Questões de Vestibular UNB 2022 para Vestibular - 1º Dia

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Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: UNB Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - UNB - Vestibular - 1º Dia |
Q2021171 História

     

         A história está em constante reconstrução. E não é diferente com o processo da Independência do Brasil no contexto de seu bicentenário. O que os holofotes dos historiadores trazem à luz é que, ao contrário do que diziam os antigos livros didáticos, o processo de separação do Brasil de Portugal foi múltiplo, extenso e repleto de violências. “Foi um processo muito mais complexo do que simplesmente D. Pedro I gritar ‘Independência ou Morte’, com muitas camadas e todas as guerras acontecendo naquele momento”, explica a historiadora Lucia Maria Bastos das Neves. Entre 1821 e 1824, foram inúmeros os levantes em lugares como Bahia, Maranhão, Pernambuco, Cisplatina.


O Estado de S. Paulo, 16/8/2022, p. C6 (com adaptações).

Considerando o fragmento do poema de Cecília Meireles apresentado, que compõe a obra Romanceiro da Inconfidência, publicada em 1953, julgue o próximo item. 


Da afirmativa “a história está em constante reconstrução” entende-se que o conhecimento histórico é suscitado pelo presente, de modo que cada presente levanta novas e diferentes indagações que podem propiciar interpretações distintas sobre os fatos passados.

Alternativas
Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: UNB Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - UNB - Vestibular - 1º Dia |
Q2021172 Português


     Na tarde em que o príncipe dom Pedro e sua guarda de honra chegaram às margens do Ipiranga naquele célebre dia 7 de setembro de 1822, o Brasil era majoritariamente negro e africano, o maior território escravista da América naquele início do século XIX, cuja rotina era pautada pelo chicote e pela violência contra os cativos. O novo país independente nascia empanturrado de escravidão. E assim permaneceria até quase o final do século XIX. Homens e mulheres escravizados perfaziam mais de um terço do total da população. Os indígenas, a esta altura já dizimados por guerras, doenças e invasão de seus territórios, sequer apareciam nas estatísticas.


Laurentino Gomes. Escravidão (Volume III). Rio de Janeiro:

Globo Livros, 2022 (com adaptações). 

Com base na leitura do texto anterior, julgue o item que se segue, concernentes ao período de surgimento do Brasil como Estado-nação.


O texto de Laurentino Gomes sugere que, no Brasil colonial e no império, as populações originárias foram preservadas, até como forma de poupar o colonizador e a monarquia de guerras dispendiosas e de alto risco, portanto, diferentemente do que ocorreu nas demais colônias americanas, não houve genocídio indígena no Brasil. 

Alternativas
Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: UNB Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - UNB - Vestibular - 1º Dia |
Q2021173 Português


     Na tarde em que o príncipe dom Pedro e sua guarda de honra chegaram às margens do Ipiranga naquele célebre dia 7 de setembro de 1822, o Brasil era majoritariamente negro e africano, o maior território escravista da América naquele início do século XIX, cuja rotina era pautada pelo chicote e pela violência contra os cativos. O novo país independente nascia empanturrado de escravidão. E assim permaneceria até quase o final do século XIX. Homens e mulheres escravizados perfaziam mais de um terço do total da população. Os indígenas, a esta altura já dizimados por guerras, doenças e invasão de seus territórios, sequer apareciam nas estatísticas.


Laurentino Gomes. Escravidão (Volume III). Rio de Janeiro:

Globo Livros, 2022 (com adaptações). 

Com base na leitura do texto anterior, julgue o item que se segue, concernentes ao período de surgimento do Brasil como Estado-nação.


Infere-se do texto referido que, superada a hegemonia da economia açucareira nordestina (séculos XVI e XVII) e da mineração (século XVIII), a população escrava do Brasil encontrava-se reduzida e concentrada em algumas porções do território.

Alternativas
Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: UNB Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - UNB - Vestibular - 1º Dia |
Q2021174 Português
[15 setembro]
       
       Este ano parece que remoçou o aniversário da Independência. Também os aniversários envelhecem ou adoecem, até que se desvanecem ou perecem. O dia 7 por ora está muito criança.
       
       Grito do Ipiranga? Isso era bom antes de um nobre amigo, que veio reclamar pela Gazeta de Notícias contra essa lenda de meio século.
       
         Segundo o ilustrado paulista não houve nem grito nem Ipiranga.

       Houve algumas palavras, entre elas a Independência ou Morte, - as quais todas foram proferidas em lugar diferente das margens do Ipiranga.

      Pondera o meu amigo que não convém, a tão curta distância, desnaturar a verdade dos fatos.

       Ninguém ignora a que estado reduziram a História Romana alguns autores alemães, cuja pena, semelhante a uma picareta, desbastou os inventos de dezoito séculos, não nos deixando mais que uma certa porção de sucessos exatos.

        Certamente é belo que Lucrécia haja dado um exemplo de castidade às senhoras de todos os tempos; mas se os escavadores modernos me provarem que Lucrécia é uma ficção e Tarquínio uma hipótese, nem por isso deixa de haver castidade... e pretendentes.

        O caso do Ipiranga data de ontem. Durante cinquenta e quatro anos temos vindo a repetir uma coisa que o dito meu amigo declara não ter existido.

     Minha opinião é que a lenda é melhor do que a história autêntica. A lenda resumia todo o fato da independência nacional, ao passo que a versão exata o reduz a uma coisa vaga e anônima. Tenha paciência o meu ilustrado amigo. Eu prefiro o grito do Ipiranga; é mais sumário, mais bonito e mais genérico.


Joaquim Maria Machado de Assis. História de quinze
dias. Internet: <www.dominiopublico.gov.br> 

A partir da leitura desse fragmento da crônica de Machado de Assis, publicada em 1876, julgue o item.


No texto, o fato de o narrador considerar a Independência do Brasil uma “criança” justifica-se pelas controvérsias que envolvem o relato de como ela teria sido proclamada.  

Alternativas
Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: UNB Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - UNB - Vestibular - 1º Dia |
Q2021175 Português
[15 setembro]
       
       Este ano parece que remoçou o aniversário da Independência. Também os aniversários envelhecem ou adoecem, até que se desvanecem ou perecem. O dia 7 por ora está muito criança.
       
       Grito do Ipiranga? Isso era bom antes de um nobre amigo, que veio reclamar pela Gazeta de Notícias contra essa lenda de meio século.
       
         Segundo o ilustrado paulista não houve nem grito nem Ipiranga.

       Houve algumas palavras, entre elas a Independência ou Morte, - as quais todas foram proferidas em lugar diferente das margens do Ipiranga.

      Pondera o meu amigo que não convém, a tão curta distância, desnaturar a verdade dos fatos.

       Ninguém ignora a que estado reduziram a História Romana alguns autores alemães, cuja pena, semelhante a uma picareta, desbastou os inventos de dezoito séculos, não nos deixando mais que uma certa porção de sucessos exatos.

        Certamente é belo que Lucrécia haja dado um exemplo de castidade às senhoras de todos os tempos; mas se os escavadores modernos me provarem que Lucrécia é uma ficção e Tarquínio uma hipótese, nem por isso deixa de haver castidade... e pretendentes.

        O caso do Ipiranga data de ontem. Durante cinquenta e quatro anos temos vindo a repetir uma coisa que o dito meu amigo declara não ter existido.

     Minha opinião é que a lenda é melhor do que a história autêntica. A lenda resumia todo o fato da independência nacional, ao passo que a versão exata o reduz a uma coisa vaga e anônima. Tenha paciência o meu ilustrado amigo. Eu prefiro o grito do Ipiranga; é mais sumário, mais bonito e mais genérico.


Joaquim Maria Machado de Assis. História de quinze
dias. Internet: <www.dominiopublico.gov.br> 

A partir da leitura desse fragmento da crônica de Machado de Assis, publicada em 1876, julgue o item.


O diálogo do narrador com as ideias de “um nobre amigo”, veiculadas por meio do jornal “Gazeta de Notícias”, confirma a definição de crônica como um gênero textual que faz parte ao mesmo tempo das esferas literária e jornalística.

Alternativas
Respostas
16: C
17: E
18: E
19: E
20: C