Questões de Vestibular de História - Colonialismo espanhol: Ocupação e exploração do território americano
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Quando Cortés apodera-se do México e Pizarro, do Peru, os dois conquistadores realizaram um empreendimento militar de conquista. Mas a colonização espanhola não se limitou a esse episódio [...] foi também uma gigantesca tentativa de apropriação dos seres e das coisas da América [...]. Trata-se daquilo que chamei a ocidentalização do Novo Mundo. [...] Mas esse imenso empreendimento [...] só podia se realizar com o concurso ativo dos indígenas. [...] Nessa política de ocidentalização [...] as elites indígenas tinham um papel essencial a desempenhar. Situadas entre os milhões de índios e os poucos milhares de invasores espanhóis, elas serviram em toda parte de intermediários obrigatórios entre o novo poder e as massas vencidas. (GRUZINSKI, S. O renascimento ameríndio. In NOVAES, A. ( Org.). A outra margem do ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 283-285.)
De acordo com o texto e com os conhecimentos sobre a conquista e a colonização da América, é correto afirmar:
Leia o texto a seguir.
Tenha-se como certo e firme, pois afirmam-no autores sapientíssimos, que é justo e natural que homens prudentes, íntegros e humanos dominem sobre os que não o são. [...] Sendo assim, [...] com perfeito direito os espanhóis dominam sobre os bárbaros do Novo Mundo [...], os quais em prudência, engenho, toda virtude e humanidade são superados pelos espanhóis como [...] macacos por homens.
(SEPÚLVEDA, J. G. As justas causas de guerra contra os índios. In: SUESS, P. (Coord.). A conquista espiritual da América Espanhola. Petrópolis: Vozes, 1992. p. 531.)
Com base no texto, que foi escrito em 1547, e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar:
Leia o poema abaixo:
Amor América
Antes do chinó e do fraque
foram os rios, rios arteriais:
foram as cordilheiras em cuja vaga puída
o condor ou a neve pareciam imóveis;
foi a umidade e a mata, o trovão,
sem nome ainda, as pampas planetárias.
O homem terra foi, vasilha, pálpebra
do barro trêmulo, forma de argila,
foi cântaro caraíba, pedra chibcha,
taça imperial ou sílica araucana.
Terno e sangrento foi, porém no punho
de sua arma de cristal umedecido
as iniciais da terra estavam escritas.
Ninguém pôde
recordá-las depois: o vento
as esqueceu, o idioma da água
foi enterrado, as chaves se perderam
ou se inundaram de silêncio ou sangue.
Não se perdeu a vida, irmãos pastorais.
Mas como uma rosa selvagem
caiu uma gota vermelha na floresta
e apagou-se uma lâmpada da terra.
Estou aqui para contar a história.
Da paz do búfalo
até as fustigadas areias
da terra final, nas espumas
acumuladas de luz antártica,
e pelas Lapas despenhadas
da sombria paz venezuelana,
te busquei, pai meu,
jovem guerreiro de treva e cobre,
ou tu, planta nupcial, cabeleira indomável,
mãe jacaré, pomba metálica.
Eu, incaico do lodo,
toquei a pedra e disse:
Quem me espera? E apertei a mão
sobre um punhado de cristal vazio.
Porém, andei entre flores zapotecas
e doce era a luz como um veado
e era a sombra como uma pálpebra verde.
Terra minha sem nome, sem América,
estame equinocial, lança de púrpura,
teu aroma me subiu pelas raízes
até a taça que bebia, até a mais delgada
palavra não nascida de minha boca.
NERUDA, Pablo. Canto Geral. São Paulo: Círculo do Livro.1994, p. 17-18.
A partir da visão expressa no poema, é CORRETO afirmar sobre o contato entre os povos na América que
Nas Ilhas e na faixa continental, que começa a ser explorada a partir de 1498, as iniciativas mais desordenadas são comuns. Não se encontra, evidentemente, naquelas terras virgens de europeus, nem esquadrinhamento eclesiástico, nem organização senhorial, nem costumes ancestrais, ou seja, nenhum ponto de referência, nenhuma estrutura à qual um cristão pudesse estar ligado. Multiplicando as situações-limite, essa mudança radical de ambiente precipita decisões, reações, escolhas, que mesclam inextricavelmente um passado que acaba de ser deixado para trás e o presente das Ilhas, o acúmulo de experiências anteriores e o imprevisível, material com o qual é feita a realidade das novas Índias.
BERNAND, C. & GRUZINSKI, S. História do Novo Mundo: da descoberta à conquista. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,
Segundo a perspectiva do texto, é correto afirmar que: