Questões de Vestibular de Português - Intertextualidade
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“Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não”
Fonte: VANDRÉ, Geraldo. Pra não dizer que não falei das flores. Disponível em: < https://www.vagalume.com.br/geraldo-vandre/pra-nao-dizer-que-nao-falei-das-flores.html > Acesso em: 19 set. 2016. (Adaptado)
A canção Pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, composta em 1968, em pleno regime militar, estabelece um diálogo intertextual com outros textos.
Leia o texto abaixo para responder a questão.
Disponível em: <http://olhardeaguia.blogspot.com/2010/03/hino-nacional-da-propaganda.html>
TEXTO 2
A revolução digital
Texto e papel. Parceiros de uma história de êxitos. Pareciam feitos um para o outro.
Disse “pareciam”, assim, com o verbo no passado, e já me explico: estão em processo de separação.
Secular, a união não ruirá do dia para a noite. Mas o divórcio virá, certo como o pôr-do-sol a cada fim de tarde.
O texto mantinha com o papel uma relação de dependência. A perpetuação da escrita parecia condicionada à produção de celulose.
Súbito, a palavra descobriu um novo meio de propagação: o cristal líquido. Saem as árvores. Entram as nuvens de elétrons.
A mudança conduz a veredas ainda não exploradas. De concreto há apenas a impressão de que, longe de enfraquecer, a ebulição digital tonifica a escrita.
Isso é bom. Quando nos chega por um ouvido, a palavra costuma sair por outro. Vazando-nos pelos olhos, o texto inunda de imagens a alma.
Em outras palavras: falada, a palavra perde-se nos desvãos da memória; impressa, desperta o cérebro, produzindo uma circulação de ideias que gera novos textos. A Internet é, por assim dizer, um livro interativo. Plugados à rede, somos, autores e leitores. Podemos visitar as páginas de um clássico da literatura. Ou simplesmente, arriscar textos próprios.
Otto Lara Resende costumava dizer que as pessoas haviam perdido o gosto pela troca de correspondências. Antes de morrer, brindou-me com dois telefonemas. Em um deles prometeu: “Mando-te uma carta qualquer dia destes”.
Não sei se teve tempo de render-se ao computador. Creio que não. Mas, vivo, Otto estaria surpreso com a popularização crescente do correio eletrônico.
O papel começa a experimentar o mesmo martírio imposto à pedra quando da descoberta do papiro. A era digital está revolucionando o uso do texto. Estamos virando uma página. Ou, por outra, estamos pressionando a tecla “enter”.
Josias de Souza. A revolução digital. Folha de São Paulo. 6/05/96.
Caderno Brasil, p. 2).
A respeito dos anúncios, analise as afirmativas a seguir.
I) Ambos os textos exploram o recurso da polissemia.
II) Os textos são impróprios; utilizam palavras ofensivas ou da gíria.
III) O primeiro texto utiliza o recurso da intertextualidade, remetendo a “pai dos burros”.
IV) No segundo texto, “pública” e “privada” são antônimos.
V) As palavras “burro” e “privada” foram usadas em seu sentido denotativo.
Estão corretas apenas: