Questões de Vestibular IF-TO 2017 para Vestibular - Primeiro Semestre

Foram encontradas 48 questões

Ano: 2017 Banca: IF-TO Órgão: IF-TO Prova: IF-TO - 2017 - IF-TO - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q1268573 Português
Texto 4

Eu te amo
(Geraldo Carneiro)

Sempre me perguntei quando é que a expressão eu te amo começou a ser usada aqui no Brasil. Não me lembro de ter lido a frase nos clássicos portugueses, nem em Machado de Assis, nem nos modernistas paulistanos. Repeti a pergunta a minha querida Nélida Piñon, e ela, com sua autoridade literária, confirmou que o eu te amo é uma expressão recente entre nós.


Sem dúvida houve a influência do cinema americano. Noel Rosa já reclamava disso nos anos 30: “Amor lá no morro é amor pra chuchu / A gíria do samba não tem I love you.”


Na minha infância, nos anos 50, nunca ouvi meu pai dizendo eu te amo à minha mãe, nem minha mãe dizendo eu te amo a meu pai, nem a nós, seus filhos. Talvez naquele tempo o amor fosse mais recatado. Embora grande, o amor era sagrado, secreto, subjacente, não precisava que a gente se declarasse o tempo todo.

Me lembro, por exemplo, da música A Noite do meu bem, de Dolores Duran. Eu ainda não sabia o que era o amor, mas essa canção me deixava comovidocomo o diabo, como dizia o Drummond. Aliás, “meu bem” rolava muito lá em casa.


O principal responsável pela introdução do eu te amo no Brasil talvez tenha sido o poeta Vinicius de Moraes. Ele escreveu:


Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade


Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.


Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.


E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude. 


Eu sei que “amo-te” não é igual a “eu te amo”. A maneira de falar, a sintaxe ainda é meio lusitana. Mas na canção “Por toda a minha vida”, com música de Tom Jobim, Vinicius escreveu: “Eu te amo e te proclamo / o meu amor, o meu amor.”


Agora, para aclarar as minhas trevas, saiu pela Companhia das Letras uma coletânea de textos de Vinicius, “Todo amor”, organizada por Eucanaã Ferraz. Uma reunião de algumas das mais belas palavras de amor no Brasil do século XX. Porque foi Vinicius quem mais praticou e falou sobre a arte de amar por aqui.


Às folhas tantas deste livro me deparo com uma carta do poeta para Beatriz de Moraes, com quem ele havia acabado de se casar pelo correio, por procuração. A carta é de 1938, quando o poeta estava em Oxford, usufruindo de uma bolsa de estudos. E depois de declarar a sua amada que “tu és minha vida, meu tudo (...) Eu sou teu escravo, teu criado, tua cria e tu és a minha namorada ilícita e esposa amantíssima (...)”,Vinicius arremata: “E te amo tanto que às vezes fico com vontade de dar urros de amor.”


É o primeiro te amo por escrito que eu conheço.


Dirá você que, no século XXI, as palavras de amor perderam muito prestígio. Serei forçado a concordar. Hoje todo o mundo diz que ama todo o mundo. Mas as pessoas, felizmente, continuam se amando. E basta que se leia a poesia de Vinicius para que as palavras ganhem de novo seu frescor original. A poesia sempre renasce. Haverá sempre um novo Romeu da Ilha do Governador que dirá, como se fosse a primeira vez, ao pé da janela de sua Julieta pós-moderna: eu te amo.

Disponível em: <http://www.academia.org.br/artigos/eu-te-amo>. 
De acordo com a opinião do autor do Texto 4, marque a única informação falsa:
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IF-TO Órgão: IF-TO Prova: IF-TO - 2017 - IF-TO - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q1268574 Português
Texto 4

Eu te amo
(Geraldo Carneiro)

Sempre me perguntei quando é que a expressão eu te amo começou a ser usada aqui no Brasil. Não me lembro de ter lido a frase nos clássicos portugueses, nem em Machado de Assis, nem nos modernistas paulistanos. Repeti a pergunta a minha querida Nélida Piñon, e ela, com sua autoridade literária, confirmou que o eu te amo é uma expressão recente entre nós.


Sem dúvida houve a influência do cinema americano. Noel Rosa já reclamava disso nos anos 30: “Amor lá no morro é amor pra chuchu / A gíria do samba não tem I love you.”


Na minha infância, nos anos 50, nunca ouvi meu pai dizendo eu te amo à minha mãe, nem minha mãe dizendo eu te amo a meu pai, nem a nós, seus filhos. Talvez naquele tempo o amor fosse mais recatado. Embora grande, o amor era sagrado, secreto, subjacente, não precisava que a gente se declarasse o tempo todo.

Me lembro, por exemplo, da música A Noite do meu bem, de Dolores Duran. Eu ainda não sabia o que era o amor, mas essa canção me deixava comovidocomo o diabo, como dizia o Drummond. Aliás, “meu bem” rolava muito lá em casa.


O principal responsável pela introdução do eu te amo no Brasil talvez tenha sido o poeta Vinicius de Moraes. Ele escreveu:


Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade


Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.


Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.


E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude. 


Eu sei que “amo-te” não é igual a “eu te amo”. A maneira de falar, a sintaxe ainda é meio lusitana. Mas na canção “Por toda a minha vida”, com música de Tom Jobim, Vinicius escreveu: “Eu te amo e te proclamo / o meu amor, o meu amor.”


Agora, para aclarar as minhas trevas, saiu pela Companhia das Letras uma coletânea de textos de Vinicius, “Todo amor”, organizada por Eucanaã Ferraz. Uma reunião de algumas das mais belas palavras de amor no Brasil do século XX. Porque foi Vinicius quem mais praticou e falou sobre a arte de amar por aqui.


Às folhas tantas deste livro me deparo com uma carta do poeta para Beatriz de Moraes, com quem ele havia acabado de se casar pelo correio, por procuração. A carta é de 1938, quando o poeta estava em Oxford, usufruindo de uma bolsa de estudos. E depois de declarar a sua amada que “tu és minha vida, meu tudo (...) Eu sou teu escravo, teu criado, tua cria e tu és a minha namorada ilícita e esposa amantíssima (...)”,Vinicius arremata: “E te amo tanto que às vezes fico com vontade de dar urros de amor.”


É o primeiro te amo por escrito que eu conheço.


Dirá você que, no século XXI, as palavras de amor perderam muito prestígio. Serei forçado a concordar. Hoje todo o mundo diz que ama todo o mundo. Mas as pessoas, felizmente, continuam se amando. E basta que se leia a poesia de Vinicius para que as palavras ganhem de novo seu frescor original. A poesia sempre renasce. Haverá sempre um novo Romeu da Ilha do Governador que dirá, como se fosse a primeira vez, ao pé da janela de sua Julieta pós-moderna: eu te amo.

Disponível em: <http://www.academia.org.br/artigos/eu-te-amo>. 
No decorrer do texto, pode-se perceber construções como “sempre me perguntei”, “não me lembro”, “essa canção me deixava”, em que o pronome oblíquo átono é posicionado antes do verbo. Sobre a sintaxe da Língua Portuguesa brasileira, analise os itens e, em seguida, marque a alternativa correta.

I - A norma padrão escrita brasileira admite o uso do pronome oblíquo átono antes do verbo.
II - A norma padrão escrita brasileira condena o uso do pronome oblíquo átono em início de frases.
III - A norma padrão escrita brasileira condena o uso do pronome oblíquo átono antes do verbo.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IF-TO Órgão: IF-TO Prova: IF-TO - 2017 - IF-TO - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q1268575 Português

Imagem associada para resolução da questão

Os Retirantes, de Candido Portinari. Obra inspirada no livro “Vidas Secas”.Fonte:<http://zip.net/bctKDn>



Leia o fragmento do texto “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos:

“Olhou a catinga amarela, que o poente avermelhava. Se a seca chegasse, não ficaria planta verde. Arrepiou-se. Chegaria, naturalmente. Sempre tinha sido assim, desde que ele se entendera. E antes de se entender, antes de nascer, sucedera o mesmo – anos bons misturados com anos ruins. A desgraça estava em caminho, talvez andasse perto. Nem valia a pena trabalhar.”

Disponível em: <http://www.lettere.uniroma1.it/sites/default/files/528/GRACILIANO-RAMOSVidas-secas-livro-completo.pdf>


Considerando o romance “Vidas Secas”, julgue os itens e marque a alternativa correta.

I - Vidas Secas apresenta o cenário da seca, que impõe a uma mísera família do sertão o sofrido destino de vagar tristemente à procura de um lugar para sobreviver.
II - O romance aborda a estrutura histórica, social e econômica brasileira daquele decênio, fazendo com que os aspectos documentais estejam presentes no contexto narrativo.
III - O mundo de injustiça e opressão retratado no romance é decorrente do minifúndio nordestino, responsável pela desigualdade social.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IF-TO Órgão: IF-TO Prova: IF-TO - 2017 - IF-TO - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q1268576 Inglês
Imagem associada para resolução da questão Observe o anúncio e marque V (verdadeiro) ou F (falso) nos itens a seguir. Logo após, assinale a alternativa correta.

( ) O anúncio faz a divulgação de vagas de estágio.
( ) O anúncio não exige conhecimento para o preenchimento das vagas.
( ) Para todas as vagas é exigida somente a formação em nível médio.
( ) As vagas de emprego são para uma estação de metrô.
( ) O anúncio informa que são mais de 34.400 lojas em todo o mundo.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IF-TO Órgão: IF-TO Prova: IF-TO - 2017 - IF-TO - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q1268577 Inglês

How English evolved into a global language



        As the British Library charts the evolution of English in a new major exhibition, author Michael Rosen gives a brief history of a language that has grown to world domination with phrases such as "cool" and "go to it".

        The need for an international language has always existed. In the past it was about religion and intellectual debate. With the technologies of today, it's about communicating with others anywhere in the world in a matter of moments.

          Two events, separated by nearly 400 years, show how this need has always been present.

         Firstly, sitting in front of me I have a copy of the celebrated book Utopia, by Sir Thomas More. This particular edition is published in 1629 in Amsterdam, not in English, not in Dutch, but in Latin.

       The second event was a talk I recently had with a German scientist. He said that he knew of scientific conferences taking place in Germany, where all the people attending were German and yet the conference was conducted in English.


 Source: <http://www.bbc.com/news/magazine-12017753>

De acordo com a abordagem do texto, podemos inferir que a alternativa que contém a melhor interpretação para o título (How English evolved into a global language) é:
Alternativas
Respostas
6: C
7: D
8: B
9: B
10: D