Questões de Concurso Sobre gêneros textuais em português

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Q2624987 Português

O Texto seguinte servirá de base para responder às questões de 1 a 15.

Texto 1:

Crise nos programas de licenciatura

Uma medida paliativa vem ocorrendo com frequência cada vez maior em escolas públicas e privadas de todo o país. Muitos estudantes estão finalizando o ano letivo de 2023 sem ter tido aulas de física ou sociologia com professores habilitados para ministrar essas disciplinas. Diante da ausência de candidatos para ocupar as docências, as escolas improvisam e colocam profissionais formados em outras áreas para suprir lacunas no ensino fundamental II e no ensino médio. A medida tem se repetido em diferentes estados e municípios brasileiros, como mostram dados de estudo inédito realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep): em Pernambuco, por exemplo, apenas 32,4% das docências em física no ensino médio são ministradas por licenciados na disciplina, enquanto no Tocantins o valor equivalente para a área de sociologia é de 5,4%. Indicativo da falta de interesse dos jovens em seguir carreira no magistério, o número de concluintes de licenciaturas em áreas específicas passou de 123 mil em 2010 para 111 mil em 2021. Esse conjunto de dados indica que o país vivencia um quadro de apagão de professores. Para reverter esse cenário, pesquisadores fazem apelo e defendem a urgência da criação de políticas de valorização da carreira docente e a adoção de reformulações curriculares.

“O apagão das licenciaturas é uma realidade que nos preocupa”, afirma Marcia Serra Ferreira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretora de Formação de Professores da Educação Básica da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). As licenciaturas em áreas específicas são cursos superiores que habilitam os concluintes a dar aulas nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio na área do conhecimento em que se formaram. Dados do último Censo da Educação Superior do Inep, autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC), divulgados no ano passado, mostram que desde 2014 a quantidade de ingressantes em licenciaturas presenciais está caindo, assim como ocorre em cursos a distância desde 2021. “As áreas mais preocupantes são as de ciências sociais, música, filosofia e artes, que apresentaram as menores quantidades de matrículas em 2021, e as de física, matemática e química, que registraram as maiores taxas de desistência acumulada na última década”, assinala Ferreira.

Dados do Inep disponíveis no Painel de Monitoramento do Plano Nacional de Educação (PNE) indicam que, em 2022, cerca de 59,9% das docências do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e de 67,6% daquelas oferecidas no ensino médio eram ministradas por professores qualificados na área do conhecimento. Ao analisar os números, o pedagogo e professor de educação física Marcos Neira, pró-reitor adjunto de Graduação da Universidade de São Paulo (USP), comenta que a situação é diferente em cada área do conhecimento. “Por um lado, a média nacional mostra que 85% dos docentes de educação física são licenciados na disciplina, enquanto os percentuais equivalentes para sociologia e línguas estrangeiras são de 40% e 46%, respectivamente. Ou seja, os problemas podem ser maiores ou menores, conforme a área do conhecimento e também são diferentes em cada estado”, destaca Neira, que atualmente desenvolve pesquisa com financiamento da FAPESP sobre reorientações curriculares na disciplina de educação física.

A falta de formação adequada do professor pode causar impactos no processo de aprendizagem dos alunos, conforme identificou Matheus Monteiro Nascimento, físico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em pesquisa realizada em 2018. De acordo com o pesquisador, na ausência de docentes licenciados em física, quem acaba oferecendo a disciplina nas escolas, geralmente, são profissionais da área de matemática. “Com isso, observamos que a abordagem da disciplina tende a privilegiar o formalismo matemático”, comenta. Ou seja, no lugar de tratar de conhecimentos de mecânica, eletricidade e magnetismo por meio de abordagens fenomenológicas, conceituais e experimentais, os professores acabam trabalhando os assuntos em sala de aula apenas por meio de operações matemáticas e equações sem relação direta com a realidade do aluno. “O formalismo matemático é, justamente, o elemento da disciplina de física que mais prejudica o interesse de estudantes por essa área do conhecimento”, considera Nascimento.

Preocupados em mensurar se as defasagens poderiam ser sanadas com a contratação de profissionais graduados em licenciaturas no Brasil nos últimos anos, pesquisadores do Inep realizaram, em setembro, estudo no qual olharam para as carências de escolas públicas e privadas nos anos finais do ensino fundamental e médio. “Se todos os licenciados de 2010 a 2021 ministrassem aulas na disciplina em que se formaram nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio em 2022, ainda assim o país teria dificuldades para suprir a demanda por docentes de artes em 15 estados, física em cinco, sociologia em três, matemática, língua portuguesa, língua estrangeira e geografia em um”, contabiliza Alvana Bof, uma das autoras da pesquisa. Além disso, o estudo avaliou se a quantidade de licenciados de 2019 a 2021 seria suficiente para suprir todas as docências que, em 2022, estavam sendo oferecidas por professores sem formação adequada. Foi constatado que faltariam docentes de artes em 18 estados, física em 16 estados, língua estrangeira em 15, filosofia e sociologia em 11, matemática em 10, biologia, ciências e geografia em 8, língua portuguesa em 5, história e química em 2 e educação física em um estado. “Os resultados indicam que já vivemos um apagão de professores em diferentes estados e disciplinas”, reitera Bof, licenciada em letras e com doutorado em educação.

Outro autor do trabalho, o sociólogo do Inep Luiz Carlos Zalaf Caseiro, esclarece que o cenário de falta de professores não está relacionado com falta de vagas em cursos de licenciaturas. “Em 2021, o país teve 2,8 milhões de vagas disponíveis, das quais somente 300 mil foram preenchidas. Isso significa que 2,5 milhões de vagas ficaram ociosas, sendo grande parte no setor privado e na modalidade de ensino a distância”, relata. Licenciaturas 2 oferecidas no ensino público, na modalidade presencial, também tiveram quantidade significativa de vagas ociosas. “De 2014 a 2019, a taxa de ociosidade de licenciaturas em instituições públicas foi de cerca de 20%, enquanto em 2021 esse percentual subiu para 33%”, informa. Cursos como o de matemática apresentaram situação ainda mais inquietante. “Licenciaturas de matemática em instituições públicas no formato presencial registraram 38% de vagas ociosas em 2021”, destaca Caseiro, comentando que muitas vagas, mesmo quando preenchidas, logo são abandonadas. Além disso, segundo o sociólogo, somente um terço dos estudantes que finalizam as licenciaturas vai atuar na docência; o restante opta por outros caminhos profissionais. O estudo foi desenvolvido a partir do cruzamento de dados relativos a docentes presentes no Censo da Educação Básica e referentes a ingressantes e concluintes em licenciaturas captados pelo Censo da Educação Superior. Ambas as pesquisas são realizadas anualmente pelo Inep para analisar a situação de instituições, alunos e docentes da educação básica e do ensino superior.

Retirado e adaptado de: QUEIRÓS, Christina. Crise nos programas de licenciatura. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/crise-nos-programas-de-licenciatura/ Acesso em: 02 nov., 2023.

Texto 02

(o primeiro índice é sempre o de maior percentual e o segundo, de menor):

Fonte: BOF, A. M et al. Cadernos de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacionais. 2023, no prelo. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/crise-nos-programas-de-licenciatura/ Acesso em: 02.nov., 2023.

A respeito dos gêneros textuais dos Textos 1 e 2, analise as proposições a seguir e a relação proposta entre elas:


I. No que diz respeito ao gênero, o primeiro texto se constitui como uma notícia a respeito da atual condição de ingresso e permanência nos cursos de graduação em licenciatura.


PORÉM


II. O segundo texto se constitui como um infográfico que apresenta as porcentagens de professores licenciados atuando em cada disciplina nas diferentes unidades federativas brasileiras.


A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:

Alternativas
Q2572771 Português

O Texto seguinte servirá de base para responder às questões de 1 a 15.

Texto 1:

Crise nos programas de licenciatura

Uma medida paliativa vem ocorrendo com frequência cada vez maior em escolas públicas e privadas de todo o país. Muitos estudantes estão finalizando o ano letivo de 2023 sem ter tido aulas de física ou sociologia com professores habilitados para ministrar essas disciplinas. Diante da ausência de candidatos para ocupar as docências, as escolas improvisam e colocam profissionais formados em outras áreas para suprir lacunas no ensino fundamental II e no ensino médio. A medida tem se repetido em diferentes estados e municípios brasileiros, como mostram dados de estudo inédito realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep): em Pernambuco, por exemplo, apenas 32,4% das docências em física no ensino médio são ministradas por licenciados na disciplina, enquanto no Tocantins o valor equivalente para a área de sociologia é de 5,4%. Indicativo da falta de interesse dos jovens em seguir carreira no magistério, o número de concluintes de licenciaturas em áreas específicas passou de 123 mil em 2010 para 111 mil em 2021. Esse conjunto de dados indica que o país vivencia um quadro de apagão de professores. Para reverter esse cenário, pesquisadores fazem apelo e defendem a urgência da criação de políticas de valorização da carreira docente e a adoção de reformulações curriculares.

“O apagão das licenciaturas é uma realidade que nos preocupa”, afirma Marcia Serra Ferreira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretora de Formação de Professores da Educação Básica da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). As licenciaturas em áreas específicas são cursos superiores que habilitam os concluintes a dar aulas nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio na área do conhecimento em que se formaram. Dados do último Censo da Educação Superior do Inep, autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC), divulgados no ano passado, mostram que desde 2014 a quantidade de ingressantes em licenciaturas presenciais está caindo, assim como ocorre em cursos a distância desde 2021. “As áreas mais preocupantes são as de ciências sociais, música, filosofia e artes, que apresentaram as menores quantidades de matrículas em 2021, e as de física, matemática e química, que registraram as maiores taxas de desistência acumulada na última década”, assinala Ferreira.

Dados do Inep disponíveis no Painel de Monitoramento do Plano Nacional de Educação (PNE) indicam que, em 2022, cerca de 59,9% das docências do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e de 67,6% daquelas oferecidas no ensino médio eram ministradas por professores qualificados na área do conhecimento. Ao analisar os números, o pedagogo e professor de educação física Marcos Neira, pró-reitor adjunto de Graduação da Universidade de São Paulo (USP), comenta que a situação é diferente em cada área do conhecimento. “Por um lado, a média nacional mostra que 85% dos docentes de educação física são licenciados na disciplina, enquanto os percentuais equivalentes para sociologia e línguas estrangeiras são de 40% e 46%, respectivamente. Ou seja, os problemas podem ser maiores ou menores, conforme a área do conhecimento e também são diferentes em cada estado”, destaca Neira, que atualmente desenvolve pesquisa com financiamento da FAPESP sobre reorientações curriculares na disciplina de educação física.

A falta de formação adequada do professor pode causar impactos no processo de aprendizagem dos alunos, conforme identificou Matheus Monteiro Nascimento, físico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em pesquisa realizada em 2018. De acordo com o pesquisador, na ausência de docentes licenciados em física, quem acaba oferecendo a disciplina nas escolas, geralmente, são profissionais da área de matemática. “Com isso, observamos que a abordagem da disciplina tende a privilegiar o formalismo matemático”, comenta. Ou seja, no lugar de tratar de conhecimentos de mecânica, eletricidade e magnetismo por meio de abordagens fenomenológicas, conceituais e experimentais, os professores acabam trabalhando os assuntos em sala de aula apenas por meio de operações matemáticas e equações sem relação direta com a realidade do aluno. “O formalismo matemático é, justamente, o elemento da disciplina de física que mais prejudica o interesse de estudantes por essa área do conhecimento”, considera Nascimento.

Preocupados em mensurar se as defasagens poderiam ser sanadas com a contratação de profissionais graduados em licenciaturas no Brasil nos últimos anos, pesquisadores do Inep realizaram, em setembro, estudo no qual olharam para as carências de escolas públicas e privadas nos anos finais do ensino fundamental e médio. “Se todos os licenciados de 2010 a 2021 ministrassem aulas na disciplina em que se formaram nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio em 2022, ainda assim o país teria dificuldades para suprir a demanda por docentes de artes em 15 estados, física em cinco, sociologia em três, matemática, língua portuguesa, língua estrangeira e geografia em um”, contabiliza Alvana Bof, uma das autoras da pesquisa. Além disso, o estudo avaliou se a quantidade de licenciados de 2019 a 2021 seria suficiente para suprir todas as docências que, em 2022, estavam sendo oferecidas por professores sem formação adequada. Foi constatado que faltariam docentes de artes em 18 estados, física em 16 estados, língua estrangeira em 15, filosofia e sociologia em 11, matemática em 10, biologia, ciências e geografia em 8, língua portuguesa em 5, história e química em 2 e educação física em um estado. “Os resultados indicam que já vivemos um apagão de professores em diferentes estados e disciplinas”, reitera Bof, licenciada em letras e com doutorado em educação.

Outro autor do trabalho, o sociólogo do Inep Luiz Carlos Zalaf Caseiro, esclarece que o cenário de falta de professores não está relacionado com falta de vagas em cursos de licenciaturas. “Em 2021, o país teve 2,8 milhões de vagas disponíveis, das quais somente 300 mil foram preenchidas. Isso significa que 2,5 milhões de vagas ficaram ociosas, sendo grande parte no setor privado e na modalidade de ensino a distância”, relata. Licenciaturas 2 oferecidas no ensino público, na modalidade presencial, também tiveram quantidade significativa de vagas ociosas. “De 2014 a 2019, a taxa de ociosidade de licenciaturas em instituições públicas foi de cerca de 20%, enquanto em 2021 esse percentual subiu para 33%”, informa. Cursos como o de matemática apresentaram situação ainda mais inquietante. “Licenciaturas de matemática em instituições públicas no formato presencial registraram 38% de vagas ociosas em 2021”, destaca Caseiro, comentando que muitas vagas, mesmo quando preenchidas, logo são abandonadas. Além disso, segundo o sociólogo, somente um terço dos estudantes que finalizam as licenciaturas vai atuar na docência; o restante opta por outros caminhos profissionais. O estudo foi desenvolvido a partir do cruzamento de dados relativos a docentes presentes no Censo da Educação Básica e referentes a ingressantes e concluintes em licenciaturas captados pelo Censo da Educação Superior. Ambas as pesquisas são realizadas anualmente pelo Inep para analisar a situação de instituições, alunos e docentes da educação básica e do ensino superior.

Retirado e adaptado de: QUEIRÓS, Christina. Crise nos programas de licenciatura. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/crise-nos-programas-de-licenciatura/ Acesso em: 02 nov., 2023.

Texto 02

(o primeiro índice é sempre o de maior percentual e o segundo, de menor):


Fonte: BOF, A. M et al. Cadernos de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacionais. 2023, no prelo. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/crise-nos-programas-de-licenciatura/ Acesso em: 02.nov., 2023. Ensino fundamental II Ensino médio 3

A respeito dos gêneros textuais dos Textos 1 e 2, analise as proposições a seguir e a relação proposta entre elas:


I. No que diz respeito ao gênero, o primeiro texto se constitui como uma notícia a respeito da atual condição de ingresso e permanência nos cursos de graduação em licenciatura.


PORÉM


II. O segundo texto se constitui como um infográfico que apresenta as porcentagens de professores licenciados atuando em cada disciplina nas diferentes unidades federativas brasileiras.


A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:

Alternativas
Q2568947 Português
Texto 03
Imagem associada para resolução da questão
https://coredacao.com/temas-de-redacao/impactos-da-inteligenciaartificial-na-sociedade-contemporanea/
Em relação ao Texto 03, analise as propositivas a seguir:
I- O gênero textual em evidência retrata acontecimentos contemporâneos, além de se destacar pelo fator de efemeridade, uma vez que os assuntos que relaciona estão sempre atualizados; II- O texto pode ser caracterizado, em geral, pelo fator irônico e pela intertemporalidade, cabendo ao leitor o importante papel da inferência. III- A temática discorre positivamente sobre os desafios entre Inteligência Artifical (IA) e educação, ao utilizar a presença do robô no papel de discente. IV- A imagem, aliada ao balão, invoca a ideia de que a tecnologia, tendo em vista suas aplicações práticas, traz possíveis riscos para a reprodução de desigualdades.
Dos itens acima: 
Alternativas
Q2568908 Português
27 de maio de 1958
A tontura da fome é pior do que a do álcool. A tontura do álcool nos impele a cantar. Mas a da fome nos faz tremer. Percebi que é horrível ter só ar dentro do estômago. Comecei a sentir a boca amarga. Pensei: já não basta as amarguras da vida? [...]. Pensei em guardar para comprar feijão. Mas vi que não podia porque o meu estômago reclamava e torturava-me. Resolvi tomar uma média e comprar um pão. Que efeito surpreendente faz a comida no nosso organismo! Eu que antes de comer via o céu, as árvores, as aves, tudo amarelo, depois que comi, tudo normalizou-se aos meus olhos. A comida no estômago é como combustível nas máquinas. Passei a trabalhar mais depressa.
Meu corpo deixou de pesar. [...] Eu tinha a impressão que eu deslizava no espaço. Comecei a sorrir como se eu estivesse presenciando um lindo espetáculo. E haverá espetáculo mais lindo do que ter o que comer? Parece que eu estava comendo pela primeira vez na minha vida.
JESUS, Carolina Maria de (2007). Quarto de despejo: diário de uma favelada. 9. ed. São Paulo: Ática, p. 45-46.
O trecho apresentado faz referência `a obra "Quarto de despejo: diário de uma favelada”, um livro da autora mineira Carolina Maria de Jesus. Nesse diário, uma mulher negra, pobre, com dois anos de estudo formal, relata fatos ocorridos na favela do Canindé, em São Paulo, entre os anos de 1955 e 1959. A escritora faz reflexões sobre os acontecimentos e mostra a realidade social do Brasil de meados do século XX." Tendo em vista a obra e o contexto em que ela é apresentada, analise as proposições:
I. O gênero textual utilizado para a escrita da autora é um gênero que consiste no registro frequente de relatos íntimos de uma pessoa sobre as suas impressões e vivências cotidianas. II. O nome “Quarto de despejo” é uma metáfora criada pela autora ao longo de seus escritos no livro em que despejo é o local onde lixos são jogados. No caso da favela, o lixo se refere às pessoas, aos pobres, que não cabem na cidade e são depositados na favela, como lixos. III. No trecho referido, é possível inferir que a narradora-personagem passou fome, cujo significado é de um Brasil, construído em meio às desigualdades e isso é, nitidamente, notado ao observarmos como se dá a má distribuição de recursos e as possibilidades de acesso à alimentação e o direito à vida em geral.
Em relação aos itens apresentados, é CORRETO o que se afirma em
Alternativas
Q2568905 Português
Analise o texto a seguir.
Imagem associada para resolução da questão
https://blogdoaftm.com.br/charge-guerra-na-ucrania/
Considerando-se a finalidade comunicativa comum do gênero apresentado e o contexto específico que ele representa, é CORRETO afirmar que 
Alternativas
Q2568901 Português
TEXTO 1

AS MULHERES E AS GUERRAS

Estados em que mulheres viviam oprimidas apresentavam índices mais altos de prisioneiros políticos, assassinatos, desaparecimentos. Veja artigo sobre mulheres e guerras. A condição social das mulheres guarda relação direta com as guerras. Esse é o tema de uma revisão científica publicada pela revista “Science”.

Desde os primórdios da humanidade, os homens se matam nas batalhas. Esqueletos desenterrados de cavernas pré-históricas exibem mais fraturas na cabeça, quando pertencem ao sexo masculino. No entanto, identificar e separar fatores biológicos daqueles culturais envolvidos na gênese da violência, é tarefa intelectual de alta complexidade. Até a década de 1990, os estudos ressaltavam que o subdesenvolvimento, a falta de democracia, a existência de um grande número de jovens desempregados e o nacionalismo estavam por trás dos conflitos armados. Em 2000, Mary Caprioli, da Universidade de Minnesota, surpreendeu os especialistas ao publicar um trabalho, no qual relacionava a posição subalterna da mulher na sociedade com as revoluções e as guerras entre os países.

A afirmação enfrentou reações acaloradas, porque contrariava o conceito clássico de que o sexo feminino estaria associado à maternidade e à vida em paz por razões evolutivas e por imposições biológicas, como a baixa produção de testosterona. Um dos principais críticos, Erik Melander, da Universidade de Upsala, decidiu testar essa hipótese a partir de uma avaliação do status feminino em diversas sociedades, que levava em conta o sexo da maior liderança do país, a proporção de mulheres no Legislativo e o número delas com acesso ao ensino superior.

Para sua surpresa, os resultados não foram diferentes. Estados em que as mulheres viviam oprimidas apresentavam índices mais altos de prisioneiros políticos, assassinatos, desaparecimentos e maior risco de envolvimento em guerras civis e internacionais. O problema metodológico com esses estudos é que não comprovam a relação de causa e efeito. A desigualdade entre os sexos poderia ser simples consequência de outros fatores ligados ao comportamento violento: pobreza, baixo nível educacional, fanatismo religioso e atraso cultural.

Sociedades em que as minorias são discriminadas têm maior probabilidade de envolver-se em guerras externas e internas. No livro “War and Gender” (Guerra e Gênero) o professor americano Joshua Goldwin abordou o seguinte aspecto: embora existam diferenças biológicas que mantêm a mulher afastada dos campos de batalha — como os cuidados com a prole –, elas sempre interagem com os valores culturais. Segundo ele, os níveis de testosterona que aumentam quando um homem ganha dinheiro, é promovido no trabalho ou ganha um jogo, não explicam as diferenças bélicas entre suecos e paquistaneses, nem entre os suecos de hoje e seus antepassados vikings. Em seus estudos, a visão que mulheres e homens têm da guerra são muito mais semelhantes do que se imagina.

Diante da pergunta: “O conflito árabe-israelense deve ser resolvido pela via militar ou diplomática?”, as escolhas de mulheres e homens israelenses, egípcios, palestinos e kuvaitianos foram praticamente iguais. Quando os mesmos participantes responderam se era mais importante mandar para a escola um menino ou uma menina, as preferências machistas estavam tão associadas à beligerância, que o autor concluiu: “É possível prever quando uma pessoa optará pela guerra ou pela paz entre árabes e judeus, com base apenas no que pensa sobre igualdade sexual”. Conclusões similares foram tiradas nas pesquisas sobre preconceitos étnicos: sociedades em que as minorias são discriminadas têm maior probabilidade de envolver-se em guerras externas e internas.

Disponível em https://drauziovarella.uol.com.br/mulher/as-mulheres-e-as-guerras-artigo/ Acesso em 13/10/2023. (Adaptado)
Os gêneros textuais correspondem a certos padrões de texto que, em geral, são determinados pelo contexto em que são produzidos, pelo público-receptor a que são destinados. Pela leitura do texto 01, reconhece-se que sua função é:
Alternativas
Q2567924 Português

TEXTO 01

Leia o texto a seguir:

Fadiga, depressão, irritabilidade, os dissabores da síndrome pré-menstrual 


Na coluna do dia 3 neste espaço, falei da desídia da sociedade e da medicina em relação aos sofrimentos da menopausa. [...] Nesta de hoje, vou mostrar que o mesmo acontece com a menstruação.
A medicina emprega um termo mais elaborado para o que o povo chama de TPM: transtorno disfórico pré-menstrual. Consideramos dentro da faixa de normalidade ciclos menstruais de 24 a 38 dias, com duração de até oito dias. Há, no entanto, um descompasso entre o que os médicos consideram ciclo "normal" e a percepção do que cada mulher considera normal para ela (e do que nós, homens, consideraríamos se o mesmo se passasse conosco).
Cerca de 77% das mulheres experimentam os dissabores da síndrome pré-menstrual, conjunto de sintomas que vão das cólicas, da fadiga, da indisposição e da sensação de inchaço aos transtornos disfóricos responsáveis pelos quadros de depressão, irritabilidade, ansiedade, labilidade emocional e desesperança.
Estudos anteriores já haviam demonstrado que esses distúrbios não se restringem a sintomas fugazes sem consequências, mas podem ser acompanhados de ideações suicidas nas mulheres neurobiologicamente sensíveis às flutuações hormonais.
Em 2018, foi publicado o inquérito inglês "Global Survey of Premenstrual Disorder", que entrevistou 3.153 mulheres na pré-menopausa, distribuídas em 56 países. Os resultados revelaram que uma em cada 20 apresentava sintomas debilitantes no decorrer do período pré-menstrual. Nelas, o diagnóstico do transtorno levava em média 12 anos para ser feito, depois de consultarem, em média, 6,15 médicos em busca de ajuda.
E o dado mais surpreendente: na análise detalhada de 591 pacientes com sintomas disfóricos, acompanhadas prospectivamente, 34% delas haviam tentado o suicídio durante um episódio do transtorno. Vamos lembrar que suicídio é a segunda causa de morte nas mulheres americanas na faixa de 10 a 34 anos.
Menstruar tantas vezes é fenômeno moderno. Nossas antepassadas não o faziam mais do que 40 ou 50 vezes na vida inteira. A menarca acontecia aos 17 anos e a menopausa ao redor dos 40 anos. Nesse intervalo nasciam oito, dez ou mais filhos, que eram amamentados por longos períodos, nos quais as menstruações ficavam suspensas.
Já a mulher moderna tem ao redor de 400 períodos menstruais no decorrer da vida fértil. A menarca acontece aos 12 anos e a menopausa lá pelos 50. As menstruações são interrompidas apenas ao engravidar e ao amamentar um ou dois filhos, por poucos meses. A periodicidade repetitiva dos ciclos prejudica o trabalho e interfere com a vida sexual, o ambiente familiar e os relacionamentos sociais.
Para agravar, a menstruação é acontecimento cercado de preconceitos, estigmas e vergonha. Ouvi vários ribeirinhos da região do rio Negro contarem que é perigoso transportar mulheres menstruadas nas canoas, para não despertar a ira dos botos-cor-de-rosa. Um senhor jurou que um deles se chocou com tamanha violência contra a canoa em que viajava com a família que todos foram jogados na água. Tudo por culpa de uma sobrinha menstruada.
Em muitas culturas e religiões, a menstruação é ligada à ideia de impureza. Segundo o Velho Testamento, a mulher permanece sete dias impura; para os muçulmanos ela não pode jejuar; em certas regiões rurais do Nepal e da China, as meninas, ao menstruarem, devem ser mantidas num cômodo de pau-a-pique fora de casa. Entre nós, os comentários a respeito do mau humor e da irritabilidade da mulher "naqueles dias" contribuem para desvalorizá-la em casa e no trabalho.
O menosprezo pelas queixas menstruais é a principal razão para o retardo no diagnóstico de endometriose, por exemplo, doença causada pelo crescimento e multiplicação de células do endométrio uterino em outros órgãos da pelve e até da cavidade torácica. As cólicas podem ser tão fortes que as pacientes vão parar no pronto-socorro para atendimento emergencial. Embora esse mal atinja de 5% a 10% das mulheres em pré-menopausa, o diagnóstico costuma levar anos e até décadas para ser feito — quando é feito.
Em meu curso de medicina não havia uma aula sequer sobre menstruação. Cinquenta anos mais tarde o descaso é o mesmo.

Varella, Drauzio. Fadiga, depressão, irritabilidade, os dissabores da síndrome pré-menstrual. 31 Mai. 2023. Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/drauziovarella/2023/05/fadiga-depressao-irritabilidade-os-dissabores-da-sindrome-pre-menstrual.shtml. Acesso em 19 Out. 2023



TEXTO 02

Para que ninguém a quisesse

Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, das gavetas tirou todas as jóias. E vendo que, ainda assim, um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos.

Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se interessava por ela. Esquiva como um gato, não mais atravessava praças. E evitava sair.

Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos, mimetizada com os móveis e as sombras.

Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela.

Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda.

À noite tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos.

Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido numa gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda.

(COLASANTI, M. Um espinho de marfim. Porto Alegre: L&PM, 1999. p. 88-89) 


Tendo em vista a leitura dos textos 1 e 2 é CORRETO afirmar que: 
Alternativas
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: PM-SP Prova: FGV - 2023 - PM-SP - Cabo PM |
Q2566616 Português
Todas as frases abaixo iniciam um texto; assinale aquela que mostra marcas de um texto literário.
Alternativas
Q2545342 Português
Pode-se afirmar corretamente sobre o texto acima que
Alternativas
Q2545331 Português
Texto 1


Religião x Religiosidade: qual a diferença?
(...)

Desde o princípio do mundo, o homem buscou acreditar que além dele, existe uma força suprema capaz de mudar, ajudar e até mesmo transformá-lo em um ser melhor e para a maior parte da população mundial, esse ser supremo se chama Deus. Durante anos, a humanidade buscou, na religião, respostas e também amparo para muitos de seus problemas, trazendo para a religião um papel de extrema importância na história da humanidade.

Na busca por exaltar, adorar e louvar a Deus ou ao ser supremo, os homens dos tempos passados foram construindo grandes templos para que todos pudessem se reunir em um só propósito, cultuar os deuses no quais acreditam e os celebrar e é assim, dessa mesma forma que fazemos hoje. Muitos desses lugares são sinônimos de fé até hoje, por exemplo, a basílica de são Pedro, Muro das lamentações e a grande mesquita de Meca, mostrando assim a importância desses templos para diferentes religiões do mundo.

Podemos dizer que religião é um conjunto de crenças e filosofias que são seguidas por uma grande massa de pessoas de acordo com seus ensinamentos, doutrinas e costumes. Além da religião, também existe a religiosidade, que para muitos nada mais é que ter a qualidade de ser religioso, ou seja, ter uma religião, mas não necessariamente praticá-la.

Religião e religiosidade são termos que dividem opiniões e que também confundem a cabeça de muitas pessoas, principalmente as dos próprios religiosos. Mas verdadeiramente, qual a diferença entre esses dois termos?

(...) 

O Pastor Alexandro Martins da Igreja Pentecostal de Campo Grande –MS explica que “ religiosidade é a pessoa não ter um compromisso verdadeiro, é estar ali apenas por estar e movida apenas por uma rotina”. A diferença entre essas duas palavras se dá no sentimento das pessoas por aquela crença, sendo religião, a pessoa realmente se entregando com verdade para aquilo em que acredita ou ao Deus de sua crença, a religiosidade é um sentimento sem compromisso em que a pessoa tem sua crença através de apenas uma rotina e não se entrega verdadeiramente para aquilo.

https://blog.portaleducacao.com.br acesso em 09/08/23


A questão se refere a este texto. 
Observe os vários aspectos textuais e linguísticos em geral, a fim de responder corretamente a esta questão.
Alternativas
Q2545260 Português
Texto 1


A inteligência artificial e a espiritualidade

Todas essas informações são analisadas e processadas pelas potentes Big Techs serão utilizadas para o controle mundial escatológico. Penso que o grande mal é que todo esse controle mundial estará sob a égide da liberdade e da paz, entretanto muito afastado de Deus e dos princípios bíblicos. Muitos já consideram a Bíblia como um livro ultrapassado, recheado de lendas e dogmas criados pelas religiões dos homens. Antevendo o futuro, o Apóstolo Paulo nos adverte de que um dos sinais dos tempos finais seria a própria apostasia, ou seja, o crente perderá sua fé e sua crença no Messias e no seu reino vindouro (II Ts 2:3).

Eu denomino esse tempo como a “Era da ditadura digital”, pois muitos terão suas mentes escravizadas pela cibernética e pelos multiaplicativos. Evidentemente, ninguém pode negar os benefícios que a IA tem trazido à humanidade. Não podemos ser contrários à tecnologia da informação. Porém, é necessário alertar que ninguém deve ser dominado por ela. Não se pode permitir que a convivência com o meio tecnológico esmoreça a nossa fé, a esperança de um mundo profético vindouro melhor e mais justo. Afinal, o que mais importa é a salvação no Messias Yeshua e a eternidade com Ele. (https://ensinandodesiao.org.br acesso em 07/08/2023)


A questão se relaciona a este texto.
Pode-se, apenas, afirmar em relação ao tipo e características que se trata de um texto: 
Alternativas
Q2534172 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

Asas de borboleta inspiram músculos artificiais e produzem eletricidade

O professor Javier Fernandez, da Universidade de Tecnologia e Design de Cingapura, vem há alguns anos estudando as possibilidades de uso da quitina como um material inteligente, biocompatível, sustentável e com múltiplas funcionalidades. Isso lhe permitiu criar uma nova classe de compósitos e fazer planos para abrigos em Marte feitos com carapaças de insetos.

A quitina é um polímero orgânico que é o principal componente das carapaças dos artrópodes, como crustáceos, alguns insetos e até das asas das borboletas. E o caso das borboletas é interessante como fonte de inspiração porque elas apresentam mudanças estruturais que podem ser copiadas para aplicações práticas. O professor Fernandez descobriu, também, que podem ser usadas para produzir eletricidade.

Assim que uma borboleta emerge do seu casulo, no estágio final da metamorfose, ela abre lentamente as asas, para que elas possam secar. O material quitinoso fica desidratado, enquanto o sangue bombeado pelas veias do inseto produz forças que reorganizam as moléculas da quitina, para que ela adquira a resistência e a rigidez únicas necessárias para o voo. E foi essa combinação natural de forças, movimento da água e organização molecular que mostrou agora a possibilidade de criação de atuadores mecânicos e para gerar energia.

"Nós demonstramos que, mesmo após serem extraídos de fontes naturais, os polímeros quitinosos mantêm sua capacidade natural de vincular diferentes forças, organização molecular e conteúdo de água para gerar movimento mecânico e produzir eletricidade, sem a necessidade de uma fonte de energia externa ou sistema de controle," disse Fernandez.

Músculos artificiais de quitina

A demonstração foi feita a partir de quitina extraída de cascas de camarão descartadas, que foi transformada em filmes com cerca de 130 micrômetros de espessura.

Ao estudar os efeitos de forças externas nesses filmes quitinosos, com foco nas mudanças na organização molecular, teor de água e propriedades mecânicas, os pesquisadores observaram que, semelhante ao desdobramento das asas das borboletas, esticar os filmes força uma reorganização em sua estrutura cristalina - as moléculas ficaram mais compactadas e o teor de água diminuiu.

Para demonstrar a aplicabilidade dos filmes, a equipe usou-os para criar músculos artificiais, que foram então montados em uma mão robótica. Controlando a concentração de água intermolecular dos filmes, por meio de mudanças ambientais e processos bioquímicos, o material gerou força suficiente para que a mão apresentasse um movimento de preensão impressionante, com uma força equivalente a 18 quilogramas - mais da metade da força de preensão média de um adulto.

Diferente da natureza inerte dos polímeros sintéticos, os filmes de quitina reorganizados podem se distender e contrair autonomamente em resposta a mudanças de umidade no ambiente, imitando a forma como alguns insetos adaptam sua casca a diferentes situações. Essa capacidade nativa permitiu que os filmes quitinosos levantassem verticalmente objetos pesando mais de 4,5 quilos.

A capacidade de produzir essa força por meios bioquímicos indica o potencial de uso dos filmes quitinosos para integração em sistemas biológicos, com aplicações biomédicas, como próteses e implantes médicos.

Filmes de quitina produzem eletricidade

Em outra demonstração, a equipe mostrou que a resposta do material às mudanças de umidade pode ser usada para extrair energia das oscilações ambientais e convertê-la em eletricidade, criando mais uma opção para a colheita de energia, um conceito para alimentação de pequenos aparelhos e sensores que hoje vem sendo dominado pelos nanogeradores triboelétricos.

Ao anexar os filmes a um material piezoelétrico, o movimento mecânico dos filmes em resposta às mudanças de umidade no ambiente foi convertido em correntes elétricas suficientes para alimentar pequenos eletrônicos, como os usados na internet das coisas.

 A quitina é o segundo polímero orgânico mais abundante na natureza - depois da celulose - e faz parte de todos os ecossistemas, podendo ser obtido de forma rápida e sustentável de vários organismos ou mesmo de resíduos urbanos.

"A quitina é usada para muitas funções complexas na natureza, desde a composição das asas dos insetos até a formação das conchas protetoras duras dos moluscos, e tem aplicação direta na engenharia. Nossa capacidade de entender e usar a quitina em sua forma nativa é fundamental para permitir novas aplicações de engenharia e desenvolvê-las dentro de um paradigma de integração ecológica e baixo consumo de energia," concluiu Fernandez.

Retirado e adaptado de: INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Asas de borboleta inspiram músculos artificiais e produzem eletricidade. Inovação tecnológica. Disponível em: inaaviraamusscuooariicaa-produz -eeerciddadee&&d==0100116023080444 o=quitina-vira-musculo-artificial-produz-eletricidade&id=010160230804 Acesso em: 08 ago., 2023.
Sobre o tipo e gênero textuais e a função da linguagem predominante no texto "Asas de borboleta inspiram músculos artificiais e produzem eletricidade", analise as afirmações a seguir:

I.O texto pertence ao gênero ___________, que é um conteúdo jornalístico, escrito ou falado, baseado no testemunho direto dos fatos e situações explicadas em palavras.
II.Já no que diz respeito ao tipo textual, predomina o ____________, que é aquele que se propõe a abordar acontecimentos e situações, verídicos ou fictícios.
III.No texto, a função da linguagem que predomina é a ___________, tem como objetivo principal informar, referenciar algo.


Assinale a alternativa que, correta e respectivamente, preenche as lacunas dos excertos:
Alternativas
Q2531315 Português

Leia o Texto 1 para responder à questão.


Texto 1




Disponível em: <https://ferrazdevasconcelos.sp.gov.br/web/campanhacriativa-da-secretaria-de-comunicacao-de-ferraz-impulsiona-vacinacaocontra-covid-19/>. Acesso em: 03 set. 2023.

A construção de sentido da campanha publicitária apresenta uma perspectiva
Alternativas
Q2530932 Português
O texto seguinte servirá de base para responder a questão.

Na rota do hidrogênio sustentável

O Brasil está entre os países mais bem posicionados para a produção em larga escala de hidrogênio de baixa emissão de carbono, combustível com alto poder calorífico apontado como importante vetor para a transição energética. O país tem potencial técnico para gerar 1,8 gigatonelada de hidrogênio por ano, sendo por volta de 90% desse volume com uso de energias renováveis. Os dados integram o Plano Decenal de Expansão de Energia 2031, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME).
O estudo identifica diversas fontes e rotas tecnológicas para a produção de hidrogênio de baixo carbono, considerado por muitos especialistas o combustível do futuro, por sua capacidade de auxiliar na descarbonização do planeta. É esperado que ele venha a substituir o uso de combustíveis fósseis em setores da economia como o de transportes e de indústrias intensivas em energia (siderúrgicas, metalúrgicas e cimenteiras). Os combustíveis fósseis são responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa (GEE), associados ao aquecimento global e às mudanças climáticas.
Hidrogênio de baixa emissão de carbono é a nova terminologia empregada pela Agência Internacional de Energia (IEA) para designar o hidrogênio (H2) produzido por diferentes rotas com emissão nula ou reduzida de dióxido de carbono (CO2). Integram esse grupo o hidrogênio produzido a partir da reforma do etanol e de outros biocombustíveis ou biomassas (resíduos agrícolas ou florestais); o hidrogênio gerado a partir da eletrólise da água com uso de fontes renováveis (eólica, solar, hidráulica) ou de energia nuclear; o hidrogênio resultante do processo de reforma térmica do gás natural com captura, sequestro e uso de carbono (CCUS); o hidrogênio natural, que pode ser extraído do solo, entre outros.
De acordo com o Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2), do governo federal, os projetos de hidrogênio de baixa emissão de carbono já anunciados somam cerca de US$ 30 bilhões. Analistas e pesquisadores do setor energético consultados por Pesquisa FAPESP mostram-se otimistas quanto ao protagonismo do país nesse novo mercado. "O Brasil reúne as condições necessárias para ser um dos líderes globais do setor", avalia o especialista em energias renováveis Ricardo Ruther, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e coordenador de uma recém-inaugurada usina experimental de produção de hidrogênio verde (H2V) − o produzido por meio da eletrólise da água − da instituição.
"Temos abundância de fontes renováveis de energia eólica e solar, essenciais para a produção de hidrogênio sustentável; um mercado organizado, competitivo e dinâmico de geração de energia elétrica por fontes renováveis; um parque industrial que pode absorver a produção em larga escala de hidrogênio; e relativa proximidade com o mercado europeu, para onde o combustível será exportado", afirma.
A atenção que se dá ao hidrogênio combustível se explica pelo fato de seu poder calorífico ser cerca de três vezes superior ao do gás natural, da gasolina ou do diesel. Embora abundante no Universo, o hidrogênio raramente é achado de forma isolada, mas está presente no etanol (C2H6O), no metano (CH4) e em outros combustíveis fósseis, além da água (H2O). Para isolar a molécula de hidrogênio e utilizá-la como energia para mover veículos automotores ou em procedimentos industriais, esses compostos precisam ser submetidos a processos químicos.

Retirado e adaptado de: VASCONCELOS, Yuri. Na rota do
hidrogênio sustentável. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível
em: https://revistapesquisa.fapesp.br/na-rota-do-hidrogenio-
sustentavel/ Acesso em: 08 nov., 2023.
Assinale a alternativa que correta e respectivamente apresenta o tipo e o gênero textual de "Na rota do hidrogênio sustentável":
Alternativas
Q2521504 Português

       

O texto A coruja e a águia apresenta processo de antropomorfização de animais, diálogos e narrativa baseada em um ensinamento. Essas características são peculiares ao gênero
Alternativas
Q2521503 Português

       

Considerando as noções de tipos textuais e de gêneros, é correto afirmar que
Alternativas
Q2465119 Português
TEXTO 3



Milhares em risco em Belo Horizonte no período chuvoso



Além de adotar ações emergenciais na estrutura das áreas de risco, é preciso atacar as causas que levaram milhares de pessoas a viver em situações insalubres - Publicado em 1 de novembro de 2023

           À medida que o período chuvoso se intensifica, cresce o medo das mil famílias que vivem em áreas de risco em Belo Horizonte. O temor na época das chuvas é resultado de anos de descaso do poder público. A última década foi marcada pela queda nos investimentos em programas de moradia popular na capital.

         Nos últimos cinco anos, o período chuvoso mais trágico foi o de 2020. Foram dezenas de mortos em Minas Gerais e cerca de 12 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas, de acordo com dados da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil. As bacias de contenção parcialmente em funcionamento devem prevenir ou reduzir a gravidade das enchentes, mas no caso dos deslizamentos de terra, é necessário o monitoramento constante por parte dos órgãos de defesa.

        Na tentativa de reduzir os riscos de deslizamento, a Prefeitura de Belo Horizonte realizou obras dentro do Programa de Gestão de Risco Geológico-geotécnico. Os investimentos chegam a R$ 118 milhões. As intervenções incluem construção de muro de contenção, implantação de redes de esgoto e drenagem.

       Além de adotar ações emergenciais na estrutura das áreas de risco, é preciso atacar as causas que levaram milhares de pessoas a se instalarem em situações insalubres. A capital mineira assiste ao aumento do déficit habitacional ao mesmo tempo que registra o surgimento de novos empreendimentos imobiliários. A administração pública, que deveria agir para reduzir essa desigualdade, tem sido ineficiente. O montante usado para conter o déficit habitacional em 2012 foi de R$ 237 milhões, valor que caiu para R$ 84 milhões em 2022, uma redução de 64%, segundo a Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel). É o que mostra reportagem de abril deste ano do jornal O TEMPO.

          O lar é a base para que um indivíduo se desenvolva e exerça seu papel de cidadão. Mais do que um direito, a moradia está ligada à dignidade humana. E cabe ao Estado garantir esse acesso.


(Disponível em: www.otempo.com.br/opiniao/editorial/milhares-em-risco-em-belo-horizonte-no-periodochuvoso-1.3265514)
Sobre o texto 3, assinale a alternativa correta: 
Alternativas
Q2462525 Português
O fim do mundo - Cecília Meireles



        A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo para mim não tinha nenhum sentido, ainda; de modo que não me interessava nem o seu começo nem o seu fim. Lembro-me, porém, vagamente, de umas mulheres nervosas que choravam, meio desgrenhadas, e aludiam a um cometa que andava pelo céu, responsável pelo acontecimento que elas tanto temiam.

       Nada disso se entendia comigo: o mundo era delas, o cometa era para elas: nós, crianças, existíamos apenas para brincar com as flores da goiabeira e as cores do tapete.

       Mas, uma noite, levantaram-me da cama, enrolada num lençol, e, estremunhada, levaram-me à janela para me apresentarem à força ao temível cometa. Aquilo que até então não me interessava nada, que nem vencia a preguiça dos meus olhos pareceu-me, de repente, maravilhoso. Era um pavão branco, pousado no ar, por cima dos telhados? Era uma noiva, que caminhava pela noite, sozinha, ao encontro da sua festa? Gostei muito do cometa. Devia sempre haver um cometa no céu, como há lua, sol, estrelas. Por que as pessoas andavam tão apavoradas? A mim não me causava medo nenhum.

       Ora, o cometa desapareceu, aqueles que choravam enxugaram os olhos, o mundo não se acabou, talvez eu tenha ficado um pouco triste – mas que importância tem a tristeza das crianças?

        Passou-se muito tempo. Aprendi muitas coisas, entre as quais o suposto sentido do mundo. Não duvido de que o mundo tenha sentido. Deve ter mesmo muitos, inúmeros, pois em redor de mim as pessoas mais ilustres e sabedoras fazem cada coisa que bem se vê haver um sentido do mundo peculiar a cada um.

       Dizem que o mundo termina em fevereiro próximo. Ninguém fala em cometa, e é pena, porque eu gostaria de tornar a ver um cometa, para verificar se a lembrança que conservo dessa imagem do céu é verdadeira ou inventada pelo sono dos meus olhos naquela noite já muito antiga.

         O mundo vai acabar, e certamente saberemos qual era o seu verdadeiro sentido. Se valeu a pena que uns trabalhassem tanto e outros tão pouco. Por que fomos tão sinceros ou tão hipócritas, tão falsos e tão leais. Por que pensamos tanto em nós mesmos ou só nos outros. Por que fizemos voto de pobreza ou assaltamos os cofres públicos - além dos particulares. Por que mentimos tanto, com palavras tão judiciosas. Tudo isso saberemos e muito mais do que cabe enumerar numa crônica. 

        Se o fim do mundo for mesmo em fevereiro, convém pensarmos desde já se utilizamos este dom de viver da maneira mais digna.

           Em muitos pontos da terra há pessoas, neste momento, pedindo a Deus – dono de todos os mundos – que trate com benignidade as criaturas que se preparam para encerrar a sua carreira mortal. Há mesmo alguns místicos - segundo leio - que, na Índia, lançam flores ao fogo, num rito de adoração.

            Enquanto isso, os planetas assumem os lugares que lhes competem, na ordem do universo, neste universo de enigmas a que estamos ligados e no qual por vezes nos arrogamos posições que não temos – insignificantes que somos, na tremenda grandiosidade total.

          Ainda há uns dias a reflexão e o arrependimento: por que não os utilizaremos? Se o fim do mundo não for em fevereiro, todos teremos fim, em qualquer mês...




Disponível em: https://www.culturagenial.com. Acesso em: 28 ago.
2023.
 Em “Tudo isso saberemos e muito mais do que cabe enumerar numa crônica.”, a autora deixa claro o gênero a que pertence o texto que escreve: crônica. Com relação a esse gênero textual, leia as assertivas indicando aquela que NÃO constitui uma de suas características.
Alternativas
Q2462475 Português
O fim do mundo - Cecília Meireles



        A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo para mim não tinha nenhum sentido, ainda; de modo que não me interessava nem o seu começo nem o seu fim. Lembro-me, porém, vagamente, de umas mulheres nervosas que choravam, meio desgrenhadas, e aludiam a um cometa que andava pelo céu, responsável pelo acontecimento que elas tanto temiam.

       Nada disso se entendia comigo: o mundo era delas, o cometa era para elas: nós, crianças, existíamos apenas para brincar com as flores da goiabeira e as cores do tapete.

       Mas, uma noite, levantaram-me da cama, enrolada num lençol, e, estremunhada, levaram-me à janela para me apresentarem à força ao temível cometa. Aquilo que até então não me interessava nada, que nem vencia a preguiça dos meus olhos pareceu-me, de repente, maravilhoso. Era um pavão branco, pousado no ar, por cima dos telhados? Era uma noiva, que caminhava pela noite, sozinha, ao encontro da sua festa? Gostei muito do cometa. Devia sempre haver um cometa no céu, como há lua, sol, estrelas. Por que as pessoas andavam tão apavoradas? A mim não me causava medo nenhum.

       Ora, o cometa desapareceu, aqueles que choravam enxugaram os olhos, o mundo não se acabou, talvez eu tenha ficado um pouco triste – mas que importância tem a tristeza das crianças?

        Passou-se muito tempo. Aprendi muitas coisas, entre as quais o suposto sentido do mundo. Não duvido de que o mundo tenha sentido. Deve ter mesmo muitos, inúmeros, pois em redor de mim as pessoas mais ilustres e sabedoras fazem cada coisa que bem se vê haver um sentido do mundo peculiar a cada um.

       Dizem que o mundo termina em fevereiro próximo. Ninguém fala em cometa, e é pena, porque eu gostaria de tornar a ver um cometa, para verificar se a lembrança que conservo dessa imagem do céu é verdadeira ou inventada pelo sono dos meus olhos naquela noite já muito antiga.

         O mundo vai acabar, e certamente saberemos qual era o seu verdadeiro sentido. Se valeu a pena que uns trabalhassem tanto e outros tão pouco. Por que fomos tão sinceros ou tão hipócritas, tão falsos e tão leais. Por que pensamos tanto em nós mesmos ou só nos outros. Por que fizemos voto de pobreza ou assaltamos os cofres públicos - além dos particulares. Por que mentimos tanto, com palavras tão judiciosas. Tudo isso saberemos e muito mais do que cabe enumerar numa crônica. 

        Se o fim do mundo for mesmo em fevereiro, convém pensarmos desde já se utilizamos este dom de viver da maneira mais digna.

           Em muitos pontos da terra há pessoas, neste momento, pedindo a Deus – dono de todos os mundos – que trate com benignidade as criaturas que se preparam para encerrar a sua carreira mortal. Há mesmo alguns místicos - segundo leio - que, na Índia, lançam flores ao fogo, num rito de adoração.

            Enquanto isso, os planetas assumem os lugares que lhes competem, na ordem do universo, neste universo de enigmas a que estamos ligados e no qual por vezes nos arrogamos posições que não temos – insignificantes que somos, na tremenda grandiosidade total.

          Ainda há uns dias a reflexão e o arrependimento: por que não os utilizaremos? Se o fim do mundo não for em fevereiro, todos teremos fim, em qualquer mês...




Disponível em: https://www.culturagenial.com. Acesso em: 28 ago.
2023.
O fim do mundo - Cecília Meireles



        A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo para mim não tinha nenhum sentido, ainda; de modo que não me interessava nem o seu começo nem o seu fim. Lembro-me, porém, vagamente, de umas mulheres nervosas que choravam, meio desgrenhadas, e aludiam a um cometa que andava pelo céu, responsável pelo acontecimento que elas tanto temiam.

       Nada disso se entendia comigo: o mundo era delas, o cometa era para elas: nós, crianças, existíamos apenas para brincar com as flores da goiabeira e as cores do tapete.

       Mas, uma noite, levantaram-me da cama, enrolada num lençol, e, estremunhada, levaram-me à janela para me apresentarem à força ao temível cometa. Aquilo que até então não me interessava nada, que nem vencia a preguiça dos meus olhos pareceu-me, de repente, maravilhoso. Era um pavão branco, pousado no ar, por cima dos telhados? Era uma noiva, que caminhava pela noite, sozinha, ao encontro da sua festa? Gostei muito do cometa. Devia sempre haver um cometa no céu, como há lua, sol, estrelas. Por que as pessoas andavam tão apavoradas? A mim não me causava medo nenhum.

       Ora, o cometa desapareceu, aqueles que choravam enxugaram os olhos, o mundo não se acabou, talvez eu tenha ficado um pouco triste – mas que importância tem a tristeza das crianças?

        Passou-se muito tempo. Aprendi muitas coisas, entre as quais o suposto sentido do mundo. Não duvido de que o mundo tenha sentido. Deve ter mesmo muitos, inúmeros, pois em redor de mim as pessoas mais ilustres e sabedoras fazem cada coisa que bem se vê haver um sentido do mundo peculiar a cada um.

       Dizem que o mundo termina em fevereiro próximo. Ninguém fala em cometa, e é pena, porque eu gostaria de tornar a ver um cometa, para verificar se a lembrança que conservo dessa imagem do céu é verdadeira ou inventada pelo sono dos meus olhos naquela noite já muito antiga.

         O mundo vai acabar, e certamente saberemos qual era o seu verdadeiro sentido. Se valeu a pena que uns trabalhassem tanto e outros tão pouco. Por que fomos tão sinceros ou tão hipócritas, tão falsos e tão leais. Por que pensamos tanto em nós mesmos ou só nos outros. Por que fizemos voto de pobreza ou assaltamos os cofres públicos - além dos particulares. Por que mentimos tanto, com palavras tão judiciosas. Tudo isso saberemos e muito mais do que cabe enumerar numa crônica. 

        Se o fim do mundo for mesmo em fevereiro, convém pensarmos desde já se utilizamos este dom de viver da maneira mais digna.

           Em muitos pontos da terra há pessoas, neste momento, pedindo a Deus – dono de todos os mundos – que trate com benignidade as criaturas que se preparam para encerrar a sua carreira mortal. Há mesmo alguns místicos - segundo leio - que, na Índia, lançam flores ao fogo, num rito de adoração.

            Enquanto isso, os planetas assumem os lugares que lhes competem, na ordem do universo, neste universo de enigmas a que estamos ligados e no qual por vezes nos arrogamos posições que não temos – insignificantes que somos, na tremenda grandiosidade total.

          Ainda há uns dias a reflexão e o arrependimento: por que não os utilizaremos? Se o fim do mundo não for em fevereiro, todos teremos fim, em qualquer mês...




Disponível em: https://www.culturagenial.com. Acesso em: 28 ago.
2023.

Em “Tudo isso saberemos e muito mais do que cabe enumerar numa crônica.”, a autora deixa claro o gênero a que pertence o texto que escreve: crônica. Com relação a esse gênero textual, leia as assertivas indicando aquela que NÃO constitui uma de suas características.
Alternativas
Q2436030 Português

Gêneros textuais são classificações usadas para determinar os textos de acordo com suas características em relação a um contexto. Eles apresentam uma função social, uma intenção comunicativa e uma estrutura específica. Os gêneros textuais são reconhecidos pelo uso que se faz deles em diversas situações comunicativas. Alguns exemplos de gêneros textuais são: poesia, carta, notícia, crônica, ensaio, entre outros.


https://www.bing.com/search?pglt=43&q=Que+s %C3%A3o+g%C3%AAneros+textuais%)


Com base no enunciado, analise o texto seguinte:


Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. (...) − (Clarice Lispector)


Marque a alternativa com o nome do gênero identificado pelos elementos que compõem o texto.

Alternativas
Respostas
521: B
522: B
523: B
524: D
525: A
526: B
527: C
528: B
529: A
530: B
531: B
532: A
533: A
534: D
535: A
536: B
537: B
538: B
539: B
540: C