Questões de Vestibular UFBA 2013 para Vestibular de Bacharelado Interdisciplinar em Saúde
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INF: Bem, e depois, meu pai faleceu, tinha eu treze anos. […] E então, daí, deu-se o caso, é claro, arrumei-me então à arte. Digo assim: "Bem, isto já não dá nada o campo, também". Arrumei-me à arte. Trabalhava, então, ali numa quinta do prado, ali em baixo. Trabalhei ali, à roda dos vinte anos, lá. Fazia um biscatito assim nos domingos, cá em casa, mas o mais trabalhava ali, assim de jorna. E depois então acabei por pôr loja por minha conta, até à data de hoje. Faço cinquenta e sete no dia quatorze de Junho. […] E então aqui vou fazendo aquilo que posso. O que não posso, é claro, digo logo que não posso; (Inf.1 – Castelo de Vide, Portugal). (BEM... 2013).
II
Olha, eu só compro à vista. Eu sou absolutamente contra a compra a crédito, não tenho por hábito fazer compra a crédito a não ser nas grandes coisas. Eu acho, por exemplo, pra comprar uma casa, aí é preciso (inint.) despender uma quantia tão grande assim pra comprar uma casa, então isso é válido. O automóvel ainda é mais ou menos válido, mas outras coisas eu não admito essa compra a crédito porque você fica sem controle daquilo que você tem. [...] Eu sou mulher de militar, a vida pra nós no começo foi dura e então nos restringíamos àquilo que ele recebia, o que nós recebíamos, porque eu também trabalhava. (Loc. 159 – Rio de Janeiro, Brasil). (OLHA... 2013).
Uma das formas de se evidenciar que as duas variedades do português se encontram unidas, apesar da distância, é se comparar a estratégia de realização do sujeito da primeira pessoa do singular, que se apresenta sintaticamente igual nos textos I e II.
INF: Bem, e depois, meu pai faleceu, tinha eu treze anos. […] E então, daí, deu-se o caso, é claro, arrumei-me então à arte. Digo assim: "Bem, isto já não dá nada o campo, também". Arrumei-me à arte. Trabalhava, então, ali numa quinta do prado, ali em baixo. Trabalhei ali, à roda dos vinte anos, lá. Fazia um biscatito assim nos domingos, cá em casa, mas o mais trabalhava ali, assim de jorna. E depois então acabei por pôr loja por minha conta, até à data de hoje. Faço cinquenta e sete no dia quatorze de Junho. […] E então aqui vou fazendo aquilo que posso. O que não posso, é claro, digo logo que não posso; (Inf.1 – Castelo de Vide, Portugal). (BEM... 2013).
II
Olha, eu só compro à vista. Eu sou absolutamente contra a compra a crédito, não tenho por hábito fazer compra a crédito a não ser nas grandes coisas. Eu acho, por exemplo, pra comprar uma casa, aí é preciso (inint.) despender uma quantia tão grande assim pra comprar uma casa, então isso é válido. O automóvel ainda é mais ou menos válido, mas outras coisas eu não admito essa compra a crédito porque você fica sem controle daquilo que você tem. [...] Eu sou mulher de militar, a vida pra nós no começo foi dura e então nos restringíamos àquilo que ele recebia, o que nós recebíamos, porque eu também trabalhava. (Loc. 159 – Rio de Janeiro, Brasil). (OLHA... 2013).
Algumas construções sintáticas do português europeu, como se observa no uso do pronome átono, "deu-se", "arrumei-me", no texto I, indicam que essa variedade do português, mesmo na zona rural, apresenta rigor gramatical, o que deveria ser seguido pelos falantes do português do Brasil, em todas as áreas geográficas.
(afr. = termo africano); (ind. = termo indígena)
Marque C, se a proposição é certo; E, se a proposição é errado.
O Brasil é considerado um país pluriétnico, o que se reflete nas construções linguísticas, conforme exemplificado nesse texto.
(afr. = termo africano); (ind. = termo indígena)
Marque C, se a proposição é certo; E, se a proposição é errado.
A constituição histórica da língua portuguesa falada no Brasil aponta para o fato de que esse idioma entrou em contato com mais de 200 línguas africanas e mais de 1000 línguas indígenas, uma parte dessa contribuição pode ser identificada nesse texto.
Apesar do contato linguístico entre diferentes povos na formação do português brasileiro, há um silêncio em relação à participação linguística de outros povos frente ao enaltecimento do português, o que se confirma no fato de, no Brasil, se falar a língua portuguesa.