Questões de Vestibular UFPR 2016 para Vestibular

Foram encontradas 80 questões

Ano: 2016 Banca: NC-UFPR Órgão: UFPR Prova: NC-UFPR - 2016 - UFPR - Vestibular |
Q814878 Português
Livro e futebol
O leitor a quem se dirige esse livro não é evidente: em geral, quem vive o futebol não está interessado em ler sobre ele mais do que a notícia de jornal ou revista, e quem se dedica a ler livros e especulações poucas vezes conhece o futebol por dentro. Pierre Bourdieu observa, por exemplo, que a sociologia esportiva é desdenhada pelos sociólogos e menosprezada pelos envolvidos com o esporte. A observação pode valer também para ensaios como este aqui, embora ele não seja do gênero sociológico. No limite, a onipresença do jogo de bola soa abusiva e irrelevante para quem acompanha a discussão cultural. Assim, mais do que um desconhecimento recíproco entre as partes, pode-se falar, de fato, de uma dupla resistência. Viver o futebol dispensa pensá-lo, e, em grande parte, é essa dispensa que se procura nele. Os pensadores, por sua vez, à esquerda ou à direita, na meia ou no centro, têm muitas vezes uma reserva contra os componentes anti-intelectuais e massivos do futebol, e temem ou se recusam a endossá- los, por um lado, e a se misturar com eles, por outro. Tudo isso, por si só, já daria um belo assunto: o futebol como o nó cego em que a cultura e a sociedade se expõem no seu ponto ao mesmo tempo mais visível e invisível. E esse não deixa de ser o tema deste livro, que talvez possa interessar a quem esteja disposto a lê-lo independentemente de conhecer o futebol ou de ser ou não “intelectual”.
Não é incomum, também, que intelectuais vivam intensamente o futebol, sem pensá-lo, e que resistam, ao mesmo tempo, a admiti-lo na ordem do pensamento. Nesse caso, aqueles dois personagens a que nos referimos no começo podem se encontrar numa pessoa só. [...]
(José Miguel Wisnik. Veneno Remédio: o Futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.) 
O autor inicia o texto dizendo que o leitor de seu livro não é evidente, porque o tema por ele tratado, o futebol, é abordado de maneira incomum. Tendo isso em vista, considere as seguintes afirmativas:
1. Os apaixonados pelo futebol anseiam há muito por uma abordagem sociológica do esporte. 2. Pensar o futebol do ponto de vista intelectual é algo muito comum num país em que esse esporte é o mais apreciado, e é esse tratamento que predomina hoje em jornais e revistas. 3. O livro aborda o futebol do ponto de vista cultural, intelectual, distanciando-se do tratamento do senso comum que impera em jornais e revistas. 4. Viver e pensar o futebol são coisas diferentes e independentes, mas é possível uma abordagem intelectual que agrade os dois tipos de espectador.
Assinale a alternativa correta. 
Alternativas
Ano: 2016 Banca: NC-UFPR Órgão: UFPR Prova: NC-UFPR - 2016 - UFPR - Vestibular |
Q814879 Português
Livro e futebol
O leitor a quem se dirige esse livro não é evidente: em geral, quem vive o futebol não está interessado em ler sobre ele mais do que a notícia de jornal ou revista, e quem se dedica a ler livros e especulações poucas vezes conhece o futebol por dentro. Pierre Bourdieu observa, por exemplo, que a sociologia esportiva é desdenhada pelos sociólogos e menosprezada pelos envolvidos com o esporte. A observação pode valer também para ensaios como este aqui, embora ele não seja do gênero sociológico. No limite, a onipresença do jogo de bola soa abusiva e irrelevante para quem acompanha a discussão cultural. Assim, mais do que um desconhecimento recíproco entre as partes, pode-se falar, de fato, de uma dupla resistência. Viver o futebol dispensa pensá-lo, e, em grande parte, é essa dispensa que se procura nele. Os pensadores, por sua vez, à esquerda ou à direita, na meia ou no centro, têm muitas vezes uma reserva contra os componentes anti-intelectuais e massivos do futebol, e temem ou se recusam a endossá- los, por um lado, e a se misturar com eles, por outro. Tudo isso, por si só, já daria um belo assunto: o futebol como o nó cego em que a cultura e a sociedade se expõem no seu ponto ao mesmo tempo mais visível e invisível. E esse não deixa de ser o tema deste livro, que talvez possa interessar a quem esteja disposto a lê-lo independentemente de conhecer o futebol ou de ser ou não “intelectual”.
Não é incomum, também, que intelectuais vivam intensamente o futebol, sem pensá-lo, e que resistam, ao mesmo tempo, a admiti-lo na ordem do pensamento. Nesse caso, aqueles dois personagens a que nos referimos no começo podem se encontrar numa pessoa só. [...]
(José Miguel Wisnik. Veneno Remédio: o Futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.) 
“Nesse caso, aqueles dois personagens a que nos referimos no começo podem se encontrar numa pessoa só”. Com isso, o autor reconhece que:
1. é desejável pensar o esporte por outro viés que não seja aquele permeado por admiração e paixão. 2. admitir o futebol na ordem do pensamento significa fazer do torcedor apaixonado uma pessoa capaz de refletir sobre seus pontos positivos e negativos. 3. há intelectuais que, mesmo não admitindo que possam haver abordagens intelectualizadas do futebol, são torcedores fervorosos. 4. o torcedor apaixonado é aquele que prefere pensar o futebol na sua expressão cultural e, portanto, é o que congrega as características de leitor preferencial do livro.
Assinale a alternativa correta. 
Alternativas
Ano: 2016 Banca: NC-UFPR Órgão: UFPR Prova: NC-UFPR - 2016 - UFPR - Vestibular |
Q814880 Português
A respeito dos romances Clara dos Anjos, de Lima Barreto, e Fogo Morto, de José Lins do Rego, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: NC-UFPR Órgão: UFPR Prova: NC-UFPR - 2016 - UFPR - Vestibular |
Q814881 Português
A respeito da obra teatral Os dois ou o inglês maquinista, de Martins Pena, é correto afirmar:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: NC-UFPR Órgão: UFPR Prova: NC-UFPR - 2016 - UFPR - Vestibular |
Q814882 Português
Considere o parágrafo abaixo, extraído do conto “D. Paula”, que integra a coletânea Várias Histórias, de Machado de Assis:
Já se entende que o outro Vasco, o antigo, também foi moço e amou. Amaram-se, fartaram-se um do outro, à sombra do casamento, durante alguns anos, e, como o vento que passa não guarda a palestra dos homens, não há meio de escrever aqui o que então se disse da aventura. A aventura acabou; foi uma sucessão de horas doces e amargas, de delícias, de lágrimas, de cóleras, de arroubos, drogas várias com que encheram a esta senhora a taça das paixões. D. Paula esgotou-a inteira e emborcou-a depois para não mais beber. A saciedade trouxe-lhe a abstinência, e com o tempo foi esta última fase que fez a opinião. Morreu-lhe o marido e foram vindo os anos. D. Paula era agora uma pessoa austera e pia, cheia de prestígio e consideração.
Sobre Várias Histórias, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Respostas
11: C
12: A
13: D
14: E
15: B