Questões Militares Comentadas sobre uso dos dois-pontos em português

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Ano: 2021 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova: VUNESP - 2021 - PM-SP - Soldado de 2ª Classe |
Q1750514 Português

Leia o texto, para responder à questão.


    É conceito da moda. Usam em encontros motivadores. Na Física, é a volta à forma original após uma deformação. O termo se origina da capacidade de ricochetear, de saltar novamente. Por extensão, usamos para falar de quem sofre pressão e consegue manter seus objetivos.
    Uma pessoa resiliente ideal teria três camadas. Na primeira, suporta: recebe o golpe sem desabar. Ouve a crítica e não “desaba”, vive a frustração sem descontrole, experiencia a dor e continua de pé. A primeira etapa da resiliência é administrar o golpe, o revés, o erro, a decepção. O tipo ideal que estamos tratando sabe a extensão da dor, mas se considera (ou é de fato) mais forte do que as ondas das adversidades.
     O segundo estágio é a recuperação/aprendizagem. Combinam-se os dois conceitos. Sinto o golpe, não desmonto (fase um) e ainda recupero a posição anterior ao golpe com o acréscimo de algo novo. Toda dor contém sua lição. Ninguém duvida disso. O resiliente consegue aprender com o golpe sentido.
   O terceiro momento do modelo perfeito é a ressignificação da estratégia e da consciência a partir do aprendizado. O tipo aqui descrito nunca se vitimiza, mesmo se for a vítima. Não existe lamúria ou sofrimento para o mundo. A dor existe, foi sentida, houve reação com aprendizado e dele surgiu um novo ser, mais forte e mais sábio.
    É bom descrever tipos perfeitos. Quase sempre são inexistentes. São como a biografia de santos medievais: sem falha, diamantes sem jaça; modelos e, como tal, inatingíveis. Existe um propósito didático de mostrar a perfeição para nós que chafurdamos no lodo da existência banal. Todos temos graus variados de resiliência diante da vida. Ninguém é o tipo ideal. Uma coisa não invalida a outra.
    Como narrativa de santos, o modelo perfeito serve como para indicar o ponto no qual não me encontro, porém devo reagir para almejá-lo. Sempre é bom ser resiliente e todos os palestrantes e livros têm razão: sem resiliência em algum grau, épico ou homeopático, é impossível enfrentar o mundo.
    O conto extraordinário de Kafka, Um Artista da Fome, fala de um homem com extrema resiliência para aguentar jejuns prolongados. Era um herói! Ao final, emitiu a verdade surpreendente. Ele não era um homem de vontade férrea, apenas nunca havia encontrado um prato que… o seduzisse realmente. Seu paladar nunca fora tentado. Creio ser a receita geral da resiliência: a serenidade diante das coisas que, na verdade, não nos atingiram. Esperança ajuda sempre.

(Leandro Karnal. Os heróis da resiliência. Disponível em:

https://cultura.estadao.com.br. Acesso em 20.01.2021. Adaptado)

Observe o emprego dos parênteses e dos dois-pontos nas passagens. O tipo ideal que estamos tratando sabe a extensão da dor, mas se considera (ou é de fato) mais forte do que as ondas das adversidades. Sempre é bom ser resiliente e todos os palestrantes e livros têm razão: sem resiliência em algum grau, épico ou homeopático, é impossível enfrentar o mundo. É correto afirmar que
Alternativas
Q1663244 Português
Em relação à organização textual e aspectos sintáticos do texto IV, assinale a alternativa que apresenta uma análise correta.
Alternativas
Q1610411 Português

Leia:


Curiosa palavra. Idoso. O que acumulou idade. Também tem o sentido de quem se apega à idade. Ou que a esbanja (como gostoso ou dengoso). Se é que não significa alguém que está indo, alguém em processo de ida. Em constraste com os que ficam, os ficosos... (Luís Fernando Veríssimo)


O texto acima define o vocábulo idoso com liberdade expressiva do autor. Ao ser reescrito, observando-se as regras de pontuação, algumas opções são possíveis. Assinale a alternativa em que a pontuação não atende às normas gramaticais.

Alternativas
Q1305092 Português
Sobre a Escrita ... 

    Meu Deus do céu, não tenho nada a dizer. O som de minha máquina é macio.
   Que é que eu posso escrever? Como recomeçar a anotar frases? A palavra é o meu meio de comunicação. Eu só poderia amá-la. Eu jogo com elas como se lançam dados: acaso e fatalidade. A palavra é tão forte que atravessa a barreira do som. Cada palavra é uma ideia. Cada palavra materializa o espírito. Quanto mais palavras eu conheço, mais sou capaz de pensar o meu sentimento. 
     Devemos modelar nossas palavras até se tornarem o mais fino invólucro dos nossos pensamentos. Sempre achei que o traço de um escultor é identificável por uma extrema simplicidade de linhas. Todas as palavras que digo - é por esconderem outras palavras. 
    Qual é mesmo a palavra secreta? Não sei é porque a ouso? Não sei porque não ouso dizê-la? Sinto que existe uma palavra, talvez unicamente uma, que não pode e não deve ser pronunciada. Parece-me que todo o resto não é proibido~-· Mas- -acontece- que eu quero é exatamente me unir a essa palavra proibida. Ou será? Se eu encontrar essa palavra, só a direi em boca fechada, para mim mesma, senão corro o risco de virar alma perdida por toda a eternidade. Os que inventaram o Velho Testamento sabiam que existia uma fruta proibida. As palavras é que me impedem de dizer a verdade. 
    Simplesmente não há palavras. 
    O que não sei dizer é mais importante do que o que eu digo. Acho que o som da música é imprescindível para o ser humano e que o uso da palavra falada e escrita são como a música, duas coisas das mais altas que nos elevam do reino dos macacos, do reino animal, e mineral e vegetal também. Sim, mas é a sorte às vezes. 
    Sempre quis atingir através da palavra alguma coisa:que fosse ao mesmo tempo sem moeda e que fosse e transmitisse tranquilidade ou simplesmente a verdade mais profunda existente no ser humano e nas coisas. Cada vez mais eu escrevo com menos palavras. Meu livro melhor acontecerá quando eu de todo não escrever. Eu tenho uma falta de assunto essencial. Todo homem tem sina obscura de pensamento que pode ser o de um crepúsculo e pode ser uma aurora. 
     Simplesmente as palavras do homem.  

(Clarice Lispector) 

Fonte: contobrasileiro.com.br/sobre-a-escrita-conto-declarice-lispector/  
Sobre o fragmento "Eu jogo com elas [as palavras] como se lançam dados: acaso e fatalidade." (§2), é correto afirmar que:
Alternativas
Q1050661 Português
TEXTO 02

Leia o texto abaixo e responda à questão.

Não, os livros não vão acabar

    Não sei se é a próxima chegada da Amazon ao Brasil ou a profecia maia do fim do mundo, mas o fato é que nunca vi tanta gente preocupada com o fim do livro. São estudantes que me escrevem motivados por pesquisas escolares, organizadores de eventos literários que me pedem palestras, leitores que manifestam sua apreensão. Em alguns casos, percebo uma espécie perversa de prazer apocalíptico, mas logo desaponto quem quer ver o mar pegando fogo para comer camarão cozido: é que absolutamente não acredito que o livro vai acabar.
    Tenho escrito reiteradas vezes sobre o assunto; estou, aliás, numa posição bastante confortável para fazê-lo. Gosto igualmente de livros e de tecnologia, e seria a primeira a abraçar meus dois amores reunidos num só objeto; mas embora o Kindle e os vários pads tenham o seu valor como readers, os livros em papel não estão tão próximos da extinção quanto, digamos, o tigre de Sumatra.
    Para começo de conversa, é preciso lembrar que o negócio das editoras não é vender papel, mas sim vender histórias. O papel é apenas o suporte para os seus produtos. Aos poucos, em alguns casos, ele tende a ser mesmo substituído pelos tablets. Não dou vida longa aos livros de referência em papel. Estes funcionam melhor, e podem ser mais facilmente atualizados, em forma eletrônica. O caso clássico é o da Enciclopédia Britannica, cujos editores anunciaram, no começo do ano, que a edição corrente, de 2010, seria a última impressa, marcando o fim de 244 anos de uma bela - e volumosa - história em papel.
    Embora quase todos os conjuntos de folhas impressas reunidos entre duas capas recebam o mesmo nome de livro, nem todos exercem a mesma função. Há livros e livros. Um manual técnico é um animal completamente diferente de um romance; um livro escolar não guarda nenhuma semelhança com um livro de arte; uma antologia poética e um guia de viagem são produtos que só têm em comum o fato de serem vendidos no mesmo lugar.
    Há livros que só funcionam em papel. É o caso dos livros que os povos angloparlantes denominam coffee table books, “livros de mesinha de centro” - aqueles livrões bonitos, em formato grande, cheios de ilustrações e muito incômodos de ler no colo, impossíveis de levar para a cama. Estes são objetos que se destacam pelo tamanho, pela qualidade de impressão, pela vista que fazem. Quem quer ver um livro desses num tablet? Quem quer presentear um desses em e-formato?
    Há também os grandes clássicos, os romances que todos amamos e queremos ter ao alcance da mão. Esses são aqueles livros que, em geral, lemos pela primeira vez em formato de bolso, mas aos quais nos apegamos tanto que, não raro, acabamos comprando uma segunda edição, mais bonita, para nos fazer companhia pelo resto da vida.
    Isso explica as lindas edições que a Zahar, por exemplo, tem feito de obras que já encantaram várias gerações, como “Peter Pan”, “Os três mosqueteiros" ou “Vinte mil léguas submarinas”: livros lindos de se ver e de se pegar, cujo esmero físico complementa a edição caprichada. Ganhar de presente um livro desses é uma alegria que não se tem com um vale para uma compra eletrônica. Fica a dica, aliás, já que o Natal vem aí.
    Há prazeres e sensações que só tem com o papel. Gosto de perceber o tamanho de um livro à primeira vista. Um tablet pode me informar quantas páginas um volume tem, mas essa informação é abstrata. Saber que um livro tem 500 páginas ou ver que um livro tem 500 páginas são coisas diferentes. Gosto também de folhear um livro e de fazer uma espécie de leitura em diagonal antes de me decidir pela compra. Isso é impossível de fazer com ebooks.
    Sem falar, é claro, do cheiro inigualável dos livros em papel.
RÓNAI, Cora. Jornal O Globo, Economia, 12.11.2012
Assinale a opção em que o comentário sobre o emprego do sinai de pontuação está correto, segundo a intencionalidade da autora.
Alternativas
Respostas
11: D
12: D
13: C
14: A
15: E