Questões de Concurso Público Câmara Legislativa do Distrito Federal 2018 para Taquígrafo Especialista

Foram encontradas 24 questões

Q1151203 Português

Considere o texto abaixo para responder à questão. 

     O nascimento da retórica é tradicionalmente atribuído ao siciliano Córax e remonta ao século V a.C., a um período histórico caracterizado pela transição de um governo tirânico para um regime democrático. Nesse período, inúmeros conflitos judiciários foram travados por cidadãos que, despojados de seus bens pela tirania, recorriam à justiça na tentativa de reavê-los. Contudo, não se conhecia a figura do profissional da advocacia como se conhece nos dias atuais, de forma que os cidadãos que buscassem a solução de seus conflitos no judiciário deveriam providenciar por si mesmos a sustentação de suas teses. 

     Atentos a essa crescente necessidade prática de elaboração discursiva, Córax e seu discípulo Tísias, por volta de 465 a.C., lançaram o primeiro tratado metódico sobre a arte da palavra – um manual que apresentava, de forma didática, lições de como bem sustentar uma tese em juízo, com vistas a vencer qualquer demanda. Nesse momento, a retórica, entendida como a arte de persuadir, adquiria cada vez mais prestígio, pois existia a crença de que aquele que dominasse suas técnicas seria capaz de convencer qualquer pessoa de qualquer coisa.

     Da Sicília, então dominada pelos gregos, a retórica migrou para Atenas e lá encontrou terreno fértil para o desenvolvimento de seus postulados, com o florescimento da polis grega, onde as decisões políticas eram tomadas mediante ampla participação popular. 

  Considerando esse contexto em que nasceu e se desenvolveu a retórica, torna-se plenamente compreensível o realce que os pesquisadores dão a seu caráter sociocultural de instrumento de exercício da cidadania. 


(Adaptado de: PAULINELLI, Maysa de Pádua Teixeira. Retórica, argumentação e discurso em retrospectiva. Linguagem em (Dis)curso – LemD. Tubarão, SC, v. 14, n. 2, p. 391-409, maio/ago. 2014, p. 394. Disponível em: www.scielo.br
A partir da leitura do texto, conclui-se que, inicialmente, a retórica
Alternativas
Q1151204 Português

Considere o texto abaixo para responder à questão. 

     O nascimento da retórica é tradicionalmente atribuído ao siciliano Córax e remonta ao século V a.C., a um período histórico caracterizado pela transição de um governo tirânico para um regime democrático. Nesse período, inúmeros conflitos judiciários foram travados por cidadãos que, despojados de seus bens pela tirania, recorriam à justiça na tentativa de reavê-los. Contudo, não se conhecia a figura do profissional da advocacia como se conhece nos dias atuais, de forma que os cidadãos que buscassem a solução de seus conflitos no judiciário deveriam providenciar por si mesmos a sustentação de suas teses. 

     Atentos a essa crescente necessidade prática de elaboração discursiva, Córax e seu discípulo Tísias, por volta de 465 a.C., lançaram o primeiro tratado metódico sobre a arte da palavra – um manual que apresentava, de forma didática, lições de como bem sustentar uma tese em juízo, com vistas a vencer qualquer demanda. Nesse momento, a retórica, entendida como a arte de persuadir, adquiria cada vez mais prestígio, pois existia a crença de que aquele que dominasse suas técnicas seria capaz de convencer qualquer pessoa de qualquer coisa.

     Da Sicília, então dominada pelos gregos, a retórica migrou para Atenas e lá encontrou terreno fértil para o desenvolvimento de seus postulados, com o florescimento da polis grega, onde as decisões políticas eram tomadas mediante ampla participação popular. 

  Considerando esse contexto em que nasceu e se desenvolveu a retórica, torna-se plenamente compreensível o realce que os pesquisadores dão a seu caráter sociocultural de instrumento de exercício da cidadania. 


(Adaptado de: PAULINELLI, Maysa de Pádua Teixeira. Retórica, argumentação e discurso em retrospectiva. Linguagem em (Dis)curso – LemD. Tubarão, SC, v. 14, n. 2, p. 391-409, maio/ago. 2014, p. 394. Disponível em: www.scielo.br
O texto organiza-se de acordo com o raciocínio
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Q1151206 Português

Considere o texto abaixo para responder à questão. 

     O nascimento da retórica é tradicionalmente atribuído ao siciliano Córax e remonta ao século V a.C., a um período histórico caracterizado pela transição de um governo tirânico para um regime democrático. Nesse período, inúmeros conflitos judiciários foram travados por cidadãos que, despojados de seus bens pela tirania, recorriam à justiça na tentativa de reavê-los. Contudo, não se conhecia a figura do profissional da advocacia como se conhece nos dias atuais, de forma que os cidadãos que buscassem a solução de seus conflitos no judiciário deveriam providenciar por si mesmos a sustentação de suas teses. 

     Atentos a essa crescente necessidade prática de elaboração discursiva, Córax e seu discípulo Tísias, por volta de 465 a.C., lançaram o primeiro tratado metódico sobre a arte da palavra – um manual que apresentava, de forma didática, lições de como bem sustentar uma tese em juízo, com vistas a vencer qualquer demanda. Nesse momento, a retórica, entendida como a arte de persuadir, adquiria cada vez mais prestígio, pois existia a crença de que aquele que dominasse suas técnicas seria capaz de convencer qualquer pessoa de qualquer coisa.

     Da Sicília, então dominada pelos gregos, a retórica migrou para Atenas e lá encontrou terreno fértil para o desenvolvimento de seus postulados, com o florescimento da polis grega, onde as decisões políticas eram tomadas mediante ampla participação popular. 

  Considerando esse contexto em que nasceu e se desenvolveu a retórica, torna-se plenamente compreensível o realce que os pesquisadores dão a seu caráter sociocultural de instrumento de exercício da cidadania. 


(Adaptado de: PAULINELLI, Maysa de Pádua Teixeira. Retórica, argumentação e discurso em retrospectiva. Linguagem em (Dis)curso – LemD. Tubarão, SC, v. 14, n. 2, p. 391-409, maio/ago. 2014, p. 394. Disponível em: www.scielo.br
Nesse período, inúmeros conflitos judiciários foram travados por cidadãos que, despojados de seus bens pela tirania, recorriam à justiça na tentativa de reavê-los. (1o parágrafo)
Uma construção com função sintático-semântica análoga à sublinhada no período acima também está sublinhada em:
Alternativas
Q1151209 Português

Considere o texto abaixo para responder à questão.

   O advento da dominação do mercado sobre a cultura tem sido amplamente percebido pelo meio intelectual como uma expropriação. E a condenação pura e simples da cultura comercializada, conforme expresso na teoria da “cultura de massa”, dominante nas ciências sociais a partir da década de 1950 e por três décadas, foi a resposta intelectual inicial. Nessa teoria, as forças mercadológicas e os comerciantes de bens culturais com fins lucrativos eram acusados de causar a uniformização cultural, a “homogeneização” de produtos culturais distintos, e, ao fazê-lo, de promover um novo tipo de cultura “fácil”, insípida e sem rosto, sobretudo em detrimento da qualidade, da “alta cultura” e da criatividade cultural em geral. 

   Essa homogeneização, cuja perspectiva deixou os intelectuais tão alarmados cerca de sessenta anos atrás, não ocorreu. Pelo contrário, o mercado cultural parece prosperar na diversidade cultural e pela rápida sucessão de modas culturais. A cena cultural como conjunto de forças de mercado é mais uma reminiscência, um redemoinho de produtos e padrões variados, muitas vezes opostos entre si, que uma uniformidade neutralizante e padronizadora. Foi essa ausência de padrões privilegiados, e não a maçante monotonia “fácil”, que se provou o mais sério desafio ao papel dos intelectuais ortodoxos e sua autoridade inquestionável no que diz respeito a questões de gosto e escolha cultural e ética. A escolha foi privatizada, convertida em atributo da liberdade individual e de construção da identidade.

   A promoção de qualquer padrão cultural particular como essencialmente “melhor que”, ou de alguma maneira “superior a”, outras opções disponíveis ou concebíveis tem sido amplamente castigada e desdenhosamente rejeitada como um ato de opressão. Numa reviravolta inesperada, praticamente invertendo as respostas originais dos intelectuais, o mercado tem sido promovido ao posto de principal esteio da liberdade. A fundação moderna do poder coletivo dos intelectuais foi corroída: restou pouquíssima demanda pelas competências de que eles se orgulharam por toda a história moderna – de legisladores éticos e culturais, de projetistas e guardiões dos padrões culturais adequados.

   Hoje os intelectuais têm pouco a oferecer à vida privada da “maioria satisfeita” dos países ricos, a menos que eles se fundam à “cena cultural” comercializada, oferecendo suas ideias como mais uma mercadoria no superlotado hipermercado de kits de identidade para montar. Eles certamente perderam seu papel como legisladores culturais, esperando, na melhor das hipóteses, tornar indispensável sua nova função como intérpretes culturais – tradutores no contínuo intercâmbio entre diversos estilos culturais autônomos, mas equivalentes.

(Adaptado de: BAUMAN, Zygmunt. Vidas em fragmentos: sobre a ética pós-moderna. Trad. Alexandre Werneck. Rio de Janeiro, Zahar, 2011, p. 184-5) 

A tese em torno da qual o autor estrutura sua argumentação está expressa no seguinte período:
Alternativas
Q1151210 Português

Considere o texto abaixo para responder à questão.

   O advento da dominação do mercado sobre a cultura tem sido amplamente percebido pelo meio intelectual como uma expropriação. E a condenação pura e simples da cultura comercializada, conforme expresso na teoria da “cultura de massa”, dominante nas ciências sociais a partir da década de 1950 e por três décadas, foi a resposta intelectual inicial. Nessa teoria, as forças mercadológicas e os comerciantes de bens culturais com fins lucrativos eram acusados de causar a uniformização cultural, a “homogeneização” de produtos culturais distintos, e, ao fazê-lo, de promover um novo tipo de cultura “fácil”, insípida e sem rosto, sobretudo em detrimento da qualidade, da “alta cultura” e da criatividade cultural em geral. 

   Essa homogeneização, cuja perspectiva deixou os intelectuais tão alarmados cerca de sessenta anos atrás, não ocorreu. Pelo contrário, o mercado cultural parece prosperar na diversidade cultural e pela rápida sucessão de modas culturais. A cena cultural como conjunto de forças de mercado é mais uma reminiscência, um redemoinho de produtos e padrões variados, muitas vezes opostos entre si, que uma uniformidade neutralizante e padronizadora. Foi essa ausência de padrões privilegiados, e não a maçante monotonia “fácil”, que se provou o mais sério desafio ao papel dos intelectuais ortodoxos e sua autoridade inquestionável no que diz respeito a questões de gosto e escolha cultural e ética. A escolha foi privatizada, convertida em atributo da liberdade individual e de construção da identidade.

   A promoção de qualquer padrão cultural particular como essencialmente “melhor que”, ou de alguma maneira “superior a”, outras opções disponíveis ou concebíveis tem sido amplamente castigada e desdenhosamente rejeitada como um ato de opressão. Numa reviravolta inesperada, praticamente invertendo as respostas originais dos intelectuais, o mercado tem sido promovido ao posto de principal esteio da liberdade. A fundação moderna do poder coletivo dos intelectuais foi corroída: restou pouquíssima demanda pelas competências de que eles se orgulharam por toda a história moderna – de legisladores éticos e culturais, de projetistas e guardiões dos padrões culturais adequados.

   Hoje os intelectuais têm pouco a oferecer à vida privada da “maioria satisfeita” dos países ricos, a menos que eles se fundam à “cena cultural” comercializada, oferecendo suas ideias como mais uma mercadoria no superlotado hipermercado de kits de identidade para montar. Eles certamente perderam seu papel como legisladores culturais, esperando, na melhor das hipóteses, tornar indispensável sua nova função como intérpretes culturais – tradutores no contínuo intercâmbio entre diversos estilos culturais autônomos, mas equivalentes.

(Adaptado de: BAUMAN, Zygmunt. Vidas em fragmentos: sobre a ética pós-moderna. Trad. Alexandre Werneck. Rio de Janeiro, Zahar, 2011, p. 184-5) 

De acordo com o que se afirma no texto,
Alternativas
Respostas
16: B
17: B
18: C
19: E
20: A