Questões de Concurso Militar PM-MG 2014 para 2º Tenente - Cirurgião Dentista

A fluoretação das águas de abastecimento público não é elemento essencial da estratégia de promoção da saúde, eixo norteador da Política Nacional de Saúde Bucal. 

O objetivo final dos meios de utilização de flúor é a rápida passagem do íon flúor na cavidade bucal, para interferir no desenvolvimento da cárie dentária. 

Nas condições brasileiras, a fluoretação das águas deve ser considerada um direito de cidadania, pois, mesmo apresentando características socioeconômicas semelhantes e sendo expostas a outras fontes de flúor (como dentifrícios, por exemplo), populações privadas do benefício da fluoretação das águas apresentaram um valor cerca de 34,3% maior para o índice CPOD.

A múltipla exposição aos fluoretos não implica maior risco de desenvolvimento da fluorose dentária, em diferentes graus, e, portanto, não requer a adoção de práticas de uso seguro, consciente e parcimonioso. 

Estudos periódicos têm mostrado que a concentração de flúor solúvel na maioria dos dentifrícios vendidos no Brasil não está de acordo com o ideal em termos de prevenção.

A maioria dos dentifrícios brasileiros é formulado com fluoreto de sódio (NaF) e a eficácia anticárie dessa formulação tem sido demonstrada. 

A utilização de dentifrício fluoretado tem sido considerada responsável pela diminuição nos índices de cárie observados hoje em todo mundo, exceto em países ou regiões que não possuem água fluoretada.

Para dentifrícios que utilizam fluoreto de sódio, o agente abrasivo deve ser compatível, como a sílica, por exemplo, a qual não reage quimicamente com o flúor. 

Na fluorose dentária, as manchas são geralmente centralizadas em superfície lisa e de extensão limitada. Enquanto que nas opacidades não fluoróticas do esmalte geralmente todas as superfícies do dente são afetadas ou perto das pontas das cúspides e bordas incisais.

As opacidades não fluoróticas do esmalte são difusas sobre a superfície do dente e com intensidade variada. Ao passo que lesões de fluorose são claramente diferenciadas do esmalte adjacente normal. 

Na fluorose dentária os dentes afetados são sempre homólogos. Os dentes cuja erupção ocorre primeiro (incisivos e primeiros molares) são menos afetados, enquanto os pré-molares, segundos e terceiros molares são os mais gravemente afetados. Já as opacidades do esmalte não fluoróticas são mais comuns nas superfícies vestibulares de um único dente ou, eventualmente, dos dentes homólogos. Sendo que, qualquer dente pode ser afetado, mas principalmente os incisivos. 

A opacidade não fluorótica do esmalte se apresenta em linhas brancas opacas ou nuvens, até aparência calcária e pode apresentar descoloração castanha na parte mesioincisal dos incisivos superiores centrais após a erupção (grau leve). As lesões de fluorose são brancas opacas ou amarelocreme até vermelho-escuro-alaranjadas na época da erupção.