Questões de Concurso Público SEDU-ES 2016 para Professor - Língua Portuguesa

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Q635964 Literatura

Lembro-me de que em 1891 formou-se um grupo de rapazes em torno da Folha Popular. Foi aí que os novos, tomando por insígnia um fauno, tentaram as suas primeiras exibições. A esse grupo prendiam-se por motivo de conveniência e por aproximação de idade Bernardino Lopes (B. Lopes), Perneta (Emiliano, que era o secretário da redação), Oscar Rosas e Cruz e Sousa. Tais rapazes, principalmente o primeiro, não eram desconhecidos.

(Adaptado de: ARARIPE JÚNIOR, T. A. Literatura Brasileira − Movimento de 1893 − O crepúsculo dos povos. In: MURICY, A. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1952)

O relato refere-se ao início do movimento

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Q635965 Literatura

                Aos principais da Bahia chamados os Caramurus

                             Há coisa como ver um Paiaiá1

                             Mui prezado de ser Caramuru,

                             Descendente do sangue tatu,

                             Cujo torpe idioma é Cobepá2?


                             A linha feminina é Carimá3

                             Muqueca, pititinga4, caruru,

                             Mingau de puba, vinho de caju

                             Pisado num pilão de Pirajá.


                             A masculina é um Aricobé5,

                            Cuja filha Cobé6, c’um branco Pai

                            Dormiu no promontório de Passé.


                            O branco é um Marau que veio aqui:

                            Ela é uma índia de Maré;

                            Cobepá, Aricobé, Cobé, Pai.


(MATOS, Gregório. Poemas escolhidos. Seleção, introdução e notas de José Miguel Wisnik. São Paulo: Cultrix, 1976, p. 100) 


Vocabulário:

1 Paiaiá − Pajé.

2 Cobepá − dialeto da tribo cobé, que habitava as cercanias da cidade.

3 Carimá − bolo feito de mandioca-puba, posta de molho, utilizada para mingau.

4 Pititinga − espécie de peixes pequeninos.

5 Aricobé − cobé (nome de uma tribo de índios progenitores do Paiaiá, a que se refere o poeta).

6 Cobé − palavra que Gregório empregava para designar os descendentes dos indígenas, pois no seu tempo o termo tupi não estava generalizado.

(Referência do vocabulário: SANTOS, Luzia Aparecida Oliva dos. O percurso da indianidade na literatura brasileira: matizes da figuração. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009, p. 303) 

Considere o soneto para analisar as afirmativas abaixo.

I. O soneto possui características marcantes no uso dos termos da língua indígena: de um lado, a inserção do léxico tupi metaforiza uma linha constitutiva da cultura brasileira resgatando a presença do índio; de outro, o eixo alto versus baixo, que desmascara a figura do caramuru, mestiço.

II. O soneto obedece ao molde europeu no tocante à forma, mas amplia sua configuração ao inserir o universo linguístico pertencente ao nativo. Com esse recurso, o efeito do poema tira as amarras da seriedade para estabelecer o vinco principal da satírica gregoriana no que lhe compete a agressão às instituições e seus representantes pelo viés lúdico, trocando a convenção pela contestação.

III. As expressões “Descendente do sangue tatu (v.3)” e “Cujo torpe idioma é cobepá? (v.4)” assumem a duplicidade de função em seu significado por estarem indissoluvelmente ligadas aos elementos caracterizadores de ambas as culturas: o fidalgo possui “sangue de tatu” e seu idioma é “torpe”, “cobepá”.

IV. O último verso revela que a verdadeira origem dos principais da Bahia está na nobreza de sangue azul dos europeus. Como se pode notar, o nome Paiaiá, representante nato do sangue indígena, não é colocado entre os que nomeiam simbolicamente os descendentes.

Está correto o que se afirma APENAS em

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Q635966 Literatura

A denominação de Modernismo abrange, em nossa literatura, três fatos intimamente ligados: um movimento, uma estética e um período. O movimento surgiu em São Paulo com a famosa Semana de Arte Moderna, em 1922, e se ramificou depois pelo País, tendo como finalidade principal superar a literatura vigente, formada pelos restos do Naturalismo, Parnasianismo e do Simbolismo. Correspondeu a ele uma teoria estética, nem sempre claramente delineada, e muito menos unificada, mas que visava, sobretudo, a orientar e definir uma renovação, formulando em novos termos o conceito de literatura e escritor. Estes fatos tiveram seu momento mais dinâmico e agressivo até mais ou menos 1930, abrindo-se a partir daí uma nova etapa de maturação, cujo término se tem localizado cada vez mais no ano de 1945. Convém, portanto, considerar como encerrada nesse ano a fase dinâmica do Modernismo.

(CANDIDO, Antonio; CASTELLO, José Aderaldo. Presença da literatura brasileira: Modernismo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997, p. 9)

Das afirmações abaixo, indique a que tem por tópico principal a apresentação da fase inicial do Modernismo relacionada ao seu período histórico.

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Q635967 Literatura

                                    Canção do Suicida

                       NÃO ME MATAREI, meus amigos.

                       Não o farei, possivelmente.

                       Mas que tenho vontade, tenho.

                       Tenho, e, muito curiosamente,

                     

                       Com um tiro. Um tiro no ouvido,

                       Vingança contra a condição

                       Humana, ai de nós! sobre-humana

                       De ser dotado de razão.

                            (BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro:

                                                                          Editora Nova Aguilar: 1993, p. 336) 

A análise adequada para o poema de Bandeira é: 

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Q635968 Literatura

A fase Pré-Modernista passa a ser tomada como marginal ou subsidiária à estética passadista ou ao próprio Modernismo. Consequentemente, as obras que lhe remetiam pertencimento cronológico, dentre elas Canaã, eram tomadas pelo sincretismo das escolas Realismo, Naturalismo, Simbolismo, mas também pela aproximação temática ao Modernismo.

(Adaptado de: ARAÚJO, Bárbara Del Rio. O registro de estilo em Canaã: uma reflexão sobre a historiografia e o rótulo Pré- modernista. In: Entretextos, Londrina, v.14, n.1, p. 240-257, jan./jun.2014)

O contraditório de classificação de Canaã, de Graça Aranha, é reiterado em:

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Respostas
1: B
2: D
3: A
4: E
5: B