O texto adiante contém trechos da abertura
do conto Viagem aos seios de Duília (1944), de
Aníbal Machado.
“Durante mais de trinta anos, o bondezinho das dez
e quinze, que descia do Silvestre, parava como um
burro ensinado em frente à casinha de José Maria, e ali
encontrava, almoçando e pontual, o velho funcionário.
Um dia, porém, José Maria faltou. O motorneiro batia
a sirene. Os passageiros se impacientavam. Floripes
correu aflita a avisar o patrão. Achou-o de pijama,
estirado na poltrona, querendo rir (...) – Vá, diga que
não vou... Que de hoje em diante não irei mais (...)
Não sabes que estou aposentado? (...) Debruçado à
janela, José Maria olhava para a cidade embaixo e
achava a vida triste. Saíra na véspera o decreto de
aposentadoria. Trinta e seis anos de Repartição (...)”