Questões de Vestibular Sobre conjunções: relação de causa e consequência em português

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Ano: 2017 Banca: CÁSPER LÍBERO Órgão: CÁSPER LÍBERO Prova: CÁSPER LÍBERO - 2017 - CÁSPER LÍBERO - Vestibular |
Q1386168 Português

Leia o texto a seguir e responda à questão:


Quem são e o que querem os que negam a Internet?

Nicholas Carr


    O Vale do Silício, conjunto monótono de centros comerciais, parques empresariais e complexos de fast-food, não parece um núcleo cultural, e, no entanto, se converteu exatamente nisso. Nos últimos 20 anos, a partir do exato momento em que a empresa de tecnologia norte-americana Netscape comercializou o navegador inventado pelo visionário inglês Tim Berners-Lee, o Silicon Valley tem remodelado os Estados Unidos e grande parte do mundo à sua imagem e semelhança. Provocou uma revolução na forma de trabalhar dos meios de comunicação, mudou a forma de conversar das pessoas e reescreveu as regras de realização, venda e valorização das obras de arte e outros trabalhos relacionados com o intelecto.

    De bom grado, a maioria das pessoas foi outorgando ao setor tecnológico um crescente poder sobre suas mentes e suas vidas. No fim das contas, os computadores e a Internet são úteis e divertidos, e os empresários e engenheiros se dedicaram a fundo para inventar novas maneiras de fazer com que desfrutemos dos prazeres, benefícios e vantagens práticas da revolução tecnológica, geralmente sem ter que pagar por esse privilégio. Um bilhão de habitantes do planeta usam o Facebook diariamente. Cerca de dois bilhões levam consigo um smartphone a todos os lugares e costumam dar uma olhada no dispositivo a cada poucos minutos durante o tempo em que passam acordadas. Os números reforçam o que já sabemos: ansiamos pelas dádivas do Vale do Silício. Compramos no Amazon, viajamos com o Uber, dançamos com o Spotify e falamos por WhatsApp e Twitter.

    Mas as dúvidas sobre a chamada revolução digital têm crescido. A visão imaculada que as pessoas tinham do famoso vale tem ganhado uma sombra inclusive nos Estados Unidos, um país de apaixonados pelos equipamentos eletrônicos. Uma onda de artigos recentes, surgida após as revelações de Edward Snowden sobre a vigilância na Internet por parte dos serviços secretos, tem manchado a imagem positiva que os consumidores tinham do setor de informática. Dão a entender que, por trás da retórica sobre o empoderamento pessoal e a democratização, se esconde uma realidade que pode ser exploradora, manipuladora e até misantrópica.

    As investigações jornalísticas encontraram provas de que nos armazéns e escritórios do Amazon, assim como nas fábricas asiáticas de computadores, os trabalhadores enfrentam condições abusivas. Descobriu-se que o Facebook realiza experiências clandestinas para avaliar o efeito psicológico em seus usuários manipulando o “conteúdo emocional” das publicações e notícias sugeridas. As análises econômicas das chamadas empresas de serviços compartilhados, como Uber e Airbnb, indicam que, apesar de proporcionarem lucros a investidores privados, é possível que estejam empobrecendo as comunidades em que operam. Livros como The People’s Platform [A plataforma do povo], de Astra Taylor, publicado em 2014, mostram que com certeza a Internet está aprofundando as desigualdades econômicas e sociais, em vez de ajudar a reduzi-las.

    As incertezas políticas e econômicas ligadas aos efeitos do poder do Vale do Silício vão além, enquanto o impacto cultural dos meios de comunicação digitais se submete a uma severa reavaliação. Prestigiosos autores e intelectuais, entre eles o prêmio Nobel peruano Mario Vargas Llosa e o romancista norte-americano Jonathan Franzen, apresentam a Internet como causa e sintoma da homogeneização e da trivialização da cultura. No início deste ano, o editor e crítico social Leon Wieseltier publicou no The New York Times uma enérgica condenação do “tecnologicismo”, em que sustentou que os “gangsteres” empresariais e os filisteus tecnológicos confiscaram a cultura. “À medida que aumenta a frequência da expressão, sua força diminui”, disse, e “o debate cultural está sendo absorvido sem parar pelo debate empresarial”.

    Também no plano pessoal estão se multiplicando as preocupações sobre a nossa obsessão com os dispositivos fornecedores de dados. Em vários estudos recentes, os cientistas começaram a relacionar algumas perdas de memória e empatia com o uso de computadores e da Internet, e estão encontrando novas provas que corroboram descobertas anteriores de que as distrações do mundo digital podem dificultar nossas percepções e julgamentos. Quando o trivial nos invade, parece que perdemos o controle do que é essencial. Em Reclaiming Conversation [Recuperando a conversa], seu controverso novo livro, Sherry Turkle, professora do Massachusetts Institute of Technology (MIT), mostra como uma excessiva dependência das redes sociais e dos sistemas de mensagens eletrônicas pode empobrecer as nossas conversas e até mesmo nossos relacionamentos. Substituímos a verdadeira intimidade por uma simulada.

    Quando examinamos mais de perto a crença do Vale do Silício, descobrimos sua incoerência básica. É uma filosofia quimérica que abrange um amálgama estranho de credos, incluindo a fé neoliberal no livre mercado, a confiança maoísta no coletivismo, a desconfiança libertária na sociedade e a crença evangélica em um paraíso a caminho. Mas o que realmente motiva o Vale do Silício tem muito pouco a ver com ideologia e quase tudo com a forma de pensar de um adolescente. A veneração do setor de tecnologia pela ruptura se assemelha ao desejo de um adolescente por destruir coisas, sem conserto, mesmo que as consequências sejam as piores possíveis.

    Portanto, não surpreende que cada vez mais pessoas contemplem com olhar crítico e cético o legado do setor. Apesar de proliferarem, os críticos continuam, no entanto, constituindo a minoria. A fé da sociedade na tecnologia como uma panaceia para os males sociais e individuais permanece firme, e continua a haver uma forte resistência a qualquer questionamento ao Vale do Silício e seus produtos. Ainda hoje se costuma descartar os opositores da revolução digital chamando-os de nostálgicos retrógrados ou os tachando de “antitecnologia”.

    Tais acusações mostram como está distorcida a visão predominante da tecnologia. Ao confundir seu avanço com o progresso social, sacrificamos nossa capacidade de ver claramente a tecnologia e de diferenciar os seus efeitos. No melhor dos casos, a inovação tecnológica nos possibilita novas ferramentas para ampliar nossas aptidões, concentrar nosso pensamento e exercitar a nossa criatividade; amplia as possibilidades humanas e o poder de ação individual. Mas, com frequência demais, as tecnologias promulgadas pelo Vale do Silício têm o efeito oposto. As ferramentas da era digital geram uma cultura de distração e dependência, uma subordinação irreflexiva que acaba por restringir os horizontes das pessoas, em vez de ampliá-los.

    Colocar em dúvida o Vale do Silício não é se opor à tecnologia. É pedir mais aos nossos tecnólogos, a nossas ferramentas, a nós mesmos. É situar a tecnologia no plano humano que corresponde a ela. Olhando retrospectivamente, nos equivocamos ao ceder tanto poder sobre nossa cultura e nossa vida cotidiana a um punhado de grandes empresas da Costa Oeste dos Estados Unidos. Chegou o momento de corrigir o erro.

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2015/10/23/tecnologia/1445612531_992107.html Publicado em 25/10/2015. Acesso em 06/11/2017 [Adaptado]

Assinale a opção que identifica corretamente a locução conjuntiva que tem o mesmo valor semântico de “à medida que” presente em: “À medida que aumenta a frequência da expressão, sua força diminui”.
Alternativas
Ano: 2010 Banca: CÁSPER LÍBERO Órgão: CÁSPER LÍBERO Prova: CÁSPER LÍBERO - 2010 - CÁSPER LÍBERO - Vestibular |
Q1381448 Português
Leia o texto a seguir e responda à questão:


    A Independência (que tem seu ponto de partida na transferência da corte portuguesa em 1808) assinala a estruturação do Estado Brasileiro, o que determina, com a configuração da nova individualidade nacional que o Brasil passava a apresentar, a grande e variada série de consequências que derivam da inclusão no próprio país e sobre a base exclusiva de nacionais, do seu centro político, administrativo e social. A inspiração, orientação e direção do conjunto da vida brasileira se farão daí por diante a partir de seu próprio interior onde se localizarão seus estímulos e impulsos, o que torna possível definir, propor e realizar as aspirações e interesses propriamente nacionais. Do ponto de vista estritamente econômico, destaquemos unicamente o que a estruturação do Estado nacional representaria como fator de ampliação das despesas públicas, com reflexo imediato nas particulares; e portanto de ativação de vida econômica e financeira, aumento da renda nacional e do consumo que isso representa. O efeito conjugado desses fatores resultará, em consequência da brusca transformação ocorrida, no profundo desequilíbrio financeiro e nas crises que caracterizam a vida do Império até meados do século. E constitui circunstância que influi poderosamente no sentido de estimular a integração nacional da economia brasileira. Isso será tanto mais sensível e de efeitos mais amplos, que acresce um fator de ordem político-administrativa a atuar no mesmo sentido. Até a Independência, as capitanias brasileiras, depois províncias e hoje Estados, se achavam dispersas e cada qual muito mais ligada à metrópole portuguesa que às demais. A administração sediada no Rio de Janeiro era de fato, no que respeita ao conjunto da colônia, puramente nominal, e sua jurisdição não ia realmente além da intitulada capital e sede do Vice-reinado e das capitanias meridionais. A transferência da corte torna o Rio de Janeiro efetivamente em centro e capital do país que se articulará assim num todo único. Essa situação se consolidará com a efetivação da Independência e a formação do Estado nacional brasileiro, que constituem assim a definitiva integração territorial do país antes disperso e interligado unicamente através e por via da metrópole.
    De maior proporção ainda, no que respeita à transformação da antiga colônia em coletividade nacional integrada e organizada, são estes primeiros passos decisivos da incorporação efetiva da massa trabalhadora à sociedade brasileira que consistem na supressão do tráfico africano (1850) e seus corolários naturais: o estímulo à imigração europeia de trabalhadores destinados a suprir a falta de mão-de-obra provocada pela supressão daquele tráfico, e a abolição da escravidão (1888). (Caio Prado Júnior. A revolução brasileira.
“Isso será tanto mais sensível e de efeitos mais amplos, que acresce um fator de ordem político-administrativa a atuar no mesmo sentido.”

Assinale a alternativa que indica o valor semântico da conjunção assinalada:
Alternativas
Ano: 2009 Banca: CÁSPER LÍBERO Órgão: CÁSPER LÍBERO Prova: CÁSPER LÍBERO - 2009 - CÁSPER LÍBERO - Vestibular |
Q1381011 Português
Leia o texto a seguir e responda à questão.


    Na linguagem cotidiana a palavra trabalho tem muitos significados. Embora pareça compreensível, como uma das formas elementares de ação dos homens, o seu conteúdo oscila. Às vezes, carregada de emoção, lembra dor, tortura, suor do rosto, fadiga. Noutras, mais que aflição e fardo, designa a operação humana de transformação da matéria natural em objeto de cultura. É o homem em ação para sobreviver e realizar-se, criando instrumentos, e com esses, todo um novo universo cujas vinculações com a natureza, embora inegáveis, se tornam opacas.
    Em quase todas as línguas da cultura europeia, trabalhar tem mais de uma significação. (...) Em português, apesar de haver labor e trabalho, é possível achar na mesma palavra trabalho ambas as significações: a de realizar uma obra que expresse o indivíduo, que lhe dê reconhecimento social e permaneça além de sua vida; e a de esforço rotineiro e repetitivo, sem liberdade, de resultado consumível e incômodo inevitável.
    No dicionário aparece em primeiro lugar o significado de aplicação das forças e faculdades humanas para alcançar determinado fim; atividade coordenada de caráter físico ou intelectual, necessária a qualquer tarefa, serviço ou empreendimento; exercício dessa atividade como ocupação permanente, ofício, profissão.
    Mas trabalho tem outros significados mais particulares, como o de esforço aplicado à produção de utilidades ou obras de arte, mesmo dissertação ou discurso. Pode significar o conjunto das discussões e deliberações de uma sociedade ou assembleia convocada para tratar de interesse público, coletivo ou particular: “Os trabalhos da assembleia do sindicato tiveram como resultado a greve”. Pode significar o serviço de uma repartição burocrática, e ainda os deveres escolares dos alunos a serem verificados pelos professores. Como pode indicar o processo do nascimento da criança: “a mulher entrou em trabalho de parto”.
    Além de atividade e exercício, trabalho também significa dificuldade e incômodo: “aqui vieram passar trabalho”; “a última enchente deu muito trabalho”. Pois junto a todas as suas significações ativas, trabalho em português, e no plural, quer dizer preocupações, desgostos e aflições. É o conteúdo que predomina em labor, mas ainda está presente em trabalho.
    Isso se compreende melhor ao descobrir que em nossa língua a palavra trabalho se origina do latim tripalium, embora outras hipóteses a associem a trabaculum. Tripalium era um instrumento feito de três paus aguçados, algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro, usado pelos agricultores para bater o trigo, as espigas de milho, o linho, para rasgá-los e esfiapá-los. A maioria dos dicionários, contudo, registra tripalium apenas como instrumento de tortura, o que teria sido originalmente, ou se tornado depois. A tripalium se liga o verbo do latim vulgar tripaliare, que significa justamente torturar.
    Ainda que originalmente o tripalium fosse usado no trabalho do agricultor, no trato do cereal, é do uso desse instrumento como meio de tortura que a palavra trabalho significou por muito tempo – e ainda conota – algo como padecimento e cativeiro. Desse conteúdo semântico de sofrer passou-se ao de esforçar-se, laborar e obrar. O primeiro sentido teria perdurado até o início do século XV; essa evolução de sentido teria ocorrido ao mesmo tempo em outras línguas latinas, como trabajo em espanhol, traballo em catalão, travail em francês e travaglio em italiano.
    No dicionário filosófico você poderá encontrar que o homem trabalha quando põe em atividade suas forças espirituais ou corporais, tendo em mira um fim sério que deve ser realizado ou alcançado. Assim, mesmo que não se produza nada imediatamente visível com o esforço do estudo, o trabalho de ordem intelectual corresponde àquela definição tanto quanto o trabalho corporal, embora seja este que leve a um resultado exteriormente perceptível, a um produto concreto ou a uma mudança de estado ou situação.
    Todo trabalho supõe tendência para um fim e esforço. Para alguns trabalhos, esse esforço será preponderantemente físico; para outros, preponderantemente intelectual. Contudo, parece míope e interesseira essa classificação que divide trabalho intelectual e trabalho corporal. A maioria dos esforços intelectuais se faz acompanhar de esforço corporal; uso minhas mãos e os músculos do braço quando datilografo estas páginas, que vou pensando. E o pedreiro usa sua inteligência ao empilhar com equilíbrio os tijolos sobre o cimento ainda não solidificado.
    O trabalho do homem aparece cada vez mais nítido quanto mais clara for a intenção e a direção de seu esforço. Trabalho, nesse sentido, possui o significado ativo de um esforço afirmado e desejado para a realização de objetivos; até mesmo o objetivo realizado, a obra, passa a ser chamado trabalho. Trabalho é o esforço e também seu resultado: a construção como processo e ação, e o edifício pronto. (Suzana Albornoz. Texto adaptado).
“Assim, mesmo que não se produza nada imediatamente visível com o esforço do estudo, o trabalho de ordem intelectual corresponde àquela definição tanto quanto o trabalho corporal, embora seja este que leve a um resultado exteriormente perceptível, a um produto concreto ou a uma mudança de estado ou situação“. Assinale a alternativa que indica, respectivamente, o valor semântico das conjunções assinaladas. [8º parágrafo].
Alternativas
Ano: 2017 Banca: Univap Órgão: Univap Prova: Univap - 2017 - Univap - Vestibular - Processo Seletivo 3 |
Q1380853 Português
No axioma filosófico “Penso, logo existo.”, há dois verbos, portanto duas orações com sentido completo: pensamos e existimos. Dessa forma, a relação estabelecida pela conjunção “logo” entre esses dois pensamentos é
Alternativas
Ano: 2017 Banca: INEP Órgão: IF Sul Rio-Grandense Prova: INEP - 2017 - IF Sul Rio-Grandense - Vestibular - Subsequente |
Q1379049 Português

Disponível em:<http://istoe.com.br/o-acesso-educacao-e-o-ponto-de-partida/> . Acesso em: 20 març. 2017)

A locução conjuntiva não obstante (linha 10) e a conjunção portanto (linha 30) introduzem no texto, respectivamente, uma ideia de caráter
Alternativas
Respostas
36: B
37: B
38: A
39: A
40: C