203-205).
Considerando a descrição sobre a “paisagem sonora” da Maré, é possível afirmar que o que melhor define o posicionamento do autor é:
Quando a estudiosa do campo da música popular Martha Ulhôa apresentou um trabalho sobre o rock brasileiro na cidade inglesa de Liverpool, em 1988, notou que o público não percebeu o que para ela era entendido como “brasileiro”. O exemplo em questão era uma música de Raul Seixas, roqueiro nordestino da década de 1980: “Mesmo se auto-referenciando [...] a música extrapola sua própria esfera (Raul também alude à música regional nordestina, mesmo que o pessoal de Liverpool não tenha aceito minha explicação de que ele usa escalas, instrumentos e sotaques nordestinos – afinal, eles não podem identificar textos culturais que desconhecem)”.
Seguindo o raciocínio da autora, por que os ingleses não reconheceram traços de “brasilidade” no rock de Raul Seixas?