Questões da Prova FCC - 2013 - MPE-CE - Analista Ministerial - Direito
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Há quem veja tão somente fantasia e ingenuidade nas palavras das cantigas de roda: “Ciranda, cirandinha / Vamos todos cirandar"... Mas há algumas que fazem pensar, e muito: vão bem mais fundo do que parecem. Têm, às vezes, versos trágicos, como estes: “Menina, minha menina / Faz favor de entrar na roda / Cante um verso bem bonito / Diga adeus e vá-se embora". Trágicos, sim: podem ser ouvidos e entendidos como uma síntese da nossa vida, do tempo curto da nossa vida, a que viemos para entrar na roda, cantar alguma coisa de nós e partir... para sempre. É pouco? É tudo. E tem gente que vai embora sem nunca ter cantado coisa nenhuma. A escritora Orides Fontela usou esses versos populares como epígrafe de seu livro de poemas Helianto. Era a dona de uma poesia fina e trágica, cantava como poucos.
(Carlos Rossignol, inédito)
Há muita gente que, sem mesmo dar-se conta disto, parte desta vida sem nada ter cantado.
A frase acima conserva o sentido básico e mantém a correção nesta outra forma:
Há quem veja tão somente fantasia e ingenuidade nas palavras das cantigas de roda: “Ciranda, cirandinha / Vamos todos cirandar"... Mas há algumas que fazem pensar, e muito: vão bem mais fundo do que parecem. Têm, às vezes, versos trágicos, como estes: “Menina, minha menina / Faz favor de entrar na roda / Cante um verso bem bonito / Diga adeus e vá-se embora". Trágicos, sim: podem ser ouvidos e entendidos como uma síntese da nossa vida, do tempo curto da nossa vida, a que viemos para entrar na roda, cantar alguma coisa de nós e partir... para sempre. É pouco? É tudo. E tem gente que vai embora sem nunca ter cantado coisa nenhuma. A escritora Orides Fontela usou esses versos populares como epígrafe de seu livro de poemas Helianto. Era a dona de uma poesia fina e trágica, cantava como poucos.
(Carlos Rossignol, inédito)
Para considerar como trágicos os versos populares adotados por Orides Fontela, o autor do texto atribuiu-lhes o sentido que corretamente se resume nesta afirmação:
Tudo bem, pensei. Vou me preparar para a velhice e seus privilégios, com minha pensão e meus netos. Mas a Previdência está quase quebrando e meus netos, quando me olham, parecem estar me medindo para um asilo geriátrico. Cheguei tarde também à velhice.
(Adaptado de: Luis Fernando Verissimo. Em algum lugar do paraíso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011, p. 48 e 49)
Transpondo-se para a voz ativa a construção eram tratadas como príncipes e princesas, a forma verbal resultante deverá ser:
Tudo bem, pensei. Vou me preparar para a velhice e seus privilégios, com minha pensão e meus netos. Mas a Previdência está quase quebrando e meus netos, quando me olham, parecem estar me medindo para um asilo geriátrico. Cheguei tarde também à velhice.
(Adaptado de: Luis Fernando Verissimo. Em algum lugar do paraíso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011, p. 48 e 49)
Atente para as seguintes frases:
I. Fiquei velho.
II. Supunha haver vantagens na velhice.
III. Não desfruto de vantagens em minha velhice.
As frases acima articulam-se com correção e coerência neste período único:
Tudo bem, pensei. Vou me preparar para a velhice e seus privilégios, com minha pensão e meus netos. Mas a Previdência está quase quebrando e meus netos, quando me olham, parecem estar me medindo para um asilo geriátrico. Cheguei tarde também à velhice.
(Adaptado de: Luis Fernando Verissimo. Em algum lugar do paraíso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011, p. 48 e 49)
Deve-se deduzir das informações apresentadas no texto que
I. houve época em que se condicionavam, com certa naturalidade, os prazeres da vida sexual à contração do matrimônio.
II. os moços, à época da juventude do autor, entregavam-se já a tarefas que em nada os aliviava das responsabilidades dos adultos.
III. a velhice, ao contrário das outras fases da vida, não nos traz decepções, já que nos conformamos em dela nada esperar.
Está correto o que se formula SOMENTE em