Questões do ENEM 2021 para Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro Dia e Segundo Dia - Digital -Edital 2021
Foram encontradas 38 questões
Ano: 2021
Banca:
INEP
Órgão:
ENEM
Prova:
INEP - 2021 - ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro Dia e Segundo Dia - Digital -Edital 2021 |
Q1853318
Português
Texto associado
Um asteroide de cerca de um mil metros de diâmetro, viajando a 288 mil quilômetros por hora, passou a uma distância insignificante — em termos cósmicos — da Terra, pouco mais do dobro da distância que nos separa da Lua. Segundo os cálculos matemáticos, o asteroide cruzou a órbita da Terra e somente não colidiu porque ela não estava naquele ponto de interseção. Se ele tivesse sido capturado pelo campo gravitacional do nosso planeta e colidido, o impacto equivaleria a 40 bilhões de toneladas de TNT, ou o equivalente à explosão de 40 mil bombas de hidrogênio, conforme calcularam os computadores operados pelos astrônomos do programa de Exploração do Sistema Solar da Nasa; se caísse no continente, abriria uma cratera de cinco quilômetros, no mínimo, e destruiria tudo o que houvesse num raio de milhares de outros; se desabasse no oceano, provocaria maremotos que devastariam imensas regiões costeiras. Enfim, uma visão do Apocalipse.
Disponível em: http://bdjur.stj.jus.br. Acesso em: 23 abr. 2010.
Qual estratégia caracteriza o texto como uma notícia alarmante?
Ano: 2021
Banca:
INEP
Órgão:
ENEM
Prova:
INEP - 2021 - ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro Dia e Segundo Dia - Digital -Edital 2021 |
Q1853319
Português
Texto associado
A draga
A gente não sabia se aquela draga tinha nascido ali, no Porto, como um pé de árvore ou
uma duna.
— E que fosse uma casa de peixes?
Meia dúzia de loucos e bêbados moravam dentro dela, enraizados em suas ferragens.
Dos viventes da draga era um o meu amigo Mário-pega-sapo.
[...]
Quando Mário morreu, um literato oficial, em necrológio caprichado, chamou-o de Mário-
-Captura-Sapo! Ai que dor!
Ao literato cujo fazia-lhe nojo a forma coloquial.
Queria captura em vez de pega para não macular (sic) a língua nacional lá dele…
[...]
Da velha draga
Abrigo de vagabundos e de bêbados, restaram as expressões: estar na draga, viver na
draga por estar sem dinheiro, viver na miséria
Que ora ofereço ao filólogo Aurélio Buarque de Hollanda
Para que as registre em seus léxicos
Pois que o povo já as registrou.
BARROS, M. Gramática expositiva do chão: poesia quase toda. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1990 (fragmento).
Ao criticar o preciosismo linguístico do literato e ao sugerir a dicionarização de
expressões locais, o poeta expressa uma concepção de língua que
Ano: 2021
Banca:
INEP
Órgão:
ENEM
Prova:
INEP - 2021 - ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro Dia e Segundo Dia - Digital -Edital 2021 |
Q1853320
Português
Texto associado
O documentário O menino que fez um museu, direção de Sérgio Utsch, produção
independente de brasileiros e britânicos, gravado no Nordeste em 2016, mais
precisamente no distrito Dom Quintino, zona rural do Crato, foi premiado em Londres,
pela Foreign Press Association (FPA), a associação de correspondentes estrangeiros
mais antiga do mundo, fundada em 1888.
De acordo com o diretor, O menino que fez um museu foi o único trabalho produzido
por equipes fora do eixo Estados Unidos-Europa entre os finalistas. O documentário conta
a história de um Brasil profundo, desconhecido até mesmo por muitos brasileiros. É
apresentado com o carisma de Pedro Lucas Feitosa, 11 anos.
Quando tinha 10 anos, Pedro Lucas criou o Museu de Luiz Gonzaga, que fica no
distrito de Dom Quintino. A ideia surgiu após uma visita que o garoto fez, em 2013,
quando tinha 8 anos, ao Museu do Gonzagão, em Exu, Pernambuco. Pedro decidiu criar
o próprio lugar de exposição para homenagear o rei e o local escolhido foi a casa da sua
bisavó já falecida, que fica ao lado da casa dele, na rua Alto de Antena.
Disponível em: www.opovo.com.br. Acesso em: 18 abr. 2018.
No segundo parágrafo, uma citação afirma que o documentário “foi o único trabalho
produzido por equipes fora do eixo Estados Unidos-Europa entre os finalistas”. No texto,
esse recurso expressa uma estratégia argumentativa que reforça a
Ano: 2021
Banca:
INEP
Órgão:
ENEM
Prova:
INEP - 2021 - ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro Dia e Segundo Dia - Digital -Edital 2021 |
Q1853321
Português
Texto associado
A volta do marido pródigo
— Bom dia, seu Marrinha! Como passou de ontem?
— Bem. Já sabe, não é? Só ganha meio dia. [...]
Lá além, Generoso cotuca Tercino:
— [...] Vai em festa, dorme que-horas, e, quando chega, ainda é todo enfeitado e
salamistrão!...
— Que é que hei de fazer, seu Marrinha... Amanheci com uma nevralgia... Fiquei
com cisma de apanhar friagem...
— Hum...
— Mas o senhor vai ver como eu toco o meu serviço e ainda faço este povo
trabalhar...
[...]
Pintão suou para desprender um pedrouço, e teve de pular para trás, para que a laje
lhe não esmagasse um pé. Pragueja:
— Quem não tem brio engorda!
— É... Esse sujeito só é isso, e mais isso... — opina Sidu.
— Também, tudo p’ra ele sai bom, e no fim dá certo... — diz Correia, suspirando e
retomando o enxadão. — “P’ra uns, as vacas morrem ... p’ra outros até boi pega a
parir...”.
Seu Marra já concordou:
— Está bem, seu Laio, por hoje, como foi por doença, eu aponto o dia todo. Que é a
última vez!... E agora, deixa de conversa fiada e vai pegando a ferramenta!
ROSA, J. G. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967.
Esse texto tem importância singular como patrimônio linguístico para a preservação da
cultura nacional devido
Ano: 2021
Banca:
INEP
Órgão:
ENEM
Prova:
INEP - 2021 - ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro Dia e Segundo Dia - Digital -Edital 2021 |
Q1853322
Português
Texto associado
Intenso e original, Son of Saul retrata horror do holocausto
Centenas de filmes sobre o holocausto já foram produzidos em diversos países do
mundo, mas nenhum é tão intenso como o húngaro Son of Saul, do estreante em
longa-metragens László Nemes, vencedor do Grande Prêmio do Júri no último Festival de
Cannes.
Ao contrário da grande maioria das produções do gênero, que costuma oferecer uma
variedade de informações didáticas e não raro cruza diferentes pontos de vista sobre o
horror do campo de concentração, o filme acompanha apenas um personagem.
Ele é Saul (Géza Röhrig), um dos encarregados de conduzir as execuções de judeus
como ele que, por um dia e meio, luta obsessivamente para que um menino já morto —
que pode ou não ser seu filho — tenha um enterro digno e não seja simplesmente
incinerado.
O acompanhamento da jornada desse prisioneiro é no sentido mais literal que o
cinema pode proporcionar: a câmera está o tempo todo com o personagem, seja por
sobre seus ombros, seja com um close em primeiro plano ou em sua visão subjetiva. O
que se passa ao seu redor é secundário, muitas vezes desfocado.
Saul percorre diferentes divisões de Auschwitz à procura de um rabino que possa
conduzir o enterro da criança, e por isso pouco se envolve nos planos de fuga que os
companheiros tramam e, quando o faz, geralmente atrapalha. “Você abandonou os vivos
para cuidar de um morto”, acusa um deles.
Ver toda essa via crucis é por vezes duro e exige certa entrega do espectador, mas
certamente é daquelas experiências cinematográficas que permanecem na cabeça por
muito tempo.
O longa já está sendo apontado como o grande favorito ao Oscar de filme
estrangeiro. Se levar a estatueta, certamente não faltará quem diga que a Academia tem
uma preferência por quem aborda a 2ª Guerra. Por mais que exista uma dose de verdade
na afirmação, premiar uma abordagem tão ousada e radical como Son of Saul não
deixaria de ser um passo à frente dos votantes.
Carta Capital, n. 873, 22 out. 2015.
A resenha é, normalmente, um texto de base argumentativa. Na resenha do filme Son of
Saul, o trecho da sequência argumentativa que se constitui como opinião implícita é