Questões de Português - Termos integrantes da oração: Objeto direto, Objeto indireto, Complemento nominal, Agente da Passiva para Concurso
Foram encontradas 2.003 questões
Atenção: As questões de números 1 a 10 baseiam-se no texto abaixo.
"Nenhum homem é uma ilha", escreveu o inglês John Donne em 1624, frase que atravessaria os séculos como um dos lugares-comuns mais citados de todos os tempos. Todo lugar- comum, porém, tem um alicerce na realidade ou nos sentimentos humanos – e esse não é exceção. Durante toda a história da espécie, a biologia e a cultura conspiraram juntas para que a vida humana adquirisse exatamente esse contorno, o de um continente, um relevo que se espraia, abraça e se interliga.
A vida moderna, porém, alterou-o de maneira drástica. Em certos aspectos partiu o continente humano em um arquipélago tão fragmentado que uma pessoa pode se sentir totalmente separada das demais. Vencer tal distância e se reunir aos outros, entretanto, é um dos nossos instintos básicos. E é a ele que atende um setor do mercado editorial que cresce a passos largos: o da autoajuda e, em particular, de uma autoajuda que se pode descrever como espiritual. Não porque tenha necessariamente tonalidades religiosas (embora elas, às vezes, sejam nítidas), mas porque se dirige àquelas questões de alma que sempre atormentam os homens. Como a perda de uma pessoa querida, a rejeição ou o abandono, a dificuldade de conviver com os próprios defeitos e os alheios, o medo da velhice e da morte, conflitos com os pais e os filhos, a frustração com as aspirações que não se realizaram, a perplexidade diante do fim e a dúvida sobre o propósito da existência. Questões que, como séculos de filosofia já explicitaram, nem sempre têm solução clara – mas que são suportáveis quando se tem com quem dividir seu peso, e esmagadoras quando se está só.
As mudanças que conduziram a isso não são poucas nem sutis: na sua segunda metade, em particular, o século XX foi pródigo em abalos de natureza social que reconfiguraram o modo como vivemos. O campo, com suas relações próximas, foi trocado em massa pelas cidades, onde vigora o anonimato. As mulheres saíram de casa para o trabalho, e a instituição da "comadre" virtualmente desapareceu. Desmanchou-se também a ligação quase compulsória que se tinha com a religião, as famílias encolheram drasticamente não só em número de filhos mas também em sua extensão. A vida profissional se tornou terrivelmente competitiva, o que acrescenta ansiedade e reduz as chances de fazer amizades verdadeiras no local de trabalho. Também o celular e o computador fazem sua parte, aumentando o número de contatos de que se desfruta, mas reduzindo sua profundidade e qualidade.
Perdeu-se aquela vasta rede de segurança que, é certo, originava fofoca e intromissão, mas também implicava conselhos e experiência, valores sólidos e afeição desprendida, que não aumenta nem diminui em função do sucesso ou da beleza. Essa é a lacuna da vida moderna que a autoajuda vem se propondo a preencher: esse sentido de desconexão que faz com que em certas ocasiões cada um se sinta como uma ilha desgarrada do continente e sem meios de se reunir novamente a ele.
(Isabela Boscov e Silvia Rogar. Veja, 2 de dezembro de 2009, pp. 141–143, com adaptações)
Todo lugar-comum, porém, tem um alicerce na realidade ou nos sentimentos humanos ... (1o parágrafo)
A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é:
O texto abaixo servirá de base para as questões de 01 a 20.
O pior cego
AO DELEGADO, o assaltante contou que estava apenas começando na carreira do
crime. E começando mal, tinha de reconhecer. Fracassara em sua primeira tentativa de
3 assalto e agora estava ali, na delegacia, prestes a curtir uma temporada na prisão. Mas
alguma coisa aprendera com o insucesso. Na verdade, duas coisas.
A primeira delas: facilidades são enganosas. Vendo o cego, achara que ali estava a
6 vítima ideal: um homem que caminhava com dificuldade, tateando o chão com sua
bengala. E que levava um celular preso à cintura, pedindo para ser arrebatado. Agora:
como poderia ele imaginar que um cego, e ainda por cima franzino, teria tamanha força
9 nos braços? E fora exatamente isso que acontecera: o cego o prendera num abraço
poderoso, que nada tinha de afetivo: queria apenas imobilizá-lo até que chegasse a
polícia.
12 Segunda coisa: fora um erro colocar o celular na cueca. Aliás, isso ele já deveria
saber, depois daquela experiência dos caras presos com um monte de dólares nas
cuecas. Um incidente que divertira todo o país e que poderia lhe ter servido de
15 advertência.
Esses erros ele não mais cometeria. Daí por diante, na senda do crime, manteria os
olhos bem abertos. Como dizia um vizinho seu, o pior cego é aquele que não quer ver. E o
18 vizinho seguramente sabia do que estava falando. Porque era cego e nunca fora
assaltado.
SCLIAR, Moacyr. Folha de São Paulo. Cotidiano. São Paulo, 07 de abril de 2008. Disponível em: <www.folhadesaopaulo.com.br>. Acesso em: 02 maio 2008.
Em “[...] o cego o prendera num abraço poderoso [...]” (linha 9), o termo sublinhado exerce a função sintática de
Para responder às questões de 6 a 8, leia a tirinha abaixo.
(Disponível em pimentocor-de-roso.blogspot.com.br/)
Considerando que o verbo "desobedecer", em termos de regência, pede complemento indireto, analise as afirmações.
I. O verbo "desobedecer" foi utilizado de maneira incorreta nos quadrinhos, em relação à Norma Culta da Língua Portuguesa.
II. O verbo "desobedecer" tem como antônimo outro verbo, que é equivalente a ele, porém sem o prefixo des-.
III. A utilização do verbo "desobedecer" nos quadrinhos só seria correta caso aparecesse a forma "desobedeça-o".
Pode-se afirmar que: