Aquele que ousa empreender a instituição de um povo
deve sentir-se com capacidade para, por assim dizer, mudar
a natureza humana, transformar cada indivíduo, que por si
mesmo é um todo perfeito e solitário, em parte de um todo
maior, do qual de certo modo esse indivíduo recebe sua vida
e seu ser; alterar a constituição do homem para fortificá-la;
substituir a existência física e independente, que todos nós
recebemos da natureza, por uma existência parcial e moral.
Em uma palavra, é preciso que destitua o homem de suas
próprias forças para lhe dar outras […] das quais não possa
fazer uso sem socorro alheio.
(Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social, 1978.)
De acordo com a teoria contratualista de Rousseau, é necessário superar a natureza humana para