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Q3304324 Matemática

Calcule o valor de X na imagem abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta.



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Alternativas
Q3304323 Matemática
Murilo está prestando uma prova para um concurso, mas como não sabe a resposta de três questões, decidiu “chutar” a alternativa. Sabendo que cada questão possui 5 alternativas e apenas uma é a correta, a chance de Murilo acertar as 3 questões é de:
Alternativas
Q3304322 Matemática Financeira
Lauro recebeu de herança o valor de R$ 26.000,00 e decidiu deixar o dinheiro rendendo a juros simples de 2% ao ano até juntar o montante de R$ 33.800,00. Sendo assim, Lauro deverá guardar seu dinheiro por:
Alternativas
Q3304321 Português
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa, assinale a alternativa que apresenta a correta flexão dos substantivos compostos.
Alternativas
Q3304320 Português

Leia a tirinha abaixo, de Albatrupe, para responder à questão.



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Disponível em: https://projetoalbatroz.org.br/educacao-ambiental/conheca-aalbatrupe/tirinhas



A conjunção “e também”, em destaque no primeiro quadrinho, exprime ideia de:

Alternativas
Q3304319 Português
Conforme a norma-padrão da Língua Portuguesa, assinale a alternativa cujo advérbio em destaque exprime dúvida.
Alternativas
Q3304317 Português
Assinale a alternativa correta no que se refere ao uso do hífen com o prefixo “mal”, conforme a norma-padrão da Língua Portuguesa.
Alternativas
Q3304316 Português
Leia o texto abaixo para responder à questão.


O Ladrão


    O bloco passava lá fora, “experimentando” o Carnaval. Minha amiga foi atender o telefone, e ao voltar viu que sumira o relógio de pulso, deixado sobre a mesinha de cabeceira. Abriu a gaveta e examinou a caixa de joias: vazia. Nada de preço, mas de estimação: colar de pérolas cultivadas, anéis, broches, essas coisas. Cada peça lhe viera de uma pessoa querida, e era como se os ofertantes vivessem ali, disfarçados e condensados pelo ourives. Minha amiga ficou aborrecida. Não que participasse do horror capitalista a ladrões. Sem capital, achava exagerado esse sentimento. Nas vezes em que discutira o problema, opinara quase favoravelmente aos gatunos. Coitados, não tiveram boa formação familial; a miséria é grande e espalhada, o corpo social se caracteriza pelo egoísmo. Erraram, apenas. E depois, tanto ladrão gordo por aí, recebido em sociedade, incólume, benemérito!

    Por isso mesmo, sentia-se chocada com o acontecimento. Por que lhe faziam uma dessas? Pedissem qualquer coisa razoável, daria. Se não tinham coragem de pedir, se eram pobres envergonhados, que diabo, levassem objetos caseiros, sem história. É certo que ladrão não pode saber se um objeto está carregado de afetividade, e que dinheiro nenhum o compra.

    Foi ao andar de cima conferenciar com o vizinho. Ele nada percebera, mas armou-se de pistola e resolveu caçar o ladrão, que pelo visto descera do morro próximo. Sempre desconfiamos do morro, como se esse acidente geográfico retivesse propriedades maléficas, extensíveis aos indivíduos que o habitam. Mas enfrentar o morro, àquela hora da noite, seria temeridade. Já ao transpor a porta da rua, o vizinho decidiu ficar por ali mesmo, pistola em punho, vistoriando os suspeitos que passassem, e não passaram.

    Na noite seguinte, passou foi a patrulha de Cosme e Damião, que, inteirada do fato, pensou logo em Curió.

      — Curió hoje de tarde estava querendo vender uns troços de ouro, umas correntinhas.

      — Então me tragam o Curió que eu quero conversar com ele. Mas por favor, não o maltratem, hem — pediu minha amiga.

    Curió apareceu pela manhã, encalistrado, com os policiais. Pequeno, modesto, simpático. O vizinho correu para apanhar a arma. “Não faça isso — ordenou-lhe minha amiga. Vamos conversar sentados no chão, que é melhor.” Cosme e Damião preferiram ficar de pé, Curió não se fez de rogado e o vizinho adotou o figurino.

      — Curió, foi você quem levou minhas joias de estimação?

      De cabeça baixa, Curió admitiu que sim. Passara por ali, à hora em que o bloco descia, viu luz acesa, nenhum movimento, janela baixa, e tal, ficou tentado. Conhecia de vista a moradora, até simpatizava com ela. Mas pra quê deixar tudo aberto, exposto, provocando a gente?

      Lealmente, ela aceitou a censura, reconhecendo que não cuidara.

      — Você fuma, Curió?

      — Aceito, madame.

    Cigarro ajuda a resolver. Cheio de boa vontade, Curió não podia restituir tudo. Parte dos objetos fora vendida, os brincos ele dera a uma senhorita. O colar, o relógio e dois broches, sim, devolveria se madame quebrasse o galho — e apontou para Cosme e Damião.

      — Estão aí com você?

      — Não, madame, mas pode fiar do meu compromisso.

   O vizinho ia exclamar: “Essa não”, porém minha amiga pediu-lhe que se abstivesse de comentários. Continuaram negociando amigavelmente. Aquela fora a primeira vez, Curió vive de biscates, vida apertada, madame compreende. No outro dia voltou com as joias, menos as vendidas, e prometeu tomar os brincos à namorada. Minha amiga achou que não valia a pena magoar a moça, e louvou o desprendimento de Curió. E agora sua casa tem, numa só pessoa, encerador, bombeiro e cão de guarda, procurados há muito. O vizinho é que, indignado, e dizendo-se sem garantias, pensa em mudar-se.


Andrade, Carlos Drummond de, 1902-1987. 70 historinhas.1ª ed. — São Paulo: Companhia das Letras, 2016. Adaptado.
Analise o trecho abaixo, retirado do texto.

“Lealmente, ela aceitou a censura, reconhecendo que não cuidara.
— Você fuma, Curió?
— Aceito, madame.”

Assinale a alternativa que apresenta a correta transposição do discurso direto para o indireto.
Alternativas
Q3304315 Português
Leia o texto abaixo para responder à questão.


O Ladrão


    O bloco passava lá fora, “experimentando” o Carnaval. Minha amiga foi atender o telefone, e ao voltar viu que sumira o relógio de pulso, deixado sobre a mesinha de cabeceira. Abriu a gaveta e examinou a caixa de joias: vazia. Nada de preço, mas de estimação: colar de pérolas cultivadas, anéis, broches, essas coisas. Cada peça lhe viera de uma pessoa querida, e era como se os ofertantes vivessem ali, disfarçados e condensados pelo ourives. Minha amiga ficou aborrecida. Não que participasse do horror capitalista a ladrões. Sem capital, achava exagerado esse sentimento. Nas vezes em que discutira o problema, opinara quase favoravelmente aos gatunos. Coitados, não tiveram boa formação familial; a miséria é grande e espalhada, o corpo social se caracteriza pelo egoísmo. Erraram, apenas. E depois, tanto ladrão gordo por aí, recebido em sociedade, incólume, benemérito!

    Por isso mesmo, sentia-se chocada com o acontecimento. Por que lhe faziam uma dessas? Pedissem qualquer coisa razoável, daria. Se não tinham coragem de pedir, se eram pobres envergonhados, que diabo, levassem objetos caseiros, sem história. É certo que ladrão não pode saber se um objeto está carregado de afetividade, e que dinheiro nenhum o compra.

    Foi ao andar de cima conferenciar com o vizinho. Ele nada percebera, mas armou-se de pistola e resolveu caçar o ladrão, que pelo visto descera do morro próximo. Sempre desconfiamos do morro, como se esse acidente geográfico retivesse propriedades maléficas, extensíveis aos indivíduos que o habitam. Mas enfrentar o morro, àquela hora da noite, seria temeridade. Já ao transpor a porta da rua, o vizinho decidiu ficar por ali mesmo, pistola em punho, vistoriando os suspeitos que passassem, e não passaram.

    Na noite seguinte, passou foi a patrulha de Cosme e Damião, que, inteirada do fato, pensou logo em Curió.

      — Curió hoje de tarde estava querendo vender uns troços de ouro, umas correntinhas.

      — Então me tragam o Curió que eu quero conversar com ele. Mas por favor, não o maltratem, hem — pediu minha amiga.

    Curió apareceu pela manhã, encalistrado, com os policiais. Pequeno, modesto, simpático. O vizinho correu para apanhar a arma. “Não faça isso — ordenou-lhe minha amiga. Vamos conversar sentados no chão, que é melhor.” Cosme e Damião preferiram ficar de pé, Curió não se fez de rogado e o vizinho adotou o figurino.

      — Curió, foi você quem levou minhas joias de estimação?

      De cabeça baixa, Curió admitiu que sim. Passara por ali, à hora em que o bloco descia, viu luz acesa, nenhum movimento, janela baixa, e tal, ficou tentado. Conhecia de vista a moradora, até simpatizava com ela. Mas pra quê deixar tudo aberto, exposto, provocando a gente?

      Lealmente, ela aceitou a censura, reconhecendo que não cuidara.

      — Você fuma, Curió?

      — Aceito, madame.

    Cigarro ajuda a resolver. Cheio de boa vontade, Curió não podia restituir tudo. Parte dos objetos fora vendida, os brincos ele dera a uma senhorita. O colar, o relógio e dois broches, sim, devolveria se madame quebrasse o galho — e apontou para Cosme e Damião.

      — Estão aí com você?

      — Não, madame, mas pode fiar do meu compromisso.

   O vizinho ia exclamar: “Essa não”, porém minha amiga pediu-lhe que se abstivesse de comentários. Continuaram negociando amigavelmente. Aquela fora a primeira vez, Curió vive de biscates, vida apertada, madame compreende. No outro dia voltou com as joias, menos as vendidas, e prometeu tomar os brincos à namorada. Minha amiga achou que não valia a pena magoar a moça, e louvou o desprendimento de Curió. E agora sua casa tem, numa só pessoa, encerador, bombeiro e cão de guarda, procurados há muito. O vizinho é que, indignado, e dizendo-se sem garantias, pensa em mudar-se.


Andrade, Carlos Drummond de, 1902-1987. 70 historinhas.1ª ed. — São Paulo: Companhia das Letras, 2016. Adaptado.
Assinale a alternativa cujo(s) verbo(s) em destaque no trecho retirado do texto está(ão) conjugado(s) no pretérito mais-que-perfeito do indicativo. 
Alternativas
Q3304314 Português
Leia o texto abaixo para responder à questão.


O Ladrão


    O bloco passava lá fora, “experimentando” o Carnaval. Minha amiga foi atender o telefone, e ao voltar viu que sumira o relógio de pulso, deixado sobre a mesinha de cabeceira. Abriu a gaveta e examinou a caixa de joias: vazia. Nada de preço, mas de estimação: colar de pérolas cultivadas, anéis, broches, essas coisas. Cada peça lhe viera de uma pessoa querida, e era como se os ofertantes vivessem ali, disfarçados e condensados pelo ourives. Minha amiga ficou aborrecida. Não que participasse do horror capitalista a ladrões. Sem capital, achava exagerado esse sentimento. Nas vezes em que discutira o problema, opinara quase favoravelmente aos gatunos. Coitados, não tiveram boa formação familial; a miséria é grande e espalhada, o corpo social se caracteriza pelo egoísmo. Erraram, apenas. E depois, tanto ladrão gordo por aí, recebido em sociedade, incólume, benemérito!

    Por isso mesmo, sentia-se chocada com o acontecimento. Por que lhe faziam uma dessas? Pedissem qualquer coisa razoável, daria. Se não tinham coragem de pedir, se eram pobres envergonhados, que diabo, levassem objetos caseiros, sem história. É certo que ladrão não pode saber se um objeto está carregado de afetividade, e que dinheiro nenhum o compra.

    Foi ao andar de cima conferenciar com o vizinho. Ele nada percebera, mas armou-se de pistola e resolveu caçar o ladrão, que pelo visto descera do morro próximo. Sempre desconfiamos do morro, como se esse acidente geográfico retivesse propriedades maléficas, extensíveis aos indivíduos que o habitam. Mas enfrentar o morro, àquela hora da noite, seria temeridade. Já ao transpor a porta da rua, o vizinho decidiu ficar por ali mesmo, pistola em punho, vistoriando os suspeitos que passassem, e não passaram.

    Na noite seguinte, passou foi a patrulha de Cosme e Damião, que, inteirada do fato, pensou logo em Curió.

      — Curió hoje de tarde estava querendo vender uns troços de ouro, umas correntinhas.

      — Então me tragam o Curió que eu quero conversar com ele. Mas por favor, não o maltratem, hem — pediu minha amiga.

    Curió apareceu pela manhã, encalistrado, com os policiais. Pequeno, modesto, simpático. O vizinho correu para apanhar a arma. “Não faça isso — ordenou-lhe minha amiga. Vamos conversar sentados no chão, que é melhor.” Cosme e Damião preferiram ficar de pé, Curió não se fez de rogado e o vizinho adotou o figurino.

      — Curió, foi você quem levou minhas joias de estimação?

      De cabeça baixa, Curió admitiu que sim. Passara por ali, à hora em que o bloco descia, viu luz acesa, nenhum movimento, janela baixa, e tal, ficou tentado. Conhecia de vista a moradora, até simpatizava com ela. Mas pra quê deixar tudo aberto, exposto, provocando a gente?

      Lealmente, ela aceitou a censura, reconhecendo que não cuidara.

      — Você fuma, Curió?

      — Aceito, madame.

    Cigarro ajuda a resolver. Cheio de boa vontade, Curió não podia restituir tudo. Parte dos objetos fora vendida, os brincos ele dera a uma senhorita. O colar, o relógio e dois broches, sim, devolveria se madame quebrasse o galho — e apontou para Cosme e Damião.

      — Estão aí com você?

      — Não, madame, mas pode fiar do meu compromisso.

   O vizinho ia exclamar: “Essa não”, porém minha amiga pediu-lhe que se abstivesse de comentários. Continuaram negociando amigavelmente. Aquela fora a primeira vez, Curió vive de biscates, vida apertada, madame compreende. No outro dia voltou com as joias, menos as vendidas, e prometeu tomar os brincos à namorada. Minha amiga achou que não valia a pena magoar a moça, e louvou o desprendimento de Curió. E agora sua casa tem, numa só pessoa, encerador, bombeiro e cão de guarda, procurados há muito. O vizinho é que, indignado, e dizendo-se sem garantias, pensa em mudar-se.


Andrade, Carlos Drummond de, 1902-1987. 70 historinhas.1ª ed. — São Paulo: Companhia das Letras, 2016. Adaptado.
Conforme a norma-padrão da Língua Portuguesa, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q3304313 Português
Leia o texto abaixo para responder à questão.


O Ladrão


    O bloco passava lá fora, “experimentando” o Carnaval. Minha amiga foi atender o telefone, e ao voltar viu que sumira o relógio de pulso, deixado sobre a mesinha de cabeceira. Abriu a gaveta e examinou a caixa de joias: vazia. Nada de preço, mas de estimação: colar de pérolas cultivadas, anéis, broches, essas coisas. Cada peça lhe viera de uma pessoa querida, e era como se os ofertantes vivessem ali, disfarçados e condensados pelo ourives. Minha amiga ficou aborrecida. Não que participasse do horror capitalista a ladrões. Sem capital, achava exagerado esse sentimento. Nas vezes em que discutira o problema, opinara quase favoravelmente aos gatunos. Coitados, não tiveram boa formação familial; a miséria é grande e espalhada, o corpo social se caracteriza pelo egoísmo. Erraram, apenas. E depois, tanto ladrão gordo por aí, recebido em sociedade, incólume, benemérito!

    Por isso mesmo, sentia-se chocada com o acontecimento. Por que lhe faziam uma dessas? Pedissem qualquer coisa razoável, daria. Se não tinham coragem de pedir, se eram pobres envergonhados, que diabo, levassem objetos caseiros, sem história. É certo que ladrão não pode saber se um objeto está carregado de afetividade, e que dinheiro nenhum o compra.

    Foi ao andar de cima conferenciar com o vizinho. Ele nada percebera, mas armou-se de pistola e resolveu caçar o ladrão, que pelo visto descera do morro próximo. Sempre desconfiamos do morro, como se esse acidente geográfico retivesse propriedades maléficas, extensíveis aos indivíduos que o habitam. Mas enfrentar o morro, àquela hora da noite, seria temeridade. Já ao transpor a porta da rua, o vizinho decidiu ficar por ali mesmo, pistola em punho, vistoriando os suspeitos que passassem, e não passaram.

    Na noite seguinte, passou foi a patrulha de Cosme e Damião, que, inteirada do fato, pensou logo em Curió.

      — Curió hoje de tarde estava querendo vender uns troços de ouro, umas correntinhas.

      — Então me tragam o Curió que eu quero conversar com ele. Mas por favor, não o maltratem, hem — pediu minha amiga.

    Curió apareceu pela manhã, encalistrado, com os policiais. Pequeno, modesto, simpático. O vizinho correu para apanhar a arma. “Não faça isso — ordenou-lhe minha amiga. Vamos conversar sentados no chão, que é melhor.” Cosme e Damião preferiram ficar de pé, Curió não se fez de rogado e o vizinho adotou o figurino.

      — Curió, foi você quem levou minhas joias de estimação?

      De cabeça baixa, Curió admitiu que sim. Passara por ali, à hora em que o bloco descia, viu luz acesa, nenhum movimento, janela baixa, e tal, ficou tentado. Conhecia de vista a moradora, até simpatizava com ela. Mas pra quê deixar tudo aberto, exposto, provocando a gente?

      Lealmente, ela aceitou a censura, reconhecendo que não cuidara.

      — Você fuma, Curió?

      — Aceito, madame.

    Cigarro ajuda a resolver. Cheio de boa vontade, Curió não podia restituir tudo. Parte dos objetos fora vendida, os brincos ele dera a uma senhorita. O colar, o relógio e dois broches, sim, devolveria se madame quebrasse o galho — e apontou para Cosme e Damião.

      — Estão aí com você?

      — Não, madame, mas pode fiar do meu compromisso.

   O vizinho ia exclamar: “Essa não”, porém minha amiga pediu-lhe que se abstivesse de comentários. Continuaram negociando amigavelmente. Aquela fora a primeira vez, Curió vive de biscates, vida apertada, madame compreende. No outro dia voltou com as joias, menos as vendidas, e prometeu tomar os brincos à namorada. Minha amiga achou que não valia a pena magoar a moça, e louvou o desprendimento de Curió. E agora sua casa tem, numa só pessoa, encerador, bombeiro e cão de guarda, procurados há muito. O vizinho é que, indignado, e dizendo-se sem garantias, pensa em mudar-se.


Andrade, Carlos Drummond de, 1902-1987. 70 historinhas.1ª ed. — São Paulo: Companhia das Letras, 2016. Adaptado.
Analise o trecho abaixo, retirado do texto.

“E depois, tanto ladrão gordo por aí, recebido em sociedade, incólume, benemérito!”

Assinale a alternativa que apresenta um sinônimo da palavra em destaque.
Alternativas
Q3304312 Português
Leia o texto abaixo para responder à questão.


O Ladrão


    O bloco passava lá fora, “experimentando” o Carnaval. Minha amiga foi atender o telefone, e ao voltar viu que sumira o relógio de pulso, deixado sobre a mesinha de cabeceira. Abriu a gaveta e examinou a caixa de joias: vazia. Nada de preço, mas de estimação: colar de pérolas cultivadas, anéis, broches, essas coisas. Cada peça lhe viera de uma pessoa querida, e era como se os ofertantes vivessem ali, disfarçados e condensados pelo ourives. Minha amiga ficou aborrecida. Não que participasse do horror capitalista a ladrões. Sem capital, achava exagerado esse sentimento. Nas vezes em que discutira o problema, opinara quase favoravelmente aos gatunos. Coitados, não tiveram boa formação familial; a miséria é grande e espalhada, o corpo social se caracteriza pelo egoísmo. Erraram, apenas. E depois, tanto ladrão gordo por aí, recebido em sociedade, incólume, benemérito!

    Por isso mesmo, sentia-se chocada com o acontecimento. Por que lhe faziam uma dessas? Pedissem qualquer coisa razoável, daria. Se não tinham coragem de pedir, se eram pobres envergonhados, que diabo, levassem objetos caseiros, sem história. É certo que ladrão não pode saber se um objeto está carregado de afetividade, e que dinheiro nenhum o compra.

    Foi ao andar de cima conferenciar com o vizinho. Ele nada percebera, mas armou-se de pistola e resolveu caçar o ladrão, que pelo visto descera do morro próximo. Sempre desconfiamos do morro, como se esse acidente geográfico retivesse propriedades maléficas, extensíveis aos indivíduos que o habitam. Mas enfrentar o morro, àquela hora da noite, seria temeridade. Já ao transpor a porta da rua, o vizinho decidiu ficar por ali mesmo, pistola em punho, vistoriando os suspeitos que passassem, e não passaram.

    Na noite seguinte, passou foi a patrulha de Cosme e Damião, que, inteirada do fato, pensou logo em Curió.

      — Curió hoje de tarde estava querendo vender uns troços de ouro, umas correntinhas.

      — Então me tragam o Curió que eu quero conversar com ele. Mas por favor, não o maltratem, hem — pediu minha amiga.

    Curió apareceu pela manhã, encalistrado, com os policiais. Pequeno, modesto, simpático. O vizinho correu para apanhar a arma. “Não faça isso — ordenou-lhe minha amiga. Vamos conversar sentados no chão, que é melhor.” Cosme e Damião preferiram ficar de pé, Curió não se fez de rogado e o vizinho adotou o figurino.

      — Curió, foi você quem levou minhas joias de estimação?

      De cabeça baixa, Curió admitiu que sim. Passara por ali, à hora em que o bloco descia, viu luz acesa, nenhum movimento, janela baixa, e tal, ficou tentado. Conhecia de vista a moradora, até simpatizava com ela. Mas pra quê deixar tudo aberto, exposto, provocando a gente?

      Lealmente, ela aceitou a censura, reconhecendo que não cuidara.

      — Você fuma, Curió?

      — Aceito, madame.

    Cigarro ajuda a resolver. Cheio de boa vontade, Curió não podia restituir tudo. Parte dos objetos fora vendida, os brincos ele dera a uma senhorita. O colar, o relógio e dois broches, sim, devolveria se madame quebrasse o galho — e apontou para Cosme e Damião.

      — Estão aí com você?

      — Não, madame, mas pode fiar do meu compromisso.

   O vizinho ia exclamar: “Essa não”, porém minha amiga pediu-lhe que se abstivesse de comentários. Continuaram negociando amigavelmente. Aquela fora a primeira vez, Curió vive de biscates, vida apertada, madame compreende. No outro dia voltou com as joias, menos as vendidas, e prometeu tomar os brincos à namorada. Minha amiga achou que não valia a pena magoar a moça, e louvou o desprendimento de Curió. E agora sua casa tem, numa só pessoa, encerador, bombeiro e cão de guarda, procurados há muito. O vizinho é que, indignado, e dizendo-se sem garantias, pensa em mudar-se.


Andrade, Carlos Drummond de, 1902-1987. 70 historinhas.1ª ed. — São Paulo: Companhia das Letras, 2016. Adaptado.
Com base na leitura do texto, é correto afirmar que a “amiga” do narrador:
Alternativas
Q3303058 Programação
Na Bioinformática, a manipulação e a análise de grandes volumes de dados exigem ferramentas eficientes e bem estruturadas. No R, pacotes como Bioconductor fornecem funcionalidades específicas para análise de dados ômicos, enquanto o Tidyverse facilita a manipulação de tabelas. No Python, bibliotecas como Pandas e NumPy permitem a manipulação de DataFrames e arrays de forma otimizada, essenciais para explorar e processar conjuntos de dados biológicos. Além disso, a escolha de boas práticas e ferramentas impacta diretamente a eficiência, transparência e reprodutibilidade das análises. Qual das alternativas a seguir representa corretamente uma vantagem do uso de Pandas e NumPy na manipulação de dados biológicos?
Alternativas
Q3303056 Biologia
A extração de ácidos nucleicos é uma etapa fundamental para diversas aplicações em biologia molecular, como PCR, qPCR e sequenciamento de RNA (RNA-seq). A escolha do método apropriado deve considerar fatores como pureza, integridade e concentração do material extraído. Além disso, a presença de contaminantes, como proteínas ou solventes orgânicos, pode interferir na qualidade das análises subsequentes. Para garantir resultados confiáveis, diversas estratégias de controle de qualidade são empregadas, como espectrofotometria, eletroforese e fluorimetria. Assinale a estratégia mais apropriada para garantir a qualidade do RNA extraído antes de análises transcriptômicas.
Alternativas
Q3303055 Noções de Informática
O aprendizado de máquina é amplamente aplicado na Bioinformática para analisar grandes volumes de dados biológicos, identificar padrões e realizar previsões. Métodos como classificação, clustering e redução de dimensionalidade são empregados para revelar estruturas subjacentes nos dados e facilitar a interpretação de fenômenos biológicos complexos. Técnicas como PCA (Análise de Componentes Principais), tSNE e UMAP são utilizadas para reduzir a dimensionalidade e visualizar agrupamentos naturais. Assinale a alternativa que representa uma aplicação adequada da redução de dimensionalidade em análises ômicas.
Alternativas
Q3303054 Engenharia de Software
A reprodutibilidade é um princípio essencial em Bioinformática, permitindo que análises sejam repetidas com os mesmos dados e ferramentas em diferentes ambientes. Diversas estratégias podem ser adotadas para minimizar variações na execução de pipelines. Diante desse cenário, qual das abordagens a seguir representa a melhor estratégia para garantir a reprodutibilidade de um pipeline bioinformático? 
Alternativas
Q3303053 Biomedicina - Análises Clínicas
A análise multiômica combina diferentes camadas de dados biológicos, como transcriptômica, proteômica, metabolômica e microbiômica, para obter uma visão mais abrangente dos fenômenos celulares e fisiológicos. No entanto, a integração desses dados apresenta desafios computacionais e estatísticos significativos, especialmente ao tentar correlacionar diferentes tipos de informações geradas por técnicas distintas. Métodos baseados em redes de interação e aprendizado de máquina têm sido amplamente explorados para facilitar essa integração e revelar padrões biológicos complexos. Assinale a abordagem que representa corretamente um método eficiente para integração e análise de dados multiômicos.
Alternativas
Q3303051 Biologia
A análise de variantes genômicas é um processo essencial em estudos de genética e genômica clínica, sendo composta por etapas como alinhamento de leituras, detecção de SNPs/INDELs, anotação e interpretação das variantes. Ferramentas como BWA, Bowtie, GATK, bcftools, ANNOVAR e VEP desempenham papéis fundamentais nesse pipeline. A escolha adequada dessas ferramentas pode impactar diretamente a qualidade dos resultados obtidos. Assinale a alternativa que descreve corretamente a importância da anotação de variantes em um estudo genômico.
Alternativas
Q3303050 Biologia
A análise in silico de proteínas envolve diferentes abordagens para prever e interpretar suas estruturas e interações funcionais. Entre essas abordagens, destacam-se a modelagem comparativa, a predição ab initio, a análise de dinâmica molecular e o docking molecular. Ferramentas computacionais modernas auxiliam na interpretação dos resultados dessas análises, permitindo aplicações em descoberta de fármacos, design de proteínas e bioquímica estrutural. Assinale a alternativa que apresenta corretamente a principal característica da modelagem comparativa de proteínas.
Alternativas
Q3303048 Biomedicina - Análises Clínicas
Software como Progenesis e Protein Lynx Global Service (PLGS) são amplamente utilizados no processamento de dados de espectrometria de massas para proteômica e metabolômica. Essas ferramentas realizam etapas críticas, como alinhamento de picos, normalização, identificação de proteínas ou metabólitos e quantificação relativa entre amostras experimentais. Entretanto, a confiabilidade dos resultados depende de uma série de parâmetros e estratégias de controle de qualidade para reduzir falsos positivos e melhorar a interpretação biológica dos dados. Diante desse contexto, qual das alternativas apresenta corretamente uma estratégia fundamental para garantir a precisão dos resultados na análise proteômica e metabolômica utilizando PLGS ou Progenesis?
Alternativas
Respostas
561: E
562: A
563: B
564: D
565: C
566: B
567: B
568: B
569: D
570: E
571: C
572: D
573: B
574: B
575: C
576: B
577: D
578: B
579: B
580: E