Questões de Vestibular UNIOESTE 2017 para Vestibular, Manhã
Foram encontradas 21 questões
Q1261537
Português
Texto associado
DESCOLADOS E BACANAS ADOTAM VIRA-LATAS
E PEDEM HÓSTIA 'GLUTEN FREE'
A tipologia humana contemporânea chama a atenção pelo ridículo. Descolados e bacanas são
pessoas que têm hábitos, afetos e disposições de alma mais avançados do que os "colados" e os
"canas".
Estes são gente que não consegue acompanhar os progressos sociais e se perdem diante das novas
formas de economia, de sociabilidade e de direitos afetivos. Vejamos alguns exemplos dessa
tipologia dos descolados e bacanas. Se você não se enquadrar, não chore. Ser um "colado" ou "cana"
um dia poderá ascender à condição vintage, semelhante ao vinil ou ao filtro de barro.
A busca de uma alimentação saudável é um traço de descolados e bacanas. Um modo rápido e
preciso de identificá-los é usar a palavra "McDonald's" perto deles. Se a pessoa começar a gritar de
horror ou demonstrar desprezo, você está diante de um descolado e bacana. Se você não entender o
horror e o desprezo dela pelo McDonald's, você é um "colado" e um “cana”.
Essa busca pela alimentação segura bateu na porta de Jesus, coitado. A demanda dos católicos
descolados e bacanas é que o corpo de Cristo venha sem glúten. Uma hóstia "gluten free". O papa,
seguramente uma pessoa desocupada, teve que se preocupar com o corpo de Cristo sem glúten. A
commoditização da religião, ou seja, a transformação da religião em produto, um dia chegaria a isso:
que Jesus emagreça seus fiéis.
Um segundo tipo de descolado e bacana é aquele pai que fica lambendo o filho pra todo mundo
achar que ele é um "novo homem". Esse "novo homem" é, na verdade, um mito pra cobrir a
desarticulação crescente das relações entre homem e mulher. Homens cuidam de filhos há décadas,
mas agora pai que cuida de filho virou homem descolado e bacana, com direito à licença-paternidade
de 40 dias, dada por empresas descoladas e bacanas.
Além de tornar o emprego ainda mais caro (coisa que a lei trabalhista faz, inviabilizando o
emprego no país), a sorte dessas empresas é que as pessoas cada vez mais se separam antes de ter
filhos. As que não se separam, por sua vez, ou têm um filho só ou um cachorro. Logo, fica barato
posar de empresa descolada e bacana. Queria ver se a moçada fosse corajosa como os antigos e
tivesse cinco filhos por casal. Com o crescimento da cultura pet, logo empresas descoladas e bacanas
darão licença de uma semana quando o cachorro do casal ficar doente. E esse "direito" será uma
exigência do capitalismo consciente. Aliás, descolados e bacanas adotam cachorros vira-latas para
comprovar seu engajamento contra a desigualdade social animal.
Um terceiro tipo de gente descolada e bacana é o praticante de formas solidárias de economia.
Este talvez seja o tipo mais descolado e bacana dos descritos até aqui nessa tipologia de bolso que
ofereço a você, a fim de que aprenda a se mover neste mundo contemporâneo tão avançado em que
vivemos.
Uma nova "proposta" (expressões como "proposta" e "projeto" são essenciais se você quer ser
uma pessoa descolada e bacana) é oferecer sua casa "de graça" para pessoas morarem com você.
Calma! Se o leitor for alguém minimamente inteligente, desconfiará dessa proposta. Algumas dessas
propostas ainda vêm temperadas com um discurso de "empoderamento" das mulheres que
colaborariam umas com as outras. Explico.
Imagine que uma mãe single ofereça um quarto na casa dela para outra mulher em troca de ela
cuidar do maravilhoso e criativo filho pequeno dessa mãe single. Entendeu? Sim, trabalho escravo empacotado pra presente.
Gourmetizado dentro de um discurso de "solidariedade feminina" e economia colaborativa. Na
prática, você trabalharia em troca de casa e comida. Essa proposta é ainda mais ridícula do que
aquela em que você, jovem, recebe a "graça" de trabalhar de graça pra um marca famosa que combate
a fome na África em troca de experiência e para enriquecer seu "book". Na China eles são mais
solidários do que isso, você ganharia pelo menos um dólar.
Sim, o mundo contemporâneo é ridículo de doer. Com suas modinhas e terminologias chiques.
Coitada da esquerda que abraça essas pautas criativas. Saudades do Lênin?
(Por Luiz Felipe Pondé. Folha de S. Paulo, 31 de Julho de 2017).
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2017/07/1905751-descolados-ebacanas-adotam-vira-latas-e-pedem-hostia-gluten-free.shtml
Considerando as palavras entre aspas no texto, assinale a alternativa em que estas NÃO criam efeito de ironia sobre os termos aspeados:
Q1261538
Português
Texto associado
DESCOLADOS E BACANAS ADOTAM VIRA-LATAS
E PEDEM HÓSTIA 'GLUTEN FREE'
A tipologia humana contemporânea chama a atenção pelo ridículo. Descolados e bacanas são
pessoas que têm hábitos, afetos e disposições de alma mais avançados do que os "colados" e os
"canas".
Estes são gente que não consegue acompanhar os progressos sociais e se perdem diante das novas
formas de economia, de sociabilidade e de direitos afetivos. Vejamos alguns exemplos dessa
tipologia dos descolados e bacanas. Se você não se enquadrar, não chore. Ser um "colado" ou "cana"
um dia poderá ascender à condição vintage, semelhante ao vinil ou ao filtro de barro.
A busca de uma alimentação saudável é um traço de descolados e bacanas. Um modo rápido e
preciso de identificá-los é usar a palavra "McDonald's" perto deles. Se a pessoa começar a gritar de
horror ou demonstrar desprezo, você está diante de um descolado e bacana. Se você não entender o
horror e o desprezo dela pelo McDonald's, você é um "colado" e um “cana”.
Essa busca pela alimentação segura bateu na porta de Jesus, coitado. A demanda dos católicos
descolados e bacanas é que o corpo de Cristo venha sem glúten. Uma hóstia "gluten free". O papa,
seguramente uma pessoa desocupada, teve que se preocupar com o corpo de Cristo sem glúten. A
commoditização da religião, ou seja, a transformação da religião em produto, um dia chegaria a isso:
que Jesus emagreça seus fiéis.
Um segundo tipo de descolado e bacana é aquele pai que fica lambendo o filho pra todo mundo
achar que ele é um "novo homem". Esse "novo homem" é, na verdade, um mito pra cobrir a
desarticulação crescente das relações entre homem e mulher. Homens cuidam de filhos há décadas,
mas agora pai que cuida de filho virou homem descolado e bacana, com direito à licença-paternidade
de 40 dias, dada por empresas descoladas e bacanas.
Além de tornar o emprego ainda mais caro (coisa que a lei trabalhista faz, inviabilizando o
emprego no país), a sorte dessas empresas é que as pessoas cada vez mais se separam antes de ter
filhos. As que não se separam, por sua vez, ou têm um filho só ou um cachorro. Logo, fica barato
posar de empresa descolada e bacana. Queria ver se a moçada fosse corajosa como os antigos e
tivesse cinco filhos por casal. Com o crescimento da cultura pet, logo empresas descoladas e bacanas
darão licença de uma semana quando o cachorro do casal ficar doente. E esse "direito" será uma
exigência do capitalismo consciente. Aliás, descolados e bacanas adotam cachorros vira-latas para
comprovar seu engajamento contra a desigualdade social animal.
Um terceiro tipo de gente descolada e bacana é o praticante de formas solidárias de economia.
Este talvez seja o tipo mais descolado e bacana dos descritos até aqui nessa tipologia de bolso que
ofereço a você, a fim de que aprenda a se mover neste mundo contemporâneo tão avançado em que
vivemos.
Uma nova "proposta" (expressões como "proposta" e "projeto" são essenciais se você quer ser
uma pessoa descolada e bacana) é oferecer sua casa "de graça" para pessoas morarem com você.
Calma! Se o leitor for alguém minimamente inteligente, desconfiará dessa proposta. Algumas dessas
propostas ainda vêm temperadas com um discurso de "empoderamento" das mulheres que
colaborariam umas com as outras. Explico.
Imagine que uma mãe single ofereça um quarto na casa dela para outra mulher em troca de ela
cuidar do maravilhoso e criativo filho pequeno dessa mãe single. Entendeu? Sim, trabalho escravo empacotado pra presente.
Gourmetizado dentro de um discurso de "solidariedade feminina" e economia colaborativa. Na
prática, você trabalharia em troca de casa e comida. Essa proposta é ainda mais ridícula do que
aquela em que você, jovem, recebe a "graça" de trabalhar de graça pra um marca famosa que combate
a fome na África em troca de experiência e para enriquecer seu "book". Na China eles são mais
solidários do que isso, você ganharia pelo menos um dólar.
Sim, o mundo contemporâneo é ridículo de doer. Com suas modinhas e terminologias chiques.
Coitada da esquerda que abraça essas pautas criativas. Saudades do Lênin?
(Por Luiz Felipe Pondé. Folha de S. Paulo, 31 de Julho de 2017).
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2017/07/1905751-descolados-ebacanas-adotam-vira-latas-e-pedem-hostia-gluten-free.shtml
Segundo o texto, assinale a alternativa INCORRETA:
Q1261539
Inglês
Texto associado
How does Hurricane Harvey compare with Katrina? Here’s what we know
Although it is still unfolding, Harvey, now a tropical storm, evokes comparisons to Hurricane Katrina in
2005. Here’s a quick rundown of what we know about similarities and differences between the two.
• The Cities
Katrina: Before the storm, New Orleans was a small city of about 455,000 people that lay in large part
below sea level, ostensibly protected by a system of levee walls. Its population never fully recovered from
the evacuation and destruction and remains below 400,000.
Harvey: Houston is a sprawling, car-dependent, low-lying but not below sea level city. It has a population
of more than two million people, with a system of bayous and waterways to manage flooding.
• The Storms
Katrina: It made landfall near the Louisiana/Mississippi border on Aug. 29, 2005, as a Category 3 storm
and measured 350 miles across. However, the relatively low classification, was deceptive because Katrina
produced the highest storm surge ever recorded in the U.S.
Harvey: It made landfall in Rockport, Tex., on Friday as a Category 4 storm, measuring 200 miles across,
but was quickly downgraded. As of Monday, it was expected to linger for days, causing the National Weather
Service to warn, “This event is unprecedented and all impacts are unknown.”
• Deaths and Damage
Katrina: One of the deadliest hurricanes ever to strike the U.S., Katrina was responsible for 1,833 deaths,
and some bodies were untouched for days. The storm inflicted more than $100 billion in damage, with most
of it caused by wind, storm surge and the failure of the levees.
Harvey: Local officials have reported at least 10 deaths in Texas since the storm began, but heavy rains and
flooding are expected to continue at least through Friday. Most of the damage could be caused by flooding.
As for the economy, the Gulf region’s capacity as an oil and gas does not appear to have been seriously
compromised.
• Assistance
Katrina: The storm displaced over a million people and damaged or destroyed 275,000 homes. Almost a
million households received individual assistance from the Federal Emergency Management Agency.
Harvey: We don’t know yet how many people will be forced out of their homes. But the vast majority of
homes in Harvey’s path are not insured against flooding, according to figures from the National Flood
Insurance Program. It is estimated that 450,000 people were likely to seek federal aid.
Fonte: adaptado de < https://www.nytimes.com/2017/08/28/us/hurricane-katrina-harvey.html>
Considerando o texto, assinale a alternativa que melhor traduz o trecho: Houston is a sprawling,
car-dependent, low-lying but not below sea level city
Q1261540
Inglês
Texto associado
How does Hurricane Harvey compare with Katrina? Here’s what we know
Although it is still unfolding, Harvey, now a tropical storm, evokes comparisons to Hurricane Katrina in
2005. Here’s a quick rundown of what we know about similarities and differences between the two.
• The Cities
Katrina: Before the storm, New Orleans was a small city of about 455,000 people that lay in large part
below sea level, ostensibly protected by a system of levee walls. Its population never fully recovered from
the evacuation and destruction and remains below 400,000.
Harvey: Houston is a sprawling, car-dependent, low-lying but not below sea level city. It has a population
of more than two million people, with a system of bayous and waterways to manage flooding.
• The Storms
Katrina: It made landfall near the Louisiana/Mississippi border on Aug. 29, 2005, as a Category 3 storm
and measured 350 miles across. However, the relatively low classification, was deceptive because Katrina
produced the highest storm surge ever recorded in the U.S.
Harvey: It made landfall in Rockport, Tex., on Friday as a Category 4 storm, measuring 200 miles across,
but was quickly downgraded. As of Monday, it was expected to linger for days, causing the National Weather
Service to warn, “This event is unprecedented and all impacts are unknown.”
• Deaths and Damage
Katrina: One of the deadliest hurricanes ever to strike the U.S., Katrina was responsible for 1,833 deaths,
and some bodies were untouched for days. The storm inflicted more than $100 billion in damage, with most
of it caused by wind, storm surge and the failure of the levees.
Harvey: Local officials have reported at least 10 deaths in Texas since the storm began, but heavy rains and
flooding are expected to continue at least through Friday. Most of the damage could be caused by flooding.
As for the economy, the Gulf region’s capacity as an oil and gas does not appear to have been seriously
compromised.
• Assistance
Katrina: The storm displaced over a million people and damaged or destroyed 275,000 homes. Almost a
million households received individual assistance from the Federal Emergency Management Agency.
Harvey: We don’t know yet how many people will be forced out of their homes. But the vast majority of
homes in Harvey’s path are not insured against flooding, according to figures from the National Flood
Insurance Program. It is estimated that 450,000 people were likely to seek federal aid.
Fonte: adaptado de < https://www.nytimes.com/2017/08/28/us/hurricane-katrina-harvey.html>
Mark the INCORRECT alternative, according to the text.
Q1261541
Inglês
Texto associado
What Parents Can Do to Nurture Good Writers
Steve Graham, a professor at Arizona State University’s Teachers College, has been researching how young
people learn to write for more than 30 years. He is a co-author of numerous books on writing instruction,
including “Powerful Writing Strategies for All Students.”
How does reading at home help children become better writers?
is really critical, but it’s not enough. We don’t have much evidence that if you just read more, you’ll
be a better writer. But analyzing text does make a difference. So when we read to kids, we can also have
conversations with them about the author’s craft. How did this author make this place seem real in terms of
description? What words did they use? How did they present this idea or this argument?
Should a parent correct a child’s writing, or just be encouraging?
Sometimes when kids come to you to share what they’re writing, they’re not coming for feedback. They are
coming for affirmation. It’s really important we emphasize first and foremost what we really like about it.
And if you’re going to give feedback, just pick one or two things. English teachers — and parents are guilty
of this, too — sometimes overwhelm kids with more feedback than they can absorb all at once. The other
thing that’s really important, particularly for parents, is to remember that they don’t own this piece. It’s their
child’s.
What should parents look for to assess the writing instruction at their child’s school?
After about third grade, very little time is devoted to explicit writing instruction. It’s like we’ve imagined
that kids have acquired what they need to know to be good writers by then! In middle and high school, the
most common activities are fill-in-the-blanks on worksheets, writing single sentences, making lists or writing
a paragraph summary. When you start talking about persuasive essays or an informative paper, those things
occur infrequently in English class and even less so in social studies and science.
So the first questions are: “Is my kid writing at school, and was he given writing assignments to work on at
home? Do those require writing more extended thoughts for the purposes of analysis and interpretation?”
That’s what they need to be able to do for college.
Fonte: adaptado de < https://www.nytimes.com/2017/08/02/education/edlife/parents-children-writing.html>
A partir do texto acima, assinale a alternativa que contém a ideia central do texto.