Questões de Concurso Militar PM-SP 2011 para Aspirante da Polícia Militar
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Q661715
Português
Texto associado
Várias vezes, no decorrer do último século, previu-se a morte
dos livros e do hábito de ler. O avanço do cinema, da televisão,
da internet, tudo isso iria tornar a leitura obsoleta. No Brasil
da virada do século XX para o XXI, o vaticínio até parecia
razoável: o sistema de ensino em franco declínio e sua tradição
de fracasso na missão de formar leitores, o pouco apreço dado
à instrução como valor fundamental e até dados muito práticos,
como a falta e a pobreza de bibliotecas públicas e o alto preço
dos exemplares impressos aqui, conspiravam (conspiram, ainda)
para que o contingente de brasileiros dados aos livros minguasse
de maneira irremediável. Contra todas as expectativas,
porém, vem surgindo uma nova e robusta geração de leitores no
país – movida, sim, por sucessos globais como as séries Harry
Potter, Crepúsculo e Percy Jackson.
(Veja, 18.05.2011. Adaptado.)
A função argumentativa do advérbio sim, no trecho ...movida,
sim, por sucessos globais... é a de
Q661723
Português
Texto associado
O Brasil na fossa
O Imperador dom Pedro II iniciou a construção de esgotos
no Brasil em 1857. Só a inglesa Londres e a alemã Hamburgo
dispunham, então, de sistemas de coleta de dejetos. O Rio de
Janeiro, a capital imperial, tornou-se a terceira cidade do mundo
a investir nessa infraestrutura. O pioneirismo nacional no
quesito saneamento terminou aí. Mais de 150 anos depois, 45%
dos domicílios brasileiros ainda permanecem desconectados
do sistema de escoamento. Nesses lares, 90 milhões de pessoas
usam fossas sépticas ou, pior, despejam seus excrementos em
valas a céu aberto ou diretamente nos rios e no mar.
(Veja, 25.05.2011.)
Considerado o contexto, o advérbio então pode ser substituído,
sem prejuízo para o sentido, pela expressão
Q661737
Português
Texto associado
Inocência não aparecia.
Mal saía do quarto, pretextando recaída de sezões: entretanto, não era seu corpo o doente, não; a sua alma, sim, essa
sofria morte e paixão; e amargas lágrimas, sobretudo à noite, lhe inundavam o rosto.
– Meu Deus, exclamava ela, que será de mim? Nossa Senhora da Guia me socorra. Que pode fazer uma infeliz rapariga dos sertões contra tanta desgraça? Eu vivia tão sossegada neste retiro, amparada por meu pai... que agora tanto medo me mete...
Deus do céu, piedade, piedade.
E de joelhos, diante do tosco oratório alumiado por esguias velas de cera, orava com fervor, balbuciando as preces que costumava recitar antes de se deitar.
Uma noite, disse ela:
– Quisera uma reza que me enchesse mais o coração... que mais me aliviasse o peso da agonia de hoje...
E, como levada de inspiração, prostrou-se murmurando:
– Minha Nossa Senhora mãe da Virgem que nunca pecou, ide adiante de Deus. Pedi-lhe que tenha pena de mim... que não me deixe assim nesta dor cá dentro tão cruel. Estendei a vossa mão sobre mim. Se é crime amar a Cirino, mandai-me a morte
Que culpa tenho eu do que me sucede? Rezei tanto, para não gostar deste homem! Tudo... tudo... foi inútil! Por que então este suplício de todos os momentos? Nem sequer tem alívio no sono?
Sempre ele... ele! (...)
Quando a lembrança de Cirino se lhe apresentava mais viva,estorcia-se de desespero. A paixão punha-lhe o peito em fogo...
(Visconde de Taunay, Inocência.)
No trecho Mal saía do quarto, pretextando recaída de sezões, o
advérbio mal foi empregado na mesma acepção que na seguinte
frase: