Questões de Concurso Para prefeitura de moju - pa

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Q978990 Noções de Informática
Conjunto de protocolos de comunicação entre computadores em rede, utilizado em Intranets. Assinale a alternativa correta, correspondente ao suíte de protocolos descrito:
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Q978988 Noções de Informática
A função SE do Microsoft Office Excel 2003, permite que sejam feitas comparações lógicas entre um valor e aquilo que se espera, podendo apresentar dois valores. Dadas as células A1=6, B1=100 e C1 =SE(A1 <=5;B1 *50%; B1*75%) de uma planilha Excel, assinale a alternativa correta correspondente ao resultado da expressão apresentada em C1:
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Q978987 Noções de Informática
No Microsoft Office Word 2003, é possível dividir a janela em duas partes para visualizar, comparar e editar diferentes seções de um documento ao mesmo tempo. Assinale a alternativa correta correspondente a opção de menu utilizada para acionar este recurso do Microsoft Word:
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Q978986 Noções de Informática
Modo de Inicialização do Sistema Operacional Windows 7, que ajuda a diagnosticar problemas no sistema operacional e utiliza somente os arquivos e drivers básicos para a inicialização, nenhuma conexão de rede e sem interface gráfica com o usuário. Assinale a alternativa correta, correspondente ao modo de inicialização descrito:
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Q978985 Português

O LOBO MORAVA EM CASA

            Rosângela Sales Cohen, 56 anos, de Belém do Pará. A história que tenho para contar é semelhante à de Chapeuzinho Vermelho. Só que o lobo morava em minha casa. Era o meu pai. Fui abusada por ele durante a infância e a adolescência. 

            Sou a 13ª de uma família de catorze irmãos de Belém do Pará. Por alguma razão, meu pai me escolheu quando eu era tão novinha que nem lembro a idade que tinha. Na calada da noite, ele ia à minha cama, fazia o que queria comigo e depois ia embora. Eu era muito pequena, não tinha noção do que era certo ou errado. Tudo foi piorando à medida que não queria mais satisfazer seus desejos, ele começou a me ameaçar, dizendo que deixaria a família passar fome. Toda a minha pureza virou indiferença. Desenvolvi um mecanismo de autodefesa que consistia em anular todos os meus sentimentos bons ou ruins. Tornei-me um ser não vivo. E tenho lembranças fragmentadas daquela época.

            Por volta dos 5 anos, tive uma de minhas experiências mais traumáticas. Ouvi de um familiar que eu gostava daquilo. Era como se eu houvesse seduzido meu pai. Aquelas palavras foram como uma faca cortando minha alma. Passei a ser acometida por uma febre psicológica, que me fazia delirar a mais de 40 graus. Estavam me acusando de algo do qual era vítima, e o fato de todos saberem o que acontecia e ninguém fazer nada me revoltava ainda mais. Passei a me sentir, de fato, culpada. Tinha nojo de mim mesma, além de muita vergonha. Acima de tudo, havia o medo.

            Então, um dia, quando eu já tinha 15 anos, meu pai acabou sendo expulso de casa pelos meus irmãos por causa das maldades que fazia comigo. Acreditei que meus problemas haviam acabado. Aos 16 anos, tive o meu primeiro namorado. Ficamos três anos juntos, e ele sempre foi muito respeitoso comigo. Quando tinha 20 anos, comecei a namorar um rapaz que conheci na saída da faculdade. Na época, tinha planos de me casar, constituir uma família, ir para bem longe da minha casa. E, por isso, eu o via como uma espécie de "salvador”. Em uma ocasião, saímos para ir a uma festa. A noite estava ótima, até a hora de ir embora... Na volta para casa, ele parou no motel. Em dado momento, começou a me olhar de maneira estranha, de uma forma que eu já conhecia. Fingi que estava passando mal e me tranquei no banheiro, chorando desesperadamente. Ele, então, começou a ficar agressivo e a dar murros na porta, dizendo que iria arrombá-la. Abri a porta e aconteceu o que eu previra. 

            A sensação de impotência era o que mais me afligia. No fim, a violência emocional é muito maior do que a física. Na manhã seguinte, ele me deixou em casa, como se nada tivesse acontecido, e ainda acenou para minha mãe com um sorriso. Disse a ele que, se voltasse a se aproximar de mim, iria denunciá-lo por estupro. Ele nunca mais apareceu.

            Os abusos me fizeram desenvolver fobias e síndromes, doenças psicossomáticas que passei a estudar para procurar respostas quando ingressei no curso de psicologia. Eu havia me tornado uma pessoa amarga e egoísta, que magoava os outros. A simples aproximação de alguém me causava pânico. Curei-me física, emocional e espiritualmente em um retiro religioso em Curitiba, onde fiquei por um mês. Deus me deu condições de lutar contra o ódio e o medo que me congelavam. Descobri que era capaz de amar e me deixar ser amada. O mais difícil foi perdoar, mas consegui. 

            Hoje sou mãe de três filhas e avó de duas netas, além de ser dona de uma corretora de imóveis. Faço esse relato com um sorriso no rosto porque consegui criar três mulheres fortes e independentes. Pretendo publicar um livro com a história da minha vida para conscientizar as pessoas sobre a realidade do estupro. O nome do livro será Superação.

(Fonte: Depoimento colhido por Eduardo Gonçalves. Revista Veja, n° 2483)

Recebe acento pela mesma regra de “egoísta” o vocábulo:
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39: C
40: C