Questões de Vestibular FAG 2016 para Vestibular, Segundo Semestre
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Q1355657
Português
Texto associado
Texto 1
O que é a paixão senão um sentimento imenso que nos tira a razão? Quando estamos apaixonados, não
queremos nada, além daquilo ou daquele que nos hipnotizou.
Ficamos cegos e nada mais faz sentido. Tudo em nossa volta se transforma em um nevoeiro, cinza e
espesso, permitindo ver apenas o que tanto queremos.
Todos nos apaixonamos, seja por alguém ou por algo, e de repente nossos corações perdem a harmonia
das batidas. De repente somos fisgados por algo que nos conquistou.
Não somente os jovens, adultos ou velhos se apaixonam. As crianças também. E, assim, um dia caí na
armadilha de um cupido mal-intencionado.
Eu era criança, não lembro minha idade, mas lembro que aqui no hospital amanhecera. Dava para sentir o
calor da luz do sol e o silêncio que pairava no ambiente do quarto onde, sozinho, eu ficava.
Em instantes, alguém, que estava ali para cuidar de mim, entra no quarto. Havia uma vitrola e, para permitir
um momento agradável, essa que veio ser minha cuidadora pôs um disco para tocar. Não tenho certeza, mas era um
vinil com canções românticas de uma dessas novelas.
Não sei como foi, mas lembro até hoje o nome dessa que, naquele dia, me ofertou grande afeto. Seu nome
era Silvana, e lembro que ela tinha cabelos compridos e loiros.
Enquanto a música tocava, eu sentia que algo não estava certo com ela. Parecia que, apesar de estar diante
de mim, estava com seu coração em outro mundo.
Mesmo assim, eu me sentia bem e feliz. Depois do banho e do café da manhã, ela sai do quarto para outras
tarefas. Embalado pelas músicas da vitrola, fico vislumbrando a paisagem da janela. Bem ao longe, em cima do
prédio da Faculdade de Medicina, em frente ao Instituto onde fico, uma bandeira do Brasil dança ao ritmo do vento
que a embala.
Muitos momentos, quando se é garoto, são como fotografias, nas quais o maior sentimento que se expressa
é a solidão.
A música parou de tocar, e assim voltei meu olhar para o quarto em que somente eu estava presente. Não
demorou muito para que Silvana voltasse e colocasse outro disco. Poucas horas depois, irei dormir feliz, pois o
carinho e o afeto que Silvana me permitiu deixarão um doce conforto. Como o filho de que a mãe cuida, fecho meus
olhos, tranquilo e feliz.
Mas, infelizmente, nada dura para sempre. Veio outra pessoa cuidar de mim no dia seguinte, e no lugar do
afeto que Silvana trazia, não veio o desprezo, mas alguém em quem eu mal poderia encontrar conforto. Aos soluços,
pedi de volta a Silvana que tinha cuidado de mim no dia anterior. A resposta das minhas súplicas foi que ela não viria
mais.
(Paulo Henrique, Minha primeira paixão. Disponível em: www.folha.uol.com.br.Adaptado)
É correto afirmar que o texto 1 descreve, em tom nostálgico:
Q1355658
Português
Texto associado
Texto 1
O que é a paixão senão um sentimento imenso que nos tira a razão? Quando estamos apaixonados, não
queremos nada, além daquilo ou daquele que nos hipnotizou.
Ficamos cegos e nada mais faz sentido. Tudo em nossa volta se transforma em um nevoeiro, cinza e
espesso, permitindo ver apenas o que tanto queremos.
Todos nos apaixonamos, seja por alguém ou por algo, e de repente nossos corações perdem a harmonia
das batidas. De repente somos fisgados por algo que nos conquistou.
Não somente os jovens, adultos ou velhos se apaixonam. As crianças também. E, assim, um dia caí na
armadilha de um cupido mal-intencionado.
Eu era criança, não lembro minha idade, mas lembro que aqui no hospital amanhecera. Dava para sentir o
calor da luz do sol e o silêncio que pairava no ambiente do quarto onde, sozinho, eu ficava.
Em instantes, alguém, que estava ali para cuidar de mim, entra no quarto. Havia uma vitrola e, para permitir
um momento agradável, essa que veio ser minha cuidadora pôs um disco para tocar. Não tenho certeza, mas era um
vinil com canções românticas de uma dessas novelas.
Não sei como foi, mas lembro até hoje o nome dessa que, naquele dia, me ofertou grande afeto. Seu nome
era Silvana, e lembro que ela tinha cabelos compridos e loiros.
Enquanto a música tocava, eu sentia que algo não estava certo com ela. Parecia que, apesar de estar diante
de mim, estava com seu coração em outro mundo.
Mesmo assim, eu me sentia bem e feliz. Depois do banho e do café da manhã, ela sai do quarto para outras
tarefas. Embalado pelas músicas da vitrola, fico vislumbrando a paisagem da janela. Bem ao longe, em cima do
prédio da Faculdade de Medicina, em frente ao Instituto onde fico, uma bandeira do Brasil dança ao ritmo do vento
que a embala.
Muitos momentos, quando se é garoto, são como fotografias, nas quais o maior sentimento que se expressa
é a solidão.
A música parou de tocar, e assim voltei meu olhar para o quarto em que somente eu estava presente. Não
demorou muito para que Silvana voltasse e colocasse outro disco. Poucas horas depois, irei dormir feliz, pois o
carinho e o afeto que Silvana me permitiu deixarão um doce conforto. Como o filho de que a mãe cuida, fecho meus
olhos, tranquilo e feliz.
Mas, infelizmente, nada dura para sempre. Veio outra pessoa cuidar de mim no dia seguinte, e no lugar do
afeto que Silvana trazia, não veio o desprezo, mas alguém em quem eu mal poderia encontrar conforto. Aos soluços,
pedi de volta a Silvana que tinha cuidado de mim no dia anterior. A resposta das minhas súplicas foi que ela não viria
mais.
(Paulo Henrique, Minha primeira paixão. Disponível em: www.folha.uol.com.br.Adaptado)
Ao falar da experiência da paixão, o narrador do texto 1 a caracteriza como:
Q1355662
Português
Texto associado
Texto 2
ACORDA, MENINO!
O que diz o menino que dorme na praia? Talvez fale dos perigos do mar, da displicência dos pais. Ou de um
assassinato a ser esclarecido.
Mas é só um menino. Não deveria nos dar esta sensação de naufrágio da humanidade. Há dias, não adianta
acusar governos, etnias, religiões, porque a falta de ar não cessa.
É lágrima que não pinga, não seca nem escorre. É mais que um cadáver, é um assombro, uma dor insepulta de
que tentamos nos livrar.
E ainda suspeitamos de nós mesmos.
Em nome dos deuses fazemos coisas que até o diabo duvida. Duvida e se defende, dizendo que não chegaria a
tanto, embora comemore o resultado.
Queríamos não ter visto nem sabido — maldito fotógrafo, maldita web e maldita imagem que, mesmo
escorraçada da memória, dorme no tapete da sala e à noite repousa no nosso travesseiro, naquela pose mesmo que
o mar beijava.
Fica-nos a sensação de que Alá deu de ombros, Jeová lavou as mãos e, embriagados na bacanal do Olimpo, os
outros também ignoraram o presente de grego numa praia do Mediterrâneo.
Enquanto isso, no Hades, dançando e atualizando Castro Alves com outras infâmias no mar, ri-se Satanás.
http://www.cronicadodia.com.br/2015/09/acorda-menino-albir-jose-inacio-da-silva.html
Assinale a alternativa correta quanto às informações apresentadas ou inferidas do texto 2.
Ano: 2016
Banca:
FAG
Órgão:
FAG
Provas:
FAG - 2016 - FAG - Vestibular - Segundo Semestre - Medicina
|
FAG - 2016 - FAG - Vestibular - Segundo Semestre |
Q1355663
Português
Texto associado
Texto 2
ACORDA, MENINO!
O que diz o menino que dorme na praia? Talvez fale dos perigos do mar, da displicência dos pais. Ou de um
assassinato a ser esclarecido.
Mas é só um menino. Não deveria nos dar esta sensação de naufrágio da humanidade. Há dias, não adianta
acusar governos, etnias, religiões, porque a falta de ar não cessa.
É lágrima que não pinga, não seca nem escorre. É mais que um cadáver, é um assombro, uma dor insepulta de
que tentamos nos livrar.
E ainda suspeitamos de nós mesmos.
Em nome dos deuses fazemos coisas que até o diabo duvida. Duvida e se defende, dizendo que não chegaria a
tanto, embora comemore o resultado.
Queríamos não ter visto nem sabido — maldito fotógrafo, maldita web e maldita imagem que, mesmo
escorraçada da memória, dorme no tapete da sala e à noite repousa no nosso travesseiro, naquela pose mesmo que
o mar beijava.
Fica-nos a sensação de que Alá deu de ombros, Jeová lavou as mãos e, embriagados na bacanal do Olimpo, os
outros também ignoraram o presente de grego numa praia do Mediterrâneo.
Enquanto isso, no Hades, dançando e atualizando Castro Alves com outras infâmias no mar, ri-se Satanás.
http://www.cronicadodia.com.br/2015/09/acorda-menino-albir-jose-inacio-da-silva.html
Assinale a alternativa que apresenta as informações em seu sentido literal, ou seja, que não apresenta
figura de linguagem, sentido figurado, em suas expressões.
Q1355666
Português
Leia os versos abaixo:
“Não posso com esta cruz Acho muito pesada João Você vem me desgostando A ponto de me por no hospício Uma vez conseguiu Mas duas não” (...)
Os versos acima, se referem ao conto:
“Não posso com esta cruz Acho muito pesada João Você vem me desgostando A ponto de me por no hospício Uma vez conseguiu Mas duas não” (...)
Os versos acima, se referem ao conto: