Questões de Concurso Sobre uso dos conectivos em português

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Q3014072 Português

Texto 1A8


      Já se foi o tempo em que acordar tarde e tomar um café da manhã reforçado na cobertura de um duplex era símbolo de status e ascensão social. Hoje em dia, emergente de verdade toma é um brunch no roof top de seu residence club.

       A classe média, quando chega ao paraíso, adora gourmetizar o idioma, recheando o bom e velho português tupiniquim com um punhado de expressões de outras línguas para dar um ar de sofisticação e requinte a boa parte daquilo que diz, faz e pensa. Alguns exemplos são crush, delivery, fashion, haters, job, like, e por aí vai. 

      O discurso empresarial e corporativo também está repleto desses enunciados carregados de expressões tomadas de empréstimo a outras línguas. Nesse quesito, o inglês é o campeão de audiência nas interações verbais de uma parte considerável das profissões urbanas. Palavras e expressões como briefing, workshop, call, mindset e deadline já se tornaram corriqueiras no vocabulário de muitos profissionais brazucas.

     Não que isso seja um problema ou uma ameaça à integridade do português brasileiro. Nosso país, desde a sua origem, sempre teve um caráter plurilinguístico. O fundo lexical do nosso português está repleto de vocábulos e expressões vindos de uma porção de idiomas que, ao longo do tempo, foram incorporados ao falar brasileiro. 

      A questão a ser abordada não é o quanto o uso de estrangeirismo pode ser nocivo à língua, mas até que ponto a hegemonia político-social de determinado grupo de falantes pode exercer um domínio ideológico e cultural sobre as dinâmicas linguísticas praticadas por boa parte de nossa população. A censura linguística de comunidades subalternizadas pode ser muito mais nociva à língua do que o uso de palavras e(ou) expressões de origem estrangeira.

    Nesse contexto, a negação dos acréscimos linguísticos vindos de grupos étnicos e sociais diversos não se justifica, porque propõe o apagamento intencional e deliberado de nossas raízes históricas, linguísticas e culturais.

   A presença de estrangeirismos nas vitrines das lojas e nos hábitos linguísticos de determinada comunidade de falantes, embora provoque reações afetivas e passionais tão variadas quanto contraditórias, é perfeitamente compreensível, porque as línguas são espaços de comunicação nos quais os processos de interlocução não se esgotam no simples ato de dizer. 


Abrahão C. de Freitas. Guerra passional em torno da língua.

Escrita Viva — Conhecimento Prático — Língua Portuguesa e Literatura,

ano 8, ed. 103, p. 30-37 (com adaptações).

No último período do quinto parágrafo do texto 1A8, é estabelecida uma relação de
Alternativas
Ano: 2022 Banca: IBADE Órgão: Prefeitura de Guaçuí - ES Provas: IBADE - 2022 - Prefeitura de Guaçuí - ES - Professor MAMPA - Professores da Educação Infantil Pré-Escola e 1° ao 5° ano do Ensino Fundamental - Pré I e II das escolas de Ensino Regular | IBADE - 2022 - Prefeitura de Guaçuí - ES - Professor MAMPA - Professores da Educação Infantil Pré-Escola e 1° ao 5° Ano das Escolas de Ensino Regular | IBADE - 2022 - Prefeitura de Guaçuí - ES - Professor MAMPA - Professores da Educação Infantil Pré-Escola e 1° ao 5° do Ensino Fundamental - 1° e 2° Ano das Escolas Rurais | IBADE - 2022 - Prefeitura de Guaçuí - ES - Professor MAMPA - Professores da Educação Infantil Pré-Escola e 1° ao 5° do Ensino Fundamental - 3° e 5° Ano das Escolas Rurais | IBADE - 2022 - Prefeitura de Guaçuí - ES - Professor MAMPA - Professores da Educação Infantil Pré-Escola e 1° ao 5° do Ensino Fundamental - Educação de Jovens e Adultos 1° Segmento | IBADE - 2022 - Prefeitura de Guaçuí - ES - Professor MAMPA - Professores da Educação Infantil Pré-Escola e 1° ao 5° Ano do Ensino Fundamental - 1° e 2° Ano das Escolas de Tempo Integral | IBADE - 2022 - Prefeitura de Guaçuí - ES - Professor MAMPA - Professores da Educação Infantil Pré-Escola e 1° ao 5° do Ensino Fundamental - 3° e 5° Ano das Escolas de Tempo Integral | IBADE - 2022 - Prefeitura de Guaçuí - ES - Professor MAMPA - Educação Especial - Escolas de Ensino Regular em Tempo Parcial - Para Área de Deficiência Auditiva | IBADE - 2022 - Prefeitura de Guaçuí - ES - Professor MAMPA - Educação Especial - Escolas de Ensino Regular em Tempo Parcial - Para a Área de Deficiência Auditiva | IBADE - 2022 - Prefeitura de Guaçuí - ES - Professor MAMPA - Educação Especial - Escolas de Ensino Regular em Tempo Parcial - Intérprete e Tradutor de Libras | IBADE - 2022 - Prefeitura de Guaçuí - ES - Professor MAMPA - Educação Especial - Escolas de Ensino Regular em Tempo Parcial - Para Área de Deficiência Visual | IBADE - 2022 - Prefeitura de Guaçuí - ES - Professor MAMPA - Educação Especial - Escolas de Ensino Regular em Tempo Parcial - Para Área de Altas Habilidades | IBADE - 2022 - Prefeitura de Guaçuí - ES - Professor MAMPA - Educação Especial - Escolas de Ensino Regular em Tempo Parcial - Para Área de Deficiência Intelectual |
Q3010509 Português
Leia o excerto abaixo, observando o conectivo grifado.

Opinião: por que se fala tão pouco deste Chelsea?
Time inglês comandado pelo técnico Thomas Tuchel lidera a Premier League, está garantido nas oitavas de final da Champions League (da qual é campeão) e mesmo assim pouco repercute
Por Rodrigo Lois — Rio de Janeiro
30/11/2021 12h00 Atualizado há 5 dias
(LOIS, Rodrigo. Opinião: por que se fala tão pouco deste Chelsea? ge, 30 de novembro de 2021. Futebol internacional.
Disponível em: https://ge.globo.com/futebol/futebolinternacional/post/2021/11/30/opiniao-por-que-se-fala-tao-pouco-destechelsea.ghtml.

Acesso em: 18 dez. 2021.

Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação CORRETA sobre essa expressão.
Alternativas
Q3009316 Português
Leia o título e o subtítulo de uma reportagem apresentados a seguir.

Novo Ensino Médio: veja como está a implementação em todas as redes estaduais do país

Ainda que alguns currículos não estejam homologados, as secretarias preveem que parte das mudanças serão executadas em 2022.

(SALAS, Paula. Novo Ensino Médio: veja como está a implementação em todas as redes estaduais do país. Nova Escola, 15 de dezembro de 2021. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/20825/novo-ensinomedio-veja-como-esta-a-implementacao-em-todas-as-redes-estaduaisdo-pais. Acesso em: 18 dez. 2021) 

Para que se mantenha o sentido básico desse enunciado, o conectivo “Ainda que” NÃO pode ser substituído por:


Alternativas
Q3006803 Português
O alarmante apagão docente

Há crescente escassez de professores qualificados, comprometendo o ensino.

    Em texto para o jornal português Diário de Notícias, o professor António Nóvoa afirmou que, das muitas profissões que desaparecerão no futuro, os professores não estarão nesse grupo. A partir disso, o pesquisador destaca o papel insubstituível do docente, mesmo diante de uma escola cada vez mais influenciada pelas tecnologias, que, de início, parecem ameaçar seu trabalho.
    De fato, em um cenário de transformações estruturais na educação, o professor é a base das mudanças – realidade exposta em estudos recentes de pesquisadores escoceses, os quais reforçam que reformas “de cima para baixo” são ineficazes, sendo necessária a liderança docente nesse caminho de inovação.
    Porém, há um contexto de desvalorização dessa classe no Brasil, especialmente no que diz respeito à formação inicial e à continuada, tornando a profissão cada vez menos atraente, satisfatória e, por fim, impactante.
    O apagão docente já é uma realidade preocupante no nosso cenário educacional. Estudos divulgados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) indicam uma crescente escassez de professores qualificados, comprometendo a qualidade do ensino. Para ilustrar a gravidade da situação, há escolas pelo território brasileiro que enfrentam dificuldades para preencher vagas em disciplinas essenciais, como matemática e língua portuguesa, gerando turmas superlotadas, sobrecarga de trabalho e impactando negativamente o aprendizado e a equidade.
    Faltam, ainda, incentivo, definição clara da carreira, salários coerentes e condições de trabalho, contribuindo para o desinteresse, a desmotivação e a evasão de profissionais, além da dificuldade na atração de novos talentos para a carreira.
    A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) destaca a importância da valorização do educador e da promoção de uma formação de qualidade, além de ressaltar que o desenvolvimento profissional deve ser pautado por princípios éticos, políticos e estéticos, buscando a formação integral do estudante e a garantia de uma educação de qualidade.
    Destaca, ainda, a necessidade da reflexão sobre a prática pedagógica, que inclui novas metodologias ativas, abordagens como a cultura maker e a robótica, atualização constante e busca por aprimoramento profissional. Assim, deve-se fazer valer esse documento para reverter o jogo. Para isso, são necessárias políticas públicas efetivas e a compreensão do docente como agente crucial na construção de uma sociedade mais justa e desenvolvida, com medidas que busquem a valorização profissional e a preocupação com sua saúde física e mental.
    Para a valorização profissional, deve-se promover planos de carreira atrativos que ofereçam perspectivas de crescimento e valorizem sua experiência e qualificação, a exemplo da Secretaria Municipal da Educação de São Paulo, que se destaca nessa área. Convém, também, implementar programas de formação continuada de qualidade para a atualização e o aprimoramento de práticas e habilidades alinhadas à atualidade.
    Além disso, a saúde mental precisa ser considerada para promover o bem-estar dos educadores, visto que a sobrecarga, o estresse, a pressão por resultados e a falta de apoio emocional são fatores que podem impactá-los negativamente. Por isso, é fundamental adotar programas de apoio psicológico e acompanhamento emocional através de espaços de acolhimento e orientação profissional; promover a capacitação para o autocuidado, a gestão do estresse e da saúde mental para que possam lidar com as demandas diárias; e incentivar a prática de atividades físicas e de lazer. Criar espaços de interação entre os educadores também fortalece as relações de apoio e o sentimento de pertencimento.
    A educação é pilar essencial para o progresso da nação, e os docentes são cruciais nesse processo. Na verdade, ousamos dizer que educação se faz com professores no centro do debate. É urgente reconhecer e valorizar seu trabalho, garantindo condições necessárias para que possam exercê-lo com excelência e equidade e, então, impactar a aprendizagem. Só assim será possível superar esse alarmante apagão e construir um futuro promissor para a educação e o nosso país.


(Débora Garofalo e Bernardo Soares. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/. Acesso em: julho de 2024.)
Além disso, a saúde mental precisa ser considerada para promover o bem-estar dos educadores, visto que a sobrecarga, o estresse, a pressão por resultados e a falta de apoio emocional são fatores que podem impactá-los negativamente.” (9º§) Em relação às expressões sublinhadas, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q2925200 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.


Crime organizado e militarização


Apesar de todos os avanços ocorridos no estado de direito, o crescimento da violência e da criminalidade, ao lado do agravamento das já graves violações de direitos humanos no ano de 1994, conduziu as autoridades a uma militarização crescente do enfrentamento da violência. Os resultados bastante limitados, para dizer o mínimo, atingidos pela ocupação militar da cidade do Rio de Janeiro mostram claramente a ineficiência dessa abordagem. O equívoco não é apenas logístico, mas reside na concepção mesma da abordagem militarizada.

O estereótipo das sociedades modernas, em especial as cidades, como o lugar da violência faz crer que a violência urbana tenha aumentado de forma ininterrupta desde a formação das grandes cidades, mas isso não corresponde à realidade. Na realidade, o crescente monopólio da violência física e o autocontrole que os habitantes da cidade progressivamente se impuseram levaram a uma crescente “pacificação” do espaço urbano. Se os níveis de criminalidade forem tomados como um indicador de violência, fica claro que esta declinou desde meados do século XIX até meados do século XX: somente por volta dos anos 1960 a violência e o crime começam a aumentar, tornando-se o crime mais violento depois dos anos 1980.

Apesar da violência, do crime, das graves violações de direitos humanos, não está em curso no Brasil uma “guerra civil” que exige uma crescente militarização, com a intervenção das forças armadas – como ocorreu na cidade do Rio de Janeiro. A noção de guerra é equivocada por que os conflitos ocorrem no interior da sociedade, onde seus membros e grupos sociais – especialmente em sociedades com má distribuição de renda – jamais cessam de viver em situações antagônicas. É a democracia que permite à sociedade conviver com o conflito, graças ao respeito das regras do jogo definidas pela constitucionalidade e dos direitos humanos, tanto direitos civis e políticos como sociais e econômicos: o enfrentamento militarizado do crime organizado não é compatível com a organização democrática da sociedade. Nenhuma pacificação na sociedade é completa. A matança pela polícia, a violência do crime, as chacinas, os arrastões, a guerra do tráfico não são episódios de uma guerra civil nem retorno ao estado de natureza. São consequências de conflitos e políticas de Estado permanentemente reproduzidas pelas relações de poder numa sociedade autoritária ao extremo, por meio das instituições e das desigualdades sociais.

(...)

Essa crítica às operações militares e ao equívoco, a nosso ver, do governo federal e do governo do estado do Rio de Janeiro em prolongar, com pequenas modificações, um convênio de duvidosa legitimidade constitucional não visa pregar a inação do governo federal, ou até mesmo das forças armadas. É intolerável para o estado de direito e para a forma democrática de governo que largas porções do território nacional estejam controladas pelo crime organizado como em várias favelas e bairros ou nas fronteiras dos estados. Mas é inaceitável, na perspectiva de uma política de segurança sob a democracia, uma delegação do governo civil às forças armadas para um enfrentamento do crime que tem contornos das antigas operações antiguerrilhas. De alguma forma essa intervenção militar velada no estado do Rio de Janeiro confere novas formas inquietantes da militarização das questões civis da segurança pública, agravando a continuidade da influência das forças armadas já presente na manutenção do policiamento ostensivo por forças com estatuto de subsidiárias às forças armadas e pelo foro especial das justiças militares estaduais. Ora, a formalidade estrita da democracia requer que o governo civil exerça a plenitude de seu poder na definição e no exercício da política de segurança.


In: DIMENSTEIN, Gilberto. Democracia em pedaços – direitos humanos no

Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 31-34.

Assinale a alternativa em que a alteração dos conectivos altera o sentido original da frase.

Alternativas
Respostas
1: A
2: E
3: A
4: B
5: E