Questões Militares de Português - Orações subordinadas substantivas: Subjetivas, Objetivas diretas, Objetivas indiretas...
Foram encontradas 145 questões
Ano: 2022
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
PM-GO
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2022 - PM-GO - Aspirante da Polícia Militar |
Q1963095
Português
Texto associado
ILHA VISITÁVEL
Carlos Castelo
7 de abril de 2022
Eu sou a crônica, sou natural
ali do Rio de Janeiro. Sou eu quem leva o dia a dia
para milhões de brasileiros.
Esse ano completo 170
primaveras em nossas plagas. Não é pouca coisa.
Após tanto tempo, posso afirmar até com certo
orgulho: mesmo quem não frequenta jornais e
revistas, me conhece. Já viu o Veríssimo, o Otto, a
Clarice em minha companhia. Se não reparou, agora
vou jogar pesado. Perdoe-me o leitor por abrir um
parêntese tão avantajado, mas notem o que Machado
de Assis – o próprio, de fardão e pincenê – declarou a
meu respeito:
Essas vizinhas, entre o jantar e a merenda,
sentaram-se à porta, para debicar os
sucessos do dia. Provavelmente
começaram a lastimar-se do calor. Uma
dizia que não pudera comer ao jantar, outra
que tinha a camisa mais ensopada do que
as ervas que comera. Passar das ervas às
plantações do morador fronteiro, e logo às
tropelias amatórias do dito morador, e ao
resto, era a coisa mais fácil, natural e
possível do mundo. Eis a origem da crônica.
Era só o começo. Andei na
pena e no tinteiro de um sem-número de coroados
das letras nacionais. Bandeira disse que sou um
conjunto de quase nadas. Drummond foi mais longe,
defendeu a minha inutilidade:
O inútil tem sua forma particular de utilidade.
É a pausa, o descanso, o refrigério do
desmedido afã de racionalizar todos os atos
de nossa vida (e a do próximo) sob o critério
exclusivo de eficiência, produtividade,
rentabilidade e tal e coisa. Tão
compensatória é essa pausa que o inútil
acaba por se tornar da maior utilidade,
exagero que não hesito em combater, como
nocivo ao equilíbrio moral.
E não são apenas poetas
apontando a minha conveniência. Eis aí o crítico
Antonio Candido, que não me deixa mentir (apesar de
que, como sou cruza de ficção com jornalismo, até
poderia).
A crônica está sempre ajudando a
estabelecer ou restabelecer a dimensão das
coisas e das pessoas. Em lugar de oferecer
um cenário excelso, numa revoada de
adjetivos e períodos candentes, pega o
miúdo e mostra nele uma grandeza, uma
beleza ou uma singularidade insuspeitadas.
Era para ficar inflada de
contentamento. Acontece que, apesar de tanta
fortuna crítica, desafortunadamente os anos 20 de
hoje não são os 50 do século passado. [...]
De lá para cá, muita coisa
mudou. Jornais e revistas estão longe de ser o que
foram sob Samuel Wainer ou Assis Chateaubriand.
Minha presença era massiva, terminou sendo
substituída por fotos de pratos de comida, gatinhos
fofos, cãezinhos hilários, frases de autoajuda e
dancinhas nas redes sociais.
Os candidatos a me
representar foram minguando. Refiro-me aos ótimos,
os regulares fervilham por aí. Entretanto, como os
talentosos ainda existem e não desistem, vou
ocupando espaços como este.
Afinal, eu sou a crônica.
Nunca pretendi ser monumental, nem ciência exata.
Sempre fui, e serei, como dizia o poeta, uma ilha
visitável, sem acomodações de residência.
Adaptado de: https://revistacult.uol.com.br/home/ilha-visitavel/.
Acesso em: 18 de abr. 2022.
Qual é a relação sintático-semântica estabelecida
entre as orações “Tão compensatória é essa
pausa que o inútil acaba por se tornar da maior
utilidade [...]”?
Ano: 2022
Banca:
Aeronáutica
Órgão:
EEAR
Prova:
Aeronáutica - 2022 - EEAR - Sargento da Aeronáutica - Aeronavegantes e Não-Aeronavegantes (Turma 1) |
Q1938426
Português
Leia:
“Desta vez, o muro não era alto, e a espiga era baixinha; bastava esticar o braço com algum esforço, para arrancá-la do pé. Rangel andava neste trabalho desde alguns meses. Não esticava o braço sem espiar primeiro para todos os lados, a ver se vinha alguém, e, se vinha alguém, disfarçava e ia-se embora.” (Machado de Assis)
Quantas orações subordinadas substantivas há no texto acima?
“Desta vez, o muro não era alto, e a espiga era baixinha; bastava esticar o braço com algum esforço, para arrancá-la do pé. Rangel andava neste trabalho desde alguns meses. Não esticava o braço sem espiar primeiro para todos os lados, a ver se vinha alguém, e, se vinha alguém, disfarçava e ia-se embora.” (Machado de Assis)
Quantas orações subordinadas substantivas há no texto acima?
Ano: 2021
Banca:
Marinha
Órgão:
COLÉGIO NAVAL
Prova:
Marinha - 2021 - COLÉGIO NAVAL - Aluno - 2º Dia |
Q1879007
Português
Texto associado
Nunca imaginei um dia
Até alguns anos atrás, eu costumava dizer frases
como "eu jamais vou fazer isso" ou "nem morta eu faço
aquilo", limitando minhas possibilidades de descoberta e
emoção. Não é fácil libertar-se do manual de instruções
que nos autoimpomos. As vezes, leva-se uma vida inteira,
e nem assim conseguimos viabilizar esse projeto. Por
sorte, minha ficha caiu há tempo.
Começou quando iniciei um relacionamento com
alguém completamente diferente de mim, diferente a um
ponto radical mesmo: ele, por si só, foi meu primeiro
"nunca imaginei um dia". Feitos para ficarem a dois
planetas de distância um do outro. Mas o amor não
respeita a lógica, e eu, que sempre me senti tão
?onfo~~vel num_ mundo planejado, inaugurei a
instab1hdade emocional na minha vida. Prendi a respiração
e dei um belo mergulho.
A partir dai, comecei a fazer coisas que nunca
havia feito. Mergulhar, aliás, foi uma delas. Sempre
respeitosa com o mar e chata para molhar os cabelos
afundei em busca de tartarugas gigantes e peixe~
coloridos no mar de Fernando de Noronha. Traumatizada
com cavalos (por causa de um equino que quase me levou
ao ch_ão quando eu tinha oito anos), participei da minha
primeira cavalgada depois dos 40, em São Francisco de
Paula: Roqueira convicta e avessa a pagode, assisti a um
show: do Zeca Pagodinho na Lapa. Para ver o Ronaldo
Fenô'11eno jogar ao vivo, me infiltrei na torcida do Olímpico
num ,Jogo entre Grêmio e Corinthians, mesmo sendo
colorada.
Meu paladar deixou de ser monótono: comecei a
provar alimentos que nunca havia provado antes. E muitas
outras coisas vetadas por causa do "medo do ridículo"
receberam alvará de soltura. O ridículo deixou de existir na
minha vida.
Não deixei de ser eu. Apenas abri o leque me
permitindo ser um "eu" mais amplo. E sinto que é um
caminho sem volta.
Um mês atrás participei de outro capítulo da série
"Nunca im_aginei um dia". Viajei numa excursão, eu que
sempre reieIteI essa modalidade turística. Sigo preferindo
viajar a dois ou sozinha, mas foi uma experiência
fascinante, ainda mais que a viagem não tinha como
destino um pais do circuito Elizabeth Arden (ParisLondr:s-Nova York), mas um pais africano, muçulmano e
desértico. Ahás, o deserto de Atacama, no Chile, será meu
provável "nunca imaginei um dia" do próximo ano.
E agora cometi a loucura jamais pensada, a
insanidade que nunca me permiti, o ato que me faria
merecer uma camisa-de-força: eu, que nunca me comovi
com bichos de estimação, adotei um gato de rua.
Pode colocar a culpa no esplrito natalino: trouxe
um bichano de três meses pra casa, surpreendendo
minhas filhas, que já haviam se acostumado com a ideia
de ter uma mãe sem coração. E o que mais me estarrece:
estou apaixonada por ele.
Ainda há muitas experiências a conferir: fazer
compras pela internet, andar num balão cozinhar
dignamente, me tatuar, ler livros pelo kindle', viajar de
navio e mais umas 400 coisas que nunca imaginei fazer um dia, mas que já não duvido. Pois tem essa também:
deixei de ser tão cética.
Já que é improvável que o próximo ano seja
diferente de qualquer outro, que a novidade sejamos nós.
Medeiros, Martha. Nunca imaginei um dia. 2009. Disponível
em: http://alagoinhaipaumirim.blogspot.com/2009/12/nuncaimaginei-um-dia-martha-medeiros.html. Acesso em: 10 fev. 2021.
Leia o perlodo abaixo e assinale a opção correta quanto
ás orações em destaque.
"E agora cometi a loucura jamais pensada, a insanidade que nunca me permiti, o ato que me faria merecer uma camisa-de-força: eu, que nunca me comovi com bichos de estimação, adotei um gato de rua." (7º§)
"E agora cometi a loucura jamais pensada, a insanidade que nunca me permiti, o ato que me faria merecer uma camisa-de-força: eu, que nunca me comovi com bichos de estimação, adotei um gato de rua." (7º§)
Ano: 2021
Banca:
Marinha
Órgão:
COLÉGIO NAVAL
Prova:
Marinha - 2021 - COLÉGIO NAVAL - Aluno - 2º Dia |
Q1879005
Português
Texto associado
Nunca imaginei um dia
Até alguns anos atrás, eu costumava dizer frases
como "eu jamais vou fazer isso" ou "nem morta eu faço
aquilo", limitando minhas possibilidades de descoberta e
emoção. Não é fácil libertar-se do manual de instruções
que nos autoimpomos. As vezes, leva-se uma vida inteira,
e nem assim conseguimos viabilizar esse projeto. Por
sorte, minha ficha caiu há tempo.
Começou quando iniciei um relacionamento com
alguém completamente diferente de mim, diferente a um
ponto radical mesmo: ele, por si só, foi meu primeiro
"nunca imaginei um dia". Feitos para ficarem a dois
planetas de distância um do outro. Mas o amor não
respeita a lógica, e eu, que sempre me senti tão
?onfo~~vel num_ mundo planejado, inaugurei a
instab1hdade emocional na minha vida. Prendi a respiração
e dei um belo mergulho.
A partir dai, comecei a fazer coisas que nunca
havia feito. Mergulhar, aliás, foi uma delas. Sempre
respeitosa com o mar e chata para molhar os cabelos
afundei em busca de tartarugas gigantes e peixe~
coloridos no mar de Fernando de Noronha. Traumatizada
com cavalos (por causa de um equino que quase me levou
ao ch_ão quando eu tinha oito anos), participei da minha
primeira cavalgada depois dos 40, em São Francisco de
Paula: Roqueira convicta e avessa a pagode, assisti a um
show: do Zeca Pagodinho na Lapa. Para ver o Ronaldo
Fenô'11eno jogar ao vivo, me infiltrei na torcida do Olímpico
num ,Jogo entre Grêmio e Corinthians, mesmo sendo
colorada.
Meu paladar deixou de ser monótono: comecei a
provar alimentos que nunca havia provado antes. E muitas
outras coisas vetadas por causa do "medo do ridículo"
receberam alvará de soltura. O ridículo deixou de existir na
minha vida.
Não deixei de ser eu. Apenas abri o leque me
permitindo ser um "eu" mais amplo. E sinto que é um
caminho sem volta.
Um mês atrás participei de outro capítulo da série
"Nunca im_aginei um dia". Viajei numa excursão, eu que
sempre reieIteI essa modalidade turística. Sigo preferindo
viajar a dois ou sozinha, mas foi uma experiência
fascinante, ainda mais que a viagem não tinha como
destino um pais do circuito Elizabeth Arden (ParisLondr:s-Nova York), mas um pais africano, muçulmano e
desértico. Ahás, o deserto de Atacama, no Chile, será meu
provável "nunca imaginei um dia" do próximo ano.
E agora cometi a loucura jamais pensada, a
insanidade que nunca me permiti, o ato que me faria
merecer uma camisa-de-força: eu, que nunca me comovi
com bichos de estimação, adotei um gato de rua.
Pode colocar a culpa no esplrito natalino: trouxe
um bichano de três meses pra casa, surpreendendo
minhas filhas, que já haviam se acostumado com a ideia
de ter uma mãe sem coração. E o que mais me estarrece:
estou apaixonada por ele.
Ainda há muitas experiências a conferir: fazer
compras pela internet, andar num balão cozinhar
dignamente, me tatuar, ler livros pelo kindle', viajar de
navio e mais umas 400 coisas que nunca imaginei fazer um dia, mas que já não duvido. Pois tem essa também:
deixei de ser tão cética.
Já que é improvável que o próximo ano seja
diferente de qualquer outro, que a novidade sejamos nós.
Medeiros, Martha. Nunca imaginei um dia. 2009. Disponível
em: http://alagoinhaipaumirim.blogspot.com/2009/12/nuncaimaginei-um-dia-martha-medeiros.html. Acesso em: 10 fev. 2021.
Em. relação ao período composto por subordinação,
assinale a opção INCORRETA quanto à classificação das
orações destacadas.
Q1867714
Português
Texto associado
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao
longo do texto estão citados na questão.
(Texto especialmente adaptado para esta prova).
Em relação à frase: ‘Quem for diferente da sua tribo lhes parecerá sem noção’
(l. 28), afirma-se que:
I. ‘Quem for diferente da sua tribo’ exerce a função de sujeito da forma verbal ‘parecerá’; é, pois, uma oração subordinada subjetiva.
II. ‘Quem’ é um pronome indefinido, exercendo a função de sujeito indeterminado.
III. ‘lhes’ funciona como objeto direto e se refere a ‘os caquéticos’, termo citado na linha 27.
Quais estão corretas?
I. ‘Quem for diferente da sua tribo’ exerce a função de sujeito da forma verbal ‘parecerá’; é, pois, uma oração subordinada subjetiva.
II. ‘Quem’ é um pronome indefinido, exercendo a função de sujeito indeterminado.
III. ‘lhes’ funciona como objeto direto e se refere a ‘os caquéticos’, termo citado na linha 27.
Quais estão corretas?