Questões da Prova FGV - 2016 - SME - SP - Professor de Ensino Fundamental II e Médio - História

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Q744838 História

As discussões sobre o ensino de História e sua relação com o livro didático vêm crescendo nos últimos anos e passam por revisões críticas como a elaborada por Luiz Estevam Fernandes e Marcus Vinicius de Morais em seu “Renovação da História da América” [in KARNAL, Leandro (Org.) História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas: Contexto, 2015]. Neste texto, os autores identificam três formas explicativas de apresentar os conteúdos de história da América Latina subjacentes às narrativas dos livros didáticos em circulação: a tradição lascasiana, a dos vencedores e vencidos e a cientificista.

A respeito dessas três tradições, leia o fragmento a seguir.

Jacques Soustelle, na década de 1950, incorporaria a tradição _____ de Leopold von Ranke e William Prescott, historiadores que forjaram a ideia da civilização espanhola como a dominante, capaz de se impor sobre uma civilização passiva, supersticiosa e mágica. Eduardo Galeano, na década de 1970, fez uma releitura da tradição _____, enfatizando a exploração da América Latina e o legado colonial de seus males sociais e políticos, sublinhando o caráter violento do processo de conquista. Por outro lado, a tradição _____ mescla elementos presentes nas outras duas e se apresenta como um memorial para a história do continente e de suas populações, acabando, no entanto, por fortalecer a tese do derrotismo e consolidar uma imagem da América e dos americanos em função do olhar do colonizador.

Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do fragmento acima.

Alternativas
Q744837 História

A concepção de moderno certamente causa um hiato profundo entre o discurso do professor e do aluno. Esse hiato não é acidental, pois a própria palavra moderno apresenta a ambiguidade de referir-se tanto ao que é atual como ao período imediatamente posterior à Idade Média Ocidental. Tomando o ponto de vista da classificação cronológica, entendeu-se o moderno como algo que se iniciava com a queda de Constantinopla (1453) e ia até a Revolução Francesa (1789). Sabemos das imensas limitações desses marcos (...).

KARNAL, Leandro. "A História Moderna e a sala de aula" in KARNAL, L. (Org.) História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas: Contexto, 2015, p. 127.

A respeito da problematização do conceito de moderno, referida pelo autor, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.

( ) A periodização da Época Moderna é uma operação historiográfica que identifica, no passado, o nascimento de nossa própria modernidade, qualificando-a com base em variáveis diversas como civilização, nacionalidade ou luta de classes.

( ) A periodização tem sempre um caráter convencional e o estudo das periodizações da Época Moderna, próprio do campo da história da historiografia, indica o que significou, em diferentes contextos, a passagem para a modernidade.

( ) A periodização oferece uma interpretação do processo histórico, na medida em que seleciona e ordena fatos e processos considerados constitutivos de uma época, e a da Época Moderna lida com um adjetivo (moderno) que a priori a qualifica positivamente.

As afirmativas são, respectivamente,

Alternativas
Q744836 História

Na coletânea organizada por Leandro Karnal sobre a História na sala de aula, o medievalista José Rivair Macedo destaca a importância de repensar a Idade Média que é ensinada na escola, na medida em que os temas mais enfocados continuariam sendo os da Idade Média Ocidental e ainda serviriam para legitimar uma visão predominantemente ocidental sobre a experiência histórica passada. José Rivair Macedo propõe, então, uma “descolonização” do ensino da Idade Média, com o intuito de “repensar alguns pontos sobre o que ensinar de História Medieval no Brasil”.

Com base nas propostas de J. Rivair Macedo, podemos afirmar que esta descolonização consiste em

Alternativas
Q744835 Pedagogia

“O Egito já não são apenas os faraós, mas também as muitas e muitas aldeias, não há apenas continuidade, mas mudança, mostra-se que ali conviviam povos e culturas variadas: egípcios, núbios, hícsos, hebreus, gregos, romanos. A Mesopotâmia já não é apenas o mundo dos déspotas precursores de Saddam Hussein, mas um local onde a variedade cultural produziu uma infinidade de reflexões, muitas delas profundamente enraizadas em nossa própria cultura. Os hebreus já não são apenas precursores do cristianismo, mas fazem parte de nossa própria maneira de conceber o mundo. A Antiguidade tampouco inicia-se com a escrita, mas, cada vez mais, busca-se mostrar como o homem possui uma História Antiga multimilenar, anterior à escrita em milhares de anos.”

FUNARI, Pedro PauloA renovação da História Antiga” in KARNAL, Leandro (Org.) História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. Contexto, 2015, p. 97.)

Nesse trecho, o autor se refere à renovação da História Antiga nos livros didáticos brasileiros ocorrida nas últimas três décadas.

A respeito das inovações interpretativas que permitiram sua renovação, analise as afirmativas a seguir.

I. A revisão da concepção oitocentista da dualidade entre Oriente e Ocidente desconstruiu a visão eurocêntrica da História Antiga, até então considerada a etapa fundadora da História Universal.

II. A incorporação de novos temas, como, por exemplo, o das relações de gênero, ressignificou o estudo da História Antiga em função da relação entre o mundo contemporâneo em que vivemos e a experiência social da Antiguidade.

III. A crítica à hegemonia dos documentos escritos e a incorporação da cultura material, pelo estudo de edifícios, estátuas, cerâmica e pinturas, possibilitaram o fortalecimento de uma história política da Antiguidade.

Assinale:

Alternativas
Q744834 Pedagogia

Ao abordar o problema dos currículos de História nas escolas em um contexto global e multicultural, Marcos Silva e Selva G. Fonseca se perguntam o que ensinar no mundo multicultural e se apropriam do pensamento do educador Peter McLaren, que, ao ir além do termo crítico, defende o “multiculturalismo revolucionário, que não se limita a transformar a atitude discriminatória, mas se dedica a reconstituir as estruturas profundas da economia política, da cultura e do poder nos arranjos sociais contemporâneos. Ele não significa reformar a democracia capitalista, mas transformá-la, cortando as suas articulações e reconstruindo a ordem social do ponto de vista dos oprimidos”.

MCLAREN, Peter apud SILVA, Marcos e FONSECA, Selva G. Ensinar História no século XXI: em busca do tempo entendido. Campinas: Papirus, 2007, p. 46.

Para os autores, o multiculturalismo crítico e revolucionário é

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Respostas
6: D
7: E
8: C
9: D
10: B