Questões de Vestibular UNESP 2013 para Vestibular - Segundo Semestre

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Ano: 2013 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2013 - UNESP - Vestibular - Segundo Semestre |
Q1260401 Português

Instrução: A questão toma por base um fragmento de Glória moribunda, do poeta romântico brasileiro Álvares de Azevedo (1831-1852).



É uma visão medonha uma caveira?

Não tremas de pavor, ergue-a do lodo.

Foi a cabeça ardente de um poeta,

Outrora à sombra dos cabelos loiros.

Quando o reflexo do viver fogoso

Ali dentro animava o pensamento,

Esta fronte era bela. Aqui nas faces

Formosa palidez cobria o rosto;

Nessas órbitas — ocas, denegridas! —

Como era puro seu olhar sombrio!



Agora tudo é cinza. Resta apenas

A caveira que a alma em si guardava,

Como a concha no mar encerra a pérola,

Como a caçoula a mirra incandescente.



Tu outrora talvez desses-lhe um beijo;

Por que repugnas levantá-la agora?

Olha-a comigo! Que espaçosa fronte!

Quanta vida ali dentro fermentava,

Como a seiva nos ramos do arvoredo!

E a sede em fogo das ideias vivas

Onde está? onde foi? Essa alma errante

Que um dia no viver passou cantando,

Como canta na treva um vagabundo,

Perdeu-se acaso no sombrio vento,

Como noturna lâmpada apagou-se?

E a centelha da vida, o eletrismo

Que as fibras tremulantes agitava

Morreu para animar futuras vidas?



Sorris? eu sou um louco. As utopias,

Os sonhos da ciência nada valem.

A vida é um escárnio sem sentido,

Comédia infame que ensanguenta o lodo.

Há talvez um segredo que ela esconde;

Mas esse a morte o sabe e o não revela.

Os túmulos são mudos como o vácuo.

Desde a primeira dor sobre um cadáver,

Quando a primeira mãe entre soluços

Do filho morto os membros apertava

Ao ofegante seio, o peito humano

Caiu tremendo interrogando o túmulo...

E a terra sepulcral não respondia.



                    (Poesias completas, 1962.)

Como a concha no mar encerra a pérola, Como a caçoula a mirra incandescente.

Nos versos em destaque, após a palavra caçoula, está subentendida, por elipse, a forma verbal
Alternativas
Ano: 2013 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2013 - UNESP - Vestibular - Segundo Semestre |
Q1260404 Português

Instrução: A questão toma por base um fragmento de Glória moribunda, do poeta romântico brasileiro Álvares de Azevedo (1831-1852).



É uma visão medonha uma caveira?

Não tremas de pavor, ergue-a do lodo.

Foi a cabeça ardente de um poeta,

Outrora à sombra dos cabelos loiros.

Quando o reflexo do viver fogoso

Ali dentro animava o pensamento,

Esta fronte era bela. Aqui nas faces

Formosa palidez cobria o rosto;

Nessas órbitas — ocas, denegridas! —

Como era puro seu olhar sombrio!



Agora tudo é cinza. Resta apenas

A caveira que a alma em si guardava,

Como a concha no mar encerra a pérola,

Como a caçoula a mirra incandescente.



Tu outrora talvez desses-lhe um beijo;

Por que repugnas levantá-la agora?

Olha-a comigo! Que espaçosa fronte!

Quanta vida ali dentro fermentava,

Como a seiva nos ramos do arvoredo!

E a sede em fogo das ideias vivas

Onde está? onde foi? Essa alma errante

Que um dia no viver passou cantando,

Como canta na treva um vagabundo,

Perdeu-se acaso no sombrio vento,

Como noturna lâmpada apagou-se?

E a centelha da vida, o eletrismo

Que as fibras tremulantes agitava

Morreu para animar futuras vidas?



Sorris? eu sou um louco. As utopias,

Os sonhos da ciência nada valem.

A vida é um escárnio sem sentido,

Comédia infame que ensanguenta o lodo.

Há talvez um segredo que ela esconde;

Mas esse a morte o sabe e o não revela.

Os túmulos são mudos como o vácuo.

Desde a primeira dor sobre um cadáver,

Quando a primeira mãe entre soluços

Do filho morto os membros apertava

Ao ofegante seio, o peito humano

Caiu tremendo interrogando o túmulo...

E a terra sepulcral não respondia.



                    (Poesias completas, 1962.)

Mas esse a morte o sabe e o não revela.


Nas duas orações que constituem este verso, os termos em destaque apresentam o mesmo referente, a saber:

Alternativas
Ano: 2013 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2013 - UNESP - Vestibular - Segundo Semestre |
Q1260410 Português
Instrução: A questão toma por base uma passagem de um livro de José Ribeiro sobre o folclore nacional.



Curupira


       Na teogonia* tupi, o anhangá, gênio andante, espírito andejo ou vagabundo, destinava-se a proteger a caça do campo. Era imaginado, segundo a tradição colhida pelo Dr. Couto de Magalhães, sob a figura de um veado branco, com olhos de fogo.
      Todo aquele que perseguisse um animal que estivesse amamentando corria o risco de ver Anhangá e a visão determinava logo a febre e, às vezes, a loucura. O caapora é o mesmo tipo mítico encontrado nas regiões central e meridional e aí representado por um homem enorme coberto de pelos negros por todo o rosto e por todo o corpo, ao qual se confiou a proteção da caça do mato. Tristonho e taciturno, anda sempre montado em um porco de grandes dimensões, dando de quando em vez um grito para impelir a vara. Quem o encontra adquire logo a certeza de ficar infeliz e de ser mal sucedido em tudo que intentar. Dele se originaram as expressões portuguesas caipora e caiporismo, como sinônimo de má sorte, infelicidade, desdita nos negócios. Bilac assim o descreve: “Companheiro do curupira, ou sua duplicata, é o Caapora, ora gigante, ora anão, montado num caititu, e cavalgando à frente de varas de porcos do mato, fumando cachimbo ou cigarro, pedindo fogo aos viajores; à frente dele voam os vaga-lumes, seus batedores, alumiando o caminho”.
     Ambos representam um só mito com diferente configuração e a mesma identidade com o curupira e o jurupari, numes que guardam a floresta. Todos convergem mais ou menos para o mesmo fim, sendo que o curupira é representado na região setentrional por um “pequeno tapuio” com os pés voltados para trás e sem os orifícios necessários para as secreções indispensáveis à vida, pelo que a gente do Pará diz que ele é músico. O Curupira ou Currupira, como é chamado no sul, aliás erroneamente, figura em uma infinidade de lendas tanto no norte como no sul do Brasil. No Pará, quando se viaja pelos rios e se ouve alguma pancada longínqua no meio dos bosques, “os romeiros dizem que é o Curupira que está batendo nas sapupemas, a ver se as árvores estão suficientemente fortes para sofrerem a ação de alguma tempestade que está próxima. A função do Curupira é proteger as florestas. Todo aquele que derriba, ou por qualquer modo estraga inutilmente as árvores, é punido por ele com a pena de errar tempos imensos pelos bosques, sem poder atinar com o caminho de casa, ou meio algum de chegar até os seus”. Como se vê, qualquer desses tipos é a manifestação de um só mito em regiões e circunstâncias diferentes.

(O Brasil no folclore, 1970.)



(*) Teogonia, s.f.: 1. Filos. Doutrina mística relativa ao nascimento dos deuses, e que frequentemente se relaciona com a formação do mundo. 2. Conjunto de divindades cujo culto forma o sistema religioso dum povo politeísta. (Dicionário Aurélio Eletrônico – Século XXI.)
Todo aquele que perseguisse um animal que estivesse amamentando corria o risco de ver Anhangá [...].

Se a frase apresentada for reescrita trocando-se perseguisse, que está no pretérito imperfeito do modo subjuntivo, por perseguir, futuro do mesmo modo, as formas estivesse e corria assumirão, por correlação de modos e tempos, as seguintes flexões:
Alternativas
Ano: 2013 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2013 - UNESP - Vestibular - Segundo Semestre |
Q1260412 Português
Instrução: A questão toma por base uma passagem de um livro de José Ribeiro sobre o folclore nacional.



Curupira


       Na teogonia* tupi, o anhangá, gênio andante, espírito andejo ou vagabundo, destinava-se a proteger a caça do campo. Era imaginado, segundo a tradição colhida pelo Dr. Couto de Magalhães, sob a figura de um veado branco, com olhos de fogo.
      Todo aquele que perseguisse um animal que estivesse amamentando corria o risco de ver Anhangá e a visão determinava logo a febre e, às vezes, a loucura. O caapora é o mesmo tipo mítico encontrado nas regiões central e meridional e aí representado por um homem enorme coberto de pelos negros por todo o rosto e por todo o corpo, ao qual se confiou a proteção da caça do mato. Tristonho e taciturno, anda sempre montado em um porco de grandes dimensões, dando de quando em vez um grito para impelir a vara. Quem o encontra adquire logo a certeza de ficar infeliz e de ser mal sucedido em tudo que intentar. Dele se originaram as expressões portuguesas caipora e caiporismo, como sinônimo de má sorte, infelicidade, desdita nos negócios. Bilac assim o descreve: “Companheiro do curupira, ou sua duplicata, é o Caapora, ora gigante, ora anão, montado num caititu, e cavalgando à frente de varas de porcos do mato, fumando cachimbo ou cigarro, pedindo fogo aos viajores; à frente dele voam os vaga-lumes, seus batedores, alumiando o caminho”.
     Ambos representam um só mito com diferente configuração e a mesma identidade com o curupira e o jurupari, numes que guardam a floresta. Todos convergem mais ou menos para o mesmo fim, sendo que o curupira é representado na região setentrional por um “pequeno tapuio” com os pés voltados para trás e sem os orifícios necessários para as secreções indispensáveis à vida, pelo que a gente do Pará diz que ele é músico. O Curupira ou Currupira, como é chamado no sul, aliás erroneamente, figura em uma infinidade de lendas tanto no norte como no sul do Brasil. No Pará, quando se viaja pelos rios e se ouve alguma pancada longínqua no meio dos bosques, “os romeiros dizem que é o Curupira que está batendo nas sapupemas, a ver se as árvores estão suficientemente fortes para sofrerem a ação de alguma tempestade que está próxima. A função do Curupira é proteger as florestas. Todo aquele que derriba, ou por qualquer modo estraga inutilmente as árvores, é punido por ele com a pena de errar tempos imensos pelos bosques, sem poder atinar com o caminho de casa, ou meio algum de chegar até os seus”. Como se vê, qualquer desses tipos é a manifestação de um só mito em regiões e circunstâncias diferentes.

(O Brasil no folclore, 1970.)



(*) Teogonia, s.f.: 1. Filos. Doutrina mística relativa ao nascimento dos deuses, e que frequentemente se relaciona com a formação do mundo. 2. Conjunto de divindades cujo culto forma o sistema religioso dum povo politeísta. (Dicionário Aurélio Eletrônico – Século XXI.)
[...] à frente dele voam os vaga-lumes, seus batedores, alumiando o caminho.


Eliminando-se o aposto, a frase em destaque apresentará, de acordo com a norma-padrão, a seguinte forma:
Alternativas
Respostas
1: E
2: E
3: E
4: D