Questões de Vestibular FAG 2015 para Vestibular, Segundo Semestre - Medicina
Foram encontradas 47 questões
Ano: 2015
Banca:
FAG
Órgão:
FAG
Provas:
FAG - 2015 - FAG - Vestibular - Segundo Semestre
|
FAG - 2015 - FAG - Vestibular - Segundo Semestre - Medicina |
Q1356866
Química
Acrescenta-se a 10ml de solução 3M de H2SO4 0,245g do mesmo ácido e água, completando-se o volume a
65ml. A solução resultante será: Dados: H = 1 S = 32 O = 16
Ano: 2015
Banca:
FAG
Órgão:
FAG
Prova:
FAG - 2015 - FAG - Vestibular - Segundo Semestre - Medicina |
Q1365534
Português
Texto associado
Texto 1
UM PÉ DE MILHO
Os americanos, através do radar, entraram em contato com a Lua, o que não deixa de ser emocionante. Mas o
fato mais importante da semana aconteceu com o meu pé de milho.
Aconteceu que, no meu quintal, em um monte de terra trazida pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser
um pé de capim – mas descobri que era um pé de milho. Transplantei-o para o exíguo canteiro da casa. Secaram as
pequenas folhas; pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu. Quando estava do tamanho de um palmo, veio um amigo
e declarou desdenhosamente que aquilo era capim. Quando estava com dois palmos, veio um outro amigo e afirmou
que era cana.
Sou um ignorante, um pobre homem da cidade. Mas eu tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança
suas folhas além do muro e é um esplêndido pé de milho. Já viu o leitor um pé de milho? Eu nunca tinha visto.
Tinha visto centenas de milharais – mas é diferente. Um pé de milho sozinho, em um canteiro espremido, junto do
portão, numa esquina de rua – não é um número numa lavoura, é um ser vivo e independente. Suas raízes
roxas se agarram no chão e suas folhas longas e verdes nunca estão imóveis. Detesto comparações surrealistas –
mas na lógica de seu crescimento, tal como vi numa noite de luar, o pé de milho parecia um cavalo empinado, de
crinas ao vento e em outra madrugada, parecia um galo cantando.
Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho
pendoou. Há muitas flores lindas no mundo, e a flor de milho não será a mais linda. Mas aquele pendão firme,
vertical, beijado pelo vento do mar, veio enriquecer nosso canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que me
fazem bem. É alguma coisa que se afirma com ímpeto e certeza. Meu pé de milho é um belo gesto da terra. Eu não
sou mais um medíocre homem que vive atrás de uma chata máquina de escrever: sou um rico lavrador da rua
Júlio de Castilhos.
Rubem Braga
Entre os dois períodos do primeiro parágrafo do texto 1, a oposição mais importante para o próprio texto é:
Ano: 2015
Banca:
FAG
Órgão:
FAG
Prova:
FAG - 2015 - FAG - Vestibular - Segundo Semestre - Medicina |
Q1365535
Português
Texto associado
Texto 2
Um dos maiores mitos propagados por aí é o de que dois raios não caem no mesmo lugar. Mas não dê ouvidos a
tudo o que lhe dizem. Em áreas de grande incidência, podem cair não somente dois, mas diversos raios. Prova disso
é o Cristo Redentor, agraciado por seis raios por ano, em média, de acordo com o Inpe (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais). E o Empire State Building, em Nova York, que recebe 25 descargas, sendo que já aconteceu
de o topo do prédio ser atingido oito vezes em apenas oito minutos.
A chance de uma pessoa ser atingida diretamente por um raio é muito baixa, em termos estatísticos: é menor do que
um para um milhão. O que não é motivo para baixar a guarda. Se você estiver em uma área descampada (como uma
praia ou campo de futebol) durante uma tempestade forte, a probabilidade é bem maior: de um para mil. Isso porque
o seu corpo acaba se transformando em para-raios nessas situações.
Raios são descargas elétricas de grande intensidade que conectam as nuvens de tempestade e o solo. Ou seja:
para que eles ocorram, é necessário haver uma nuvem carregada de partículas com carga negativa (geradas pelo
choque das partículas de gelo) e um solo repleto de partículas com carga positiva. Como os campos elétricos
costumam se acumular em extremidades, não é de se estranhar que arranha-céus, monumentos pontiagudos,
copas de árvores e cabeças sejam mais vulneráveis.
É bom lembrar que relâmpago é o nome genérico que se dá às descargas elétricas, mas os raios são só os que se
conectam ao solo. E o trovão? É o som produzido pelo ar que se aquece e se expande rapidamente na região em
que circula a corrente elétrica do raio.
http://noticias.uol.com.br/ciencia/
O texto 2 que serve de base para esta prova é classificado como informativo; a característica que NÃO
marca geralmente esse tipo de texto é:
Ano: 2015
Banca:
FAG
Órgão:
FAG
Prova:
FAG - 2015 - FAG - Vestibular - Segundo Semestre - Medicina |
Q1365536
Português
Texto associado
Texto 2
Um dos maiores mitos propagados por aí é o de que dois raios não caem no mesmo lugar. Mas não dê ouvidos a
tudo o que lhe dizem. Em áreas de grande incidência, podem cair não somente dois, mas diversos raios. Prova disso
é o Cristo Redentor, agraciado por seis raios por ano, em média, de acordo com o Inpe (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais). E o Empire State Building, em Nova York, que recebe 25 descargas, sendo que já aconteceu
de o topo do prédio ser atingido oito vezes em apenas oito minutos.
A chance de uma pessoa ser atingida diretamente por um raio é muito baixa, em termos estatísticos: é menor do que
um para um milhão. O que não é motivo para baixar a guarda. Se você estiver em uma área descampada (como uma
praia ou campo de futebol) durante uma tempestade forte, a probabilidade é bem maior: de um para mil. Isso porque
o seu corpo acaba se transformando em para-raios nessas situações.
Raios são descargas elétricas de grande intensidade que conectam as nuvens de tempestade e o solo. Ou seja:
para que eles ocorram, é necessário haver uma nuvem carregada de partículas com carga negativa (geradas pelo
choque das partículas de gelo) e um solo repleto de partículas com carga positiva. Como os campos elétricos
costumam se acumular em extremidades, não é de se estranhar que arranha-céus, monumentos pontiagudos,
copas de árvores e cabeças sejam mais vulneráveis.
É bom lembrar que relâmpago é o nome genérico que se dá às descargas elétricas, mas os raios são só os que se
conectam ao solo. E o trovão? É o som produzido pelo ar que se aquece e se expande rapidamente na região em
que circula a corrente elétrica do raio.
http://noticias.uol.com.br/ciencia/
“É bom lembrar que relâmpago é o nome genérico que se dá às descargas elétricas, mas os raios são só
os que se conectam ao solo. E o trovão? É o som produzido pelo ar que se aquece e se expande
rapidamente na região em que circula a corrente elétrica do raio.” Este último parágrafo do texto 2 se
preocupa em:
Ano: 2015
Banca:
FAG
Órgão:
FAG
Prova:
FAG - 2015 - FAG - Vestibular - Segundo Semestre - Medicina |
Q1365537
Português
Texto associado
Texto 3
que da vida não se descreve...
Eu me recordo daquele dia. O professor de redação me desafiou a descrever o sabor da laranja. Era dia de prova e
o desafio valeria como avaliação final. Eu fiquei paralisado por um bom tempo, sem que nada fosse registrado no
papel. Tudo o que eu sabia sobre o gosto da laranja não podia ser traduzido para o universo das palavras. Era um
sabor sem saber, como se o aprimorado do gosto não pertencesse ao tortuoso discurso da epistemologia e suas
definições tão exatas. Diante da página em branco eu visitava minhas lembranças felizes, quando na mais tenra
infância eu via meu pai chegar em sua bicicleta Monark, trazendo na garupa um imenso saco de laranjas. A cena era
tão concreta dentro de mim, que eu podia sentir a felicidade em seu odor cítrico e nuanças alaranjadas. A vida feliz,
parte miúda de um tempo imenso; alegrias alojadas em gomos caudalosos, abraçados como se fossem grandes
amigos, filhos gerados em movimento único de nascer. Tudo era meu; tudo já era sabido, porque já sentido. Mas
como transpor esta distância entre o que sei, porque senti, para o que ainda não sei dizer do que já senti? Como falar
do sabor da laranja, mas sem com ele ser injusto, tornando-o menor, esmagando-o, reduzindo-o ao bagaço de
minha parca literatura?
Não hesitei. Na imensa folha em branco registrei uma única frase. "Sobre o sabor eu não sei dizer. Eu só sei sentir!"
Eu nunca mais pude esquecer aquele dia. A experiência foi reveladora. Eu gosto de laranja, mas até hoje ainda me
sinto inapto para descrever o seu gosto. O que dele experimento pertence à ordem das coisas inatingíveis.
Metafísica dos sabores? Pode ser...
O interessante é que a laranja se desdobra em inúmeras realidades. Vez em quando, eu me pego diante da vida
sofrendo a mesma angústia daquele dia. O que posso falar sobre o que sinto? Qual é a palavra que pode alcançar,
de maneira eficaz, a natureza metafísica dos meus afetos? O que posso responder ao terapeuta, no momento em
que me pede para descrever o que estou sentindo? Há palavras que possam alcançar as raízes de nossas
angústias?
Não sei. Prefiro permanecer no silêncio da contemplação. É sacral o que sinto, assim como também está revestido
de sacralidade o sabor que experimento. Sabores e saberes são rimas preciosas, mas não são realidades que
sobrevivem à superfície.
Querer a profundidade das coisas é um jeito sábio de resolver os conflitos. Muitos sofrimentos nascem e são
alimentados a partir de perguntas idiotas.
Quero aprender a perguntar menos. Eu espero ansioso por este dia. Quero descobrir a graça de sorrir diante de tudo
o que ainda não sei. Quero que a matriz de minhas alegrias seja o que da vida não se descreve...
Extraído: http://pensador.uol.com.br/textos_reflexivos_para_o_professor/
A ideia central propagada no texto 3 é: