Questões de Concurso Militar PM-MG 2024 para Soldado
Foram encontradas 50 questões
Q3055926
Português
Texto associado
TEXTO I
Rafael Mateus Machado
- Ô, de casa!
Lá de dentro, um homem de cabelos cinzas e botas bem engraxadas apareceu na janela, acenou com as
mãos mandando que ele entrasse. Dentro do destacamento, o amistoso policial disse ao rapaz para que
tomasse assento. Pedro se sentou em um tamborete junto a uma espécie de balcão e ficou a observar por
uma porta aberta o homem terminar de passar um café em um coador de pano. Derramou um pouco,
atrapalhou-se com a garrafa, quase se queimou com o vapor e, por fim, o cheiro da bebida se espalhou pelos
cômodos. Depois, já com dois copos nas mãos, voltou-se para o rapaz, entregou-lhe um e perguntou:
- E então? Em que posso te ajudar?
Pedro estranhou o tratamento daquele homem, com aquelas três divisas no braço. Como podia um policial
ter aquela cara de homem feliz saindo do cabaré?! Pedro ignorava o fato de que, junto com o prefeito, o
sargento mandava na cidade. Tinha um salário digno e conhecia todo o povo daquelas paragens. Pedro não
sabia que normalmente quem procurava a polícia por aquelas bandas era um conhecido para dar um bom
dia, trocar um dedo de prosa, beber um café ou deixar uma dúzia de ovos de presente. E era esse mar calmo
que fazia do sargento um calmo capitão. Raramente tirava seu revólver do cinturão e, quando acionado,
quando alguém brigava no bar, batia na mulher ou brigava com o vizinho por causa de divisa de terras,
normalmente ele decidia as demandas com uma boa conversa.
Bastava o sargento chegar que os arrelientos amenizavam os ânimos para a contenda. Assim, como ninguém
era bruto com o sargento, o sargento não era, a priori, bruto com ninguém. Pedro desconhecia o fato de que
era bom ser da polícia. Como todo o mundo, havia construído um entendimento de que a Força Pública era
formada por homens rudes, avessos aos bons modos e pouco afeitos aos sorrisos e às conversas. Como as
demais pessoas, Pedro rotulava os homens da lei com base nos momentos em que eles estavam a lidar com
homens rudes, desaparelhados de bons modos e por vezes violentos. O olhar incompleto e míope de toda a
gente fazia com que pensassem que os policiais seriam uma coisa que não eram.
O sargento não era um sujeito religioso, mas entendia o caráter divino da autoridade. Sabia que deveria fazer
o seu melhor com a sua farda. Entendeu isso ouvindo umas palavras do padre Juca na saída de uma missa
de domingo: "Tudo que lhe é dado lhe será cobrado!".
E foi assim que Pedro conheceu o sargento Robson Aloísio: bebendo um café e sentado em um tamborete.
Reconhecendo no policial um amigo, foi que Pedro contou algumas passagens de sua vida e disse a ele que
estava cansado de correr riscos. Que não tinha vocação para desordeiro. E que, enfim, queria entrar para a
polícia. O sargento riu. Era a primeira vez que ouvia alguém dizer que queria ser policial para não correr
riscos.
(...)
Escutou do novo amigo as instruções para ser aceito na Polícia Militar. Tinha de voltar para o banco da sala
de aula. Mas que não se preocupasse demais, pois a escola especial para adultos é mais ligeira do que a
para as crianças. E ali mesmo naquela cidadezinha, havia uma escola assim. Ia ter que pegar diariamente a
lotação da roça para a cidade. Era demorado e caro o transporte, mas temporário. Precisaria de algum
dinheiro para se manter, já que havia acabado de abandonar o caminhão, o carvão e a estrada. Pensou nas possibilidades, traçou sua estratégia e concluiu que era possível. Antes de esvaziar a caneca de café já tinha
feito todo seu plano. Restava a parte principal: executá-lo.
Machado, Rafael Mateus. O homem que enganava a morte. Maringá: Viseu, 2018. Páginas 183 e 184.
(Adaptado).
O texto I é um excerto do romance “O homem que enganava a morte”, obra ficcional que
conta a trajetória do personagem Pedro em vários momentos de sua vida. Com base nas afirmações abaixo
e conhecendo as principais características deste gênero textual, responda:
I. Forma literária narrativa escrita em prosa. II. Exposição de tema com um ponto de vista prescritivo e injuntivo. III. Pontos de vista com perspectiva em primeira e em terceira pessoa. IV. História que pode variar entre diferentes períodos temporais. V. Texto predominantemente argumentativo e dissertativo.
Está CORRETA a seguinte assertiva:
I. Forma literária narrativa escrita em prosa. II. Exposição de tema com um ponto de vista prescritivo e injuntivo. III. Pontos de vista com perspectiva em primeira e em terceira pessoa. IV. História que pode variar entre diferentes períodos temporais. V. Texto predominantemente argumentativo e dissertativo.
Está CORRETA a seguinte assertiva:
Q3055927
Português
Texto associado
TEXTO I
Rafael Mateus Machado
- Ô, de casa!
Lá de dentro, um homem de cabelos cinzas e botas bem engraxadas apareceu na janela, acenou com as
mãos mandando que ele entrasse. Dentro do destacamento, o amistoso policial disse ao rapaz para que
tomasse assento. Pedro se sentou em um tamborete junto a uma espécie de balcão e ficou a observar por
uma porta aberta o homem terminar de passar um café em um coador de pano. Derramou um pouco,
atrapalhou-se com a garrafa, quase se queimou com o vapor e, por fim, o cheiro da bebida se espalhou pelos
cômodos. Depois, já com dois copos nas mãos, voltou-se para o rapaz, entregou-lhe um e perguntou:
- E então? Em que posso te ajudar?
Pedro estranhou o tratamento daquele homem, com aquelas três divisas no braço. Como podia um policial
ter aquela cara de homem feliz saindo do cabaré?! Pedro ignorava o fato de que, junto com o prefeito, o
sargento mandava na cidade. Tinha um salário digno e conhecia todo o povo daquelas paragens. Pedro não
sabia que normalmente quem procurava a polícia por aquelas bandas era um conhecido para dar um bom
dia, trocar um dedo de prosa, beber um café ou deixar uma dúzia de ovos de presente. E era esse mar calmo
que fazia do sargento um calmo capitão. Raramente tirava seu revólver do cinturão e, quando acionado,
quando alguém brigava no bar, batia na mulher ou brigava com o vizinho por causa de divisa de terras,
normalmente ele decidia as demandas com uma boa conversa.
Bastava o sargento chegar que os arrelientos amenizavam os ânimos para a contenda. Assim, como ninguém
era bruto com o sargento, o sargento não era, a priori, bruto com ninguém. Pedro desconhecia o fato de que
era bom ser da polícia. Como todo o mundo, havia construído um entendimento de que a Força Pública era
formada por homens rudes, avessos aos bons modos e pouco afeitos aos sorrisos e às conversas. Como as
demais pessoas, Pedro rotulava os homens da lei com base nos momentos em que eles estavam a lidar com
homens rudes, desaparelhados de bons modos e por vezes violentos. O olhar incompleto e míope de toda a
gente fazia com que pensassem que os policiais seriam uma coisa que não eram.
O sargento não era um sujeito religioso, mas entendia o caráter divino da autoridade. Sabia que deveria fazer
o seu melhor com a sua farda. Entendeu isso ouvindo umas palavras do padre Juca na saída de uma missa
de domingo: "Tudo que lhe é dado lhe será cobrado!".
E foi assim que Pedro conheceu o sargento Robson Aloísio: bebendo um café e sentado em um tamborete.
Reconhecendo no policial um amigo, foi que Pedro contou algumas passagens de sua vida e disse a ele que
estava cansado de correr riscos. Que não tinha vocação para desordeiro. E que, enfim, queria entrar para a
polícia. O sargento riu. Era a primeira vez que ouvia alguém dizer que queria ser policial para não correr
riscos.
(...)
Escutou do novo amigo as instruções para ser aceito na Polícia Militar. Tinha de voltar para o banco da sala
de aula. Mas que não se preocupasse demais, pois a escola especial para adultos é mais ligeira do que a
para as crianças. E ali mesmo naquela cidadezinha, havia uma escola assim. Ia ter que pegar diariamente a
lotação da roça para a cidade. Era demorado e caro o transporte, mas temporário. Precisaria de algum
dinheiro para se manter, já que havia acabado de abandonar o caminhão, o carvão e a estrada. Pensou nas possibilidades, traçou sua estratégia e concluiu que era possível. Antes de esvaziar a caneca de café já tinha
feito todo seu plano. Restava a parte principal: executá-lo.
Machado, Rafael Mateus. O homem que enganava a morte. Maringá: Viseu, 2018. Páginas 183 e 184.
(Adaptado).
Como a percepção do protagonista em relação ao sargento Robson Aloísio evolui durante o
texto? Marque a alternativa CORRETA:
Q3055928
Português
Texto associado
TEXTO I
Rafael Mateus Machado
- Ô, de casa!
Lá de dentro, um homem de cabelos cinzas e botas bem engraxadas apareceu na janela, acenou com as
mãos mandando que ele entrasse. Dentro do destacamento, o amistoso policial disse ao rapaz para que
tomasse assento. Pedro se sentou em um tamborete junto a uma espécie de balcão e ficou a observar por
uma porta aberta o homem terminar de passar um café em um coador de pano. Derramou um pouco,
atrapalhou-se com a garrafa, quase se queimou com o vapor e, por fim, o cheiro da bebida se espalhou pelos
cômodos. Depois, já com dois copos nas mãos, voltou-se para o rapaz, entregou-lhe um e perguntou:
- E então? Em que posso te ajudar?
Pedro estranhou o tratamento daquele homem, com aquelas três divisas no braço. Como podia um policial
ter aquela cara de homem feliz saindo do cabaré?! Pedro ignorava o fato de que, junto com o prefeito, o
sargento mandava na cidade. Tinha um salário digno e conhecia todo o povo daquelas paragens. Pedro não
sabia que normalmente quem procurava a polícia por aquelas bandas era um conhecido para dar um bom
dia, trocar um dedo de prosa, beber um café ou deixar uma dúzia de ovos de presente. E era esse mar calmo
que fazia do sargento um calmo capitão. Raramente tirava seu revólver do cinturão e, quando acionado,
quando alguém brigava no bar, batia na mulher ou brigava com o vizinho por causa de divisa de terras,
normalmente ele decidia as demandas com uma boa conversa.
Bastava o sargento chegar que os arrelientos amenizavam os ânimos para a contenda. Assim, como ninguém
era bruto com o sargento, o sargento não era, a priori, bruto com ninguém. Pedro desconhecia o fato de que
era bom ser da polícia. Como todo o mundo, havia construído um entendimento de que a Força Pública era
formada por homens rudes, avessos aos bons modos e pouco afeitos aos sorrisos e às conversas. Como as
demais pessoas, Pedro rotulava os homens da lei com base nos momentos em que eles estavam a lidar com
homens rudes, desaparelhados de bons modos e por vezes violentos. O olhar incompleto e míope de toda a
gente fazia com que pensassem que os policiais seriam uma coisa que não eram.
O sargento não era um sujeito religioso, mas entendia o caráter divino da autoridade. Sabia que deveria fazer
o seu melhor com a sua farda. Entendeu isso ouvindo umas palavras do padre Juca na saída de uma missa
de domingo: "Tudo que lhe é dado lhe será cobrado!".
E foi assim que Pedro conheceu o sargento Robson Aloísio: bebendo um café e sentado em um tamborete.
Reconhecendo no policial um amigo, foi que Pedro contou algumas passagens de sua vida e disse a ele que
estava cansado de correr riscos. Que não tinha vocação para desordeiro. E que, enfim, queria entrar para a
polícia. O sargento riu. Era a primeira vez que ouvia alguém dizer que queria ser policial para não correr
riscos.
(...)
Escutou do novo amigo as instruções para ser aceito na Polícia Militar. Tinha de voltar para o banco da sala
de aula. Mas que não se preocupasse demais, pois a escola especial para adultos é mais ligeira do que a
para as crianças. E ali mesmo naquela cidadezinha, havia uma escola assim. Ia ter que pegar diariamente a
lotação da roça para a cidade. Era demorado e caro o transporte, mas temporário. Precisaria de algum
dinheiro para se manter, já que havia acabado de abandonar o caminhão, o carvão e a estrada. Pensou nas possibilidades, traçou sua estratégia e concluiu que era possível. Antes de esvaziar a caneca de café já tinha
feito todo seu plano. Restava a parte principal: executá-lo.
Machado, Rafael Mateus. O homem que enganava a morte. Maringá: Viseu, 2018. Páginas 183 e 184.
(Adaptado).
Qual é a função simbólica atribuída ao café na caracterização do sargento Robson Aloisio ao
longo da narrativa?
Q3055929
Português
Texto associado
TEXTO I
Rafael Mateus Machado
- Ô, de casa!
Lá de dentro, um homem de cabelos cinzas e botas bem engraxadas apareceu na janela, acenou com as
mãos mandando que ele entrasse. Dentro do destacamento, o amistoso policial disse ao rapaz para que
tomasse assento. Pedro se sentou em um tamborete junto a uma espécie de balcão e ficou a observar por
uma porta aberta o homem terminar de passar um café em um coador de pano. Derramou um pouco,
atrapalhou-se com a garrafa, quase se queimou com o vapor e, por fim, o cheiro da bebida se espalhou pelos
cômodos. Depois, já com dois copos nas mãos, voltou-se para o rapaz, entregou-lhe um e perguntou:
- E então? Em que posso te ajudar?
Pedro estranhou o tratamento daquele homem, com aquelas três divisas no braço. Como podia um policial
ter aquela cara de homem feliz saindo do cabaré?! Pedro ignorava o fato de que, junto com o prefeito, o
sargento mandava na cidade. Tinha um salário digno e conhecia todo o povo daquelas paragens. Pedro não
sabia que normalmente quem procurava a polícia por aquelas bandas era um conhecido para dar um bom
dia, trocar um dedo de prosa, beber um café ou deixar uma dúzia de ovos de presente. E era esse mar calmo
que fazia do sargento um calmo capitão. Raramente tirava seu revólver do cinturão e, quando acionado,
quando alguém brigava no bar, batia na mulher ou brigava com o vizinho por causa de divisa de terras,
normalmente ele decidia as demandas com uma boa conversa.
Bastava o sargento chegar que os arrelientos amenizavam os ânimos para a contenda. Assim, como ninguém
era bruto com o sargento, o sargento não era, a priori, bruto com ninguém. Pedro desconhecia o fato de que
era bom ser da polícia. Como todo o mundo, havia construído um entendimento de que a Força Pública era
formada por homens rudes, avessos aos bons modos e pouco afeitos aos sorrisos e às conversas. Como as
demais pessoas, Pedro rotulava os homens da lei com base nos momentos em que eles estavam a lidar com
homens rudes, desaparelhados de bons modos e por vezes violentos. O olhar incompleto e míope de toda a
gente fazia com que pensassem que os policiais seriam uma coisa que não eram.
O sargento não era um sujeito religioso, mas entendia o caráter divino da autoridade. Sabia que deveria fazer
o seu melhor com a sua farda. Entendeu isso ouvindo umas palavras do padre Juca na saída de uma missa
de domingo: "Tudo que lhe é dado lhe será cobrado!".
E foi assim que Pedro conheceu o sargento Robson Aloísio: bebendo um café e sentado em um tamborete.
Reconhecendo no policial um amigo, foi que Pedro contou algumas passagens de sua vida e disse a ele que
estava cansado de correr riscos. Que não tinha vocação para desordeiro. E que, enfim, queria entrar para a
polícia. O sargento riu. Era a primeira vez que ouvia alguém dizer que queria ser policial para não correr
riscos.
(...)
Escutou do novo amigo as instruções para ser aceito na Polícia Militar. Tinha de voltar para o banco da sala
de aula. Mas que não se preocupasse demais, pois a escola especial para adultos é mais ligeira do que a
para as crianças. E ali mesmo naquela cidadezinha, havia uma escola assim. Ia ter que pegar diariamente a
lotação da roça para a cidade. Era demorado e caro o transporte, mas temporário. Precisaria de algum
dinheiro para se manter, já que havia acabado de abandonar o caminhão, o carvão e a estrada. Pensou nas possibilidades, traçou sua estratégia e concluiu que era possível. Antes de esvaziar a caneca de café já tinha
feito todo seu plano. Restava a parte principal: executá-lo.
Machado, Rafael Mateus. O homem que enganava a morte. Maringá: Viseu, 2018. Páginas 183 e 184.
(Adaptado).
Considerando a citação do padre Juca: "Tudo que lhe é dado lhe será cobrado!", e as ações
do sargento Robson Aloísio na história, analise as assertivas abaixo e marque “V” se a afirmativa for
verdadeira e “F” se for falsa. Em seguida, escolha e marque a opção CORRETA.
( ) A citação influencia o sargento a agir de forma dogmática, demonstrando uma visão cética sobre a natureza humana e seu papel como autoridade policial.
( ) O entendimento do sargento sobre a citação o motiva a assumir uma postura responsável e benevolente, buscando manter a paz na comunidade através do diálogo.
( ) A citação do padre Juca não tem qualquer impacto nas ações do sargento, que age de acordo com sua própria interpretação dos deveres policiais.
( ) O sargento utiliza a citação como uma forma de estabelecer sua autoridade, primando pela negligência com suas responsabilidades para com a comunidade.
( ) A citação influencia o sargento a agir de forma dogmática, demonstrando uma visão cética sobre a natureza humana e seu papel como autoridade policial.
( ) O entendimento do sargento sobre a citação o motiva a assumir uma postura responsável e benevolente, buscando manter a paz na comunidade através do diálogo.
( ) A citação do padre Juca não tem qualquer impacto nas ações do sargento, que age de acordo com sua própria interpretação dos deveres policiais.
( ) O sargento utiliza a citação como uma forma de estabelecer sua autoridade, primando pela negligência com suas responsabilidades para com a comunidade.
Q3055930
Português
Texto associado
TEXTO I
Rafael Mateus Machado
- Ô, de casa!
Lá de dentro, um homem de cabelos cinzas e botas bem engraxadas apareceu na janela, acenou com as
mãos mandando que ele entrasse. Dentro do destacamento, o amistoso policial disse ao rapaz para que
tomasse assento. Pedro se sentou em um tamborete junto a uma espécie de balcão e ficou a observar por
uma porta aberta o homem terminar de passar um café em um coador de pano. Derramou um pouco,
atrapalhou-se com a garrafa, quase se queimou com o vapor e, por fim, o cheiro da bebida se espalhou pelos
cômodos. Depois, já com dois copos nas mãos, voltou-se para o rapaz, entregou-lhe um e perguntou:
- E então? Em que posso te ajudar?
Pedro estranhou o tratamento daquele homem, com aquelas três divisas no braço. Como podia um policial
ter aquela cara de homem feliz saindo do cabaré?! Pedro ignorava o fato de que, junto com o prefeito, o
sargento mandava na cidade. Tinha um salário digno e conhecia todo o povo daquelas paragens. Pedro não
sabia que normalmente quem procurava a polícia por aquelas bandas era um conhecido para dar um bom
dia, trocar um dedo de prosa, beber um café ou deixar uma dúzia de ovos de presente. E era esse mar calmo
que fazia do sargento um calmo capitão. Raramente tirava seu revólver do cinturão e, quando acionado,
quando alguém brigava no bar, batia na mulher ou brigava com o vizinho por causa de divisa de terras,
normalmente ele decidia as demandas com uma boa conversa.
Bastava o sargento chegar que os arrelientos amenizavam os ânimos para a contenda. Assim, como ninguém
era bruto com o sargento, o sargento não era, a priori, bruto com ninguém. Pedro desconhecia o fato de que
era bom ser da polícia. Como todo o mundo, havia construído um entendimento de que a Força Pública era
formada por homens rudes, avessos aos bons modos e pouco afeitos aos sorrisos e às conversas. Como as
demais pessoas, Pedro rotulava os homens da lei com base nos momentos em que eles estavam a lidar com
homens rudes, desaparelhados de bons modos e por vezes violentos. O olhar incompleto e míope de toda a
gente fazia com que pensassem que os policiais seriam uma coisa que não eram.
O sargento não era um sujeito religioso, mas entendia o caráter divino da autoridade. Sabia que deveria fazer
o seu melhor com a sua farda. Entendeu isso ouvindo umas palavras do padre Juca na saída de uma missa
de domingo: "Tudo que lhe é dado lhe será cobrado!".
E foi assim que Pedro conheceu o sargento Robson Aloísio: bebendo um café e sentado em um tamborete.
Reconhecendo no policial um amigo, foi que Pedro contou algumas passagens de sua vida e disse a ele que
estava cansado de correr riscos. Que não tinha vocação para desordeiro. E que, enfim, queria entrar para a
polícia. O sargento riu. Era a primeira vez que ouvia alguém dizer que queria ser policial para não correr
riscos.
(...)
Escutou do novo amigo as instruções para ser aceito na Polícia Militar. Tinha de voltar para o banco da sala
de aula. Mas que não se preocupasse demais, pois a escola especial para adultos é mais ligeira do que a
para as crianças. E ali mesmo naquela cidadezinha, havia uma escola assim. Ia ter que pegar diariamente a
lotação da roça para a cidade. Era demorado e caro o transporte, mas temporário. Precisaria de algum
dinheiro para se manter, já que havia acabado de abandonar o caminhão, o carvão e a estrada. Pensou nas possibilidades, traçou sua estratégia e concluiu que era possível. Antes de esvaziar a caneca de café já tinha
feito todo seu plano. Restava a parte principal: executá-lo.
Machado, Rafael Mateus. O homem que enganava a morte. Maringá: Viseu, 2018. Páginas 183 e 184.
(Adaptado).
Assinale a alternativa em que o termo destacado NÃO apresenta a mesma função sintática
de “mas entendia o caráter divino da autoridade”. (linha 24).
Q3055931
Português
Texto associado
TEXTO I
Rafael Mateus Machado
- Ô, de casa!
Lá de dentro, um homem de cabelos cinzas e botas bem engraxadas apareceu na janela, acenou com as
mãos mandando que ele entrasse. Dentro do destacamento, o amistoso policial disse ao rapaz para que
tomasse assento. Pedro se sentou em um tamborete junto a uma espécie de balcão e ficou a observar por
uma porta aberta o homem terminar de passar um café em um coador de pano. Derramou um pouco,
atrapalhou-se com a garrafa, quase se queimou com o vapor e, por fim, o cheiro da bebida se espalhou pelos
cômodos. Depois, já com dois copos nas mãos, voltou-se para o rapaz, entregou-lhe um e perguntou:
- E então? Em que posso te ajudar?
Pedro estranhou o tratamento daquele homem, com aquelas três divisas no braço. Como podia um policial
ter aquela cara de homem feliz saindo do cabaré?! Pedro ignorava o fato de que, junto com o prefeito, o
sargento mandava na cidade. Tinha um salário digno e conhecia todo o povo daquelas paragens. Pedro não
sabia que normalmente quem procurava a polícia por aquelas bandas era um conhecido para dar um bom
dia, trocar um dedo de prosa, beber um café ou deixar uma dúzia de ovos de presente. E era esse mar calmo
que fazia do sargento um calmo capitão. Raramente tirava seu revólver do cinturão e, quando acionado,
quando alguém brigava no bar, batia na mulher ou brigava com o vizinho por causa de divisa de terras,
normalmente ele decidia as demandas com uma boa conversa.
Bastava o sargento chegar que os arrelientos amenizavam os ânimos para a contenda. Assim, como ninguém
era bruto com o sargento, o sargento não era, a priori, bruto com ninguém. Pedro desconhecia o fato de que
era bom ser da polícia. Como todo o mundo, havia construído um entendimento de que a Força Pública era
formada por homens rudes, avessos aos bons modos e pouco afeitos aos sorrisos e às conversas. Como as
demais pessoas, Pedro rotulava os homens da lei com base nos momentos em que eles estavam a lidar com
homens rudes, desaparelhados de bons modos e por vezes violentos. O olhar incompleto e míope de toda a
gente fazia com que pensassem que os policiais seriam uma coisa que não eram.
O sargento não era um sujeito religioso, mas entendia o caráter divino da autoridade. Sabia que deveria fazer
o seu melhor com a sua farda. Entendeu isso ouvindo umas palavras do padre Juca na saída de uma missa
de domingo: "Tudo que lhe é dado lhe será cobrado!".
E foi assim que Pedro conheceu o sargento Robson Aloísio: bebendo um café e sentado em um tamborete.
Reconhecendo no policial um amigo, foi que Pedro contou algumas passagens de sua vida e disse a ele que
estava cansado de correr riscos. Que não tinha vocação para desordeiro. E que, enfim, queria entrar para a
polícia. O sargento riu. Era a primeira vez que ouvia alguém dizer que queria ser policial para não correr
riscos.
(...)
Escutou do novo amigo as instruções para ser aceito na Polícia Militar. Tinha de voltar para o banco da sala
de aula. Mas que não se preocupasse demais, pois a escola especial para adultos é mais ligeira do que a
para as crianças. E ali mesmo naquela cidadezinha, havia uma escola assim. Ia ter que pegar diariamente a
lotação da roça para a cidade. Era demorado e caro o transporte, mas temporário. Precisaria de algum
dinheiro para se manter, já que havia acabado de abandonar o caminhão, o carvão e a estrada. Pensou nas possibilidades, traçou sua estratégia e concluiu que era possível. Antes de esvaziar a caneca de café já tinha
feito todo seu plano. Restava a parte principal: executá-lo.
Machado, Rafael Mateus. O homem que enganava a morte. Maringá: Viseu, 2018. Páginas 183 e 184.
(Adaptado).
Antes de esvaziar a caneca de café já tinha feito todo seu plano. Restava a parte principal:
executá-lo.” Sobre este trecho, todas as alternativas são verdadeiras, EXCETO:
Q3055932
Português
Texto associado
TEXTO I
Rafael Mateus Machado
- Ô, de casa!
Lá de dentro, um homem de cabelos cinzas e botas bem engraxadas apareceu na janela, acenou com as
mãos mandando que ele entrasse. Dentro do destacamento, o amistoso policial disse ao rapaz para que
tomasse assento. Pedro se sentou em um tamborete junto a uma espécie de balcão e ficou a observar por
uma porta aberta o homem terminar de passar um café em um coador de pano. Derramou um pouco,
atrapalhou-se com a garrafa, quase se queimou com o vapor e, por fim, o cheiro da bebida se espalhou pelos
cômodos. Depois, já com dois copos nas mãos, voltou-se para o rapaz, entregou-lhe um e perguntou:
- E então? Em que posso te ajudar?
Pedro estranhou o tratamento daquele homem, com aquelas três divisas no braço. Como podia um policial
ter aquela cara de homem feliz saindo do cabaré?! Pedro ignorava o fato de que, junto com o prefeito, o
sargento mandava na cidade. Tinha um salário digno e conhecia todo o povo daquelas paragens. Pedro não
sabia que normalmente quem procurava a polícia por aquelas bandas era um conhecido para dar um bom
dia, trocar um dedo de prosa, beber um café ou deixar uma dúzia de ovos de presente. E era esse mar calmo
que fazia do sargento um calmo capitão. Raramente tirava seu revólver do cinturão e, quando acionado,
quando alguém brigava no bar, batia na mulher ou brigava com o vizinho por causa de divisa de terras,
normalmente ele decidia as demandas com uma boa conversa.
Bastava o sargento chegar que os arrelientos amenizavam os ânimos para a contenda. Assim, como ninguém
era bruto com o sargento, o sargento não era, a priori, bruto com ninguém. Pedro desconhecia o fato de que
era bom ser da polícia. Como todo o mundo, havia construído um entendimento de que a Força Pública era
formada por homens rudes, avessos aos bons modos e pouco afeitos aos sorrisos e às conversas. Como as
demais pessoas, Pedro rotulava os homens da lei com base nos momentos em que eles estavam a lidar com
homens rudes, desaparelhados de bons modos e por vezes violentos. O olhar incompleto e míope de toda a
gente fazia com que pensassem que os policiais seriam uma coisa que não eram.
O sargento não era um sujeito religioso, mas entendia o caráter divino da autoridade. Sabia que deveria fazer
o seu melhor com a sua farda. Entendeu isso ouvindo umas palavras do padre Juca na saída de uma missa
de domingo: "Tudo que lhe é dado lhe será cobrado!".
E foi assim que Pedro conheceu o sargento Robson Aloísio: bebendo um café e sentado em um tamborete.
Reconhecendo no policial um amigo, foi que Pedro contou algumas passagens de sua vida e disse a ele que
estava cansado de correr riscos. Que não tinha vocação para desordeiro. E que, enfim, queria entrar para a
polícia. O sargento riu. Era a primeira vez que ouvia alguém dizer que queria ser policial para não correr
riscos.
(...)
Escutou do novo amigo as instruções para ser aceito na Polícia Militar. Tinha de voltar para o banco da sala
de aula. Mas que não se preocupasse demais, pois a escola especial para adultos é mais ligeira do que a
para as crianças. E ali mesmo naquela cidadezinha, havia uma escola assim. Ia ter que pegar diariamente a
lotação da roça para a cidade. Era demorado e caro o transporte, mas temporário. Precisaria de algum
dinheiro para se manter, já que havia acabado de abandonar o caminhão, o carvão e a estrada. Pensou nas possibilidades, traçou sua estratégia e concluiu que era possível. Antes de esvaziar a caneca de café já tinha
feito todo seu plano. Restava a parte principal: executá-lo.
Machado, Rafael Mateus. O homem que enganava a morte. Maringá: Viseu, 2018. Páginas 183 e 184.
(Adaptado).
O termo em destaque “E que, enfim, queria entrar para a polícia.” (linha 29) justifica-se para
indicar uma ideia de:
Q3055933
Português
Texto associado
TEXTO II
Francis Albert Cotta
Durante mais de dois séculos de existência, a instituição militar responsável pela “polícia” em Minas Gerais
recebeu onze denominações - conforme se observa no quadro 1. Mesmo com as mudanças de nome, nos
193 primeiros anos, seus integrantes utilizaram fardas predominantemente na cor azul. A cor azul para as
fardas de Minas é inaugurada no início do século XVIII, com a chegada dos Dragões Del Rei; no último quartel
do mesmo século passa para os militares do Regimento Regular de Cavalaria e permanece durante todo o
século XIX, com o Corpo de Guardas Municipais Permanentes e com o Corpo Policial, chegando ao século
XX com a Brigada Policial. A cor do fardamento somente foi modificada para o brim prussiano caqui, em
virtude das reformas do Coronel Dexter, a partir de 1912.
Cotta, Francis Albert. Breve História da Polícia Militar de Minas Gerais. 2ª ed. Belo Horizonte: Fino Traço,
2014. Páginas 128 e 129. (Adaptado).
Considerando as afirmações a seguir, marque V de verdadeiro e F de Falso:
( ) A palavra “Republicana" é formada por um processo de derivação parassintética. Ela deriva do substantivo “público” pela adição do prefixo “Re-” e do sufixo “-ana”.
( ) O acento gráfico na palavra “Polícia” se justifica por ser uma paroxítona com ditongo crescente.
( ) Em “Corpo de Guardas Municipais Permanentes”, a palavra “permanentes” exerce função de um adjetivo.
( ) Na palavra “Dragões” em Dragões Del Rei nas Minas predomina a figura de linguagem denominada “Prosopopeia”.
Marque a alternativa que contém a sequência de respostas CORRETAS, na ordem de cima para baixo:
( ) A palavra “Republicana" é formada por um processo de derivação parassintética. Ela deriva do substantivo “público” pela adição do prefixo “Re-” e do sufixo “-ana”.
( ) O acento gráfico na palavra “Polícia” se justifica por ser uma paroxítona com ditongo crescente.
( ) Em “Corpo de Guardas Municipais Permanentes”, a palavra “permanentes” exerce função de um adjetivo.
( ) Na palavra “Dragões” em Dragões Del Rei nas Minas predomina a figura de linguagem denominada “Prosopopeia”.
Marque a alternativa que contém a sequência de respostas CORRETAS, na ordem de cima para baixo:
Q3055934
Português
Texto associado
TEXTO II
Francis Albert Cotta
Durante mais de dois séculos de existência, a instituição militar responsável pela “polícia” em Minas Gerais
recebeu onze denominações - conforme se observa no quadro 1. Mesmo com as mudanças de nome, nos
193 primeiros anos, seus integrantes utilizaram fardas predominantemente na cor azul. A cor azul para as
fardas de Minas é inaugurada no início do século XVIII, com a chegada dos Dragões Del Rei; no último quartel
do mesmo século passa para os militares do Regimento Regular de Cavalaria e permanece durante todo o
século XIX, com o Corpo de Guardas Municipais Permanentes e com o Corpo Policial, chegando ao século
XX com a Brigada Policial. A cor do fardamento somente foi modificada para o brim prussiano caqui, em
virtude das reformas do Coronel Dexter, a partir de 1912.
Cotta, Francis Albert. Breve História da Polícia Militar de Minas Gerais. 2ª ed. Belo Horizonte: Fino Traço,
2014. Páginas 128 e 129. (Adaptado).
“A cor do fardamento somente foi modificada para o brim prussiano caqui, em virtude das
reformas do Coronel Dexter, a partir de 1912”. As palavras em destaque são exemplos de:
Q3055935
Português
Texto associado
TEXTO II
Francis Albert Cotta
Durante mais de dois séculos de existência, a instituição militar responsável pela “polícia” em Minas Gerais
recebeu onze denominações - conforme se observa no quadro 1. Mesmo com as mudanças de nome, nos
193 primeiros anos, seus integrantes utilizaram fardas predominantemente na cor azul. A cor azul para as
fardas de Minas é inaugurada no início do século XVIII, com a chegada dos Dragões Del Rei; no último quartel
do mesmo século passa para os militares do Regimento Regular de Cavalaria e permanece durante todo o
século XIX, com o Corpo de Guardas Municipais Permanentes e com o Corpo Policial, chegando ao século
XX com a Brigada Policial. A cor do fardamento somente foi modificada para o brim prussiano caqui, em
virtude das reformas do Coronel Dexter, a partir de 1912.
Cotta, Francis Albert. Breve História da Polícia Militar de Minas Gerais. 2ª ed. Belo Horizonte: Fino Traço,
2014. Páginas 128 e 129. (Adaptado).
Na oração “Mesmo com as mudanças de nome, nos 193 primeiros anos, seus integrantes
utilizaram fardas predominantemente na cor azul”, as palavras em destaque possuem diferenças quanto ao
número e tipos de fonemas. Assinale a alternativa ERRADA:
Q3055936
Português
Considerando os aspectos ortográficos, analise as proposições abaixo e, em seguida,
assinale a alternativa CORRETA.
I. É obrigatório o uso do hífen em palavras como sobre-humano, ultra-humano, supra-humano e super-humano.
II. Do mesmo modo, as palavras anti-sequestro, anti-reflexo e anti-horário devem ser grafadas com o hífen.
III. O uso do hífen também é obrigatório em palavras com os prefixos tônicos pós-, pré- e pró-, como pós-venda, pré-científico e pró-reitor, por exemplo.
IV. O hífen está corretamente empregado quando o prefixo “bem” exercer a função de advérbio, a exemplo de bem-aplicado, bem-aceito e bem-elaborado.
I. É obrigatório o uso do hífen em palavras como sobre-humano, ultra-humano, supra-humano e super-humano.
II. Do mesmo modo, as palavras anti-sequestro, anti-reflexo e anti-horário devem ser grafadas com o hífen.
III. O uso do hífen também é obrigatório em palavras com os prefixos tônicos pós-, pré- e pró-, como pós-venda, pré-científico e pró-reitor, por exemplo.
IV. O hífen está corretamente empregado quando o prefixo “bem” exercer a função de advérbio, a exemplo de bem-aplicado, bem-aceito e bem-elaborado.
Q3055937
Português
Em qual das opções abaixo o acento indicativo de crase foi corretamente empregado?
Q3055938
Português
Assinale a alternativa CORRETA quanto ao uso obrigatório da vírgula:
Q3055939
Português
Relacione as colunas de acordo com o vício de linguagem e seu exemplo.
1. Solecismo
2. Ambiguidade
3. Barbarismo
4. Pleonasmo
5. Cacofonia
( ) As forças policiais enfrentam o tráfego de drogas constantemente.
( ) A investigação indicou tratar-se de um roubo de objeto alheio.
( ) Os pacientes agradeceram os profissionais de saúde.
( ) O soldado avisou ao sargento que estava terminando o turno.
( ) É admirável a fé de meu tio.
A sequência CORRETA de cima para baixo é: