Os pesquisadores que trabalham com sociedades
indígenas centram sua atenção em documentos do tipo
jurídico-administrativo (visitas, testamentos, processos)
ou em relações e informes e têm deixado em segundo
plano as crônicas. Quando as utilizam, dão maior
importância àquelas que foram escritas primeiro e
que têm caráter menos teórico e intelectualizado, por
acharem que estas podem oferecer informações menos
deformadas. Contrariamos esse posicionamento,
pois as crônicas são importantes fontes etnográficas,
independentemente de serem contemporâneas ao
momento da conquista ou de terem sido redigidas
em período posterior. O fato de seus autores serem
verdadeiros humanistas ou pouco letrados não
desvaloriza o conteúdo dessas crônicas.
PORTUGAL, A. R. O ayllu andino nas crônicas quinhentistas:
um polígrafo na literatura brasileira do século XIX (1885-1897).
São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009.
As fontes valorizadas no texto são relevantes
para a reconstrução da história das sociedades
pré-colombianas porque