Questões de Vestibular de Português - Figuras de Linguagem
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[...] no tempo em que se passavam os fatos que vamos narrando nada mais havia comum do que ter cada casa um, dois e às vezes mais agregados.
Em certas casas os agregados eram muito úteis, porque a família tirava grande proveito de seus serviços, e já tivemos ocasião de dar exemplo disso quando contamos a história do finado padrinho de Leonardo; outras vezes porém, e estas eram maior número, o agregado, refinado vadio, era uma verdadeira parasita que se prendia à árvore familiar, que lhe participava da seiva sem ajudá-la a dar frutos, e o que é mais ainda, chegava mesmo a dar cabo dela. E o caso é que, apesar de tudo, se na primeira hipótese o esmagavam com o peso de mil exigências, se lhe batiam a cada passo com os favores na cara, se o filho mais velho da casa, por exemplo, o tomava por seu divertimento, e à menor e mais justa queixa saltavam-lhe os pais em cima tomando o partido de seu filho, no segundo aturavam quanto desconcerto havia com paciência de mártir, o agregado tornava-se quase um rei em casa, punha, dispunha, castigava os escravos, ralhava com os filhos, intervinha enfim nos mais particulares negócios. Em qual dos dois casos estava ou viria estar em breve o nosso amigo Leonardo? O leitor que decida pelo que se vai passar.
(Manuel Antônio de Almeida. Memórias de um Sargento de Milícias, 1994.)
KAYSER. Charge. Disponível em: <http://praiadexangrila.com.br>. Acesso em: mai. 2018.
As figuras de linguagem são recursos utilizados normalmente para tornar mais expressiva a mensagem transmitida, ampliando o significado de palavras, criando outros, enfim, sugerindo simbolismos.
O humor da charge é revelado por meio da figura de linguagem
indicada na alternativa
LAVADO, Joaquín Salvador (QUINO). Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 75.
Na tira apresentada, o autor explora alguns recursos da língua portuguesa, a fim de conseguir efeitos estéticos ou de sentido.
No primeiro balão, o autor utiliza uma figura de sintaxe, a fim de atribuir maior expressividade ao significado da fala de Filipe,
personagem que dialoga com Mafalda, que é denominada de
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado,
E em contemplá-lo, tímido, esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
(Cláudio Manuel da Costa. Obras, 2002.)