Questões Militares Para letras

Foram encontradas 18.977 questões

Resolva questões gratuitamente!

Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!

Q2354380 Português

Texto 1A1


        Nos anos 70, quando eu estudava na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), um dos poemas mais lidos e comentados por estudantes e professores era Fábula de um arquiteto, de João Cabral de Melo Neto: “O arquiteto: o que abre para o homem / (tudo se sanearia desde casas abertas) / portas por-onde, jamais portas-contra; / por onde, livres: ar luz razão certa.”.

        Esses versos pareciam nortear a concepção e a organização do espaço, trabalho do arquiteto. A utopia possível de vários estudantes era transformar habitações precárias (eufemismo para favelas) em moradias dignas. O exemplo mais famoso naquele tempo era o Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães Prado (Parque Cecap) em Guarulhos. Esse projeto de Vilanova Artigas era um dos poucos exemplos de habitação social decente, mas seus moradores não eram ex-favelados.

        Em geral, a política de habitação popular no Brasil consiste em construir pequenos e opressivos apartamentos ou casas de baixo padrão tecnológico, sem senso estético, sem relação orgânica com a cidade, às vezes sem infraestrutura e longe de áreas comerciais e serviços públicos. Vários desses conjuntos são construídos em áreas ermas, cuja paisagem desoladora lembra antes uma colônia penal. 

        Mas há mudanças e avanços significativos na concepção de projetos de habitação social, infraestrutura, lazer e paisagismo, projetos que, afinal, dizem respeito à democracia e ao fim da exclusão social. Um desses avanços é o trabalho da Usina. Fundada em 1990 por profissionais paulistas, a Usina tem feito projetos de arquitetura e planos urbanísticos criteriosos e notáveis. Trata-se de uma experiência de autogestão na construção, cujos projetos, soluções técnicas e o próprio processo construtivo são discutidos coletivamente, envolvendo os futuros moradores e uma equipe de arquitetos, engenheiros e outros profissionais.

        Acompanhei jornalistas do Estadão em visitas a conjuntos habitacionais em Heliópolis e na Billings, onde está sendo implantado o Programa Mananciais. Em Heliópolis, Ruy Ohtake projetou edifícios em forma cilíndrica, daí o apelido de redondinhos. A planta dos apartamentos de 50 m² é bem resolvida, os materiais de construção e o acabamento são apropriados, todos os ambientes recebem luz natural. Esse projeto de Ohtake e o de Hector Vigliecca (ainda em construção) revelam avanço notável na concepção da moradia para camadas populares.

        Um dos projetos do Programa Mananciais é uma ousada e bem-sucedida intervenção urbana numa das áreas mais pobres e também mais belas da metrópole. Situado às margens da Represa Billings, o Parque Linear é, em última instância, um projeto de cidadania que contempla milhares de famílias. Não por acaso esse projeto da equipe do arquiteto Marcos Boldarini recebeu prêmios no Brasil e no exterior. 

        Além do enorme alcance social, o projeto foi pensado para preservar a Billings e suas espécies nativas. Sem ser monumental, o Parque Linear é uma obra grandiosa e extremamente necessária, concebida com sensibilidade estética e funcional que dá dignidade a brasileiros que sempre foram desprezados pelo poder público. É também um exemplo de como os governos federal, estadual e municipal podem atuar em conjunto, deixando de lado as disputas e mesquinharias político-partidárias. 

        Além de arquitetos e engenheiros competentes, o Brasil possui recursos para financiar projetos de habitação popular em larga escala. Mas é preciso aliar vontade política a uma concepção de moradia que privilegie a vida dos moradores e sua relação com o ambiente e o espaço urbano. Porque morar é muito mais que sobreviver em estado precário e provisório.

Milton Hatoum. Moradia e (in)dignidade.

In: O Estado de S. Paulo, 28/8/2011, p. C8 (com adaptações).

O autor do texto 1A1 considera que a política de habitação popular do Brasil 
Alternativas
Q2354379 Português

Texto 1A1


        Nos anos 70, quando eu estudava na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), um dos poemas mais lidos e comentados por estudantes e professores era Fábula de um arquiteto, de João Cabral de Melo Neto: “O arquiteto: o que abre para o homem / (tudo se sanearia desde casas abertas) / portas por-onde, jamais portas-contra; / por onde, livres: ar luz razão certa.”.

        Esses versos pareciam nortear a concepção e a organização do espaço, trabalho do arquiteto. A utopia possível de vários estudantes era transformar habitações precárias (eufemismo para favelas) em moradias dignas. O exemplo mais famoso naquele tempo era o Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães Prado (Parque Cecap) em Guarulhos. Esse projeto de Vilanova Artigas era um dos poucos exemplos de habitação social decente, mas seus moradores não eram ex-favelados.

        Em geral, a política de habitação popular no Brasil consiste em construir pequenos e opressivos apartamentos ou casas de baixo padrão tecnológico, sem senso estético, sem relação orgânica com a cidade, às vezes sem infraestrutura e longe de áreas comerciais e serviços públicos. Vários desses conjuntos são construídos em áreas ermas, cuja paisagem desoladora lembra antes uma colônia penal. 

        Mas há mudanças e avanços significativos na concepção de projetos de habitação social, infraestrutura, lazer e paisagismo, projetos que, afinal, dizem respeito à democracia e ao fim da exclusão social. Um desses avanços é o trabalho da Usina. Fundada em 1990 por profissionais paulistas, a Usina tem feito projetos de arquitetura e planos urbanísticos criteriosos e notáveis. Trata-se de uma experiência de autogestão na construção, cujos projetos, soluções técnicas e o próprio processo construtivo são discutidos coletivamente, envolvendo os futuros moradores e uma equipe de arquitetos, engenheiros e outros profissionais.

        Acompanhei jornalistas do Estadão em visitas a conjuntos habitacionais em Heliópolis e na Billings, onde está sendo implantado o Programa Mananciais. Em Heliópolis, Ruy Ohtake projetou edifícios em forma cilíndrica, daí o apelido de redondinhos. A planta dos apartamentos de 50 m² é bem resolvida, os materiais de construção e o acabamento são apropriados, todos os ambientes recebem luz natural. Esse projeto de Ohtake e o de Hector Vigliecca (ainda em construção) revelam avanço notável na concepção da moradia para camadas populares.

        Um dos projetos do Programa Mananciais é uma ousada e bem-sucedida intervenção urbana numa das áreas mais pobres e também mais belas da metrópole. Situado às margens da Represa Billings, o Parque Linear é, em última instância, um projeto de cidadania que contempla milhares de famílias. Não por acaso esse projeto da equipe do arquiteto Marcos Boldarini recebeu prêmios no Brasil e no exterior. 

        Além do enorme alcance social, o projeto foi pensado para preservar a Billings e suas espécies nativas. Sem ser monumental, o Parque Linear é uma obra grandiosa e extremamente necessária, concebida com sensibilidade estética e funcional que dá dignidade a brasileiros que sempre foram desprezados pelo poder público. É também um exemplo de como os governos federal, estadual e municipal podem atuar em conjunto, deixando de lado as disputas e mesquinharias político-partidárias. 

        Além de arquitetos e engenheiros competentes, o Brasil possui recursos para financiar projetos de habitação popular em larga escala. Mas é preciso aliar vontade política a uma concepção de moradia que privilegie a vida dos moradores e sua relação com o ambiente e o espaço urbano. Porque morar é muito mais que sobreviver em estado precário e provisório.

Milton Hatoum. Moradia e (in)dignidade.

In: O Estado de S. Paulo, 28/8/2011, p. C8 (com adaptações).

O texto 1A1 estabelece entre o ideal dos estudantes de arquitetura dos anos 1970, representado pelo poema de João Cabral, e a realidade dos conjuntos habitacionais populares da época uma relação de
Alternativas
Q2350475 Inglês
Text 1A2-II


         Chagas disease, also known as American trypanosomiasis, is a potentially life-threatening illness caused by the protozoan parasite Trypanosoma cruzi. About 6-7 million people worldwide are estimated to be infected with T. cruzi. The disease is found mainly in endemic areas of 21 continental Latin American countries, where it has been mostly transmitted to humans and other mammals by contact with feces or urine of triatomine bugs (vector-borne), known as kissing bugs, among many other popular names, depending on the geographical area.

        Chagas disease is named after Carlos Ribeiro Justiniano Chagas, a Brazilian physician and researcher who discovered the disease in 1909. Chagas disease was once entirely confined to continental rural areas of the Region of the Americas (excluding the Caribbean islands). Due to increased population mobility over previous decades, most infected people now live in urban settings and the infection has been increasingly detected in the United States of America, Canada, and many European and some African, Eastern Mediterranean and Western Pacific countries.

           Chagas disease’s transmission is caused by T. cruzi parasites, which are mainly transmitted by contact with feces/urine of infected blood-sucking triatomine bugs. Normally they hide during the day and become active at night when they feed on animal blood, including human blood. They usually bite an exposed area of skin such as the face (hence its common name, kissing bug), and the bug defecates or urinates close to the bite. The parasites enter the body when the person instinctively smears the bug’s feces or urine into the bite, other skin breaks, the eyes, or the mouth. T. cruzi can also be transmitted by consumption of food or beverages contaminated with T. cruzi through, for example, contact with feces or urine of infected triatomine bugs or common opossums. This kind of transmission typically causes outbreaks with more severe cases and mortality; passage from an infected mother to her newborn during pregnancy or childbirth; blood or blood product transfusion from infected donors; some organ transplants using organs from infected donors; and laboratory accidents.


Internet: <who.int>  (adapted). 
Regarding the transmission of Chagas disease, according to text 1A2-II, judge the following items.

I Blood product transfusion from infected donors can transmit the disease.
II The also called kissing bug’s feces and urine carry the protozoan parasite.
III Infected pregnant women cannot contaminate their babies during pregnancy or childbirth.
IV Contaminated food or drinks can transmit Chagas disease to people.

Choose the correct option. 
Alternativas
Q2350474 Inglês
Text 1A2-II


         Chagas disease, also known as American trypanosomiasis, is a potentially life-threatening illness caused by the protozoan parasite Trypanosoma cruzi. About 6-7 million people worldwide are estimated to be infected with T. cruzi. The disease is found mainly in endemic areas of 21 continental Latin American countries, where it has been mostly transmitted to humans and other mammals by contact with feces or urine of triatomine bugs (vector-borne), known as kissing bugs, among many other popular names, depending on the geographical area.

        Chagas disease is named after Carlos Ribeiro Justiniano Chagas, a Brazilian physician and researcher who discovered the disease in 1909. Chagas disease was once entirely confined to continental rural areas of the Region of the Americas (excluding the Caribbean islands). Due to increased population mobility over previous decades, most infected people now live in urban settings and the infection has been increasingly detected in the United States of America, Canada, and many European and some African, Eastern Mediterranean and Western Pacific countries.

           Chagas disease’s transmission is caused by T. cruzi parasites, which are mainly transmitted by contact with feces/urine of infected blood-sucking triatomine bugs. Normally they hide during the day and become active at night when they feed on animal blood, including human blood. They usually bite an exposed area of skin such as the face (hence its common name, kissing bug), and the bug defecates or urinates close to the bite. The parasites enter the body when the person instinctively smears the bug’s feces or urine into the bite, other skin breaks, the eyes, or the mouth. T. cruzi can also be transmitted by consumption of food or beverages contaminated with T. cruzi through, for example, contact with feces or urine of infected triatomine bugs or common opossums. This kind of transmission typically causes outbreaks with more severe cases and mortality; passage from an infected mother to her newborn during pregnancy or childbirth; blood or blood product transfusion from infected donors; some organ transplants using organs from infected donors; and laboratory accidents.


Internet: <who.int>  (adapted). 
Choose the option in which is presented an expression that could correctly replace “Due to” (third sentence of the second paragraph of text 1A2-II). 
Alternativas
Q2350473 Inglês
Text 1A2-II


         Chagas disease, also known as American trypanosomiasis, is a potentially life-threatening illness caused by the protozoan parasite Trypanosoma cruzi. About 6-7 million people worldwide are estimated to be infected with T. cruzi. The disease is found mainly in endemic areas of 21 continental Latin American countries, where it has been mostly transmitted to humans and other mammals by contact with feces or urine of triatomine bugs (vector-borne), known as kissing bugs, among many other popular names, depending on the geographical area.

        Chagas disease is named after Carlos Ribeiro Justiniano Chagas, a Brazilian physician and researcher who discovered the disease in 1909. Chagas disease was once entirely confined to continental rural areas of the Region of the Americas (excluding the Caribbean islands). Due to increased population mobility over previous decades, most infected people now live in urban settings and the infection has been increasingly detected in the United States of America, Canada, and many European and some African, Eastern Mediterranean and Western Pacific countries.

           Chagas disease’s transmission is caused by T. cruzi parasites, which are mainly transmitted by contact with feces/urine of infected blood-sucking triatomine bugs. Normally they hide during the day and become active at night when they feed on animal blood, including human blood. They usually bite an exposed area of skin such as the face (hence its common name, kissing bug), and the bug defecates or urinates close to the bite. The parasites enter the body when the person instinctively smears the bug’s feces or urine into the bite, other skin breaks, the eyes, or the mouth. T. cruzi can also be transmitted by consumption of food or beverages contaminated with T. cruzi through, for example, contact with feces or urine of infected triatomine bugs or common opossums. This kind of transmission typically causes outbreaks with more severe cases and mortality; passage from an infected mother to her newborn during pregnancy or childbirth; blood or blood product transfusion from infected donors; some organ transplants using organs from infected donors; and laboratory accidents.


Internet: <who.int>  (adapted). 
According to text 1A2-II, choose the correct option. 
Alternativas
Respostas
31: E
32: B
33: B
34: A
35: D