Questões de Vestibular Sobre uso dos dois-pontos em português

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Ano: 2019 Banca: UFRGS Órgão: UFRGS Prova: UFRGS - 2019 - UFRGS - Vestibular - UFRGS - Língua Portuguesa |
Q1784049 Português
Instrução: A questão está relacionada ao texto abaixo.  

Adaptado de: KENEDY, E. Curso básico de linguística
gerativa. São Paulo: Contexto, 2013. p. 79-80.
Na coluna da esquerda, abaixo, estão listados sinais de pontuação e marcações gráficas; na da direita, o sentido ou a função que expressam no contexto em que ocorrem.
Associe corretamente a coluna da direita à da esquerda.
( ) vírgula (l. 01) 1 - Permite inserir enumerações. ( ) vírgula (l. 09) 2 - Permite inserir um comentário elucidativo. ( ) dois-pontos (l. 50) 3 - Permite realçar a inserção de termo técnico. ( ) parênteses (l. 66-68) 4 - Permite inserir um aposto. 5 -Permite deslocar um adjunto.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
Alternativas
Ano: 2020 Banca: CEPERJ Órgão: CEDERJ Prova: CEPERJ - 2020 - CEDERJ - Vestibular - Inglês |
Q1712769 Português
NÃO SE COME DINHEIRO
Ailton Krenak

     Quando falo de humanidade não estou falando só Homo sapiens, me refiro a uma imensidão de seres que nós excluímos desde sempre: caçamos a baleia, tiramos barbatanas de tubarão, matamos leão e o penduramos na parede para mostrar que somos mais bravos que ele. Além da matança de todos os outros humanos que nós achamos que não tinham nada, que estavam aí só para nos suprir com roupa, comida, abrigo. Somos a praga do planeta, uma espécie de ameba gigante. Ao longo da história, os humanos, aliás, esse clube exclusivo da humanidade - que está na declaração universal dos direitos humanos e nos protocolos das instituições -, foram devastando tudo ao seu redor. É como se tivessem elegido uma casta, a humanidade, e todos que estão fora dela são as sub-humanidades. Não são só os caiçaras, quilombolas e os povos indígenas, mas toda vida que deliberadamente largamos à margem do caminho. E o caminho é o progresso: essa ideia prospectiva de que estamos indo para algum lugar. Há um horizonte, estamos indo para lá, e vamos largando no percurso tudo o que não interessa; o que sobra, a sub-humanidade - alguns de nós fazemos parte dela.
     É incrível que esse vírus que está aí agora esteja atingindo só as pessoas. Foi uma manobra fantástica do organismo da Terra (...) dizer: "Respirem agora, eu quero ver.” [...] Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar poralguns minutos, nós morremos. Não é preciso nenhum sistema bélico complexo para apagar essa tal humanidade: se extingue com a mesma facilidade que os mosquitos de uma sala depois de aplicado um aerossol. Nós não estamos com nada: essa é a declaração da Terra.
     E, se nós não estamos com nada, deveríamos ter contato com a experiência de estar vivos para além dos aparatos tecnológicos que podemos inventar. A ideia da economia, por exemplo, essa coisa invisível a não ser por aquele emblema de cifrão. Pode ser uma ficção afirmar que se a economia não estiver funcionando plenamente nós morremos. Nós poderíamos colocar todos os dirigentes do banco central em um cofre gigante e deixá-los vivendo lá, qual economia deles. Ninguém come dinheiro.
     Hoje de manhã eu vi um indígena norte-americano do conselho dos anciãos do povo lakota falar sobre o coronavírus. É um homem de uns setenta e poucos anos, chamado Wakya Um Manee, também conhecido como Vernon Foster.
(Vernon, que é um típico nome americano, pois quando os colonos chegaram na América, além de proibirem as línguas nativas, mudavam os nomes das pessoas.) Pois, repetindo as palavras de um ancestral, ele dizia: "quando o último peixe estiver nas águas e a última árvore for removida da Terra, só então o homem perceberá que ele não é capaz de comer seu dinheiro”.

KRENAK, Ailton. Não se come dinheiro. In: Avida não é útil.
SP: Companhia das Letras, 2020. Adaptado.
"Quando falo de humanidade não estou falando só Homo sapiens, me refiro a uma imensidão de seres que nós excluímos desde sempre: caçamos baleia, tiramos barbatanas de tubarão, matamos leão e o penduramos na parede para mostrar que somos mais bravos que ele.”
As expressões introduzidas pelos dois-pontos estabelecem com o trecho anterior uma relação de:
Alternativas
Q1642833 Português
Leia o texto a seguir e responda à questão.

Projeto ajuda a interromper ciclo de violência contra mulheres

Em Sergipe, um projeto tem ajudado a interromper o ciclo de violência contra mulheres. Foram 16 anos sofridos em silêncio até que ela resolveu dar um basta. “Quando eu saí de casa, fui para a casa de minha mãe. Ele me ligou, esculhambou de tudo, falou que estava indo para a casa da minha mãe para me bater, para quebrar meus dentes, para fazer o que ele queria. Foi nessa hora que resolvi ir para a delegacia e prestei queixa”, disse a mulher.
A queixa virou um acordo entre o casal. Ao invés de responder a um inquérito, uma vez por semana, o ex-marido frequenta um grupo só para homens. Antes do primeiro empurrão, do tapa, geralmente existe a agressão verbal seguida de ameaça. Os homens que foram denunciados por esse tipo de agressão estão no grupo para aprender a enxergar a mulher com outros olhos, com respeito. Uma mudança de comportamento que fez romper o ciclo da violência doméstica. 
“A ideia do grupo é uma mudança de atitude, de comportamento, mesmo que você não concorde. Está na lei”, diz a psicóloga aos homens. Sandra Aiaish Menta, doutora em psicologia da Universidade Federal de Sergipe, tem um papel fundamental. “Quando eles chegam ao grupo, a gente tem que sensibilizá-los de que aquilo que eles fizeram é algo que é uma agressão ao outro”, disse.
A cada encontro, novas descobertas. Um homem que sequer admitia que era agressor está na sexta reunião e já mudou de atitude. “Reconheço sim, reconheço que errei com ela. O grupo ajudou muito, graças a Deus”, disse. Mas se ele voltar a ser violento, não tem acordo.
“A gente vai trabalhando numa escalada: para os crimes mais simples, oferecendo a mediação. Houve descumprimento, a gente vai para investigação com medida protetiva. Se ele descumprir, a gente pede a prisão”, disse a delegada Ana Carolina Machado Jorge.
O projeto é uma parceria da Universidade Federal de Sergipe com a prefeitura e delegacia da cidade de Lagarto. Começou há seis anos e, nesse tempo, foi registrado apenas um caso de feminicídio na cidade. Pelo grupo já passaram mais de 300 homens e muitas foram as lições. “Estou aprendendo várias coisas. Se eu pudesse não errar, voltava para trás”, disse o homem.

Adaptado de: g1.globo.com
Sobre os recursos de pontuação empregados no texto, considere as afirmativas a seguir.
I. As aspas, ao marcarem o discurso direto, revelam o grau de formalidade do discurso, próprio de textos opinativos. II. No trecho “A gente vai trabalhando numa escalada:”, após os dois pontos há uma sequência com efeito de gradação. III. Em “Sandra Aiaish Menta, doutora em psicologia da Universidade Federal de Sergipe, tem um papel fundamental”, as vírgulas separam um trecho explicativo. IV. As vírgulas utilizadas no discurso direto do primeiro parágrafo desempenham papel fundamental de enumerar ações.
Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q1642828 Português
Leia a crônica a seguir, de Luis Fernando Veríssimo, e responda à questão:

Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico: só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.
Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já no notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico. Daqueles que sempre quebram na concentração. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha existe um tímido tentando se esconder e dentro de cada tímido existe um exibido gritando “Não me olhem! Não me olhem!”, só para chamar a atenção.
O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo mundo mas o próprio destino não pensa em outra coisa a não ser nele e no que pode fazer para embaraçá-lo.
O tímido vive acossado pela catástrofe possível. Vai tropeçar e cair e levar junto a anfitriã. Vai ser acusado do que não fez, vai descobrir que estava com a braguilha aberta o tempo todo. E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra.
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma platéia, o tímido não pensa nos membros da platéia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a platéia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.
VERISSIMO, Luis Fernando. Da Timidez. In: Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 111-112.
Sobre o trecho “E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra”, assinale a alternativa que substitui, corretamente, os dois pontos, sem alterar o sentido original.
Alternativas
Ano: 2019 Banca: UEMG Órgão: UEMG Prova: UEMG - 2019 - UEMG - Vestibular - EAD - Prova 01 |
Q1404027 Português

Leia o texto:


Desolado com a possibilidade de extinção da língua portuguesa, deputado apresenta projeto de lei com o objetivo de proibir o uso de palavras de outros idiomas em meios de comunicação, nomes comerciais, documentos oficiais, etc. [...] A identidade das línguas não se esconde nos vocabulários, mas na maneira como eles se articulam. Seus segredos estão em palavras que a maioria dos mortais relega a segundo plano como artigos, preposições, conjunções, ou em processos relacionais como regências, concordâncias, flexões, declinações, sintaxes. Enquanto os fanáticos por computadores conjugarem o anglicismo “escanear” como se fosse “escaneio, escaneias, escaneia...” tudo está bem: estão apenas repetindo processos que nos deram palavras preciosas como “desolado” ou “parlamento”... – a última , um caso particularmente interessante, por nos fornecer uma palavra latina por tabela, sua raiz é latina, mas sua existência se deve aos ingleses. No dia em que começarmos a lidar com respeitáveis palavras de ascendência diretamente romana como “falar” em termos de “eu fala, tu fala, ele fala, nós fala”, aí talvez seja o momento de profetizar a agonia da “última flor de Lácio” [...] O simples fato de determinada comunidade usar ou não determinada expressão contém significado que jamais poderá ser traduzido por outra palavra. Voltando ao nosso apaixonado por computadores, se ele começar a disparar verbos como “escanear”, “printar”, deletar ou congêneres, saberemos de sua condição de info-fanático. Ninguém precisará nos dizer isso. Além de nos informar que vai imprimir ou apagar algo, ele está nos dizendo, também, que se quiser pode estourar o disco rígido de nosso computador sem que notemos. Quando um executivo fala em personal banking, ele não se refere apenas à relação personalizada que a informática permite entre ele e seu banco, informa-nos, também, sobre a tribo à qual pertence [...] A lei contém, portanto, elemento limitador da expressão. Quando pretende se impor a meios de comunicação, o problema torna-se mais grave. Além da redução quantitativa de informações que permite à comunidade, realiza, também, uma redução qualitativa: estabelece que certas categorias de informações simplesmente não podem ser transmitidas. Antigamente isso se chamava censura. (Texto adaptado de: AVELAR, Marcelo Castilho. O idioma está acima do controle das leis. Estado de Minas, Belo Horizonte, 17 set. 2000. Espetáculo/Opinião, p.4.)


O dois-pontos usado no fragmento “[...] tudo está bem: estão apenas repetindo processos que nos deram palavras preciosas [...]” dá idéia de ________ e pode ser substituído por ________.

Completa corretamente as lacunas:

Alternativas
Respostas
6: A
7: D
8: E
9: A
10: A