Questões de Concurso Público ABEPRO 2018 para Processo de Seleção - Edital 001/2018
Foram encontradas 80 questões
Ano: 2018
Banca:
FEPESE
Órgão:
ABEPRO
Prova:
FEPESE - 2018 - ABEPRO - Processo de Seleção - Edital 001/2018 |
Q1787489
Português
Texto associado
Formação humana e técnica:
uma aproximação inadiável
De acordo com Blainey,
[m]uitos sabiamente hesitavam em tornar público
o que haviam descoberto, enquanto descobridores
de hoje se entregam à tentação de logo recorrer à
imprensa. Copérnico passou um terço de século
cuidando de sua ideia fundamental antes de ser
persuadido a confiá-la a um livro. Dizem que Newton
vislumbrou sua principal descoberta em física ao
ver uma maçã cair de uma árvore num pomar da
Inglaterra em 1666, mas vinte e um anos se passaram até que ele expusesse sua teoria na forma
impressa. (Blainey, 2008, p. 214).
A publicização das produções humanas cria a ilusão
da necessidade e da utilidade, e faz com que as ideias
ali divulgadas pertençam a todos (Marx; Engels, 1965).
A partir daí, independentemente dos efeitos na natureza e na sociedade, alguns se sentem úteis porque
produziram artigos científicos, artefatos tecnológicos
etc., e outros sentem que esses produtos são necessários para a sua sobrevivência e felicidade. A atitude
acrítica gera tanto o trabalhador alienado quanto o
consumidor passivo.
No debate sobre a interdisciplinaridade dos diversos
cursos tecnológicos atuais, a questão cultural que traz
consigo fortes reflexões filosóficas ganha seu contorno de dispensabilidade nos herméticos currículos
das escolas que lidam com tecnologia. Isso ocasiona
um acentuado prejuízo formativo para os alunos na
sua vida profissional. A dificuldade por novos pensamentos na área humana, e também na tecnológica,
move algumas questões em torno dos diversos campos de saberes. Entrelaçá-los e buscar pela concretude das dimensões essencialmente humanas são
requisitos fundamentais para iniciarmos o processo de
mudança. Com Bauman (2006), as nossas afirmações
se fortalecem:
Uma vez que o que fazemos com os poderes acrescidos da tecnologia tem efeito ainda mais poderoso
sobre as pessoas e sobre mais pessoas do que nunca
antes – o significado ético de nossas ações atinge
agora alturas sem precedentes. […] A moralidade,
que sempre nos guiou e ainda nos guia hoje, tem
mãos poderosas, mas curtas. Ela precisa agora de
mãos longas, muito longas. Qual a oportunidade de
fazê-las crescer? (Bauman, 2006, p. 248-249)
A vida. Sempre a vida em primeiro lugar. Não são poucos os autores contemporâneos que fazem coro nessa
premissa basilar. É deles que fazemos uso na defesa
da aproximação inadiável entre os campos de conhecimento das áreas humanas e científico-tecnológicas dentro da educação em engenharia. É preciso, sim,
uma educação que liberte os seres humanos dos processos opressores, que os transformam em consumistas passivos e alienados.
BAZZO, W. A.; PEREIRA, L. T. V.; BAZZO, J. L. S. Conversando sobre
educação tecnológica. 2. ed. Florianópolis: Ed. da Ufsc, 2016. p. 188-191. [Adaptado.]
Considere o trecho abaixo, reescrito a seguir.
No debate sobre a interdisciplinaridade dos diversos cursos tecnológicos atuais, a questão cultural que traz consigo fortes reflexões filosóficas ganha seu contorno de dispensabilidade nos herméticos currículos das escolas que lidam com tecnologia. (3º parágrafo)
1. Tanto nos herméticos currículos das escolas que lidam com tecnologia, quanto no debate sobre a interdisciplinaridade dos diversos cursos tecnológicos atuais, ganha seu contorno de dispensabilidade a questão cultural, que traz com ela fortes reflexões filosóficas.
2. A questão cultural que traz consigo fortes reflexões filosóficas ganha – no debate sobre a interdisciplinaridade dos diversos cursos tecnológicos atuais – seu contorno de dispensabilidade nos herméticos currículos das escolas que lidam com tecnologia. 3. No debate sobre a interdisciplinaridade e nos herméticos currículos das escolas atuais – as quais lidam com tecnologia – a questão cultural, trazendo consigo fortes reflexões filosóficas ganha seu contorno de dispensabilidade dos diversos cursos tecnológicos. 4. Ganha seu contorno de dispensabilidade, no debate sobre a interdisciplinaridade dos diversos cursos tecnológicos atuais, a questão cultural – a qual traz consigo fortes reflexões filosóficas nos herméticos currículos das escolas, que lidam com tecnologia. 5. No debate sobre a interdisciplinaridade dos diversos cursos tecnológicos atuais, ganha seu contorno de dispensabilidade – nos herméticos currículos das escolas que lidam com tecnologia – a questão cultural que traz consigo fortes reflexões filosóficas.
Assinale a alternativa que indica todas as reescritas corretas, sem prejuízo de significado e sem ferir a norma culta da língua escrita.
No debate sobre a interdisciplinaridade dos diversos cursos tecnológicos atuais, a questão cultural que traz consigo fortes reflexões filosóficas ganha seu contorno de dispensabilidade nos herméticos currículos das escolas que lidam com tecnologia. (3º parágrafo)
1. Tanto nos herméticos currículos das escolas que lidam com tecnologia, quanto no debate sobre a interdisciplinaridade dos diversos cursos tecnológicos atuais, ganha seu contorno de dispensabilidade a questão cultural, que traz com ela fortes reflexões filosóficas.
2. A questão cultural que traz consigo fortes reflexões filosóficas ganha – no debate sobre a interdisciplinaridade dos diversos cursos tecnológicos atuais – seu contorno de dispensabilidade nos herméticos currículos das escolas que lidam com tecnologia. 3. No debate sobre a interdisciplinaridade e nos herméticos currículos das escolas atuais – as quais lidam com tecnologia – a questão cultural, trazendo consigo fortes reflexões filosóficas ganha seu contorno de dispensabilidade dos diversos cursos tecnológicos. 4. Ganha seu contorno de dispensabilidade, no debate sobre a interdisciplinaridade dos diversos cursos tecnológicos atuais, a questão cultural – a qual traz consigo fortes reflexões filosóficas nos herméticos currículos das escolas, que lidam com tecnologia. 5. No debate sobre a interdisciplinaridade dos diversos cursos tecnológicos atuais, ganha seu contorno de dispensabilidade – nos herméticos currículos das escolas que lidam com tecnologia – a questão cultural que traz consigo fortes reflexões filosóficas.
Assinale a alternativa que indica todas as reescritas corretas, sem prejuízo de significado e sem ferir a norma culta da língua escrita.
Ano: 2018
Banca:
FEPESE
Órgão:
ABEPRO
Prova:
FEPESE - 2018 - ABEPRO - Processo de Seleção - Edital 001/2018 |
Q1787490
Português
Texto associado
Um idoso na fila do Detran
“O senhor aqui é idoso”, gritava a senhora para o guarda,
no meio da confusão na porta do Detran da Avenida
Presidente Vargas, apontando com o dedo o tal “senhor”.
Como ninguém protestasse, o policial abriu o caminho
para que o velhinho enfim passasse à frente de todo
mundo para buscar a sua carteira. Olhei em volta e procurei com os olhos o velhinho, mas nada. De repente,
percebi que o “idoso” que a dama solidária queria proteger do empurra-empurra não era outro senão eu.
Até hoje não me refiz do choque, eu que já tinha
me acostumado a vários e traumáticos ritos de passagem para a maturidade: dos 40, quando em crise
se entra pela primeira vez nos “enta”; dos 50, quando,
deprimido, se sente que jamais vai se fazer outros 50
(a gente acha que pode chegar aos 80, mas aos 100?);
e dos 60, quando um eufemismo diz que a gente
entrou na “terceira idade”. Nunca passou pela minha
cabeça que houvesse uma outra passagem, um outro
marco, aos 65 anos. E, muito menos, nunca achei que
viesse a ser chamado, tão cedo, de “idoso”, ainda mais
numa fila do Detran.
Na hora, tive vontade de pedir à tal senhora que
falasse mais baixo. Na verdade, tive vontade mesmo
foi de lhe dizer: “idoso é o senhor seu pai”. O que mais
irritava era a ausência total de hesitação ou dúvida.
Como é que ela tinha tanta certeza? Que ousadia!
Quem lhe garantia que eu tinha 65 anos, se nem pediu
pra ver minha identidade? E o guarda paspalhão, por
que não criou um caso, exigindo prova e documentos? Será que era tão evidente assim? Como além de
idoso eu era um recém-operado, acabei aceitando ser
colocado pela porta adentro. Mas confesso que furei a
fila sonhando com a massa gritando, revoltada: “esse
coroa tá furando a fila! Ele não é idoso! Manda ele lá
pro fim!” Mas que nada, nem um pio.
O silêncio de aprovação aumentava o sentimento
de que eu era ao mesmo tempo privilegiado e vítima
– do tempo. Me lembrei da manhã em que acordei
fazendo 60 anos: “Isso é uma sacanagem comigo”, me
disse, “eu não mereço.” Há poucos dias, ao revelar minha
idade, uma jovem universitária reagira assim: “Mas
ninguém lhe dá isso.” Respondi que, em matéria de
idade, o triste é que ninguém precisa dar para você ter.
De qualquer maneira, era um gentil consolo da linda
jovem. Ali na porta do Detran, nem isso, nenhuma alma
caridosa para me “dar” um pouco menos.
VENTURA, Z. Disponível em: <http://www.releituras.com/zven-tura_idoso.asp>
Acesso em: 23 de abril/2018. [Adaptado.]
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V )
e as falsas ( F ), considerando o texto.
( ) O texto é uma crônica que mescla trechos narrativos e comentários avaliativos. ( ) O texto é escrito com tom crítico e polêmico, pois denuncia o desrespeito com que o idoso é tratado no Brasil. ( ) Todos os acontecimentos mencionados no texto dizem respeito a um momento específico na vida do narrador. ( ) Trata-se de um texto subjetivo, de caráter reflexivo, construído a partir de um assunto do cotidiano. ( ) O autor coloca um toque de humor ao tratar de um acontecimento banal que, aparentemente, não teria significado relevante.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
( ) O texto é uma crônica que mescla trechos narrativos e comentários avaliativos. ( ) O texto é escrito com tom crítico e polêmico, pois denuncia o desrespeito com que o idoso é tratado no Brasil. ( ) Todos os acontecimentos mencionados no texto dizem respeito a um momento específico na vida do narrador. ( ) Trata-se de um texto subjetivo, de caráter reflexivo, construído a partir de um assunto do cotidiano. ( ) O autor coloca um toque de humor ao tratar de um acontecimento banal que, aparentemente, não teria significado relevante.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Ano: 2018
Banca:
FEPESE
Órgão:
ABEPRO
Prova:
FEPESE - 2018 - ABEPRO - Processo de Seleção - Edital 001/2018 |
Q1787491
Português
Texto associado
Um idoso na fila do Detran
“O senhor aqui é idoso”, gritava a senhora para o guarda,
no meio da confusão na porta do Detran da Avenida
Presidente Vargas, apontando com o dedo o tal “senhor”.
Como ninguém protestasse, o policial abriu o caminho
para que o velhinho enfim passasse à frente de todo
mundo para buscar a sua carteira. Olhei em volta e procurei com os olhos o velhinho, mas nada. De repente,
percebi que o “idoso” que a dama solidária queria proteger do empurra-empurra não era outro senão eu.
Até hoje não me refiz do choque, eu que já tinha
me acostumado a vários e traumáticos ritos de passagem para a maturidade: dos 40, quando em crise
se entra pela primeira vez nos “enta”; dos 50, quando,
deprimido, se sente que jamais vai se fazer outros 50
(a gente acha que pode chegar aos 80, mas aos 100?);
e dos 60, quando um eufemismo diz que a gente
entrou na “terceira idade”. Nunca passou pela minha
cabeça que houvesse uma outra passagem, um outro
marco, aos 65 anos. E, muito menos, nunca achei que
viesse a ser chamado, tão cedo, de “idoso”, ainda mais
numa fila do Detran.
Na hora, tive vontade de pedir à tal senhora que
falasse mais baixo. Na verdade, tive vontade mesmo
foi de lhe dizer: “idoso é o senhor seu pai”. O que mais
irritava era a ausência total de hesitação ou dúvida.
Como é que ela tinha tanta certeza? Que ousadia!
Quem lhe garantia que eu tinha 65 anos, se nem pediu
pra ver minha identidade? E o guarda paspalhão, por
que não criou um caso, exigindo prova e documentos? Será que era tão evidente assim? Como além de
idoso eu era um recém-operado, acabei aceitando ser
colocado pela porta adentro. Mas confesso que furei a
fila sonhando com a massa gritando, revoltada: “esse
coroa tá furando a fila! Ele não é idoso! Manda ele lá
pro fim!” Mas que nada, nem um pio.
O silêncio de aprovação aumentava o sentimento
de que eu era ao mesmo tempo privilegiado e vítima
– do tempo. Me lembrei da manhã em que acordei
fazendo 60 anos: “Isso é uma sacanagem comigo”, me
disse, “eu não mereço.” Há poucos dias, ao revelar minha
idade, uma jovem universitária reagira assim: “Mas
ninguém lhe dá isso.” Respondi que, em matéria de
idade, o triste é que ninguém precisa dar para você ter.
De qualquer maneira, era um gentil consolo da linda
jovem. Ali na porta do Detran, nem isso, nenhuma alma
caridosa para me “dar” um pouco menos.
VENTURA, Z. Disponível em: <http://www.releituras.com/zven-tura_idoso.asp>
Acesso em: 23 de abril/2018. [Adaptado.]
Assinale a alternativa correta, com base no texto.
Ano: 2018
Banca:
FEPESE
Órgão:
ABEPRO
Prova:
FEPESE - 2018 - ABEPRO - Processo de Seleção - Edital 001/2018 |
Q1787492
Português
Texto associado
Um idoso na fila do Detran
“O senhor aqui é idoso”, gritava a senhora para o guarda,
no meio da confusão na porta do Detran da Avenida
Presidente Vargas, apontando com o dedo o tal “senhor”.
Como ninguém protestasse, o policial abriu o caminho
para que o velhinho enfim passasse à frente de todo
mundo para buscar a sua carteira. Olhei em volta e procurei com os olhos o velhinho, mas nada. De repente,
percebi que o “idoso” que a dama solidária queria proteger do empurra-empurra não era outro senão eu.
Até hoje não me refiz do choque, eu que já tinha
me acostumado a vários e traumáticos ritos de passagem para a maturidade: dos 40, quando em crise
se entra pela primeira vez nos “enta”; dos 50, quando,
deprimido, se sente que jamais vai se fazer outros 50
(a gente acha que pode chegar aos 80, mas aos 100?);
e dos 60, quando um eufemismo diz que a gente
entrou na “terceira idade”. Nunca passou pela minha
cabeça que houvesse uma outra passagem, um outro
marco, aos 65 anos. E, muito menos, nunca achei que
viesse a ser chamado, tão cedo, de “idoso”, ainda mais
numa fila do Detran.
Na hora, tive vontade de pedir à tal senhora que
falasse mais baixo. Na verdade, tive vontade mesmo
foi de lhe dizer: “idoso é o senhor seu pai”. O que mais
irritava era a ausência total de hesitação ou dúvida.
Como é que ela tinha tanta certeza? Que ousadia!
Quem lhe garantia que eu tinha 65 anos, se nem pediu
pra ver minha identidade? E o guarda paspalhão, por
que não criou um caso, exigindo prova e documentos? Será que era tão evidente assim? Como além de
idoso eu era um recém-operado, acabei aceitando ser
colocado pela porta adentro. Mas confesso que furei a
fila sonhando com a massa gritando, revoltada: “esse
coroa tá furando a fila! Ele não é idoso! Manda ele lá
pro fim!” Mas que nada, nem um pio.
O silêncio de aprovação aumentava o sentimento
de que eu era ao mesmo tempo privilegiado e vítima
– do tempo. Me lembrei da manhã em que acordei
fazendo 60 anos: “Isso é uma sacanagem comigo”, me
disse, “eu não mereço.” Há poucos dias, ao revelar minha
idade, uma jovem universitária reagira assim: “Mas
ninguém lhe dá isso.” Respondi que, em matéria de
idade, o triste é que ninguém precisa dar para você ter.
De qualquer maneira, era um gentil consolo da linda
jovem. Ali na porta do Detran, nem isso, nenhuma alma
caridosa para me “dar” um pouco menos.
VENTURA, Z. Disponível em: <http://www.releituras.com/zven-tura_idoso.asp>
Acesso em: 23 de abril/2018. [Adaptado.]
Considere o trecho abaixo em seu contexto.
“O senhor aqui é idoso”, gritava a senhora para o guarda, no meio da confusão na porta do Detran da Avenida Presidente Vargas, apontando com o dedo o tal “senhor”. Como ninguém protestasse, o policial abriu o caminho para que o velhinho enfim passasse à frente de todo mundo para buscar a sua carteira. Olhei em volta e procurei com os olhos o velhinho, mas nada. De repente, percebi que o “idoso” que a dama solidária queria proteger do empurra-empurra não era outro senão eu. (1º parágrafo)
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) em relação ao trecho.
( ) As palavras “senhor” “idoso”, “velhinho” e “eu” funcionam como elementos de coesão referencial, remetendo ao mesmo referente no texto. ( ) A palavra “aqui” localiza espacialmente o indivíduo, o que é reforçado pela expressão “apontando com o dedo”. ( ) A preposição “como” estabelece uma relação semântica de causalidade no segundo período do trecho. ( ) No segundo período, “para que” introduz uma circunstância de finalidade e “para” introduz um complemento verbal indireto. ( ) No último período do trecho, o vocábulo “que”, nas duas ocorrências, funciona como pronome relativo, retomando um termo antecedente.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
“O senhor aqui é idoso”, gritava a senhora para o guarda, no meio da confusão na porta do Detran da Avenida Presidente Vargas, apontando com o dedo o tal “senhor”. Como ninguém protestasse, o policial abriu o caminho para que o velhinho enfim passasse à frente de todo mundo para buscar a sua carteira. Olhei em volta e procurei com os olhos o velhinho, mas nada. De repente, percebi que o “idoso” que a dama solidária queria proteger do empurra-empurra não era outro senão eu. (1º parágrafo)
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) em relação ao trecho.
( ) As palavras “senhor” “idoso”, “velhinho” e “eu” funcionam como elementos de coesão referencial, remetendo ao mesmo referente no texto. ( ) A palavra “aqui” localiza espacialmente o indivíduo, o que é reforçado pela expressão “apontando com o dedo”. ( ) A preposição “como” estabelece uma relação semântica de causalidade no segundo período do trecho. ( ) No segundo período, “para que” introduz uma circunstância de finalidade e “para” introduz um complemento verbal indireto. ( ) No último período do trecho, o vocábulo “que”, nas duas ocorrências, funciona como pronome relativo, retomando um termo antecedente.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Ano: 2018
Banca:
FEPESE
Órgão:
ABEPRO
Prova:
FEPESE - 2018 - ABEPRO - Processo de Seleção - Edital 001/2018 |
Q1787493
Português
Texto associado
Um idoso na fila do Detran
“O senhor aqui é idoso”, gritava a senhora para o guarda,
no meio da confusão na porta do Detran da Avenida
Presidente Vargas, apontando com o dedo o tal “senhor”.
Como ninguém protestasse, o policial abriu o caminho
para que o velhinho enfim passasse à frente de todo
mundo para buscar a sua carteira. Olhei em volta e procurei com os olhos o velhinho, mas nada. De repente,
percebi que o “idoso” que a dama solidária queria proteger do empurra-empurra não era outro senão eu.
Até hoje não me refiz do choque, eu que já tinha
me acostumado a vários e traumáticos ritos de passagem para a maturidade: dos 40, quando em crise
se entra pela primeira vez nos “enta”; dos 50, quando,
deprimido, se sente que jamais vai se fazer outros 50
(a gente acha que pode chegar aos 80, mas aos 100?);
e dos 60, quando um eufemismo diz que a gente
entrou na “terceira idade”. Nunca passou pela minha
cabeça que houvesse uma outra passagem, um outro
marco, aos 65 anos. E, muito menos, nunca achei que
viesse a ser chamado, tão cedo, de “idoso”, ainda mais
numa fila do Detran.
Na hora, tive vontade de pedir à tal senhora que
falasse mais baixo. Na verdade, tive vontade mesmo
foi de lhe dizer: “idoso é o senhor seu pai”. O que mais
irritava era a ausência total de hesitação ou dúvida.
Como é que ela tinha tanta certeza? Que ousadia!
Quem lhe garantia que eu tinha 65 anos, se nem pediu
pra ver minha identidade? E o guarda paspalhão, por
que não criou um caso, exigindo prova e documentos? Será que era tão evidente assim? Como além de
idoso eu era um recém-operado, acabei aceitando ser
colocado pela porta adentro. Mas confesso que furei a
fila sonhando com a massa gritando, revoltada: “esse
coroa tá furando a fila! Ele não é idoso! Manda ele lá
pro fim!” Mas que nada, nem um pio.
O silêncio de aprovação aumentava o sentimento
de que eu era ao mesmo tempo privilegiado e vítima
– do tempo. Me lembrei da manhã em que acordei
fazendo 60 anos: “Isso é uma sacanagem comigo”, me
disse, “eu não mereço.” Há poucos dias, ao revelar minha
idade, uma jovem universitária reagira assim: “Mas
ninguém lhe dá isso.” Respondi que, em matéria de
idade, o triste é que ninguém precisa dar para você ter.
De qualquer maneira, era um gentil consolo da linda
jovem. Ali na porta do Detran, nem isso, nenhuma alma
caridosa para me “dar” um pouco menos.
VENTURA, Z. Disponível em: <http://www.releituras.com/zven-tura_idoso.asp>
Acesso em: 23 de abril/2018. [Adaptado.]
Considere o trecho abaixo, extraído do texto.
Há poucos dias, ao revelar minha idade, uma jovem universitária reagira assim: “Mas ninguém lhe dá isso.” Respondi que, em matéria de idade, o triste é que ninguém precisa dar para você ter. De qualquer maneira, era um gentil consolo da linda jovem. Ali na porta do Detran, nem isso, nenhuma alma caridosa para me “dar” um pouco menos. (4º parágrafo)
Assinale a alternativa correta, em relação ao trecho.
Há poucos dias, ao revelar minha idade, uma jovem universitária reagira assim: “Mas ninguém lhe dá isso.” Respondi que, em matéria de idade, o triste é que ninguém precisa dar para você ter. De qualquer maneira, era um gentil consolo da linda jovem. Ali na porta do Detran, nem isso, nenhuma alma caridosa para me “dar” um pouco menos. (4º parágrafo)
Assinale a alternativa correta, em relação ao trecho.