As populações ribeirinhas são povos que vivem
nas beiras dos rios e geralmente são extremamente
pobres. As atividades desempenhadas são
o artesanato e a agricultura e muitos povos
sobreviviam e sobrevivem da pesca artesanal, da
caça, do roçado e do extrativismo. Por conta dos
aspectos geográficos do país, é na Amazônia que
está a maior parte dessa população. Além das
populações nativas, somam-se a esta categoria
descendentes de migrantes do Nordeste do país.
Na segunda metade do século XIX, muitos
nordestinos deixaram sua terra natal e seguiram
para a Amazônia atrás dos empregos oferecidos
nas empresas que atuavam no ciclo da extração do
látex das árvores conhecidas como seringueiras..
A ausência de políticas públicas que tratassem
da desmobilização desse contingente de
trabalhadores fez com que eles se espalhassem ao
longo dos rios da floresta amazônica.
Por residirem em um ambiente onde a força da
natureza se faz presente, os ribeirinhos aprenderam
a viver em um meio repleto de limitações e desafios
impostos pelo rio e pela floresta. As casas, em sua
maioria, são de palafita, feitas em madeira sobre
troncos e pilares. Esse tipo de construção também
é usado para deixar as casas “mais altas” para
evitar que sejam invadidas pelas águas durante as
enchentes.
É no rio que os ribeirinhos executam uma das
principais atividades que lhes proporciona fonte
de renda e de sobrevivência: a pesca. A plantação
de milho e mandioca, a produção de farinha e
a coleta da castanha e do açaí também ocupam
lugar de destaque nas atividades agrícolas das
comunidades ribeirinhas. As relações comerciais
são praticadas, na maioria das vezes, sob a forma
de escambo entre comunidades vizinhas e, quando
há excedente, este é vendido no centro urbano
mais próximo.
A relação diferenciada com a natureza faz dos
ribeirinhos grandes detentores de conhecimentos
sobre aspectos da fauna e da flora da floresta; o
uso de plantas medicinais; o ritmo e o caminho
das águas; os sons da mata; as épocas da
terra. Esse convívio alimenta a cultura e os
saberes transmitidos de pai para filho, contudo
as comunidades ribeirinhas convivem com o
isolamento econômico e social.
Como afirmam os moradores, viver na
condição ribeirinha requer espírito de comunhão
e solidariedade. Nas comunidades ribeirinhas,
convive-se com o isolamento econômico e social,
sempre à margem de uma série de políticas
públicas e mecanismos de controle da qualidade
de vida. Como os ribeirinhos contam com poucos
serviços públicos, eles sofrem com doenças, falta
de educação e de assistência social.
O Decreto nº 6.040, de 07 de fevereiro de 2007,
reconheceu a existência dos povos e comunidades
tradicionais, dentre os quais estão os ribeirinhos,
instituindo uma política nacional voltada para
as necessidades específicas desses povos, a
Política Nacional de Desenvolvimento dos Povos e
Comunidades Tradicionais (PNPCT).
(Texto adaptado de <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&id=1053:ribeirinhos>)