Questões de Concurso Sobre pontuação em português

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Q2467142 Português
A QUESTÃO SE REFERE AO TEXTO A SEGUIR.

Devir Espantalho
Produzindo um espantalho

            Fazer o outro dizer o que ele não disse, criar um personagem em cima de uma pessoa real e agir como se esse ente imaginário estivesse presente – é disso que se trata na falácia do espantalho, uma das mais famosas na arte de vencer debates sem precisar ter razão.
           Baseada na criação de um duplo, é esse personagem ficcional que deve ser atacado no lugar da pessoa real. É essa pessoa, cujo corpo e cuja presença são como que jogados fora, que é transformada em um boneco num jogo de argumentos. O ônus por ter sido transformada em espantalho é totalmente dela. O arguidor torna-se um embusteiro no momento em que refuta a posição do duplo, ou seja, atacando uma posição que não é defendida pela pessoa real. A falácia não é simplesmente o argumento, mas toda a situação do argumento, como vemos acontecer hoje com as fake News, verdadeira era da desinformação planificada.
         O truque da falácia do “homem de palha” está em se bater num suposto argumento fraco, deixando de lado a complexidade do argumento realmente dito que, em geral, não seria fácil de refutar.
           Assim como se coloca palha dentro de uma roupa para simular a presença de um ser humano, a falácia do espantalho surge quando palavras são colocadas na boca de alguém. Esse alguém continua ali, mas uma presença espectral vem à tona. O devir espantalho deixa a distância processos de subjetivação, esvaziando pensamento, sensibilidade e capacidade de agir. Num mundo sem ética, em que a subjetividade não é respeitada nem em seus dizeres, a espantalhificação é o destino.

Revista Cult, ano 26, ed. 297, set. 2023, p.41. Adaptado.
“Os sinais de pontuação são sinais gráficos que representam na escrita recursos específicos da língua falada.” (BUENO, 2014, p. 420)

A esse respeito, leia o fragmento a seguir e avalie o emprego das vírgulas.

“O arguidor torna-se um embusteiro no momento em que refuta a posição do duplo, ou seja, atacando uma posição que não é defendida pela pessoa real.”

As vírgulas foram empregadas no fragmento para separar
Alternativas
Q2466961 Português
        Quando se fala que o surgimento da escrita não foi apenas a aquisição de mais um modo de expressão, mas também uma revolução, é porque ela mudou toda uma forma de organizar os pensamentos. Na cultura oral, a memória é que determina o conhecimento, portanto só sabemos o que podemos recordar, como pontuou o filósofo e historiador cultural Walter Ong. Dessa forma, o pensamento foi moldado a partir da repetição oral, dos padrões rítmicos ou de alguma forma mnemônica, e de um ritmo mais lento na evolução dos acontecimentos.
         Quando o suporte sai do corpo da pessoa e vai para a argila, a cerâmica, a pedra, mais tarde para o pergaminho e o papel — suportes que criam a possibilidade de a pessoa retomar a leitura para relembrar ou refletir sobre um acontecimento —, a própria elaboração do pensamento e a transmissão do conhecimento são afetadas. Para além disso, sendo a leitura em suporte escrito uma atividade individualizada, solitária na maioria das vezes, ela modifica a relação de comunicação que se tinha antes na cultura oral, na qual há unidade entre quem fala e quem ouve.

O resultado disso teria sido tão impactante que Ong classifica a escrita como uma tecnologia ainda mais extrema que a impressão e os computadores, por exemplo. “A escrita, a impressão e os computadores são todos meios de tecnologizar a palavra. A escrita é, de certo modo, a mais drástica das três tecnologias. Ela iniciou o que a impressão e os computadores apenas continuam, a redução do som dinâmico a um espaço mudo, o afastamento da palavra em relação ao presente vivo, único lugar em que as palavras faladas podem existir. Ao contrário da linguagem natural, oral, a escrita é inteiramente artificial”, escreveu ele.

Renata Penzani. Por que a escrita é a grande revolução da humanidade?
Internet:<www.companhiadasletras.com.br>  (com adaptações).

Julgue o item seguinte, relativo aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto precedente.


No primeiro período do segundo parágrafo, seriam preservadas a correção gramatical e a coerência das ideias do texto caso o trecho “suportes que criam a possibilidade de a pessoa retomar a leitura para relembrar ou refletir sobre um acontecimento” fosse isolado por vírgulas em vez dos travessões.

Alternativas
Q2465660 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Genialidade em crianças 


Quais são os fatores que influenciam na formação de um pequeno gênio? E será que é possível estimular a inteligência, ou ao menos determinadas capacidades, desde cedo?


Para encontrar respostas a essas e outras perguntas, a BBC Brasil conversou com a médica Magda Nunes, professora titular de Neurologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e pesquisadora do Instituto do Cérebro (InsCer), em Porto Alegre.


As evidências científicas mais recentes apontam que há uma série de fatores que, juntos, explicam esses casos, segundo a neuropediatra.


"Primeiramente, deve existir alguma base genética para isso, embora ainda não tenhamos encontrado genes específicos relacionados a essa questão", pontua ela.


"Em segundo lugar, precisamos levar em conta o ambiente em que a criança é criada, pois há um impacto direto nas questões comportamentais e cognitivas", complementa a neuropediatra.


Em termos práticos, se o indivíduo recebe desde cedo estímulos intelectuais adequados à idade, isso ajuda a estimular o cérebro e determinadas capacidades.


"Um ambiente favorável não é lotado de brinquedos caros. O mais importante é crescer em uma casa onde essa criança é estimulada, cuidada e amada", ensina Nunes.


Um estudo feito por instituições finlandesas, suecas, austríacas, espanholas e alemãs publicado em 2022 analisou quais eram os determinantes de uma performance cognitiva avançada de crianças e adolescentes.


Os autores concluíram que um conjunto de atividades traz benefícios em termos de inteligência quando elas são desafiadoras do ponto de vista cognitivo.


"A leitura está associada ao desempenho cognitivo, independentemente da idade, e deve ser promovida", destacam eles.


Ainda na seara dos fatores externos, não dá para ignorar o impacto da boa alimentação e da prática de atividade física. Estudos mostram que ambos influenciam no desenvolvimento cognitivo em qualquer faixa etária.


https://www.bbc.com/portuguese/articles/czdlv50445po. Adaptado. 

As evidências científicas mais recentes apontam que há uma série de fatores que, juntos, explicam esses casos, segundo a neuropediatra.
Assinale a opção correta quanto à nova pontuação sem alteração do sentido original da frase. 
Alternativas
Q2465461 Português
TEXTO 1


           Tudo aconteceu muito depressa. No dia em que saí do castigo, a sinhá mandou me chamar e disse que era para eu subir com a minha trouxa. A Esméria não soube explicar o motivo e fiquei com medo de ser mandada de volta a fazenda, pois a Antônia disse que tinha acabado de chegar um homem com ares de capataz ou algo assim. A sinhá Ana Felipa me esperava na sala, com o Banjokô no colo, e informou que eu tinha sido alugada, que podia me despedir do meu filho, pois ele ficaria muito bem com ela, e que estava fazendo aquilo porque não poderia se arriscar me mantendo por perto depois do que eu tinha feito. Acho que, na verdade, ela tinha um grande medo de que eu fugisse levando o menino, coisa que, confesso, tinha passado muitas vezes pelos meus pensamentos, mas que eu não tinha coragem de fazer. Não por mim, que poderia arrumar maneiras de me cuidar, mas ele ainda era muito pequeno e precisava de cuidados, não podia dormir em qualquer lugar ou ficar sem ter o que comer, pois meu leite já tinha começado a diminuir e poderia acabar de vez se eu não me alimentasse bem. Nos primeiros dias do castigo, o peito ficava tão cheio que chegava a doer, mas a Antônia tinha me instruído a tirar um pouco todas as manhãs e antes de dormir, e a cada dia eu precisava tirar menos que no dia anterior. […]

           E foi assim que saí da casa da sinhá Ana Felipa e entrei na casa da família Clegg, agarrada pelo braço por um escravo deles e equilibrando na cabeça uma trouxa com duas mudas de roupa, depois de ter dado um único beijo no rosto do meu filho e tê-lo deixado chorando nos braços de sua protetora. A sinhá disse que eu poderia vê-lo aos domingos, com ela por perto, e que aquilo não era uma venda, ela estava apenas me alugando e, dependendo de como eu me comportasse, poderia desfazer o negócio. Não tive tempo de me despedir dos outros, apenas um rápido olhar para a Esméria e a Antônia, e o choro do Banjokô me acompanhou até o portão. (GONÇALVES, Ana Maria. Um defeito de cor. Rio de Janeiro: Record, 2006).
Assinale a alternativa em que a(s) vírgula(s) está(ão) sendo usada(s) para isolar uma expressão adverbial deslocada: 
Alternativas
Q2465162 Português
As pitangueiras d’antanho*


       Tem seus 23 anos, e eu a conheço desde os oito ou nove, sempre assim, meio gordinha, engraçada, de cabelos ruivos. Foi criada, a bem dizer, na areia do Arpoador; nasceu e viveu em uma daquelas ruas que vão de Copacabana a Ipanema, de praia a praia. A família mudou-se quando a casa foi comprada para construção de edifício.

             Certa vez me contou:

           – Em meu quarteirão não há uma só casa de meu tempo de menina. Se eu tivesse passado anos fora do Rio e voltasse agora, acho que não acertaria nem com a minha rua. Tudo acabou: as casas, os jardins, as árvores. É como se eu não tivesse tido infância...

             Falta-lhe uma base física para a saudade. Tudo o que parecia eterno sumiu.

         Outra senhora disse então que se lembrava muito de que, quando era menina, apanhava pitangas em Copacabana; depois, já moça, colhia pitangas na Barra da Tijuca; e hoje não há mais pitangas. Disse isso com uma certa animação, e depois ficou um instante com o ar meio triste – a melancolia de não ter mais pitangas, ou, quem sabe, a saudade daquela manhã em que foi com o namorado colher pitangas.

          Também em minha infância, há pitangueiras de praia. Não baixinhas, em moitas, como aquelas de Cabo Frio, que o vento não deixa crescer; mas altas; e suas copas se tocavam e faziam uma sombra varada por pequenos pontos de sol.


(Rubem Fonseca, “As pitangueiras d’antanho”. 200 crônicas escolhidas, 2001. Fragmento)


* d’antanho: de épocas passadas
Na passagem do terceiro parágrafo – Tudo acabou: as casas, os jardins, as árvores. É como se eu não tivesse tido infância... – as vírgulas e as reticências indicam, correta e respectivamente:
Alternativas
Respostas
11: C
12: C
13: E
14: A
15: C