Questões de Vestibular UPE 2021 para Vestibular - 3º Fase - 1º Dia

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Ano: 2021 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE Prova: UPENET/IAUPE - 2021 - UPE - Vestibular - 3º Fase - 1º Dia |
Q1679713 Português


Texto 5

POÉTICA

Manuel Bandeira

Estou farto do lirismo comedido
do lirismo bem comportado Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e                                                                                                      [manifestações de apreço ao Sr. Diretor
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário o cunho
                                                                                                                [vernáculo de um vocábulo.

Abaixo os puristas

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de cossenos secretário do amante exemplar
                                                                                        [com cem modelos de cartas e as diferentes
                                                                                        [maneiras de agradar às mulheres, etc.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

– Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.


BANDEIRA, Manuel. Poética. In: MORICONI, Ítalo. Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
(Adaptado)
Para compreender a argumentação pretendida no Texto 4, em seus elementos contextuais mais relevantes e atuais, é necessário admitir que o autor
Alternativas
Ano: 2021 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE Prova: UPENET/IAUPE - 2021 - UPE - Vestibular - 3º Fase - 1º Dia |
Q1679714 Português
Com a vida em xeque diante da COVID-19, ser humano descobre a empatia e a solidariedade como atos de preservação da espécie

Um olhar voltado para o cuidado e a atenção com o outro

"Poderia haver maior milagre do que olharmos com os olhos do outro por um instante?" A indagação é de Henry David Thoreau, historiador e filósofo americano, que morreu em 1862. No mundo individualista do século 21, será que ainda há lugar para o ser humano praticar a empatia? Ser solidário? Ter olhar para a cooperação social? Sim. Ainda bem. Caso contrário, a espécie estaria com os dias contados. Não está. Ela sobrevive porque em toda parte há pessoas que espalham o antídoto do amor e da generosidade ao ajudar quem precisa. E não só para quem está à margem da sociedade.

Philia, termo tirado do tratado Ética a Nicômaco, de Aristóteles, pode ser traduzido como amizade, amor e também empatia, ou seja, uma espécie de afeição e apreço por outra pessoa. O modo como o filósofo aplicava o termo é uma inspiração para o tempo atual: ―Fazer o bem; fazer sem que seja solicitado‖. Assim agem muitos brasileiros diante dos desafios provocados pela pandemia do novo coronavírus. É um trabalho de formiguinha, incansável, com cada um fazendo um pouco, que somado a outro pouco leva esperança e alento a muitas pessoas.

O filósofo australiano Roman Krznaric, fundador da The School of Life de Londres (badalada escola inglesa que oferece cursos livres na área de Humanidades) e descrito pelo Observer com um dos mais importantes pensadores britânicos dedicados ao estudo dos estilos de vida, acredita que a empatia pode criar uma grande mudança social. Em seu livro Empathy – A handbook for revolution ("O poder da empatia – A arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo‖, Editora Zahar), ele escreveu sobre o que chama de ―a tragédia da Era da Introspecção‖, com o intenso foco no eu.

Para o filósofo, é hora de tentar algo diferente. ―Há mais de 2 mil anos, Sócrates aconselhou que o melhor caminho para viver bem e com sabedoria era o 'conhece-te a ti mesmo'‖. Pensam convencionalmente que isso exige autorreflexão: que olhemos para dentro de nós e contemplemos nossas almas. Mas podemos também passar a nos conhecer saindo de nós mesmos e aprendendo sobre vidas e culturas diferentes das nossas. É hora de forjar a 'Era da Outrospecção', e a empatia é nossa maior esperança para fazer isso.‖

Não que a empatia seja uma panaceia universal para todos os problemas do mundo, nem para todas as lutas da vida, mas ela faz a diferença na vida do outro e na própria existência. São ações diversas, inspiradoras e que podem despertar a mesma atitude em mais pessoas em dias tão difíceis. [...]

O mundo vive um sofrimento global, talvez sem precedentes na história. Diante de um inimigo comum, todos são afetados. Logo, a única alternativa é enfrentá-lo juntos e com esperança de que tudo ―dará certo‖, como tem sido o lema mundial. O momento é, portanto, de comunhão. A psicóloga clínica Maria Clara Jost, pós-doutora em Psicologia, professora da Faculdade de Ciências Médicas e pós-graduada em Filosofia, lembra que quanto mais a pessoa se fecha em um casulo menos descobre sobre si e sobre os seus valores mais próprios, acabando por intensificar sofrimentos já existentes, tendendo ao adoecimento em diversas esferas do ser.

Por outro lado, ressalta Maria Clara, se somos constituídos na relação que estabelecemos com os outros, desde o útero, então, quanto mais nos posicionarmos no sentido de abertura ao mundo, ao outro e à coletividade, em um movimento autotranscendente, maior a possibilidade de encontrar quem, muitas vezes, estava escondido num turbilhão de afazeres, por vezes sem sentido: nós mesmos.


Lilian Monteiro. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/bem-viver/2020/04/26/interna_bem_viver,1141208/com-avida-em-xeque-diante-da-covid-19-ser-humano-descobre-a-empatia.shtml Acesso em: 30/06/2020. (Adaptado)
Considerando a proposta temática do Texto 6, é CORRETO afirmar que duas de suas palavraschave são:
Alternativas
Ano: 2021 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE Prova: UPENET/IAUPE - 2021 - UPE - Vestibular - 3º Fase - 1º Dia |
Q1679715 Português
Com a vida em xeque diante da COVID-19, ser humano descobre a empatia e a solidariedade como atos de preservação da espécie

Um olhar voltado para o cuidado e a atenção com o outro

"Poderia haver maior milagre do que olharmos com os olhos do outro por um instante?" A indagação é de Henry David Thoreau, historiador e filósofo americano, que morreu em 1862. No mundo individualista do século 21, será que ainda há lugar para o ser humano praticar a empatia? Ser solidário? Ter olhar para a cooperação social? Sim. Ainda bem. Caso contrário, a espécie estaria com os dias contados. Não está. Ela sobrevive porque em toda parte há pessoas que espalham o antídoto do amor e da generosidade ao ajudar quem precisa. E não só para quem está à margem da sociedade.

Philia, termo tirado do tratado Ética a Nicômaco, de Aristóteles, pode ser traduzido como amizade, amor e também empatia, ou seja, uma espécie de afeição e apreço por outra pessoa. O modo como o filósofo aplicava o termo é uma inspiração para o tempo atual: ―Fazer o bem; fazer sem que seja solicitado‖. Assim agem muitos brasileiros diante dos desafios provocados pela pandemia do novo coronavírus. É um trabalho de formiguinha, incansável, com cada um fazendo um pouco, que somado a outro pouco leva esperança e alento a muitas pessoas.

O filósofo australiano Roman Krznaric, fundador da The School of Life de Londres (badalada escola inglesa que oferece cursos livres na área de Humanidades) e descrito pelo Observer com um dos mais importantes pensadores britânicos dedicados ao estudo dos estilos de vida, acredita que a empatia pode criar uma grande mudança social. Em seu livro Empathy – A handbook for revolution ("O poder da empatia – A arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo‖, Editora Zahar), ele escreveu sobre o que chama de ―a tragédia da Era da Introspecção‖, com o intenso foco no eu.

Para o filósofo, é hora de tentar algo diferente. ―Há mais de 2 mil anos, Sócrates aconselhou que o melhor caminho para viver bem e com sabedoria era o 'conhece-te a ti mesmo'‖. Pensam convencionalmente que isso exige autorreflexão: que olhemos para dentro de nós e contemplemos nossas almas. Mas podemos também passar a nos conhecer saindo de nós mesmos e aprendendo sobre vidas e culturas diferentes das nossas. É hora de forjar a 'Era da Outrospecção', e a empatia é nossa maior esperança para fazer isso.‖

Não que a empatia seja uma panaceia universal para todos os problemas do mundo, nem para todas as lutas da vida, mas ela faz a diferença na vida do outro e na própria existência. São ações diversas, inspiradoras e que podem despertar a mesma atitude em mais pessoas em dias tão difíceis. [...]

O mundo vive um sofrimento global, talvez sem precedentes na história. Diante de um inimigo comum, todos são afetados. Logo, a única alternativa é enfrentá-lo juntos e com esperança de que tudo ―dará certo‖, como tem sido o lema mundial. O momento é, portanto, de comunhão. A psicóloga clínica Maria Clara Jost, pós-doutora em Psicologia, professora da Faculdade de Ciências Médicas e pós-graduada em Filosofia, lembra que quanto mais a pessoa se fecha em um casulo menos descobre sobre si e sobre os seus valores mais próprios, acabando por intensificar sofrimentos já existentes, tendendo ao adoecimento em diversas esferas do ser.

Por outro lado, ressalta Maria Clara, se somos constituídos na relação que estabelecemos com os outros, desde o útero, então, quanto mais nos posicionarmos no sentido de abertura ao mundo, ao outro e à coletividade, em um movimento autotranscendente, maior a possibilidade de encontrar quem, muitas vezes, estava escondido num turbilhão de afazeres, por vezes sem sentido: nós mesmos.


Lilian Monteiro. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/bem-viver/2020/04/26/interna_bem_viver,1141208/com-avida-em-xeque-diante-da-covid-19-ser-humano-descobre-a-empatia.shtml Acesso em: 30/06/2020. (Adaptado)
Para desenvolver sua tese, a autora do Texto 6 se respalda no pensamento de alguns filósofos. Em relação a Roman Krznaric, por exemplo, a autora demonstra sua adesão à seguinte ideia:
Alternativas
Ano: 2021 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE Prova: UPENET/IAUPE - 2021 - UPE - Vestibular - 3º Fase - 1º Dia |
Q1679716 Português
Com a vida em xeque diante da COVID-19, ser humano descobre a empatia e a solidariedade como atos de preservação da espécie

Um olhar voltado para o cuidado e a atenção com o outro

"Poderia haver maior milagre do que olharmos com os olhos do outro por um instante?" A indagação é de Henry David Thoreau, historiador e filósofo americano, que morreu em 1862. No mundo individualista do século 21, será que ainda há lugar para o ser humano praticar a empatia? Ser solidário? Ter olhar para a cooperação social? Sim. Ainda bem. Caso contrário, a espécie estaria com os dias contados. Não está. Ela sobrevive porque em toda parte há pessoas que espalham o antídoto do amor e da generosidade ao ajudar quem precisa. E não só para quem está à margem da sociedade.

Philia, termo tirado do tratado Ética a Nicômaco, de Aristóteles, pode ser traduzido como amizade, amor e também empatia, ou seja, uma espécie de afeição e apreço por outra pessoa. O modo como o filósofo aplicava o termo é uma inspiração para o tempo atual: ―Fazer o bem; fazer sem que seja solicitado‖. Assim agem muitos brasileiros diante dos desafios provocados pela pandemia do novo coronavírus. É um trabalho de formiguinha, incansável, com cada um fazendo um pouco, que somado a outro pouco leva esperança e alento a muitas pessoas.

O filósofo australiano Roman Krznaric, fundador da The School of Life de Londres (badalada escola inglesa que oferece cursos livres na área de Humanidades) e descrito pelo Observer com um dos mais importantes pensadores britânicos dedicados ao estudo dos estilos de vida, acredita que a empatia pode criar uma grande mudança social. Em seu livro Empathy – A handbook for revolution ("O poder da empatia – A arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo‖, Editora Zahar), ele escreveu sobre o que chama de ―a tragédia da Era da Introspecção‖, com o intenso foco no eu.

Para o filósofo, é hora de tentar algo diferente. ―Há mais de 2 mil anos, Sócrates aconselhou que o melhor caminho para viver bem e com sabedoria era o 'conhece-te a ti mesmo'‖. Pensam convencionalmente que isso exige autorreflexão: que olhemos para dentro de nós e contemplemos nossas almas. Mas podemos também passar a nos conhecer saindo de nós mesmos e aprendendo sobre vidas e culturas diferentes das nossas. É hora de forjar a 'Era da Outrospecção', e a empatia é nossa maior esperança para fazer isso.‖

Não que a empatia seja uma panaceia universal para todos os problemas do mundo, nem para todas as lutas da vida, mas ela faz a diferença na vida do outro e na própria existência. São ações diversas, inspiradoras e que podem despertar a mesma atitude em mais pessoas em dias tão difíceis. [...]

O mundo vive um sofrimento global, talvez sem precedentes na história. Diante de um inimigo comum, todos são afetados. Logo, a única alternativa é enfrentá-lo juntos e com esperança de que tudo ―dará certo‖, como tem sido o lema mundial. O momento é, portanto, de comunhão. A psicóloga clínica Maria Clara Jost, pós-doutora em Psicologia, professora da Faculdade de Ciências Médicas e pós-graduada em Filosofia, lembra que quanto mais a pessoa se fecha em um casulo menos descobre sobre si e sobre os seus valores mais próprios, acabando por intensificar sofrimentos já existentes, tendendo ao adoecimento em diversas esferas do ser.

Por outro lado, ressalta Maria Clara, se somos constituídos na relação que estabelecemos com os outros, desde o útero, então, quanto mais nos posicionarmos no sentido de abertura ao mundo, ao outro e à coletividade, em um movimento autotranscendente, maior a possibilidade de encontrar quem, muitas vezes, estava escondido num turbilhão de afazeres, por vezes sem sentido: nós mesmos.


Lilian Monteiro. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/bem-viver/2020/04/26/interna_bem_viver,1141208/com-avida-em-xeque-diante-da-covid-19-ser-humano-descobre-a-empatia.shtml Acesso em: 30/06/2020. (Adaptado)
Para alcançar o seu interlocutor e convencê-lo a aderir às suas ideias, é comum o autor citar alguma autoridade no assunto. No Texto 6, Roman Krznaric é referido com diferentes expressões que servem não só para identificá-lo como também para defini-lo e mostrar ao leitor as suas credenciais. Assinale, entre as alternativas abaixo, a única expressão que NÃO está empregada no texto para referir Roman Krznaric.
Alternativas
Ano: 2021 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE Prova: UPENET/IAUPE - 2021 - UPE - Vestibular - 3º Fase - 1º Dia |
Q1679718 Português
Texto 7

— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
[...]
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas
e iguais também porque o sangue,
que usamos tem pouca tinta.
[...]
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar terra sempre mais extinta,
[...]

MELO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina. Excertos. Disponível em: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/morte_e_vida_severina/ Acesso em: 30/07/2020. 



Texto 9

A COMPADECIDA – João foi um pobre como nós, meu filho. Teve de suportar as maiores dificuldades, numa terra seca e pobre como a nossa. Não o condene, deixe João ir para o purgatório.

JOÃO GRILO – Para o purgatório? Não, não faça isso assim não. [Chamando a Compadecida à parte]. Não repare eu dizer isso, mas é que o diabo é muito negociante e com esse povo a gente pede o mais para impressionar. A senhora pede o céu, porque aí o acordo fica mais fácil a respeito do purgatório. 

A COMPADECIDA – Isso dá certo lá no sertão, João! Aqui se passa tudo de outro jeito! Que é isso? Não confia mais na sua advogada?

JOÃO GRILO – Confio, Nossa Senhora, mas esse camarada enrolando nós dois.

A COMPADECIDA – Deixe comigo. [a Manuel]. Peço-lhe então, muito simplesmente, que não condene João.

SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. Rio de Janeiro, Agir, 2005. Excertos. Disponível em: https://vermelho.org.br/2014/07/25/auto-dacompadecida/ Acesso em: 09/08/2020. 


Acerca dos processos figurativos empregados no Texto 7 e de sua repercussão na interpretação desse poema, analise as afirmativas a seguir.

1) A expressão ―vida severina‖ institui um conceito metafórico que pode ser associado a uma vida plena, porque profundamente identificada com o ambiente físico do Nordeste.
2) Nos versos: ―Somos muitos Severinos/ iguais em tudo na vida/ iguais em tudo e na sina‖, opera-se uma metonímia em que o ―homem indivíduo‖, tomado como ―homem coletivo‖, perde sua singularidade, sua identidade.
3) A metáfora do ―sangue com pouca tinta‖ alude ao estado de desnutrição dos muitos severinos que passam privações.
4) A expressão ―abrandar estas pedras‖ pode ser interpretada como suavizar a luta cotidiana pela sobrevivência, em um meio físico bastante adverso.

Estão CORRETAS:
Alternativas
Respostas
1: E
2: B
3: C
4: A
5: C