Questões de Concurso Público Prefeitura de Camaçari - BA 2024 para Professor - Disciplina: Língua Portuguesa

Foram encontradas 41 questões

Q2364046 Literatura
Além de escrever crônicas para os jornais, Machado de Assis redigiu romances, contos, poesias e crítica literária. Considerando a obra e o estilo próprio desse autor, assinale a opção correta. 
Alternativas
Q2364047 Português

Texto 42A2-II



Cunhantã 



Vinha do Pará.


Chamava Siquê.


Quatro anos. Escurinha. O riso gutural da raça.


Piá branca nenhuma corria mais do que ela. 



Tinha uma cicatriz no meio da testa:


― Que foi isto, Siquê?


Com voz de detrás da garganta, a boquinha tuíra:


― Minha mãe (a madrasta) estava costurando


Disse vai ver se tem fogo


Eu soprei eu soprei eu soprei não vi fogo


Aí ela se levantou e esfregou com minha cabeça na brasa 


Riu, riu, riu 



Uêrêquitáua.


O ventilador era a coisa que roda.


Quando se machucava, dizia: Ai Zizus!


Manuel Bandeira. Libertinagem. In: Manuel Bandeira: poesia completa e prosa.


Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1990, p. 216.



Vocabulário:


cunhantã – (tupi-guarani) menina, moça.


piá – menino(a) mestiço(a) de indígena com branco.


tuíra – de cor indefinida, preto desbotado, pardo. 

Assinale a opção correta em relação ao texto 42A2-II. 
Alternativas
Q2364048 Português

Texto 42A2-II



Cunhantã 



Vinha do Pará.


Chamava Siquê.


Quatro anos. Escurinha. O riso gutural da raça.


Piá branca nenhuma corria mais do que ela. 



Tinha uma cicatriz no meio da testa:


― Que foi isto, Siquê?


Com voz de detrás da garganta, a boquinha tuíra:


― Minha mãe (a madrasta) estava costurando


Disse vai ver se tem fogo


Eu soprei eu soprei eu soprei não vi fogo


Aí ela se levantou e esfregou com minha cabeça na brasa 


Riu, riu, riu 



Uêrêquitáua.


O ventilador era a coisa que roda.


Quando se machucava, dizia: Ai Zizus!


Manuel Bandeira. Libertinagem. In: Manuel Bandeira: poesia completa e prosa.


Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1990, p. 216.



Vocabulário:


cunhantã – (tupi-guarani) menina, moça.


piá – menino(a) mestiço(a) de indígena com branco.


tuíra – de cor indefinida, preto desbotado, pardo. 

Tendo em vista que os poetas do Modernismo brasileiro se encarregaram da desconstrução dos mitos do passado para a construção de um nacionalismo crítico, com uma visão consciente e aprofundada da realidade na poesia brasileira, assinale a opção correta relativamente à representação literária do indígena no texto 42A2-II. 
Alternativas
Q2364049 Português

Texto 42A2-III   



       Sou só um sertanejo, nessas altas ideias navego mal. Sou muito pobre coitado. Inveja minha pura é de uns conforme o senhor, com toda leitura e suma doutoração. Não é que eu esteja analfabeto. Soletrei, anos e meio, meante cartilha, memória e palmatória. Tive mestre, Mestre Lucas, no Curralinho, decorei gramática, as operações, regra de três, até geografia e estudo pátrio. Em folhas grandes de papel, com capricho tracei bonitos mapas. Ah, não é por falar: mas, desde o começo, me achavam sofismado de ladino. E que eu merecia de ir para cursar latim, em Aula Régia – que também diziam. Tempo saudoso! Inda hoje, apreceio um bom livro, despaçado. Na fazenda O Limãozinho, de um meu amigo Vito Soziano, se assina desse almanaque grosso, de logogrifos e charadas e outras divididas matérias, todo ano vem. Em tanto, ponho primazia é na leitura proveitosa, vida de santo, virtudes e exemplos – missionário esperto engambelando os índios, ou São Francisco de Assis, Santo Antônio, São Geraldo... Eu gosto muito de moral. Raciocinar, exortar os outros para o bom caminho, aconselhar a justo. Minha mulher, que o senhor sabe, zela por mim: muito reza. Ela é uma abençoável. Compadre meu Quelemém sempre diz que eu posso aquietar meu temer de consciência, que sendo bem-assistido, terríveis bons-espíritos me protegem. Ipe! Com gosto... Como é de são efeito, ajudo com meu querer acreditar. Mas nem sempre posso. O senhor saiba: eu toda a minha vida pensei por mim, forro, sou nascido diferente. Eu sou é eu mesmo. Diverjo de todo o mundo... quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.



Guimarães Rosa. Grande sertãoveredas., InJoão Guimarães Rosa / Ficção completavol. II


Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 12-4

Acerca do romance de que se extraiu o texto 42A2-III, no qual os acontecimentos são apresentados a partir da perspectiva do sertanejo Riobaldo, e da obra de Guimarães Rosa, assinale a opção correta. 
Alternativas
Q2364050 Português

Texto 42A2-III   



       Sou só um sertanejo, nessas altas ideias navego mal. Sou muito pobre coitado. Inveja minha pura é de uns conforme o senhor, com toda leitura e suma doutoração. Não é que eu esteja analfabeto. Soletrei, anos e meio, meante cartilha, memória e palmatória. Tive mestre, Mestre Lucas, no Curralinho, decorei gramática, as operações, regra de três, até geografia e estudo pátrio. Em folhas grandes de papel, com capricho tracei bonitos mapas. Ah, não é por falar: mas, desde o começo, me achavam sofismado de ladino. E que eu merecia de ir para cursar latim, em Aula Régia – que também diziam. Tempo saudoso! Inda hoje, apreceio um bom livro, despaçado. Na fazenda O Limãozinho, de um meu amigo Vito Soziano, se assina desse almanaque grosso, de logogrifos e charadas e outras divididas matérias, todo ano vem. Em tanto, ponho primazia é na leitura proveitosa, vida de santo, virtudes e exemplos – missionário esperto engambelando os índios, ou São Francisco de Assis, Santo Antônio, São Geraldo... Eu gosto muito de moral. Raciocinar, exortar os outros para o bom caminho, aconselhar a justo. Minha mulher, que o senhor sabe, zela por mim: muito reza. Ela é uma abençoável. Compadre meu Quelemém sempre diz que eu posso aquietar meu temer de consciência, que sendo bem-assistido, terríveis bons-espíritos me protegem. Ipe! Com gosto... Como é de são efeito, ajudo com meu querer acreditar. Mas nem sempre posso. O senhor saiba: eu toda a minha vida pensei por mim, forro, sou nascido diferente. Eu sou é eu mesmo. Diverjo de todo o mundo... quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.



Guimarães Rosa. Grande sertãoveredas., InJoão Guimarães Rosa / Ficção completavol. II


Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 12-4

Na terceira fase do Modernismo brasileiro, Guimarães Rosa apontou novos rumos para a literatura brasileira, por meio de uma perspectiva renovada para o regionalismo. Considerando a leitura do texto 42A2-III e aspectos da literatura brasileira, assinale a opção correta a respeito dessa perspectiva. 
Alternativas
Respostas
36: C
37: A
38: A
39: E
40: B