Questões de Concurso Público IBGE 2010 para Analista de Planejamento - Historia

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Q543538 História
Em Raízes do Brasil, texto publicado em 1936, Sérgio Buarque de Holanda analisa experiências da colonização ibérica na América, realizando, em determinados capítulos, comparações entre valores e práticas que nortearam as iniciativas de conquistadores portugueses e espanhóis. Dentre essas comparações, destaca-se o uso dos conceitos de ladrilhador e semeador por meio dos quais diferenciou-se a(o)
Alternativas
Q543539 História
A história faz-se, sem dúvida, com documentos escritos, quando eles existem e, até mesmo, na sua falta, ela pode e deve fazer-se. A partir de tudo aquilo de que a engenhosidade do historiador pode lançar mão para fabricar o seu mel, na falta de flores usuais. Portanto, a partir de palavras e sinais; de paisagens e pedaços de argila; das formas de campos e de ervas daninhas; dos eclipses de lua e das coleiras de parelha; da perícia de pedras feita por geólogos e da análise de espadas metálicas por químicos. Em suma, a partir de tudo o que, pertencente ao homem, depende e está a serviço do homem, exprime o homem, significa a presença, a atividade, as preferências e as maneiras de ser do homem.
Uma grande parte – e, sem dúvida, a mais apaixonante – de nosso trabalho de historiador não consistirá no esforço constante para que as coisas silenciosas se tornem expressivas, levá-las a exprimir o que elas são incapazes de dizer por si mesmas a respeito dos homens e das sociedades que as produziram, e, finalmente, para constituir entre elas essa ampla rede de solidariedade e ajuda mútua que supre a falta do documento escrito?

Lucien Febvre [1953] Apud PROST, Antoine. Doze lições sobre a história
Belo Horizonte: Autêntica, 2008, p.77.
Para Lucien Febvre, a parte mais apaixonante do ofício de historiador é fazer com que coisas silenciosas se tornem expressivas. Para que isso seja possível, de acordo com o texto citado, é preciso:
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Q543540 História
Macduff – (...) Ó nação miserável, governada por um tirano sem direito ao trono, tirano que carrega na mão um cetro coberto de sangue, quando tu verás tuas áureas épocas novamente? Quando o herdeiro legítimo de teu trono por interdição por ele mesmo decretada, apresenta-se como um condenado e atira blasfêmias contra sua própria estirpe? – Seu Augusto Pai, senhor, foi um santo Rei. A Rainha que o trouxe a este mundo, mulher que vivia mais de joelhos que de pé, para livrar-se das tentações, rezava todos os dias de sua vida. Adeus! (...)
Malcolm – Macduff, essa sua nobre emoção, filha da integridade, lavou de minha alma os sombrios escrúpulos, reconciliou
os meus pensamentos com a sua saudável lealdade e sua honra. O diabólico Macbeth, por muitos desses ardis, tem buscado colocar-me sob seu jugo. É um raciocínio cauteloso, o que me impede de confiar nos outros cedo demais. Mas Deus, lá de cima, faz a intermediação entre mim e sua pessoa. (...)

SHAKESPEARE, William. Macbeth. Porto Alegre: L&PM Editores, 2000, p.103.

Considerando o texto acima, no contexto histórico do Renascimento europeu, analise as afirmativas a seguir.

I – O Estado moderno já ganhava contornos definidos naquele período, especialmente na Europa Ocidental, cujos territórios encontravam-se, em larga medida, submetidos ao controle de casas dinásticas.

II – Um sentimento nacionalista começava a se difundir entre a população europeia, abrangendo grupos sociais diversos, como a nobreza e o campesinato, em prol do fortalecimento do poder real.

III – Cada personagem do diálogo transcrito representava um conjunto diverso de representações mentais, sendo Malcolm a expressão de um homem cujas visões de mundo eram essencialmente medievais.

IV – Aspectos, que a princípio poderiam ser considerados como contraditórios, conviviam de maneira harmoniosa, como a valorização da capacidade de raciocínio do homem e sua religiosidade intensa.
São corretas APENAS as afirmativas:
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Q543541 História
A história da Companhia de Jesus no Brasil é a história de uma missão. E para que exista missão é preciso que haja uma série de noções que produzam uma significação peculiar do termo no século XVI – e no século XVI ibérico, especialmente.
O pressuposto básico da missão é o de que a cristandade tem uma dimensão social que deve ser cumprida. A missão é um tipo de abertura significativa que representa a reafirmação de uma vontade de inserção da Igreja em laços diferentes, maiores, profanos, sociais. (...) A consciência moral cristã passa a assumir o risco de se lançar fora de si, em um certo sentido de se dessacralizar em nome de uma ampliação – ou de uma reafirmação – do universo de Cristo.

NEVES, Luiz Felipe Baeta. O combate dos soldados de Cristo na terra dos papagaios. Colonialismo e repressão cultural. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1978, pp. 25-27. (Adaptado).
Dentre as ações da Companhia de Jesus na colonização da América portuguesa, entre os séculos XVI e XVIII, a que correspondeu ao sentido de missão, de acordo com o texto, esteve relacionada à:
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Q543542 História
(...) O que constitui uma região no espaço colonial? A região só ganha significação quando percebida à luz de um sistema de relações sociais que articula tanto os elementos que lhe são internos quanto externos. A região, assim, como uma construção que se efetua a partir da vida social dos homens, dos processos adaptativos e associativos que vivem, além das formas de consciência social que lhes correspondem. A região colonial como espaço vivo, em movimento, expressando a dominação exercida pelo colonizador sobre um território, mas, sobretudo, uma dominação sobre os demais agentes participantes da aventura colonizadora. (...) Ela recupera por meio da ação do colonizador seu primitivo valor: “regere”, comandar. Não por outra razão, a contestação de uma dominação deve ganhar também o conteúdo de contestação da organização espacial que a possibilita: à região colonial contrapõe-se assim o quilombo negro.

MATTOS, Ilmar Rohloff de. O Tempo Saquarema. A formação do Estado Imperial. 5ª ed. São Paulo: HUCITEC, 2004: 35-37. (Adaptado)
De acordo com o texto, os quilombos constituídos ao longo do processo de colonização na América portuguesa teriam significado a(o).
Alternativas
Respostas
31: B
32: D
33: B
34: A
35: D