Questões do ENEM 2021 para Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro Dia e Segundo Dia - Digital -Edital 2021
Foram encontradas 2 questões
Ano: 2021
Banca:
INEP
Órgão:
ENEM
Prova:
INEP - 2021 - ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro Dia e Segundo Dia - Digital -Edital 2021 |
Q1853327
Português
Texto associado
TEXTO I
Correu à sala dos retratos, abriu o piano, sentou-se e espalmou as mãos no teclado.
Começou a tocar alguma coisa própria, uma inspiração real e pronta, uma polca, uma
polca buliçosa, como dizem os anúncios. Nenhuma repulsa da parte do compositor; os
dedos iam arrancando as notas, ligando-as, meneando-as; dir-se-ia que a musa
compunha e bailava a um tempo. […] Compunha só, teclando ou escrevendo, sem os
vãos esforços da véspera, sem exasperação, sem nada pedir ao céu, sem interrogar os
olhos de Mozart. Nenhum tédio. Vida, graça, novidade, escorriam-lhe da alma como de
uma fonte perene.
ASSIS, M. Um homem célebre. Disponível em: www.biblio.com.br. Acesso em: 2 jun. 2019.
TEXTO II
Um homem célebre expõe o suplício do músico popular que busca atingir a
sublimidade da obra-prima clássica, e com ela a galeria dos imortais, mas que é traído
por uma disposição interior incontrolável que o empurra implacavelmente na direção
oposta. Pestana, célebre nos saraus, salões, bailes e ruas do Rio de Janeiro por suas
composições irresistivelmente dançantes, esconde-se dos rumores à sua volta num
quarto povoado de ícones da grande música europeia, mergulha nas sonatas do
classicismo vienense, prepara-se para o supremo salto criativo e, quando dá por si, é o
autor de mais uma inelutável e saltitante polca.
WISNIK, J. M. Machado maxixe: o caso Pestana. Teresa: revista de literatura brasileira, 2004 (adaptado).
O conto de Machado de Assis faz uma referência velada ao maxixe, gênero musical
inicialmente associado à escravidão e à mestiçagem. No Texto II, o conflito do
personagem em compor obras do gênero é representativo da
Ano: 2021
Banca:
INEP
Órgão:
ENEM
Prova:
INEP - 2021 - ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro Dia e Segundo Dia - Digital -Edital 2021 |
Q1853357
Português
Texto associado
No ano em que o maior clarinetista que o Brasil conheceu, Abel Ferreira, faria 100 anos, o choro dá mostras de vivacidade. É quase um paradoxo que essa riquíssima manifestação da genuína alma brasileira seja forte o suficiente para driblar a falta de incentivos oficiais, a insensibilidade dos meios de comunicação e a amnésia generalizada. “Ele trazia a alma brasileira derramada em sua sonoridade ímpar. Artur da Távola, seguramente seu maior admirador, foi quem melhor o definiu, ‘alma sertaneja, toque mozarteano’”. O acervo do músico autodidata nascido na mineira Coromandel, autor de 50 músicas, entre as quais Chorando baixinho (1942), que o consagrou, amigo e parceiro de Pixinguinha, com quem gravou Ingênuo (1958), permanece com os herdeiros à espera de compilação adequada. O Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro tem a guarda do sax e do clarinete, doados em 1995. Na avaliação de Leonor Bianchi, editora da Revista do Choro, “a música instrumental fica apartada do que é popular porque não vai à sala de concerto. O público em geral tem interesse em samba, pagode e axé”. Ela atribui essa situação à falta de conhecimento e à pouca divulgação do gênero nas escolas.
FERRAZ, A. Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acesso em: 22 abr. 2015 (adaptado).
Considerando-se o contexto, o gênero e o público-alvo, os argumentos trazidos pela
autora do texto buscam