Questões Militares de Português - Termos essenciais da oração: Sujeito e Predicado

Foram encontradas 298 questões

Ano: 2023 Banca: FCC Órgão: PM-BA Prova: FCC - 2023 - PM-BA - Soldado |
Q2085899 Português

Atenção: Para responder à questão, leia a crônica O importuno, de Carlos Drummond de Andrade, publicada originalmente em 13/07/1966


1.     − Que negócio é esse? Ninguém me atende?

2.     A muito custo, atenderam; isto é, confessaram que não podiam atender, por causa do jogo com a Bulgária.

3. − Mas que tenho eu com o jogo com a Bulgária, façam-me o favor? E os senhores por acaso foram escalados para jogar?

4.     O chefe da seção aproximou-se, apaziguador:

5.   − Desculpe, cavalheiro. Queira voltar na quinta-feira, 14. Quinta-feira não haverá jogo, estaremos mais tranquilos.

6.     − Mas prometeram que meu papel ficaria pronto hoje sem falta.

7.     − Foi um lapso do funcionário que lhe prometeu tal coisa. Ele não se lembrou da Bulgária. O Brasil lutando com a Bulgária, o senhor quer que o nosso pessoal tenha cabeça fria para informar papéis?

8.     − Perdão, o jogo vai ser logo mais, às quinze horas. É meio-dia, e já estão torcendo?

9.     − Ah, meu caro senhor, não critique nossos bravos companheiros, que fizeram o sacrifício de vir à repartição trabalhar quando podiam ficar em casa ou na rua, participando da emoção do povo…

10.     − Se vieram trabalhar, por que não trabalham?

11.     − Porque não podem, ouviu? Porque não podem. O senhor está ficando impertinente. Aliás, disse logo de saída que não tinha nada com o jogo com a Bulgária! O Brasil em guerra − porque é uma verdadeira guerra, como revelam os jornais − nos campos da Europa, e o senhor, indiferente, alienado, perguntando por um vago papel, uma coisinha individual, insignificante, em face dos interesses da pátria!

12.     − Muito bem! Muito bem! − funcionários batiam palmas.

13.     − Mas, perdão, eu… eu…

14.    − Já sei que vai se desculpar. O momento não é para dissensões. O momento é de união nacional, cérebros e corações uníssonos. Vamos, cavalheiro, não perturbe a preparação espiritual dos meus colegas, que estão analisando a Seleção Búlgara e descobrindo meios de frustrar a marcação de Pelé. O senhor acha bem o 4-2-4 ou prefere o 4-3-3?

15.     − Bem, eu… eu…

16.    − Compreendo que não queira opinar. É muita responsabilidade. Eu aliás não forço opinião de ninguém. Esta algazarra que o senhor está vendo resulta da ampla liberdade de opinião com que se discute a formação do selecionado. Todos querem ajudar, por isso cada um tem sua ideia própria, que não se ajusta com a ideia do outro, mas o resultado é admirável. A unidade pela diversidade. Na hora da batalha, formamos uma frente única.

17.     − Está certo, mas será que, voltando na quinta-feira, eu encontro o meu papel pronto mesmo?

18.     − Ah, o senhor é terrível, nem numa hora dessas esquece o seu papelzinho! Eu disse quinta-feira? Sim, certamente, pois é dia de folga no campeonato. Mas espere aí, com quatro jogos na quarta-feira, e o gasto de energia que isso determina, como é que eu posso garantir o seu papel para quinta-feira? Quer saber de uma coisa? Seja razoável, meu amigo, procure colaborar. Procure ser bom brasileiro, volte em agosto, na segunda quinzena de agosto é melhor, depois de comemorarmos a conquista do Tri.

19.     − E… se não conquistarmos?

20.   − Não diga uma besteira dessas! Sai, azar! Vá-se embora, antes que eu perca a cabeça e… 21.     Vozes indignadas:

22.     − Fora! Fora!

23.     O servente sobe na cadeira e comanda o coro:

24.     − Bra-sil! Bra-sil! Bra-sil!

25.     Estava salva a honra da torcida, e o importuno retirou-se precipitadamente.


(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. Quando é dia de futebol. São Paulo: Companhia das Letras, 2014)

Exerce a função sintática de sujeito o elemento sublinhado no seguinte trecho: 
Alternativas
Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: CBM-AP Prova: FCC - 2022 - CBM-AP - Soldado |
Q2063097 Português
      Atualmente, a maioria das considerações sobre a violência se concentra na criminalidade, cujo aumento quer denunciar. Mas essa progressão da violência criminal não foi provada e o que se assiste é, ao contrário, uma pacificação progressiva da sociedade; admitindo-se ou não, os costumes se civilizaram. O fato de a opinião pública preocupar-se com uma crescente insegurança não tem entretanto nada a ver com o volume efetivo da criminalidade, mas sim com as normas a partir das quais concebemos os fenômenos criminosos. Ao contrário das sociedades do passado, as nossas estão habituadas a uma segurança cada vez maior, que não depende só dos números da criminalidade, mas também e até mais da organização dos seguros e da previdência social, da homogeneidade de um espaço de livre circulação, da regulação de múltiplos aspectos da vida através do Estado. Sobre o pano de fundo de uma segurança crescente, os comportamentos criminosos são percebidos com uma ansiedade desproporcional em relação ao seu volume real. No entanto, isso não significa que a mudança das normas possa ser subestimada.

     Do ponto de vista histórico, é difícil dispor de informações quantitativas certas sobre um passado distante, mas nossa ignorância não é total; em todo caso, tudo o que sabemos vai na mesma direção: a violência é a marca registrada de períodos inteiros do passado.

(Adaptado de: MICHAUD, Yves. A violência. Tradução de L. Garcia. São Paulo: Editora Ática,1989)
Atualmente, a maioria das considerações sobre a violência se concentra na criminalidade, cujo aumento quer denunciar. (1° parágrafo)
Na oração em que se insere, o termo sublinhado exerce a função sintática de
Alternativas
Q2059790 Português
É correto afirmar que não só... como também (linha 1) classifica-se como
Alternativas
Q2059364 Português
TEXTO I
Incêndios na Europa: tragédias anunciadas?

texto_1 - 19.png (799×460) texto_1 - 19 2 .png (803×450)

Disponível em: https://www.em.com.br/app/colunistas/sueli-vasconcelos/2022/07/25/noticia-sueli-vasconcelos,1382346/incendios-na-europa-tragediasanunciadas.shtml.
(Parcial e adaptado.)
Na frase “As construções, com amplos jardins ornamentais, espalham-se de forma difusa pelas matas, favorecendo a rápida propagação do fogo” (linhas 16 a 18),
Alternativas
Q2046161 Português
Um país diante da barbárie

Marcelo O. Dantas

        Em sua formulação clássica, o grego Aristóteles define “virtude” como a capacidade de adotar posturas equilibradas diante de opções extremas e radicalmente opostas. Longe de constituir mero expediente conciliador, este meio termo requer do homem virtuoso lucidez e fibra, do contrário será incapaz de sobrepor-se às forças dilacerantes da desrazão. Confrontado com a crise da violência, nosso país ignora a lição e vai-se dividindo entre os que defendem o recrudescimento das medidas repressivas e os que advogam a ampliação das políticas sociais. Semelhante impasse, além de improdutivo, baseia-se numa falsa antinomia. O combate ao crime e a promoção do bem-estar, quando implementados de forma correta, são estratégias que se complementam e se legitimam. 

        As políticas sociais – entendidas em seu aspecto mais amplo – atuam no campo da profilaxia, oferecendo opções de vida ao cidadão adulto e ao jovem que se forma. O sistema penal, por sua vez, visa dissuadir o indivíduo a cometer crimes, ao mesmo tempo em que regula a punição dos infratores. Desacompanhado de políticas sociais, semelhante sistema torna-se facilmente instrumento de tirania e de perpetuação da desigualdade. Em contrapartida, quando aplicadas em um ambiente de permissividade criminal e falência da justiça, as políticas sociais perdem por completo sua capacidade de prevenir o aumento da violência. Nos últimos anos, o Brasil avançou imensamente na área social, e nem por isso a crise da segurança arrefeceu. Faltou à equação o poder dissuasivo da lei. 

 http://nominimo.ig.com.br/notitia/servlet/newstorm.notitia.presentation.NavigationServlet?publicationCode=1&pageCode=15&text Code=25468&date=currentDate&contentType=html [com adaptações]
Avalie as afirmações abaixo:
I. Em “incapaz de sobrepor-se às forças dilacerantes da desrazão” (linhas 4-5), o emprego do sinal indicativo da crase é optativo.
II. Em “O sistema penal, por sua vez, visa dissuadir o indivíduo a cometer crimes” (linhas 14-15), há um desvio de regência verbal: de acordo com a norma culta, o verbo “dissuadir” rege a preposição “de”. III. O vocábulo “implementados” (linha 10) reporta-se a “combate ao crime” (linha 9) e a “promoção do bem-estar” (linha 9), o que determina a concordância entre esses termos em gênero e número.
IV. Em “entre os que defendem o recrudescimento das medidas repressivas e os que advogam a ampliação das políticas sociais” (linhas 6-8), “os”, em suas duas ocorrências, é um pronome pessoal oblíquo e refere-se a “homens virtuosos”.
V. No enunciado “Em sua formulação clássica, o grego Aristóteles define “virtude” como a capacidade de adotar posturas equilibradas diante de opções extremas e radicalmente opostas” (linhas 1-3), predomina a função metalingüística.
Está correto o que se afirma em
Alternativas
Respostas
16: C
17: E
18: A
19: E
20: D