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População está envelhecendo? Imigrantes podem ser a solução, segundo o FMI
Numa época em que a imigração provoca debates candentes e reações violentas em muitas partes do
mundo, o FMI lança um alerta sobre o envelhecimento populacional nos países avançados.
No seu relatório econômico global divulgado nesta semana constam as estimações demográficas da ONU
indicando que a população local vai se reduzir em boa parte dos países desenvolvidos.
Desde logo, daqui a algumas décadas, a mão de obra ativa terá que sustentar o dobro dos idosos que
existem atualmente nesses países, cortando 3% de sua produção econômica por volta de 2050.
Vem então a advertência do relatório: se mais pessoas não forem integradas à população economicamente
ativa, o aumento proporcional de idosos poderá reduzir o crescimento dos países avançados. Na circunstância, o
FMI afirma que a imigração “pode contribuir para ganhos de longo prazo no crescimento e na produtividade”
econômica.
No momento em que Donald Trump freia a imigração legal e reprime mais duramente as entradas ilegais
nos Estados Unidos, que as eleições na Itália levaram ao poder uma maioria de parlamentares hostis aos imigrantes
e que a Hungria, no último domingo (8), reelegeu pela terceira vez o xenófobo Viktor Orban como seu
primeiro-ministro, o FMI não hesita em avançar sua conclusão pró-imigracionista: “é preciso repensar as políticas
migratórias para dinamizar a mão de obra disponível nas economias avançadas... políticas mais restritivas [à
imigração] exacerbariam de maneira significativa o efeito negativo do envelhecimento da população”.
O Brasil não é citado no relatório do FMI. Mas o país se encontra numa situação similar à dos países
desenvolvidos citados acima, com a exceção do Japão onde o envelhecimento populacional é muito mais patente.
Resta que os brasileiros estão seguindo a mesma rota de envelhecimento em razão do efeito convergente do
aumento da esperança de vida e da queda da taxa de natalidade. A questão imigratória também está na ordem do
dia em nosso país.
Como lembrou recentemente na Folha de S. Paulo Leonardo Monasterio, pesquisador do IPEA, o Brasil tem
uma proporção bastante baixa de imigrantes.
O país chegou a ter 5,1% de imigrantes no seio de sua população em 1920. Atualmente este percentual é de
0,9%. Na Argentina a proporção de imigrantes no conjunto da população alcança 6% e nos Estados Unidos, 14%.
Como foi apontado neste mesmo espaço, a população do país continuará subindo até 2050, para começar a cair em
seguida, segundo o Censo Mundial para o século XXI realizado em 2012 e 2015 pela ONU.
Se nada mudar, em 2085 estaremos com uma população similar a de hoje: 208 milhões de habitantes. Na
ausência de uma política imigracionista, acumularemos os dois inconvenientes descritos acima: seremos velhos e
pobres.
Disponível em https://noticias.uol.com.br/blogs-e-colunas/coluna/luiz-felipe-alencastro/2018/04/11/fmi-faz-alertasobreenvelhecimento-populacional-e-imigracao.htm