Questões de Vestibular USP 2015 para Vestibular - Primeira Fase

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Ano: 2015 Banca: FUVEST Órgão: USP Prova: FUVEST - 2015 - USP - Vestibular - Primeira Fase |
Q583186 Português
   Seria ingenuidade procurar nos provérbios de qualquer povo uma filosofia coerente, uma arte de viver. É coisa sabida que a cada provérbio, por assim dizer, responde outro, de sentido oposto. A quem preconiza o sábio limite das despesas, porque "vintém poupado, vintém ganhado", replicará o vizinho farrista, com razão igual: "Da vida nada se leva". (...)
    Mais aconselhável procurarmos nos anexins não a sabedoria de um povo, mas sim o espelho de seus costumes peculiares, os sinais de seu ambiente físico e de sua história. As diferenças na expressão de uma sentença observáveis de uma terra para outra podem divertir o curioso e, às vezes, até instruir o etnógrafo.
  Povo marítimo, o português assinala semelhança grande entre pai e filho, lembrando que "filho de peixe, peixinho é". Já os húngaros, ao formularem a mesma verdade, não pensavam nem em peixe, nem em mar; ao olhar para o seu quintal, notaram que a "maçã não cai longe da árvore".

Paulo Rónai, Como aprendi o português e outras aventuras.
No texto, a função argumentativa do provérbio "Da vida nada se leva" é expressar uma filosofia de vida contrária à que está presente em "vintém poupado, vintém ganhado". Também é contrário a esse último provérbio o ensinamento expresso em:
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Ano: 2015 Banca: FUVEST Órgão: USP Prova: FUVEST - 2015 - USP - Vestibular - Primeira Fase |
Q583187 Português
   Seria ingenuidade procurar nos provérbios de qualquer povo uma filosofia coerente, uma arte de viver. É coisa sabida que a cada provérbio, por assim dizer, responde outro, de sentido oposto. A quem preconiza o sábio limite das despesas, porque "vintém poupado, vintém ganhado", replicará o vizinho farrista, com razão igual: "Da vida nada se leva". (...)
    Mais aconselhável procurarmos nos anexins não a sabedoria de um povo, mas sim o espelho de seus costumes peculiares, os sinais de seu ambiente físico e de sua história. As diferenças na expressão de uma sentença observáveis de uma terra para outra podem divertir o curioso e, às vezes, até instruir o etnógrafo.
  Povo marítimo, o português assinala semelhança grande entre pai e filho, lembrando que "filho de peixe, peixinho é". Já os húngaros, ao formularem a mesma verdade, não pensavam nem em peixe, nem em mar; ao olhar para o seu quintal, notaram que a "maçã não cai longe da árvore".

Paulo Rónai, Como aprendi o português e outras aventuras.
Considere as seguintes afirmações sobre os dois provérbios citados no terceiro parágrafo do texto.
I. A origem do primeiro, de acordo com o autor, está ligada à história do povo que o usa. II. Em seu sentido literal, o segundo expressa costumes peculiares dos húngaros. III. A observação das diferenças de expressão entre esses provérbios pode, segundo o pensamento do autor, ter interesse etnográfico.
Está correto apenas o que se afirma em
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Ano: 2015 Banca: FUVEST Órgão: USP Prova: FUVEST - 2015 - USP - Vestibular - Primeira Fase |
Q583188 Português
      Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d' África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o lazareto*. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
     Ele é mesmo nosso pai
     e é quem pode nos ajudar...
     Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros
não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
     Ora, adeus, ó meus filhinhos,
     Qu'eu vou e torno a vortá...
     E numa noite que os atabaques batiam nas
macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

                                                                    Jorge Amado, Capitães da Areia.
*lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Considere as seguintes afirmações referentes ao texto de Jorge Amado:
I. Do ponto de vista do excerto, considerado no contexto da obra a que pertence, a religião de origem africana comporta um aspecto de resistência cultural e política. II. Fica pressuposta no texto a ideia de que, na época em que se passa a história nele narrada, o Brasil ainda conservava formas de privação de direitos e de exclusão social advindas do período colonial. III. Os contrastes de natureza social, cultural e regional que o texto registra permitem concluir corretamente que o Brasil passou por processos de modernização descompassados e desiguais.
Está correto o que se afirma em
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Ano: 2015 Banca: FUVEST Órgão: USP Prova: FUVEST - 2015 - USP - Vestibular - Primeira Fase |
Q583190 Português
      Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d' África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o lazareto*. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
     Ele é mesmo nosso pai
     e é quem pode nos ajudar...
     Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros
não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
     Ora, adeus, ó meus filhinhos,
     Qu'eu vou e torno a vortá...
     E numa noite que os atabaques batiam nas
macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

                                                                    Jorge Amado, Capitães da Areia.
*lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

As informações contidas no texto permitem concluir corretamente que a doença de que nele se fala caracteriza se como
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Ano: 2015 Banca: FUVEST Órgão: USP Prova: FUVEST - 2015 - USP - Vestibular - Primeira Fase |
Q583191 Português
      Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d' África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o lazareto*. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
     Ele é mesmo nosso pai
     e é quem pode nos ajudar...
     Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros
não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
     Ora, adeus, ó meus filhinhos,
     Qu'eu vou e torno a vortá...
     E numa noite que os atabaques batiam nas
macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

                                                                    Jorge Amado, Capitães da Areia.
*lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Apesar das diferenças notáveis que existem entre estas obras, um aspecto comum ao texto de Capitães da Areia, considerado no contexto do livro, e Vidas secas, de Graciliano Ramos, é
Alternativas
Respostas
6: A
7: E
8: E
9: A
10: A