A narrativa apresenta o ponto de vista externo do narrador, seguido de um ponto de vista interno, ao
qualificar atitudes da personagem, como em: “Almira tinha o rosto muito largo, amarelado e brilhante:
com ela o batom não durava nos lábios, ela era das que comem o batom sem querer.” (l. 12-13).
As expressões “Ambas eram datilógrafas e colegas” (l. 9), “Saíam do escritório à mesma hora” (l. 10),
“O restaurante” (l. 40) e “Na prisão” (l. 49) delimitam o espaço onde os fatos ocorrem.
No fragmento “Por que Alice tolerava Almira, ninguém entendia. Ambas eram datilógrafas e colegas, o
que não explicava. Ambas lanchavam juntas, o que não explicava. Saíam do escritório à mesma hora
e esperavam condução na mesma fila. Almira sempre pajeando Alice.” (l. 9-11), há um processo de
comparação das personagens por meio de semelhanças e dessemelhança entre elas.
O fragmento “Alice era de rosto oval e aveludado. O nariz de Almira brilhava sempre. Havia no rosto de
Almira uma avidez que nunca lhe ocorrera disfarçar: a mesma que tinha por comida, seu contato mais direto
com o mundo.” (l. 5-8) revela uma imagem atemporal de ambas as personagens, individualizando‑as.