Questões de Concurso Sobre noções gerais de compreensão e interpretação de texto em português

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Q2314776 Português
A outra noite


        Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de Lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
        Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim:
          – O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?
          Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra – pura, perfeita e linda.
           – Mas, que coisa...
        Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
           – Ora, sim senhor...
           E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa noite” e um “muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.


(BRAGA, Rubem. In: Para gostar de ler – Volume II. São Paulo: Ática, 1992.)
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim: [...]” (2º§) Considerando o trecho destacado anteriormente, é possível identificar, por meio da linguagem e/ou estrutura utilizada,
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Q2314772 Português
A outra noite


        Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de Lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
        Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim:
          – O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?
          Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra – pura, perfeita e linda.
           – Mas, que coisa...
        Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
           – Ora, sim senhor...
           E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa noite” e um “muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.


(BRAGA, Rubem. In: Para gostar de ler – Volume II. São Paulo: Ática, 1992.)
Pode-se afirmar que o texto emprega linguagem:
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Q2314592 Português
Consumismo e baixa autoestima formam círculo vicioso


         Comprar faz você feliz? Ninguém consegue negar o prazer de entrar em uma loja e comprar um produto ou serviço muito desejado. Mas, será que, passada a euforia momentânea, esta satisfação vai de fato ajudar a sustentar a sua felicidade?
       Numa visão mais panorâmica, consumir não é sinônimo de bem-estar. Apesar de ter aumentado o seu poder de consumo nos últimos 50 anos, a população dos Estados Unidos não sente uma melhora no seu bem-estar, segundo uma pesquisa da American Psychological Association. Em comparação às condições da década de 50, hoje os norte-americanos podem ter o dobro de carros por pessoa e comer fora de casa com uma frequência duas vezes maior – mas esse conforto não veio acompanhado de uma maior felicidade.
      E o que explica esse aparente contrassenso? Cientistas vêm constatando uma relação muito próxima, praticamente de retroalimentação, entre consumismo e baixa autoestima, além de ser relacionado a patologias como depressão e ansiedade.
        A relação entre baixa autoestima e materialismo é relativamente fácil de entender: a autoestima pode ser definida como o apreço que uma pessoa confere a si própria, permitindo-lhe ter confiança nos próprios atos e pensamentos. Uma pessoa com baixa autoestima tende a “externalizar” o seu processo de valorização, ou seja, superestimar fatores externos.
      Isso pode ser ainda mais pronunciado nesta era das redes sociais, quando é comum buscar reconhecimento na aprovação de terceiros, por meio de curtidas e compartilhamentos. Além disso, somos bombardeados com imagens superproduzidas de viagens, eventos e refeições maravilhosas a todos os momentos, que muitas vezes alimentam um sentimento de inferioridade em relação aos “amigos” da rede social.
          Será que só eu sou inadequado na sociedade?
       Somado a isso, propagandas e anúncios trazem essa vida perfeita retratada de maneira muito acessível – basta adquirir o produto que está sendo vendido e tudo está resolvido. Mas, a expectativa é frustrada e a viagem divertida com os amigos não se manifesta magicamente após a compra daqueles óculos de sol, não nos tornamos executivos de sucesso imediatamente após comprar “aquele” carro e não entramos em forma apenas por comprar o tênis mais leve do mercado, insatisfações provocadas pelo discurso da publicidade de que comprar vai nos deixar mais felizes. Mas, neste sonho delirante, a única coisa que se torna realidade são as contas, que nem sempre se fecham no fim do mês. E os sentimentos de inadequação e frustração continuarão, afinal, as pessoas das redes sociais e das propagandas seguem levando as suas vidas aparentemente perfeitas, diminuindo ainda mais a autoestima. Continuaremos navegando pelas redes sociais e estaremos expostos a propagandas. E então, o que podemos fazer?
         Em primeiro lugar, ter consciência de que este é o processo já é um grande passo. Passamos a ter elementos para entender melhor o que se passa, ao menos racionalmente. Depois, vem o mais difícil: apropriarmos, com a mente e o coração, um sentido para a vida que vá muito além do consumo, que responda ao que é realmente importante na vida de cada um.
         Nesse sentido, a pesquisa Rumo à Sociedade do Bem-estar, do Instituto Akatu, perguntou aos entrevistados o que eles consideravam ser felicidade. A resposta, para dois terços dos entrevistados, foi estar saudável e/ou ter sua família saudável.
       Conviver bem com a família e os amigos também foi apontado como fator de felicidade para 60% do público que respondeu à pesquisa. Isso mostra que a maior parte da sociedade brasileira compartilha a noção de que, uma vez satisfeitas as necessidades básicas, a felicidade é encontrada no que temos de mais humano, o bem-estar físico próprio e daqueles de quem gostamos e o afeto em si pelos amigos e pela família. Não inclui o caminho do consumismo.
         Um outro fator a ser trabalhado no dia a dia, de maneira a enfraquecer ou quebrar o círculo vicioso da insatisfação no consumo e da autoestima, é estimular um diálogo aberto sobre a nossa autoimagem, nossos valores e a importância da aceitação da diversidade nos círculos dos quais fazemos parte, abrindo espaço para a autorreflexão e, por meio da troca de sentimentos e experiências, criar espaço para a percepção de que todos vivemos essas mesmas emoções e, com isso, nos valorizarmos a nós mesmos e aos outros.
        Inicia-se outro círculo, dessa vez virtuoso, que tende a ficar mais forte conforme as pessoas se sintam mais à vontade de ser quem elas de fato são. E assim, podendo identificar com mais facilidade o que realmente faz feliz ou pelo menos traz contentamento suficiente, a cada um de nós. E quase que certamente descobriremos que isso está muito longe de ter o último modelo de smartphone.

(Folha de S. Paulo. HÉLIO MATTAR. Acesso em: outubro de 2023.)
Considerando a estrutura textual e o conteúdo apresentados, pode-se afirmar que o texto tem como principal finalidade: 
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Q2314591 Português
A outra noite


       Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de Lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
          Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim:
            – O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?
           Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra – pura, perfeita e linda.
            – Mas, que coisa...
        Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
          – Ora, sim senhor...
     E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa noite” e um “muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.


(BRAGA, Rubem. In: Para gostar de ler – Volume II. São Paulo: Ática, 1992.)
“Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim: [...]” (2º§) Considerando o trecho destacado anteriormente, é possível identificar, por meio da linguagem e/ou estrutura utilizada, 
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Q2314351 Português
Inclusão não é só divulgação: a exclusão do curso de Letras-Libras da UFJF


        Em meio à pandemia, houve uma votação via internet na qual o Departamento de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) decidiu o futuro do curso de Licenciatura em Letras-Libras. Nessa reunião foi votado o fim desse curso e a implementação do curso de Bacharelado em Interpretação e Tradução em Libras.
        A primeira língua da maioria dos surdos brasileiros é a Língua Brasileira de Sinais (Libras), é através dela que todo o conhecimento de mundo deve ser passado, ou seja, disciplinas ministradas em Libras, porém quando não há professor bilíngue, entra o trabalho dos TILS (Tradutor/Intérprete de Libras) que atuará como “a voz” do professor.
      O Brasil possui uma população com mais de 10 milhões de surdos e apenas 11% deles possuem ensino superior (dados da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos). É realmente frustrante estar no seu país, na sua faculdade e simplesmente não conseguir dialogar com os professores e, embora o surdo tenha direito às suas matérias na sua própria língua e com as adaptações necessárias do conteúdo, como previsto na Lei nº 10.436/2002 regulamentada pelo Decreto nº 5.626/2005, os alunos surdos da UFJF ainda se deparam com falta de empatia, competência técnica/teórica e de boa vontade de alguns dos professores.     
       Consideramos que uma forma efetiva para alterar esse cenário de despreparo dos professores é formar cada vez mais profissionais capacitados com conhecimento técnico e teórico, seguindo a lógica de documentos oficiais como a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) nos seus artigos 58 e 59, e PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) que dispõem sobre facilitação à comunicação e compreensão do aluno surdo através de materiais específicos para cada estudante com necessidades educacionais especiais. Vale ressaltar que mesmo sendo obrigatória pelo menos uma disciplina de Libras em todos os cursos de licenciatura, esta não supre a necessidade de transpor a barreira linguística, pois, normalmente, abrange o mais básico da Libras (saudações, cores, números). Diante disso, vemos a necessidade de ampliar o número de disciplinas obrigatórias relacionadas à Libras e, para tanto, precisamos capacitar mais professores.  


(Disponível em: https://esquerdaonline.com.br. Adaptado. Acesso em: 02/07/2020.)
Assinale a afirmativa que NÃO é compatível com o conteúdo do texto.
Alternativas
Respostas
2961: B
2962: A
2963: A
2964: B
2965: C