Questões de Concurso Militar CMRJ 2016 para Aluno do Colégio Militar - Português (EF)

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Q753276 Português

                               

       Ir para a escola, aprender assuntos novos, fazer amigos, superar seus limites é direito de todas as pessoas. Existem vários tipos de escolas e diversos caminhos de ensino e aprendizagem . Alguns são mais fáceis, outros mais difíceis. 

      Nesta prova, você está convidado a refletir sobre aspectos da vida escolar (tipos de ensino, relação professor-aluno, material escolar, medos e desejos, problemas e desigualdades).

      Leia os textos com atenção, reflita e resolva as questões propostas.

      Boa Prova!


       Inácio entrou em casa correndo, procurando seu avô:

       - Mãe, mãe, cadê o vovô? Preciso muito falar com ele.

       - Calma, menino! Seu avô foi comprar pão.

       - Então ele vai demorar muito! Ele fica conversando com todo mundo na rua, e eu tenho que perguntar umas coisas pra ele. É um trabalho de escola.

       - E seu avô vai saber responder?

       - Acho que vai, é um trabalho sobre os escravos, e minha professora disse que os negros vieram da África e que, antigamente, todos os negros eram escravos. Então, se vovô é negro, ele veio da África e era escravo.

       - Não, querido. Nem todos os negros vieram da África ou foram escravos. Seu avô nasceu aqui no Brasil e nunca foi escravo.

       -Nunca? Mas a minha professora disse que...

       - Quem veio da África e era escravo foi o bisavô do seu avô.

      /.../

                                    Na fazenda de café

      - Vô, tenho um amigo lá na escola que em todas as férias viaja para a fazenda da tia dele, que fica em São Paulo. Eu queria tanto conhecer uma fazenda! Deve ser muito bom acordar cedinho e tirar leite das vacas, não é?

      - Sabe, Inácio, antigamente eu vivia dizendo que se ganhasse na loteria compraria um sítio. Agora, não tenho mais esperanças de ganhar, não.

      - Mas, vô, você joga na loteria?

      - Já joguei, agora não jogo mais. Acho uma bobagem, não ganho mesmo.

      - Vô, mas eu não queria conhecer uma fazenda do mesmo jeito que meu tataravô conheceu, não. Minha professora contou que era muito triste a vida nas fazendas de café, a começar pela viagem, pois os escravos viajavam dias e dias a pé, e lá eram obrigados a trabalhar muito.

      - Poxa, Inácio, como você é inteligente! Consepe pardar tudo nessa cabecinha. Na minha idade, não consigo aprender mais nada.

      - Que é isso, vô? Tem um monte de gente da sua idade que ainda estuda, sabia? Por que você não volta a estudar?

      - Ah, Inácio, acho que não dou mais pra isso, não. Não tenho mais paciência pra esse negócio de escola.

      - Então, vô, você pode estudar comigo, que tal? Tudo o que minha professora de História me ensinar eu ensino pra você, combinado?

      /.../

MARTINS, Georgina; TELLES, Teresa Sila. Meu tataravô era africano. São Paulo: Editora DCL, 2008. p. 29-30; 46-47. (fragmento adaptado)

No texto, Inácio insiste em explicar como sabe as coisas: “minha professora disse”, “minha professora contou”, “tudo o que minha professora me ensinar”. Ao falar tanto na professora, o menino demonstra que
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Q753278 Português
Na tira, o humor representado no último quadrinho foi alcançado a partir de uma situação de sala de aula, em que fica evidente o
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Q753280 Português

                                     

      Ir para a escola, aprender assuntos novos, fazer amigos, superar seus limites é direito de todas as pessoas. Existem vários tipos de escolas e diversos caminhos de ensino e aprendizagem . Alguns são mais fáceis, outros mais difíceis. 

      Nesta prova, você está convidado a refletir sobre aspectos da vida escolar (tipos de ensino, relação professor-aluno, material escolar, medos e desejos, problemas e desigualdades).

      Leia os textos com atenção, reflita e resolva as questões propostas.

      Boa Prova!


       Inácio entrou em casa correndo, procurando seu avô:

       - Mãe, mãe, cadê o vovô? Preciso muito falar com ele.

       - Calma, menino! Seu avô foi comprar pão.

       - Então ele vai demorar muito! Ele fica conversando com todo mundo na rua, e eu tenho que perguntar umas coisas pra ele. É um trabalho de escola.

       - E seu avô vai saber responder?

       - Acho que vai, é um trabalho sobre os escravos, e minha professora disse que os negros vieram da África e que, antigamente, todos os negros eram escravos. Então, se vovô é negro, ele veio da África e era escravo.

       - Não, querido. Nem todos os negros vieram da África ou foram escravos. Seu avô nasceu aqui no Brasil e nunca foi escravo.

       -Nunca? Mas a minha professora disse que...

       - Quem veio da África e era escravo foi o bisavô do seu avô.

      /.../

                                    Na fazenda de café

      - Vô, tenho um amigo lá na escola que em todas as férias viaja para a fazenda da tia dele, que fica em São Paulo. Eu queria tanto conhecer uma fazenda! Deve ser muito bom acordar cedinho e tirar leite das vacas, não é?

      - Sabe, Inácio, antigamente eu vivia dizendo que se ganhasse na loteria compraria um sítio. Agora, não tenho mais esperanças de ganhar, não.

      - Mas, vô, você joga na loteria?

      - Já joguei, agora não jogo mais. Acho uma bobagem, não ganho mesmo.

      - Vô, mas eu não queria conhecer uma fazenda do mesmo jeito que meu tataravô conheceu, não. Minha professora contou que era muito triste a vida nas fazendas de café, a começar pela viagem, pois os escravos viajavam dias e dias a pé, e lá eram obrigados a trabalhar muito.

      - Poxa, Inácio, como você é inteligente! Consepe pardar tudo nessa cabecinha. Na minha idade, não consigo aprender mais nada.

      - Que é isso, vô? Tem um monte de gente da sua idade que ainda estuda, sabia? Por que você não volta a estudar?

      - Ah, Inácio, acho que não dou mais pra isso, não. Não tenho mais paciência pra esse negócio de escola.

      - Então, vô, você pode estudar comigo, que tal? Tudo o que minha professora de História me ensinar eu ensino pra você, combinado?

      /.../

MARTINS, Georgina; TELLES, Teresa Sila. Meu tataravô era africano. São Paulo: Editora DCL, 2008. p. 29-30; 46-47. (fragmento adaptado)


Na tirinha e em Meu tataravô era africano, há tipos de escola com visões diferentes sobre a (o)
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Q753282 Português

            Líder em analfabetismo, Alagoas tem fila de espera em programa suspenso 

                  

      Todos os dias, os servidores alojados em uma sala de um prédio anexo à Secretaria Municipal de Educação de Maceió dão a mesma resposta: o Programa Brasil Alfabetizado está suspenso na capital alagoana por tempo indeterminado e não estão sendo feitas novas matrículas.

      O estado tem a maior taxa de analfabetismo do país. De cada 100 pessoas com 15 anos ou mais de idade, 22 não sabem ler e escrever. Na capital, Maceió, 66 mil estão nessa situação, aponta pesquisa.

      A dificuldade de manter adultos em cursos de alfabetização é citada por diversos gestores públicos e especialistas na área. Muitos desistem ou nem procuram as aulas.

      Esse segundo caso é o da diarista Maria Cícera dos Santos Silva, moradora de Maceió. Aos 53 anos, "Tota", como é conhecida, escreve apenas o próprio nome. "Minha filha escrevia num papel, e fui copiando até aprender".

      Casada, com três filhos e o mesmo número de netos, a diarista diz se ressentir de não ter participado da educação formal dos filhos. 

      "Quando eles começaram a estudar, era muito ruim. Mas, graças a Deus, a minha sobrinha me ajudava com as lições de casa deles", conta.

      Hoje, a dificuldade se repete com os estudos da neta de quatro anos. A nora assume a função que a avó gostaria de desempenhar.

      Tota teve negado o direito à alfabetização. Aos 5 anos, perdeu a mãe e, aos 10, o pai. Foi morar com uma tia, que não queria que ela estudasse para dar conta dos afazeres domésticos. "Às vezes, ia escondida para a aula e, quando voltava, levava uma surra de pôr sal nas costas."

      Familiares a ajudam com tarefas do dia a dia, como seguir uma receita médica. Para outras, como pegar o transporte para ir trabalhar, ela improvisa. "Não erro, já decorei a cor dos ônibus", diz.

      O desejo de estudar perdeu-se com os anos. "O tempo vai passando, a gente casa, tem filhos...", diz ela.

      A resignação é uma característica comum entre adultos como ela, que não tiveram acesso à educação formal, afirma Rita de Cássia Lima Alves, da Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos.

      "São pessoas que lutam pela educação dos seus filhos, mas não pela própria."

Wagner Melo. Colaborou Ângela Pinho, de São Paulo. Folha de São Paulo, domingo, 28/08/2016. Cotidiano, p. B12. (fragmento)

Glossário:

gestores: pessoas que administram; diretores.

ressentir; sentir muito; ficar magoado.

resignação: ato de se resignar; submissão. 

O problema do analfabetismo vivido por Maria Cícera começou, ainda na infância, com a morte dos pais dela. Além disso, Tota deixou de frequentar a escola porque
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Q753287 Português

      Durante toda a minha trajetória escolar, nunca vi nos professores apenas um caminho para ganhar algum conhecimento em matemática, geografia, literatura. Para mim, eles eram muito mais.

      Na menor brecha que abriam, eu sugava de meus mestres formas de compreender os momentos embaçados da vida, formas de fazer a minha realidade melhor. Professor é o mundo todo sintetizado em giz, apagador e tutano.

      Na adolescência, uma professora marcou minhas lembranças para sempre ao me emprestar, juro, apenas emprestar, a antologia poética do Drummond, que tinha capa dura verde e páginas em um papel tão fino que parecia que a qualquer momento iria se desintegrar. Li quase inteira, aprendi de um tudo.

      "É para você se inspirar para o amor, refletir sobre a dureza da existência, engrossar o couro para o futuro. O poeta foi comedor de arroz com feijão igual a nós todos, mas deixou a alma viajar por grandes banquetes", dizia um bilhete da professora.

      Talvez não seja muito pedagógico para os que ensinam estreitar laços com os que devem aprender, pois isso poderia gerar conflitos de autoridade, confusão com as tarefas atribuídas aos pais. Mas as batalhas abertas atualmente no ambiente escolar trazem a mim uma nostalgia danada daquele tempo em que a mesa do professor era coberta de flores do campo - muito mais campo do que flores -, doce caseiro, desenhos, poesias e outros mimos levados pela criançada.

      Para mim, o professor foi um bálsamo salvador das pequenas e grandes angústias de ser um menino incomum fisicamente na escola. /.../

      Bastava um exemplo, algumas palavras seguras, uma recomendação de um livro. Um mestre que repita o mantra "acredite que vai dar tudo certo, vá em frente, que é possível" faz toda a diferença.

      Em outra situação estudantil, fui atrevido a ponto de ir à casa de um dos mestres (no interior do país, tem dessas coisas). Eu precisava como em uma emergência sufocante saber até quando eu teria de esperar para viver um grande amor, afinal, eu "já" tinha 16 anos. 0 professor me recebeu, levou totalmente a sério a minha dúvida e recomendou o melhor remédio de todos para os desesperados: "Tenha paciência. Seu tempo vai chegar".

      /.../

Jairo Marques. Folha de São Paulo, 11/10/2011. Disponível em<http://wwwl .folha.uol.br/fsp/cotidian/ffl 110201105.htm> . Acesso em 27/10/16. (fragmento)

Na frase “afinal, eu ‘’ tinha 16 anos”, a palavra foi usada entre aspas para mostrar que, na idade adulta, Jairo Marques reconhece que, quando mais jovem
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