Questões de Concurso Militar CIAAR 2018 para Primeiro Tenente - Endodontia
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“Em todo cabeleireiro talvez haja a vocação frustrada de um dentista; conheci mesmo um que deixou a tesoura, em Belo Horizonte, e foi ganhar a vida com um boticão em Montes Claros.
É verdade que no dentista, pelo fato muito explicável de estarmos de boca aberta, não precisamos responder a nenhuma daquelas perguntas que no barbeiro geram sempre a mais cacete das conversas sem futuro. Mas é verdade também que o simples aparato de brocas e ferramentas já nos sugere a humilhação de uma dor transcendente a toda anestesia e nos faz desejar as dentaduras duplas que Carlos Drummond de Andrade cantou.”
(SABINO, Fernando. “Dor de dente”. In: Livro aberto. Rio de Janeiro: Record, 2001, p.39-40)
“O poeta Alphonsus de Guimaraens Filho me conta como o filhinho de um amigo seu esperava conseguir entrar no céu ao morrer, segundo um processo digno de meditação.
– Papai, alma tem mão? – perguntou um dia o garoto.
– Deve ter sim. Por quê? – respondeu o pai, distraído.
– Porque quando eu morrer quero levar um queijo para Deus.
(SABINO, Fernando. Livro aberto. Rio de Janeiro: Record, 2001, p.93).
Nesse texto, o termo “um” aparece quatro vezes. Ele só não pode ser interpretado apenas como artigo em
“Poucas pessoas não experimentaram a sensação incômoda, irritante, que muitas vezes evolui para persecutória, de estar na fila errada, a fila que não anda. Nas estradas, quando há retenções, percebem-se motoristas acometidos pela angústia da fila errada, e trocam para lá, voltam para cá, irritados porque nas outras pistas os carros andam, na deles, não. Com a repetição, muitos desenvolvem a neurose da fila que não anda.”
(ÂNGELO, Ivan. “A fila que não anda”. In: Certos homens. Porto Alegre: Arquipélago Editorial, 2011, p.43).
Leia o trecho a seguir. Observe que dele foram retirados os acentos gráficos.
“No principio, eu guardava meu verbo amar debaixo de muita gramatica. Se por prudencia, tambem por medo de desbota-lo ao deixa-lo vir à luz. Sempre vi a palavra penumbra como a claridade suficiente para proteger o amor.”
(QUEIRÓS, Bartolomeu Campos de. Vermelho amargo. São Paulo: Cosac Naify, 2011, p.41 - Adaptado).
Qual é a sequência correta de palavras acentuadas nesse fragmento?
Leia o trecho abaixo.
“Reencontro num jantar um velho amigo e ficamos relembrando nossos tempos de colégio e faculdade, os professores malucos de então. Ele me fala num que lecionava português e que era categórico em matéria de colocação de pronomes:
– Pode-se dizer “eu lhe dou uma laranja”. Pode-se dizer “eu dou-lhe uma laranja”. O que não se pode dizer jamais é “eu dou uma laranja-lhe”.
(SABINO, Fernando. “Colocação de pronomes”. In: Livro aberto. Rio de Janeiro: Record, 2001, p.497 - Adaptado).
A explicação para a última frase não ser dita jamais é que o pronome oblíquo