Questões de Concurso

Entre brumas, ao longe, surge a aurora.

O hialino orvalho aos poucos se evapora,

Agoniza o arrebol.

A catedral ebúrnea do meu sonho

Aparece, na paz do céu risonho,

Toda branca de sol. (Alphonsus de Guimaraens)

Por que tardas, Jatir, que tanto a custo

À voz do meu amor moves teus passos?

Da noite a viração, movendo as folhas,

Já nos cimos do bosque rumoreja. (Gonçalves Dias)

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo

Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,

Que, para ouvi-las, muita vez desperto

E abro as janelas, pálido de espanto… (Olavo Bilac)

Eu te amo, Maria, te amo tanto

Que o meu peito me dói como em doença

E quanto mais me seja a dor intensa

Mais cresce na minha alma teu encanto. (Vinícius de Moraes)

Perdi-me dentro de mim

Porque eu era labirinto,

E hoje, quando me sinto,

É com saudades de mim. (Mário de Sá Carneiro)

A estrutura e sonoridade dos versos relacionam-se à temática proposta, abnegando recursos tradicionais.

Tal como os poetas modernistas, Guilherme de Almeida estabelece uma dissociação entre forma e conteúdo diferente do que ocorria na estética parnasiana.

A temática escolhida identifica a retomada de características do Romantismo em face de um momento de aparente desorganização do movimento literário.

A primeira fase modernista ocupa um lugar de transição entre o clássico e o moderno, portanto, o poema apresentado ainda demonstra preocupação com o emprego da métrica tradicional e os esquemas de rima fixos.