Questões de Concurso Público Colégio Pedro II 2022 para Professor - Filosofia

Foram encontradas 25 questões

Q2028503 Filosofia

Quanto mais o espírito se esclarecia, mais a indústria se aperfeiçoava. [...] Essa foi a época de uma primeira revolução, que consolidou o estabelecimento e a distinção das famílias e que introduziu uma espécie de propriedade, a qual já deu margem a muitas querelas e conflitos. [...] a partir do momento em que um homem precisou do socorro de um outro, desde que se percebeu que era útil a um único homem ter provisões para dois, a igualdade desapareceu, a propriedade se introduziu, o trabalho se tornou necessário e as vastas florestas viraram campos risonhos que era preciso regar com o suor dos homens, e nos quais logo se viu a escravidão e a miséria germinar e crescer junto com as colheitas. (ROUSSEAU, 2011, p. 96)


A produção de ideias, de concepções, de consciência é, a princípio, diretamente entrelaçada com a atividade material e o intercâmbio material dos homens, a linguagem da vida real. Conceber, pensar, os intercâmbios mentais dos homens, nesse ponto, aparece como a emanação direta de seus comportamentos materiais. O mesmo se aplica à produção mental, como se expressa na linguagem da política, das leis, da moralidade, da religião e da metafísica de um povo. (MARX; ENGELS, 2011, p. 137)


ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a desigualdade. In: MARCONDES, D. (Org.).

Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2011.


MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. In: MARCONDES, D. (Org.).

Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2011.



Assinale a alternativa que apresenta, de acordo com os fragmentos de texto, os fundamentos das ideias de Rousseau e de Marx e Engels

Alternativas
Q2028504 Filosofia

O que seria mais monstruoso do que afirmar que as coisas se tornariam melhores ao perderem todo o Bem? Por isso, se privadas de todo o Bem, deixariam totalmente de existir. Portanto, enquanto existem, são boas. Portanto, todas as coisas que existem são boas, e o Mal que eu procurava não é uma substância, pois se fosse substância seria um bem. Na verdade, ou seria uma substância incorruptível e então seria um grande bem, ou seria corruptível e, neste caso, a menos que fosse boa, não poderia se corromper. Percebi, portanto, e isto pareceu-me evidente, que criastes todas as coisas boas e não existe nenhuma substância que Vós não criastes.

Tu poderias me perguntar então: se a vontade afasta-se do Bem imutável em direção a um Bem mutável, de onde provém esse impulso de mudar? É claro que essa mudança é má, mesmo que o livre-arbítrio, sem o qual não se pode viver, deva ser incluído entre aquilo que é bom. (AGOSTINHO, 2011, p. 63)


AGOSTINHO. Confissões. In: MARCONDES, D. (Org.).

Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2011.


Com base na leitura desse fragmento de texto, para Agostinho, 

Alternativas
Q2028505 Filosofia

A reprodutibilidade técnica da obra de arte modifica a relação das massas para com a arte. [...] O comportamento progressista se caracteriza pelo fato de que o prazer em ver e vivenciar entra em ligação imediata e interna com a postura do especialista. Tal ligação é um indício social importante. Pois quanto mais o significado social de uma arte diminui, tanto mais se separam, no público, a postura crítica da fruidora – o que se comprova claramente na pintura. O convencional é fruído acriticamente, e o verdadeiramente novo é criticado com aversão. Porém, isso não ocorre no cinema. O elemento determinante para esse fato é que em nenhum lugar mais do que no cinema as reações do indivíduo – cuja suma constitui a reação em massa do público – se mostram como condicionadas desde o começo pela sua massificação iminente. (BENJAMIN, 2012, p. 309)


BENJAMIM, W. A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica. In: DUARTE, R. (Org.).

O belo autônomo: textos clássicos de estética. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.


De acordo com o texto, é correto afirmar que a reprodutibilidade técnica  

Alternativas
Q2028506 Filosofia

Fiquei sem respiração. Nunca, antes desses últimos dias, tinha pressentido o que queria dizer “existir”. Era como os outros, como os que passeiam à beira-mar com suas roupas de primavera. Dizia como eles: o mar é verde; aquele ponto branco lá no alto é uma gaivota, mas eu não sentia que aquilo existisse, que a gaivota fosse uma “gaivota existente”; comumente a existência se esconde. Está presente, à nossa volta, em nós, ela somos nós, não podemos dizer duas palavras sem mencioná-la, e afinal não a tocamos. [...] Se me tivessem perguntado o que era a existência, teria respondido de boa-fé que não era nada, apenas uma forma vazia que vinha se juntar às coisas exteriormente, sem modificar em nada sua natureza. E depois foi isto: de repente, ali estava, claro como o dia: a existência subitamente se revelara. Perdera seu aspecto inofensivo de categoria abstrata: era a própria massa das coisas, aquela raiz estava sovada em existência. Ou antes, a raiz, as grades do jardim, o banco, a relva rala do gramado, tudo se desvanecera; a diversidade das coisas, sua individualidade, eram apenas uma aparência, um verniz. Esse verniz se dissolvera, restavam massas monstruosas e moles, em desordem - nuas, de uma nudez apavorante e obscena. (SARTRE, 2007, p. 163)

SARTRE, J.-P. A náusea. In: MARCONDES, D. (Org.).

Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.


Com base no trecho citado, ao experimentar a náusea, o filósofo compreende que a  

Alternativas
Q2028507 Filosofia

O que o Antropoceno põe em cheque, justamente, é a própria noção de anthropos, de um sujeito universal (espécie, mas também classe ou multidão) capaz de agir como um só povo. A situação propriamente etnopolítica do “humano” como multiplicidade intensiva e extensiva de povos deve ser reconhecida como implicada diretamente na crise do Antropoceno. Se não existe um interesse universal humano positivo, é porque existe uma diversidade de alinhamentos políticos dos diversos povos ou “culturas” mundiais com muitos outros actantes e povos não humanos (formando o que Latour chama de “coletivos”) contra os autointitulados porta-vozes do Universal. (DANOWSKI; CASTRO, 2014, p. 121, grifos dos autores)


DANOWSKI, D.; CASTRO, E. V. Humanos e terranos na terra de Gaia.

In: Há mundo por vir? - ensaio sobre os medos e os fins. Florianópolis: Cultura e Barbárie, 2014.


De acordo com o texto, 

Alternativas
Respostas
16: B
17: C
18: A
19: D
20: A